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- Participe do encontro “Da Periferia, a Resposta: existe essa ponte?”
Diálogo entre experiências e propostas do ecossistema: um encontro entre empreendedores, universidades, empresas e poder público e lançamento do livro “Da Periferia, a Resposta: uma iniciativa transformadora”. Por que participar? Descubra iniciativas que nascem nas periferias: seus desafios, aprendizados e potenciais. Ouça o diálogo entre atores públicos e privados e inspire-se na construção de um terreno comum para a mudança. Entenda como construir pontes que transformam experiências locais em políticas públicas de impacto. Venha construir essa ponte com a gente! 👉 Garanta sua vaga gratuitamente Painéis temáticos Painel 1 — Políticas Públicas para o Desenvolvimento Inclusivo e Acesso ao Crédito Propostas concretas para aproximar experiências territoriais das agendas de governo. Ediméa Tereza - Afrochefe e fundadora da Quilombo Doces, é nutricionista e estuda Gastronomia Africana e Quilombola; Daniel Papa - Diretor de Educação Empreendedora do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, é mestrando em Políticas Públicas e Governo pela FGV; Bruno Girardi - Diretor de Investimento de Impacto na SITAWI Finanças do Bem e professor de Investimento de Impacto na FGV; Felipe Mecchi - Economista pela UFABC e mestre pela FGV-EESP, integra a equipe econômica do C6 Bank. Painel 2 — Empreendedorismo Feminino Periférico: Realidades, Desafios e Potenciais Histórias de mulheres que transformam a realidade e criam caminhos de autonomia e geração de renda nas periferias brasileiras. Gema Soto - Empreendedora nascida em Bolívar, Venezuela, é fundadora do Chévere Restaurante, focado em alimentação saudável e sustentável; Beatriz Nóbrega - Secretária-Executiva da Frente Parlamentar pela Mulher Empreendedora no Congresso Nacional e fundadora da Plano Public Affairs; Cleo Santana - TEDx Speaker, sócia diretora da Escola de Negócios da Favela, VP do Data Favela e curadora da Expo Favela Innovation Brasil; Beatriz Ferrreira - Sócia e Diretora de Projetos na Catálise, é Mestre em design pela ESDI/UERJ e atua há mais de 5 anos coordenando equipes de inovação. Painel 3 — O Papel da Iniciativa Privada e da Academia na Cocriação de Soluções Como empresas e universidades podem apoiar o empreendedorismo periférico com inovação e responsabilidade social. Dulce Falcão - Cabeleireira, especialista em Visagismo e Consultoria de Imagem, é fundadora do Espaço Dulce Divas; Carolina da Costa - Chief Impact Officer da Stone Co, lidera frentes de inclusão produtiva e integração ESG. É presidente do Comitê ESG do Grupo Boticário; Edgard Barki - Professor Adjunto da FGV-EAESP, Doutor e Mestre em Administração e Coordenador do FGVcenn (Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios); Rosa Maria Fisher - Professora Titular Sênior da FEA-USP, é socióloga e fundadora do Centro de Empreendedorismo Social e Administração do Terceiro Setor da USP; Kelly Pina - Coordenadora sênior de Impact Growth no iFood, atua na construção de parcerias com o terceiro setor, impulsionando negócios de impacto e iniciativas de inovação social. Informações práticas Data: Quarta-feira, 26 de novembro de 2025 Horário: Recepção e credenciamento a partir das 13h Local: Instituto de Ensino e Pesquisa Insper — Sala Jorge Paulo Lemann Endereço: Rua Quatá, 300 – Vila Olímpia, São Paulo (SP) Saiba mais sobre o projeto e o livro: Em um Brasil marcado por desigualdades históricas, a Aventura de Construir (AdC) tenta dar voz a territórios que permanecem silenciados por tanto tempo, lugares que não são espaços de falta, mas de potência. Dessa visão nasceu o projeto “Da Periferia, a Resposta” , realizado com o apoio da Aliança pela Inclusão Produtiva (AIPÊ) , na convicção de que o desenvolvimento humano integral só acontece quando se reconhece o valor que habita nas margens. O relatório apresenta a metodologia da AdC, baseada no princípio “primeiro a pessoa, depois o negócio” , reconhecendo que o desejo das pessoas vai além do ganho econômico: envolve escuta ativa, formação integral e acompanhamento humano . Entre 2024 e 2025, mais de 300 mulheres negras, chefes de família, migrantes e artesãs de todo o país transformaram talento em negócio e resistência em inovação. O documento apresenta números e vozes que se entrelaçam para contar uma história maior: que a renda é medida em protagonismo, clareza e autoestima, tanto quanto em resultados econômicos. A iniciativa tem o objetivo de construir pontes entre o setor privado, universidades e governo . Juntos, se pode mostrar que políticas públicas eficazes nascem quando se escuta quem está na base. Mais do que um projeto social, Da Periferia, a Resposta consolidou-se como uma tecnologia social replicável , alinhada aos ODS da ONU e às agendas de inclusão produtiva do Brasil . A AdC sonha em ampliar essa metodologia para todo o país , fortalecendo redes, inspirando políticas públicas e criando novas pontes entre saberes e territórios. Não conseguirá participar? A transmissão ao vivo também estará disponível no YouTube para quem não puder comparecer presencialmente garantindo que mais pessoas acompanhem os painéis, diálogos e o lançamento do documento em tempo real de qualquer lugar do Brasil.
- Iniciativas de Inclusão Produtiva: Protagonistas da sua própria história
Por Ana Luiza Mahlmeister Vivianne Naigeborin tem uma longa trajetória na criação e fortalecimento de iniciativas de impacto social. Atualmente é superintendente da Fundação Arymax, que atua na inclusão produtiva de pessoas vulneráveis no mundo do trabalho e prioriza iniciativas que vão além do empreendedorismo. Nessa conversa com o Blog ESG, da Aventura de Construir, Vivianne nos conta um pouco dessa história e sua motivação: a geração de trabalho e renda é a melhor porta de saída da pobreza. “Dar oportunidade às pessoas escolherem melhor seus caminhos e terem uma vida digna é uma das causas mais urgentes no combate às desigualdades e à pobreza”, reforça Vivianne. Nessa lógica, as soluções para os grandes desafios sociais nascem nos próprios territórios e não de criações externas. O “aprendizado com a periferia” precede à “ajuda à periferia”. O território não precisa de porta-vozes, ou seja, os moradores detêm o conhecimento, tem suas próprias exigências, entendem seus desafios, o que funciona melhor e quais os caminhos para a geração de trabalho e renda. “Qualquer solução de inclusão produtiva deve partir dos saberes periféricos com as pessoas que moram nesses espaços”, analisa. Iniciativas filantrópicas e o investimento social privado podem potencializar esse protagonismo sem reproduