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  • AdC Entrevista: Kalil Farran (parte I)

    Há algumas semanas tivemos a oportunidade de conversar com os ex-diretor do Instituto Camargo Corrêa. Atualmente, Kalil Farran é Consultor Autônomo em Estudos e Projetos Socioambientais e compartilhou com a gente uma visão de mundo cheia de desafios, necessidades de atitude, escuta e empatia compassiva. Não vamos dar mais spoiler porque a  entrevista vale cada palavra! Confira abaixo como foi esse bate papo virtuoso. Sob a sua Diretoria, o ICC (Instituto Camargo Corrêa) teve um papel muito ativo durante a pandemia de Covid-19 em 2020. Esse papel continua em 2021? Eu não posso mais responder pelo ICC. Mas eu diria que este momento que vivemos despertou nas pessoas o senso de cidadania e de responsabilidade coletiva pelo bem estar do “outro “. Para algumas empresas esta percepção foi além e ficou claro que não existem empresas de sucesso em sociedades que fracassam, o mundo dos negócios não está descolado da saúde da sociedade. Todas as empresas, institutos e fundações têm que reposicionar suas ações frente aos desafios que esta pandemia está trazendo, buscando um novo olhar para a sociedade. Qual é sua visão sobre o Brasil atual e as populações em maior vulnerabilidade diante deste cenário? A recuperação da atividade econômica que estávamos experimentando foi interrompida. Se as previsões da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o crescimento médio do Brasil para a década de 2011 a 2020 se confirmarem “será a pior década em 120 anos”. Combinação de instabilidade econômica com catástrofe sanitária traz um cenário assustador para as populações em maior vulnerabilidade. O desemprego disparou, o endividamento das famílias cresceu e o investimento na economia se retraiu. Isso significa um empobrecimento da população em geral, que se exacerba quanto mais nos deslocamos para a base da pirâmide, evidenciando a fragilidade das estruturas de sobrevivência das comunidades mais carentes. Você considera que a Agenda 2030 da ONU, pautada pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), ainda seja atual após o terremoto que a pandemia provocou? Como podemos trabalhar para que este tema não seja somente assunto de reunião corporativa de alto escalão, mas algo realmente concreto e mensurável no dia a dia? Em 2018 o IPEA divulga o documento – Metas Nacionais dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável com a proposta de adequação das metas globais da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável à realidade brasileira e indicadores para acompanhamento, um documento consistente e muito bem elaborado, contou com a contribuição de diferentes órgãos governamentais e centenas de gestores e técnicos do governo federal, que participaram dos debates e enviaram sugestões. É muito cedo para se avaliar os resultados deste trabalho se considerarmos todo um novo contexto que nos foi imposto com a pandemia. Uma coisa é certa, toda a linha de base dos dados que utilizamos para construção dos indicadores, que já vinham num cenário negativo em decorrência da crise econômica brasileira que se iniciou em 2014, com a pandemia esses dados, que sustentam este documento para a aferição de resultados, tem que ser revistos, principalmente os socioambientais. Assim sendo, eu acho que os princípios que norteiam a agenda se mantêm, mas os indicadores de performance de cada ODS têm precisam ser revistos. Outra questão importante que vocês colocam é quanto ao compromisso empresarial e cidadão no atingimento das metas definidas pelas ODS. Posso estar equivocado, mas o que percebo é que esta é uma conversa entre os iguais, os ODS e as metas não estão claras para a sociedade, ainda não existe um entendimento do que é e para que se definiram as ODS. Assim existe um esforço muito grande do setor produtivo de tentar transformar ações (que já são obrigações legais decorrentes de processos de licenciamento ou necessários ao processo de produção) em atingimento de metas dos ODS. Tenho dúvidas sobre o compromisso do setor produtivo do país em fazer valer essas metas. Para mim ainda persiste uma distância bastante grande entre o que se define por sucesso econômico e desenvolvimento socioambiental. Em muitas iniciativas lançadas durante a pandemia ficou clara a necessidade de unir esforços, de trabalhar junto para responder às emergências e necessidades. Na sua trajetória, como você enxerga a construção de redes? Tem alguma experiência sobre isso para compartilhar o processo, os resultados e sugerir algo neste sentido? O conceito de rede hoje é bastante usado, mas seu uso nem sempre se refere a mesma ação, apresentando características distintas. As redes oficialmente constituídas, que eu conheço, são formadas por instituições do terceiro setor, por órgãos públicos ou pela academia com temas, os mais diversos. Em alguns casos o objetivo é de trocar experiências e formar conhecimento unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados. Em outros casos as redes são formadas com caráter bem operacional articulando agentes de mesma natureza em diferentes geografias para a realização de uma ação comum. Gostaria de falar sobre minha experiência recente no apoio ao enfrentamento da pandemia e como construímos uma rede que sai do teórico metodológico para atingir objetivos bem práticos. Primeiro que uma rede operacional começa dentro de casa. Os parceiros internos da empresa, instituto ou fundação têm que estar alinhados e comprometidos quantos aos propósitos e resultados esperados. Esses objetivos e resultados esperados têm que estar claros para todos. Juntos se identificam as competências e possibilidades de agregar inteligência à causa. Assim se dá credibilidade ao projeto e permite que se busquem novos parceiros externos para aquela rede em específico. Ficou claro para nós que a “causa“ precisa provocar a empatia compassiva, a percepção de que o outro precisa de ajuda e se colocar à disposição, no parceiro, seja um líder comunitário, uma organização do terceiro setor ou uma empresa, que vai compor a rede. Na sua experiência pessoal e profissional, o que significa olhar para o outro? Seja o outro o beneficiário final ou parceiro de um projeto, ou então pelo potencial e protagonismo da pessoa? Nós profissionais que trabalhamos com causas sociais e ambientais aprendemos a entender a realidade de forma fracionada, em temas, como nos foi ensinado. Quando na verdade a realidade é integrada e sistêmica. Olhar para o outro é mais uma postura do que um ensinamento. É a permissão que nos damos de perceber de maneira mais ampla e harmônica como o “outro” constrói soluções, padrões e comportamentos dentro das vulnerabilidades que ele vivencia. E a partir daí agregar inteligência, inovação e recursos, fomentando práticas que o outro já desenvolve. Para mim este é o ponto de partida que nos possibilita incentivar o microempreendedorismo de baixa renda. Na AdC trabalhamos com desenvolvimento territorial inclusivo e o ICC sempre foi e ainda é muito ligado e radicado nos territórios onde atua. O que você aprendeu nestes anos e gostaria de compartilhar por considerar fundamental para realizar este trabalho? Primeira coisa. O Investimento Social Privado não pode ser entendido como uma ação filantrópica, através de doações, que ameniza temporariamente as necessidades básicas de uma comunidade. Isso não é legado, como também emprego e renda não são legados. Legado é desenvolver a capacidade empreendedora de um cidadão, de uma comunidade. Como urbanista nunca consegui dissociar as diferentes dinâmicas de apropriação do território da situação socioeconômica das comunidades, principalmente aquelas mais vulneráveis que ocupam as franjas periféricas das grandes cidades e as áreas urbanas mais deterioradas, mesmo as mais centrais. Nestas regiões o desenvolvimento territorial espelha o desenvolvimento socioeconômico das comunidades. Faz todo o sentido a inclusão socioeconômica nestes territórios de seus microempreendedores. Precisamos aprender a ter esta leitura integrada. Conheci uma comunidade historicamente fundada em um lixão periférico que conseguiu fazer disso uma grande oportunidade de negócios e de subsistência, independente da ausência do poder público e de infraestrutura básica. Conheci mestres, doutores e artistas plásticos que nasceram e se criaram ali, no lixo, que hoje são líderes comunitários que representam e advogam pelos direitos essenciais deles. O olhar para o outro de que falamos a pouco, consegue perceber as iniciativas empreendedoras que driblam as dificuldades cotidianas que existem entre os mais vulneráveis. Líderes comunitários que de fato representem os anseios daquela comunidade devem ser estimulados. Para encerrar, o que mais precisamos levar em conta no trabalho do Terceiro Setor neste ano 2021 que seguirá nos impondo diferentes desafios? A humildade de perceber o quanto somos vulneráveis nos igualando sem distinção a todos os seres humanos. Deste lugar comum só avançaremos com soluções inovadoras, com resiliência. Se pretendemos continuar a trabalhar com o empreendedorismo comunitário e a busca de infraestrutura digna para as comunidades mais vulneráveis temos que considerar em ambos os casos tecnologias e soluções inovadoras de baixo custo.

  • A carta de Jeff Bezos e seus aprendizados

    O começo do mês de fevereiro deste ano foi marcado pela saída de Jeff Bezos do comando da Amazon para ocupar o cargo de Presidente-executivo do Conselho de Administração. Tal mudança, após 27 anos na posição de liderança, pode nos ensinar muitas coisas sobre o presente e nos orientar também para o futuro. Implacável talvez seja uma das formas mais assertivas de adjetivar o comportamento de Bezos. Não à toa, o termo este mesmo em inglês (relentless), foi o nome pelo qual Bezos idealizou a hoje chamada Amazon. Por curiosidade, clique aqui neste link e veja para onde será direcionado: www.relentless.com Mas tudo isso são só detalhes de uma grande jornada de empreendedorismo. Hoje queremos te estimular a ler a carta de Bezos, que anuncia sua transição de cargo. Mas por quê? Por que sua comunicação aos funcionários da Amazon reúne uma série de aprendizados de um ser humano atento às transformações digitais e às oportunidades de inovação contínua, aspectos que importam aos empresários de qualquer ramo de atividade e de qualquer porte. Afinal de contas, atitude empreendedora não é algo que se mede em pequeno, médio ou grande – tal como a classificação jurídica sobre o tema. Atitude empreendedora é algo que se vive todos os dias, seja como líder de uma Big Tech ou como microempreendedor autônomo à frente de seu negócio. E essa perspectiva particular de Bezos pode ser muito decisiva para o futuro de empreendedores em qualquer parte do mundo. Contudo, e como tudo na vida, nem tudo são flores nessa trajetória. Sabe-se que Bezos pode construir esse império chamado Amazon por uma série de favorecimentos e flexibilidades que hoje já não existem mais, sobretudo ao que se refere às regras antitruste – criadas para evitar a construção de monopólios e vender produtos e/ou serviços abaixo do custo, eliminando concorrentes e, consequentemente, levando-os à falência. Mas isso é outra parte da história, a qual Bezos – atento ao presente – também soube aproveitar a oportunidade no momento certo. Agora leia abaixo a carta da íntegra, reflita e compartilhe com sua rede de amigos e parceiros, mas também não deixe de colocar em prática os aprendizados que ela traz neste presente momento, assim como manter no horizonte o que será importante para construir o futuro! Carta de Jeff Bezos aos funcionários da Amazon Amigos da Amazon, Tenho o prazer de anunciar que neste terceiro trimestre farei a transição para presidente do conselho da Amazon e Andy Jassy se tornará o CEO. Na função de presidente do conselho, pretendo concentrar minhas energias e atenção em novos produtos e novas iniciativas. Andy é bem conhecido dentro da empresa e está na Amazon há quase tanto tempo quanto eu. Ele será um líder notável e tem toda a minha confiança. Essa jornada começou há cerca de 27 anos. A Amazon era apenas uma ideia e não tinha nome. A pergunta que me faziam com mais frequência naquela época foi: “O que é a internet?” Felizmente, não tenho de explicar isso há muito tempo. Hoje, empregamos 1,3 milhão de pessoas talentosas e dedicadas, atendemos centenas de milhões de clientes e empresas e somos amplamente reconhecidos como uma das empresas mais bem-sucedidas do mundo. Como isso aconteceu? Invenção. A invenção é a raiz do nosso sucesso. Fizemos coisas malucas juntos e depois as tornamos normais. Fomos pioneiros em reviews de consumidores, em compras com 1-Clique, recomendações personalizadas, remessa incrivelmente rápida do plano Prime, compras no modelo Just Walk Out, compromissos climáticos, Kindle, Alexa, marketplace, infraestrutura de computação em nuvem, escolhas de carreira e muito mais. Se você acerta, alguns anos depois de uma invenção surpreendente, a nova coisa se torna o padrão. As pessoas bocejam. E esse bocejo é o maior elogio que um inventor pode receber. Não conheço outra empresa com um histórico de invenções tão bom quanto o da Amazon, e acredito que estamos no nosso momento mais inventivo. Espero que você esteja tão orgulhoso de nossa criatividade quanto eu. Eu acho que você deveria estar. À medida que a Amazon se tornou grande, decidimos usar nossa escala e escopo para liderar em importantes questões sociais. Dois exemplos de alto impacto: nosso salário-mínimo de 15 dólares a hora e o Compromisso Climático. Em ambos os casos, demarcamos posições de liderança e depois pedimos a outros que nos acompanhassem. Em ambos os casos, está funcionando. Outras grandes empresas estão vindo em nossa direção. Espero que você também esteja orgulhoso disso. Acho meu trabalho significativo e divertido. Eu trabalho com os companheiros de equipe mais inteligentes, talentosos e engenhosos. Nos tempos de fartura, vocês foram humildes. Quando tivemos momentos difíceis, vocês foram fortes e solidários, e fizemos um ao outro rir. É uma alegria trabalhar nessa equipe. Por mais que eu ainda esteja no escritório, estou animado com essa transição. Milhões de clientes dependem de nós para nossos serviços e mais de 1 milhão de funcionários dependem de nós para seu sustento. Ser o CEO da Amazon é uma responsabilidade profunda e desgastante. Quando você tem uma responsabilidade como essa, é difícil colocar a atenção em qualquer outra coisa. Como presidente executivo, continuarei envolvido em iniciativas importantes da Amazon, mas também terei o tempo e a energia de que preciso para me concentrar no Fundo Day 1, no Fundo Bezos Earth, na empresa Blue Origin, no Washington Post e em minhas outras paixões. Nunca tive mais energia e não se trata de me aposentar. Estou muito entusiasmado com o impacto que acho que essas organizações podem ter. A Amazon não poderia estar melhor posicionada para o futuro. Estamos acelerando em todas as direções, assim como o mundo precisa de nós. Temos coisas em desenvolvimento que continuarão a surpreender. Atendemos indivíduos e empresas, e fomos pioneiros em dois setores completamente novos e em uma classe totalmente nova de dispositivos. Somos líderes em áreas tão variadas como aprendizado de máquina e logística, e se uma ideia da Amazon exigir mais uma nova habilidade institucional, somos suficientemente flexíveis e pacientes para aprendê-la. Continue inventando e não se desespere quando a princípio a ideia parecer maluca. Lembre-se de vagar. Deixe a curiosidade ser sua bússola. Continua sendo o Dia 1. Jeff

  • 10 dicas para avaliar o impacto do seu projeto social

    Você não dirigiria o seu carro sem o painel de controle, não é? Do mesmo modo, você não dirigiria o seu programa social sem entender se as suas ações estão melhorando a vida do seu público-alvo. Simples assim, essa é a razão pela qual cada dia mais se fala de Avaliação de Impacto. Não é só medir quantos livros foram distribuídos ou horas de aula ministradas em uma iniciativa de apoio, mas medir quanto recuou o analfabetismo na região, e se recuou devido ao programa ou por outras causas. Um programa de avaliação de impacto aumenta fortemente a transparência dos projetos sociais, mostrando se os recursos de fato ajudam os destinatários ou se servem apenas para a auto conservação da organização pública ou privada que os gerencia. Para a realidade do Terceiro Setor isso está se tornando fundamental mesmo para a arrecadação de fundos e a sustentabilidade de um projeto. Um estudo sobre filantropia na América Latina feito pelo Hauser Institute da Harvard Kennedy School monstra claramente que, com o foco passando da caridade para a mudança, muitos recursos são disponibilizados só com a presença de planos que possam evidenciar quantitativamente os resultados a ser alcançados. Implementar esses planos não é, porém, nem fácil nem barato. ONGs e órgãos públicos normalmente não tem as competências estatísticas necessárias e os recursos para a coleta dos dados. A Associação Aventura de Construir é uma realidade pequena, mas obcecada em realizar uma melhoria real na vida dos microempreendedores de baixa renda de regiões “periféricas”, agindo com o máximo profissionalismo, realismo e parcimônia. Começamos o nosso trabalho em 2012 com um questionário envolvendo cerca 150 indivíduos para entender as principais exigências não atendidas, desde o início registramos todos os contatos com o público alvo para poder chegar a indicadores gerenciais (“Quantas pessoas participaram das nossas palestras? Quantos participaram uma, duas, três vezes?” “Quantos receberam uma consultoria individual?”), e – depois da primeira fase de start-up – começamos o nosso programa de avaliação de impacto, definido com a ajuda da Kellogg Institute da Notre Dame University, da ALTIS, da Universidade Católica de Milão, e da Comunitas de São Paulo. Para mais informações sobre o nosso programa de avaliação de impacto, leia aqui. Foi um caminho desafiante, e gostaríamos de oferecer algumas poucas dicas para facilitar quem está considerando começar agora: Pense bem se você quer fazer: nós gastamos 9 meses para definir e fazer a pesquisa de linha de base, mais duas semanas a cada 6 meses para reaplicar o questionário a 70 sujeitos impactados do nosso trabalho e a 40 empreendedores do grupo de controle. Se quer fazer, contrate um estatístico: mais cedo ou mas tarde você vai pedir sua ajuda, e pode ser tarde demais. O estatístico é fundamental para definir o que e como medir, não só na analise dos dados coletados. Contratando ou não um estatístico, leia Avaliação de Impacto na Prática. É gratuito e está em português, foi feito pelo Banco Mundial e explica os fundamentos que até gerentes podem entender. Na medida do possível, defina os seus processos antes: como lidar com valores extremos (outliers)? Como substituir sujeitos que saem dos grupos de pessoas de impacto e de controle? Se você reage ao longo do caminho, a tentação de adaptar as regras aos resultados desejados é forte, e avaliadores externos sempre vão suspeita-lo. Cuidado com os fatores de confusão: se as receitas melhoram pode ser devido ao trabalho de vocês ou pela melhoria geral da economia. Sem um grupo de controle bem escolhido nem vale a pena fazer avaliação de impacto. Não poupe recursos na coleta de dados inicial (a linha de base): sem conhecer o ponto de partida é impossível medir progresso. Nas perguntas e no número de entrevistados é melhor errar por excesso: você sempre vai descobrir coisas inesperadas. Na avaliação periódica seja gentil com os seus entrevistados: nessa fase limite ao máximo as perguntas. Roubar mais que 5 minutos para responder é má educação, e aumenta o número de quem sai da pesquisa (e isso vai afetar a qualidade dos seus resultados). Faça perguntas simples e com respostas objetivas: não “Você gosta de ler?” mas “Quantos livros você leu no último mês?” Considere um período de warm-up: no começo haverá muitos problemas inesperados (na coleta, na elaboração, na interpretação) que devem ser acertados antes de produzir resultados comparáveis. Nós realizamos 3 levantamentos testes com intervalo de três meses antes de considerar o programa consolidado. Na análise, não espere dos números mais do que eles podem oferecer: “Nem tudo o que é importante pode ser medido, e nem tudo o que pode ser medido é importante”: o objetivo da medição de impacto é relatar causa e efeito. Os números não podem fazer isso: podem provar ou desaprovar uma hipótese, nunca criar uma do zero, então não se esqueça de ficar atento ao seu público e coletar informações qualitativas. Eles ajudarão o seu “insight”. A primeira coisa que se aprende no ensino técnico é que cada medida tem erros. Vale para medir pedras, imagina para respostas de humanos! Cuidado com as médias: antes de tirar conclusões dê uma boa olhada em todos os pontos. Um valor anormal (ou um erro de transcrição!) ou as médias podem contar uma história completamente diferente da realidade. Última nota: Goodhart, um economista inglês, virou famoso pela sua lei: “Quando uma medida vira um objetivo, cessa de ser uma boa medida”. Com toda a pressão sobre os resultados, se corre o risco de agir – conscientemente ou não – em prol da melhoria dos indicadores, e não para o bem estar do público alvo. Ética é também lembrar que os números descrevem a realidade, mas nunca podem tomar o seu lugar.

  • Estamos prontos para 2021?!

    2020 pode até nos enganar se não o enxergarmos em profundidade. Quando olharmos para a quantidade de ausências que preencheram este ano de isolamento social, parece que mais nada aconteceu além da pandemia. No entanto, foi também um ano que trouxe uma nova dimensão, um outro normal.  O ritmo da vida mudou, tivemos que trocar de pele para nos adaptar à somatória de intempéries. Aprendemos a ser mais camaleão, disponíveis para a mudança e cuidadosos ao responder à realidade. Essa travessia desafiadora foi possível porque a realizamos JUNTOS e, para entendê-la, precisamos cruzar algumas barreiras! A primeira barreira talvez seja a de estar abertos a um processo de questionamentos contínuos: perguntar e escutar antes de responder ou agir. Mas afinal, o que mudou concretamente? Uma resposta simples: descobrimos como fazer coisas inéditas! Fortalecemos e ampliamos impressionantemente (em número e regiões do pais atendidas) o público, apoiando-os a tornarem-se mais protagonistas e multiplicadores de um impacto social positivo em suas vidas e comunidades. Essa atitude nos permitiu enxergar e aprender ainda mais quem somos e o que é a Aventura de Construir. Nesta jornada, muitas vezes precisamos do outro para consolidar algo novo, mas sempre fomos surpreendidos com este outro nos superando, tanto que em algum momento não tivemos nem como manifestar esta gratidão desbordante. E a lista de pessoas que compõem esta transformação não tem limite, deixando a nós o imenso prazer que é doar e receber em afeto e gratidão! Tudo isso nos arrebata numa alegria inominável que queremos compartilhar, neste momento presente de festa que é o Natal e dizer: Valeu demais por fazerem COM a gente! Quer celebrar o Natal presenteando alguém especial e ainda fortalecer o microempreendedorismos de periferia? Conheça AQUI o bazar de luxo on-line Voz Social Abrael! E ainda tem mais: 100% do lucro deste projeto será destinado para a continuidade da causa da AdC. Valeu demais Abrael!!! Feliz Natal e bom final de ano! Nos vemos em novas aventuras em 2021!!! 🙂

  • Por que neste tempo é tão relevante falar de Governança?

    Sem a pretensão de ter uma resposta exaustiva, contamos neste texto a experiência dos últimos meses, com a campanha #ParceirosAdC, como uma tentativa de resposta. O termo Governança, apesar de ser extremamente importante, pode gerar algumas dúvidas – ainda mais se você não é familiarizado com este universo (o que é completamente normal, afinal, não estamos todos inseridos nele). Mas, então, o que é Governança?! Caracteriza-se por ser uma área de estudo com múltiplas abordagens. Ou, de maneira mais simplificada: é o conjunto de processos, costumes, políticas e leis que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada. No segundo semestre do ano, com o apoio da Diretoria e do Conselho Consultivo, lançamos a campanha #ParceirosAdC, onde compartilhamos em nosso Instagram algumas dicas para entender melhor como funciona a Governança na Aventura de Construir, sempre respondendo a pergunta #ComoGovernar? O primeiro depoimento publicado em nosso Instagram foi o de Cinzia Abbondio, que trouxe um trecho de uma frase de Albert Einstein: “Quem atribui à crise as suas falhas e dificuldades, faz violência ao seu próprio talento e dá mais valor aos problemas do que às soluções.” Para ela, participar de um Conselho com demais pessoas interessadas é uma ocasião de crescimento, enriquecimento e inspiração. A opinião de Rafael Marcoccia assemelha-se a de Cinzia. Para ele, um dos pontos positivos de participar da Diretoria é uma oportunidade de aprendizado. “Sou membro da Diretoria da Aventura de Construir desde sua fundação. Sem dúvida nenhuma, de lá para cá aprendi muito. E acredito que a contribuição que a Diretoria oferece para a instituição também cresceu significativamente”. Marcelo Turri também segue a linha do colega Rafael e ressalta: “Participar da Diretoria da Aventura de Construir é muito gratificante, pois as decisões consideram genuinamente o empreendedor, a sua realidade, a sua necessidade.” Além disso, Rafael Neves, Fabio Deboni e Taynara Alves, igualmente membros do Conselho, participaram da campanha trazendo algumas dicas sobre #ComoGovernar. Para assistir as falas completas, clique nas imagens abaixo: Para Fabio Deboni, governar é ter uma visão de futuro. “Para além de compliance e integridade, a governança é a chave para a perenidade e a efetividade de qualquer organização”. Em contrapartida, Taynara ressalta a importância do Conselho Consultivo de uma organização com o objetivo de conhecer a fundo todas as áreas – só assim é possível ter uma visão 360º dos possíveis problemas e soluções. Com a participação de Fernando Gomes, quase chegamos ao final das dicas sobre Governança. Para ele, “Quanto mais transparente uma instituição é, mais informações são levadas à mesa e mais fácil é a tomada de decisão. Com isso, outros agentes passam a ver essa empresa com mais credibilidade, permitindo superar alguns desafios mais facilmente. Com a confiança de outros em seu negócio muitas portas se abrem”. Por fim, vale ainda retomar a fala de Percival Caropreso, militante no terceiro setor há mais de 30 anos, que compartilhou conosco sua trajetória inspiradora de envolvimento com causas sociais. O início de tudo foi com a adoção de sua primeira filha. Depois, vieram as demais e a fundação de um abrigo que, ao longo de sua existência, ajudou mais de 500 crianças. Hoje, Percival Caropreso é consultor de comunicação para Organizações da Sociedade Civil e membro super atuante no nosso Conselho Consultivo. Para assistir a história dele, clique no vídeo abaixo: Quando se torna crucial ter uma mão firme e segura no timão de um barco, a capacidade de ler os mapas de bordo e o conhecimento dos segredos do mar? Neste ano de contínuas, profundas e também turbulentas transformações, nas quais a Aventura de Construir foi chamada a mudar de pele para responder a este outro normal, percebemos ainda mais o valor de ter profissionais com esta humanidade viva e atenta e com este entendimento realista das situações nos nossos órgãos diretivos. Por isso o extremo valor da governança agora: é o momento de caminhar juntos, é o momento no qual todos que vivemos com responsabilidade e paixão pelo bem comum podemos e precisamos dar uma contribuição significativa. Aproveitamos para deixar aqui o nosso agradecimento a todos os membros da Diretoria e do Conselho Consultivo, pelo tempo, disposição e desejo cheio de atrevimento e coragem na construção desta vertiginosa jornada! <3

  • Já ouviu falar sobre Moda Sustentável?

    A indústria da moda ocupa o segundo lugar no ranking dos mais poluentes do mundo segundo a BBC. Esse fato se dá pela produção rápida de peças e o estímulo ao consumo frequente, compondo o chamado fast fashion (uma alusão ao conhecido fast food). As pessoas consomem, em média, 60% mais peças do que há 15 anos, e cada item é mantido no armário por metade do tempo que no passado, segundo Aliança das Nações Unidas para Moda Sustentável. A combinação desses fatores resulta em imagens como a que segue: O quadro pintado não é dos mais agradáveis, não é mesmo? Natália Guasso, de Porto Alegre, definitivamente acha que não. E mais: acredita que nós, hoje, temos meios para transformar essa realidade. Neste ano de 2020 seu empreendimento, o Brick de Desapegos, completa 9 anos. A feira de moda sustentável pioneira na capital gaúcha começou em 2011 no maior estilo ativismo. A missão central era (e continua sendo) incentivar o desapego de peças e o consumo sustentável. Como? Realizando feiras com brechós da cidade, “que na época ainda não estavam na moda como estão hoje”, relembra Guasso, além de incentivar os próprios frequentadores da feira a levarem seus desapegos. “Ofereço o espaço. Quem quiser expor, paga uma taxa fixa na entrada, retendo o lucro de suas vendas.” A ideia é realmente simplificar, incentivando as pessoas a olharem para o armário com um olhar crítico, oferecendo uma alternativa sustentável. As feiras também contam com eventos paralelos, como atividades em parceria com universidades que levam conteúdos e oficinas para o evento. O que começou em 2011 como atividade paralela se tornou o sustento e atividade principal da empreendedora há 4 anos. Em 2019 realizam mais de 100 eventos, de pequeno a grande porte. E em março de 2020, chega a pandemia do Coronavírus, paralisando qualquer possibilidade de eventos presencias. Após o choque inicial, sentido por todos e todas, Natália respirou fundo e viu a possibilidade se planejar e reorganizar. “O Brick aconteceu e se consolidou de forma muito orgânica, conforme aconteceu. Com a pandemia, vi a possibilidade de fazer cursos e estruturar um planejamento estratégico para o Brick.” Agora com a nova realidade imposta aos negócios que viviam especificamente de maneira presencial, o Brick Desapego também precisa se adequar ao mercado e mundo on-line para realizar seus eventos. Ao longo das oficinas e assessorias do Crescendo em Rede, assim como outras que participou, o Brick vem estruturando seu plano de negócios adaptado à realidade digital, como necessidades de expertises específicas do novo mercado, planejamento de captação de recursos e estruturação de parcerias e, principalmente, realização da migração das feiras para o online. O aprendizado de Natália pode mostrar sua força também na aplicação ao edital criado pela AdC no Crescendo em Rede (para saber mais, basta acessar aqui o link completo do blog que conta sobre esta jornada). Da análise minuciosa dos 25 projetos finais, 8 foram os vencedores e Natália estava entre eles! A empreendedora foi uma das ganhadoras do capital semente para continuar seu projeto e adaptá-lo conforme as necessidades deste outro normal. Neste momento o Crescendo em Rede está na etapa de acompanhamento através de assessorias individuais (fase de incubação e aceleração de negócios) com os ganhadores do prêmio e até agora já foram realizadas 3 sessões de um total de 6. A alegria de Natália ao ver seu trabalho reconhecido trouxe ainda mais fôlego para continuar seu processo de aprendizado e prática! Na busca de parcerias para contribuir com o desenvolvimento das feiras on-line, Natália conseguiu negociar com o Sebrae-RS, o fomento de 105 stands on-line no período de 3 meses. Os expositores interessados contribuem com uma taxa social, possibilitada pela parceria com o Sebrae. Hoje, o @brickdedesapegos_ já está na sua 7ª edição online, fora as lives que acontecem frequentemente no Instagram do Brick. “As feiras já estão se pagando nesse novo formato, e os expositores estão vendendo. Existe uma dificuldade de adaptação de alguns, mas acredito que o online veio para ficar. Quando o contexto permitir, o Brick avaliará se e como voltar para o presencial”. Facebook: https://www.facebook.com/BrickDeDesapegos/

  • O que é ser voluntário de verdade?

    Texto escrito por Percival Caropreso, profissional de Comunicação, fundador da Setor 2 ½, Conselheiro da Aventura de Construir Em 1997, ainda na agência de comunicação McCann-Erickson, fomos chamados pela então primeira-dama, Professora Ruth Cardoso, fundadora do Comunidade Solidária. Ela não gostava de ser chamada de primeira-dama, nem de Dona. Era Professora Ruth Cardoso mesmo. Glen Martins e Carlos Pinto, que comandavam a agência em Brasília, estavam comigo no projeto: lançar o correto conceito do que é ser VOLUNTÁRIO na vida. O objetivo era fomentar o nascimento de uma rede nacional integrada de centros de voluntariado, todos com a mesma visão consciente do que é ser voluntário de fato e compartilhar tecnologias sociais, projetos comuns, aprendizados, sucessos, erros e acertos. Team of volunteers stacking hands O grande problema é que, no Brasil, a cultura do voluntariado é muito pessoal, emocional. A participação dos voluntários costuma ser efêmera e se esgotar rapidamente nela mesma. Como se cada um estivesse fazendo o Bem pra contar pontos num programa de milhagem pessoal para o Céu. O voluntário nem sempre trabalha numa causa, mas sim num lugar, num projeto, numa ong. E trabalha quando ele quer, como ele quer e se ele quer. Geralmente falta consciência estratégica, planejamento, plano de ação, comprometimento, capacitação, que qualifiquem e fortaleçam esse impulso inicial, apenas pessoal e generoso. Aí eu pensei numa hipótese para a campanha de comunicação, arrogante e metida a intelectual. Tive a ousadia de discuti-la com a professora Ruth Cardoso: questionar essa essência, de que todo voluntário é movido por uma motivação interna inicial e pessoal. Impetuosa, geralmente egoísta como um salto no escuro. Aí eu comecei o discurso. Vontade. Vem do Latim, do verbo transitivo volo, vis, velle, volui. Ou seja, basta vontade e pronto. Daí vieram vontade (voluntas-tis) e voluntário (voluntarius, a, um). Ou seja, de livre vontade, também uma característica da atuação voluntária. Essa origem do querer, do desejar, é presente em verbos de muitas línguas: vouloir, volere, want, welle. Vontade é a intenção, a projeção que fazemos, hoje, de algo que queremos realizar. No futuro. Não por acaso o tempo futuro, em Inglês, é will. Vem do inglês medieval wille, que vem do anglo-saxão willa. Todos de origem indo-europeia, de onde veio o itálico e também veio o nosso latim. Mas o verbo volo, as, are, avi, atum tem também uma forma intransitiva, com outro significado: voar. O mesmo radical está em muitas línguas: volare, volar, voler, voar. Nos idiomas anglo-saxões, a fonética transformou em fleogan e flyen, que resultaram modernamente em flug e fly. Já dizia Ícaro que o Homem pode voar. E o voluntário também: atira-se por impulso para uma aventura que desconhece o amanhã. Nosso papel é desconstruir essa noção inconsciente de que ser voluntário é um breve salto no escuro a partir de uma vontade generosa e impetuosa, que desconhece o amanhã. Temos que comunicar que ser voluntário é manter um engajamento sério, que pressupõe consciência da nossa decisão e compromisso duradouro com nosso trabalho. Com a causa. Não tem nada a ver com volátil, volúvel, voluteante. A professora Ruth Cardoso apenas sorriu, concordou em parte, mas destruiu essa minha hipótese para a campanha de comunicação: não funcionaria para atrair multidões. Mudamos de assunto. Com outra abordagem, a campanha faz sucesso até hoje: “O que você faz bem, pode fazer bem pra alguém. Venha, seu coração é voluntário.”

  • É possível encarar os novos desafios? E como?

    Das respostas a estas perguntas nasce o projeto Alfabetização em informática em parceria com a Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SMIT) da prefeitura de São Paulo. O ano de 2020 já chegando ao fim, mas o trabalho na Aventura de Construir (AdC) ainda segue à todo vapor! Na semana passada demos início a um novo projeto, uma realização da AdC financiada pela SMIT via Emenda Parlamentar da Vereadora Janaína Lima (Novo). O projeto visa desenvolver uma jornada digital de aprendizagem humana integral que prepare funcionários dos Telecentros e DigiLabs da cidade de São Paulo a formar microempreendedores a usufruírem de uma nova realidade virtual, garantindo uma alfabetização em informática que seja eficaz e aplicável às ofertas de produtos e serviços num cenário de pandemia e pós-pandemia que nos impõe uma série de adaptações e desafios para viver um “outro normal”. O Telecentro é espaço público que oferece computadores, internet e outras tecnologias de inclusão digital para que pessoas sem estes acessos possam comunicar-se e utilizar tais ferramentas para uma série de atividades, como procurar trabalho e estudar, enquanto desenvolvem, simultaneamente, habilidades digitais essenciais. Já o Digilab é um projeto piloto de modernização do Telecentro direcionado a públicos específicos, visando modernizar não somente os computadores, mas trazer uma nova vocação à unidade, de modo que supra as necessidades do público que a utiliza. O objetivo deste projeto realizado pela AdC com estes parceiros é formar multiplicadores nos Telecentros e DigiLabs que possam replicar os conteúdos aprendidos de acordo com seus respectivos escopos de atividades, permitindo que novos modelos de negócio sejam desenvolvidos para atender de forma concreta às reais demandas e necessidades das “periferias” de São Paulo. Buscamos, assim, criar e democratizar oportunidades de aprendizado aplicáveis no cotidiano de microempreendedores de distintos ramos de atuação. Este projeto surgiu no momento pelo qual a AdC partiu de uma realidade concreta: a crise econômica brasileira, agora acirrada pela disseminação do Covid-19, nos exigindo enfrentar a situação com soluções criativas para viver um “outro normal”. Neste sentido, nos orientamos pelo nosso próprio método de trabalho, propondo o empreendedorismo como umas das alternativas mais viáveis e interessantes para que famílias em situação de vulnerabilidade consigam obter renda de forma estável, assim como gerar oportunidades de emprego em seu entorno. Num cenário de imprevisíveis mudanças e aceleração da utilização de métodos, ferramentas e suportes digitais, decidimos então promover a alfabetização em informática. O acesso a este conhecimento tem o potencial de ampliar uma visão de negócios capaz de gerar diferentes transformações territoriais, permitindo ainda que os conteúdos ministrados sejam sempre multiplicados no interior de programas de inclusão digital da Prefeitura de São Paulo. Através desta jornada, buscamos: Democratizar o uso das novas tecnologias que geram oportunidades de renda e emprego para um público que ainda tem acesso restrito a este tipo de conhecimento; Promover uma real mudança de mindset, desenvolvendo nos participantes uma atitude flexível, proativa, colaborativa e, ao mesmo tempo, aberta para seguir aprendendo por meio de modelos à distância e multiplicar tais aprendizados; Disseminar competências e habilidades exigidas para fortalecer economias de baixa renda através de processos autônomos e protagonistas; Compartilhar possíveis novos modelos de negócio que utilizem a informática como forma de atender concretamente às reais demandas e necessidades dos negócios de microempreendedores usuários dos Telecentros e Digilabs. E sabe qual é a melhor parte disso tudo?! As capacitações já iniciaram com muito gás e feedbacks positivos! Por isso, queremos, além de divulgar essa nova iniciativa, celebrar o momento e agradecer muito a cada uma das pessoas envolvidas para tirar este projeto do papel! Em especial à Vereadora Janaína Lima que procurou a AdC para desenhar esta jornada e criar as pontes com a Secretaria Municipal de Inovação de Tecnologia (SMIT) para financiá-la. Para quem ficou ainda com um gostinho de quero mais, confere aqui os comentários que estão rolando dos participantes: “Para mim, os exemplos reais de empreendedores, foi o que mais me surpreendeu. Gostei muito e achei bem legal a forma que vocês estão apresentando o curso”. “(…) Os assuntos abordados são muito interessantes e, brilhantemente conduzidos, têm o poder de provocar a reflexão e o esforço no questionamento do que sei, do que não sei e estar atento para o que posso vir a aprender. Se instigam reflexões cujas respostas são concretas, realistas, complementados com comentários elucidadores”. “(…) Conheci ferramentas de trabalho que nunca tinha usado”. “Primeiro tenho que parabenizar este curso por estar capacitando nós agentes de inclusão digital ao atender uma classe que mais precisa com essa mudança tecnológica e infelizmente de forma mais rápido devido a pandemia (…)”. Gratidão demais aos envolvidos e também aos participantes que mergulharam nesta aventura com a gente!!!

  • Vamos Transformar o Mundo Juntos? #DiaDeDoar

    Se você sente vontade de contribuir com alguma causa, o dia é hoje! <3 Neste primeiro de dezembro, milhares de pessoas em dezenas de países mobilizam-se para defender e apoiar organizações que atuam com impacto social – como a AdC! 🙂 Pessoas físicas, empresas, igrejas… todo mundo pode colaborar! Não deixe o dia de hoje passar em branco e faça parte da mudança! Juntos, construímos uma sociedade mais justa, igualitária e cheia de oportunidades para todos. Existem muitas formas de fazer parte desta ação e a doação em dinheiro é somente uma delas! Você pode colaborar com: O Natal está chegando… que tal presentear alguém querido e ainda colaborar com a causa da AdC? A VOZ SOCIAL ABRAEL é uma ação criada pela Associação Brasileira das Empresas de Luxo e a Aventura de Construir. A parceria não é de hoje, e o resultado, desta vez, foi um bazar de luxo onde 100% do lucro das vendas será revertido para a AdC! Quer saber mais? Clique AQUI! SEJA VOLUNTÁRIO! <3 O tempo é uma das formas mais eficazes de doação. Aqui, na AdC, valorizamos cada voluntário que nos ajuda a seguir com a nossa missão! Faça parte da transformação clicando AQUI. Faça uma doação diretamente para a AdC 🙂 A partir de R$30, você ajuda a AdC a seguir transformando os cenários do empreendedorismo de periferia. Clique AQUI para doar. E aí, vamos juntos nessa? 🙂

  • 10 dicas de redes sociais para microempreendedores

    Não é novidade que as redes sociais fazem parte da vida de milhares de brasileiros. Uma pesquisa feita pelo IBGE em 2018 aponta que, no país, sete em cada dez brasileiros acessa a internet diariamente. Além disso, 66% da população tem conta em alguma plataforma digital e o tempo de navegação varia de 30 minutos até seis horas ao dia. O mercado percebeu esta movimentação há tempos e, hoje, é comum entrar no LinkedIn e encontrar uma avalanche de vagas em busca de profissionais que ocupem as cadeiras de comunicação e marketing. Vale levar em consideração que 2020 foi o ano da transformação digital! A pandemia pelo (nem tão) novo Coronavírus obrigou todos nós, que tínhamos uma vida também fora das redes, a conversar, estudar, trabalhar e passar o tempo livre assim, online. O resultado, como vimos, foi um número incontável de lives, cursos EaD sendo criados e novas funcionalidades lançadas. Desde o início da quarentena, o tempo de internet dos brasileiros aumentou em 50% de acordo com dados da Anatel. Com tanta gente conectada e comprando online, essa é a hora dos empreendimentos brilharem. Mas como chegar ao seu público – e ele com certeza está nas redes! – de maneira assertiva e orgânica? Confira 10 dicas que separamos para ajudar o seu negócio a aparecer neste universo! Conheça o seu público alvo Com quem você quer falar? Homens, mulheres ou ambos? Adolescentes ou adultos? Definir tudo isso é importante e é a partir dessa definição inicial que você vai criar os conteúdos da sua rede social. Faça um planejamento do seu conteúdo Na hora de fazer seus posts, planejamento e organização são fundamentais. Faça um calendário com os seus conteúdos semanais, assim, você evita publicações repetidas ou ultrapassadas. Siga o seu planejamento de conteúdo! Parece óbvio, mas não é: não adianta fazer o planejamento e não seguir. A consistência e a sistematicidade nas redes sociais são essenciais! Desta maneira o algoritmo – que é um dos responsáveis pela entrega do seu conteúdo – entende a relevância da sua página e entrega para, cada vez, mais pessoas. Além disso, a consistência te ajuda na hora de construir uma comunidade e manter os seguidores engajados, afinal, uma vez que você segue o cronograma, o público passa ver a sua marca com frequência e entender que determinadas vezes por semana (ou de acordo com o seu calendário), sua marca vai aparecer com novidades. Interaja com os seus seguidores Principalmente se o comentário for uma dúvida – o SAC 2.0, que é o digital, quando feito de maneira regular, demonstra qualidade de atendimento e preocupação com o público. Além disso, deixar uma resposta ou uma curtida ali, naquele comentário feito por um seguidor, engaja o público a seguir interagindo com as suas publicações e educa o algoritmo a continuar mostrando os seus posts no feed de quem te segue. 5. Mantenha as informações sempre atualizadas Em todas as redes existe um espaço para que você coloque informações básicas do seu estabelecimento. Mantenha telefone, endereço, horário de funcionamento e demais dados sempre atualizados. Nada mais chato do que tentar ligar ao telefone de alguém e ouvir a mensagem “este número não existe”, né? 6. Acompanhe o engajamento Vale a pena tirar um tempinho e acompanhar o engajamento dos seus conteúdos. Quantas pessoas curtiram, comentaram ou compartilharam? Este dado é fundamental na hora de definir, por exemplo, o seu cronograma de conteúdos seguintes, uma vez que você tem a visão do que trouxe resultados e o que não. 7. Utilize as funcionalidades das redes! O Instagram é tudo em um só. Tem feed, stories, Reels, IGTV e por aí vai. No TikTok, a mesma coisa. Facebook, Twitter, LinkedIn: igual. Investir apenas em um formato vai deixar o seu conteúdo ultrapassado. Aqui, vale lembrar: nem sempre complexidade é sinônimo de qualidade. As vezes vale a pena fazer um vídeo simples, sem edição, e postar nos stories do que mais um conteúdo no feed. 8. Não confunda a sua página pessoal com a do seu negócio Da mesma maneira que as despesas precisam ser separadas entre empreendimento e vida pessoal, as redes sociais também necessitam dessa divisão. Na página comercial invista em conteúdos sobre o empreendimento ou assuntos relacionados ao seu ramo. Assim, você mantém a autoridade e credibilidade do seu perfil e não confunde o público. As selfies podem ficar para o perfil pessoal. 9. Busque inspiração! Copiar é diferente de se inspirar – e esse último está mais do que permitido! Muitas vezes é difícil pensar em um planejamento de conteúdo. Ainda mais quando você já fez isso outras vezes. É normal, as ideias esgotam. Quando isso acontecer, você pode entrar na rede social daquela loja ou salão de cabeleireiro dos sonhos e pegar algumas inspirações para se reinventar. 10. Deixe a caixa de mensagens sempre aberta para o público O público é o nosso maior termômetro do que funciona ou não nas redes sociais – ou no próprio empreendimento! Por isso, ouvir as críticas construtivas e respondê-las é extremamente importante. Esperamos que essas dicas ajudem o seu negócio a engajar cada vez mais pessoas nas redes sociais! Se você gostou, não deixe de acompanhar a AdC no Instagram e Facebook, de deixar os seus feedback para melhorar sempre mais a nossa comunicação ou assinar a nossa Newsletter no rodapé deste website!

  • Nem heróis, nem vilões. Apenas empreendedores sociais

    Entre o compromisso com a resolução de problemas socioambientais a longo prazo e o senso de oportunidade com contexto. Texto originalmente escrito por Vanessa Prata, e publicado no site da Aupa Jornalismo. Frequentemente associados a heróis solitários, que surgiram para resolver os problemas sociais e ambientais do país (ou até do planeta), os empreendedores sociais costumam ser apresentados como exemplos bem-sucedidos de como ganhar dinheiro e mudar o mundo. Mais do que isso, em geral são mostrados como referências de superação e inspiração, sempre prontos a defender o impacto social sem deixar o lucro de lado. Muitos empreendedores sociais que vêm se destacando nesses últimos anos são pessoas (talvez personagens?) carismáticas, com histórias cativantes, que encantam as audiências (seja de leitores ou de investidores) e, consequentemente, caíram nas boas graças da mídia e de todo o ecossistema de impacto. Quem acompanha esse campo certamente conhece os mesmos 10 ou 15 casos de sucesso repetidos à exaustão nas mais diferentes mídias. Independentemente da trajetória bem-sucedida desses casos e do inegável talento para negócios somado ao desejo, real, de transformação social, a questão é que devemos, enquanto mídia e sociedade, ser mais criteriosos para não criar heróis onde temos apenas pessoas tentando fazer seu melhor. Ou pior, transformar heróis em vilões, porque eles não atenderam às expectativas impostas por outros sem conhecimento da situação de cada um. Assim como qualquer empreendedor (e qualquer pessoa), empreendedores sociais também erram – e não é de propósito! Erram na relação com seus colaboradores, parceiros, fornecedores, na falta de transparência ou mesmo numa “empolgação” exagerada, em que “quem conta um conto aumenta um ponto”, para agradar ou, simplesmente, porque faz parte do storytelling esperado. É difícil resistirmos a uma boa história. Se tiver elementos da jornada do herói então, melhor ainda! Todos gostamos de nos identificar de uma forma ou de outra com alguém bem-sucedido ou, no mínimo, de torcer para que o patinho feio que superou tantos obstáculos na sua trajetória pessoal e profissional realmente seja uma promessa de um futuro melhor para o mundo. No entanto, estamos aprendendo, com as experiências que também precisamos – parceiros, financiadores, mídia, academia –, a assumir a nossa corresponsabilidade nessa jornada empreendedora e a tomar como parte do nosso papel os cuidados que devemos ter com as narrativas de sucessos – ou de fracassos –, para que a história contada não seja (muito) maior do que a realidade. Outro ponto a ser considerado é que para continuar atendendo a uma narrativa de sucesso crescente, a profundidade do impacto pode deixar de ser relevante para dar lugar somente à escalabilidade: “Beneficiamos XXX milhões de pessoas, em X mil cidades com nosso app”, “tivemos XXX milhões de acessos na plataforma”. Escala é importante também, claro, mas quando os números falam mais alto do que o impacto real na vida das pessoas talvez seja o momento de refletir sobre esses casos de sucesso. O momento de pandemia que estamos vivendo traz ainda outras reflexões relevantes sobre as narrativas de “sucesso”. Diversas healthtechs e mesmo startups de outras áreas vêm se destacando com soluções criadas ou adaptadas para enfrentar os efeitos da Covid-19: de plataformas de consultas médicas virtuais aos aplicativos de testes ou monitoramento de sintomas via chatbots, de plataformas de crowdfunding aos sites de conexões entre voluntários ou prestadores de serviços e o público em geral, além de mentorias a microempreendedores e atendimento psicológico on-line, entre outras ações. Quais dessas iniciativas estão, de fato, comprometidas a resolver um problema social no médio e no longo prazo e quais estão, talvez, aproveitando uma oportunidade causada pela situação atual? É cedo para saber, mas é algo para ficarmos atentos ao contar as próximas histórias de sucesso.

  • Conheça Carlos Ferreirinha e o projeto Voz Social Abrael!

    Carlos Ferreirinha é o mais importante formador de opinião sobre o Mercado e a Gestão do Luxo e Premium da América Latina. São mais de 25 anos no gerenciamento de operações, desenvolvimento de negócios, marketing, comunicação e inteligência estratégica. Em 2001, fundou a MCF Consultoria, uma empresa que traduz a inteligência do Luxo em gestão, provendo consultoria, orientação, treinamento, capacitação e educação. E, há 12 anos, com o objetivo de gerar relacionamento entre marcas de luxo do Brasil e América Latina, Carlos Ferreirinha fundou a Abrael (Associação brasileira das empresas de Luxo). Agora, sua vontade de realizar ações sociais com mais frequência fez nascer o projeto Voz Social Abrael, em parceria com a Aventura de Construir (AdC). O projeto, que começou este ano (2020), é um bazar de luxo on-line onde 100% das vendas são revertidas para que a AdC siga realizando assessorias e capacitações para microempreendedores de baixa renda e cumprindo sua missão de desenvolvimento territorial local. Site do projeto Voz Social Abrael – https://www.abraelsocial.com.br/ Para entender mais sobre a ideia, conversamos com Ferreirinha e o resultado foi uma entrevista super bacana! Confira na íntegra abaixo. Você sempre foi envolvido com terceiro setor e trabalho voluntário? Sempre fui, desde muito jovem. Desde a adolescência me envolvo em projetos de impacto social, e, até aqui, foram inúmeros trabalhos voluntários e iniciativas sociais. Como foi o envolvimento das marcas com o projeto Voz Social Abrael? Todas abraçaram a ideia com vontade, entusiasmo e paixão. Logo no primeiro momento tivemos várias doações de marcas diversas querendo contribuir com o projeto. Por que a Aventura de Construir foi escolhida para ser beneficiada por este projeto? Pelo meu envolvimento com impacto social e também com a AdC. Também acredito que o fomento ao negócio e ao empreendedorismo, que é o foco da AdC, se alinha, de certa forma, ao DNA das mercado de luxo. Quais são as suas expectativas para o projeto Voz Social Abrael? Além de gerar resultado e impacto nos microempreendedores apoiados pela Aventura de Construir, criar uma ação social perante as marcas que são associadas a Abrael. Identidade visual do projeto. Saiba mais sobre o storytelling no Instagram @aventuradeconstruir O que dois mundos que parecem não dialogar – periferia e luxo – tem para trocar? Luxo tem a ver com o comprometimento da excelência, com o fazer de maneira especial. Aqui, não interessa a estratificação social. Excelência é um símbolo e um comprometimento em qualquer segmento, atividade e posicionamento social. O nível das doações no Brasil nunca foi tão alto como no período da pandemia: qual e o legado que não podemos perder? Na verdade tem sido alto no mundo. O Brasil estava em débito com isso. Espero que seja o início de um movimento irreversível. Para saber mais sobre o Voz Social Abrael, acesse: http://www.abraelsocial.com.br/ Fica aqui o nosso agradecimento ao Ferreirinha e Abrael pela parceria!!

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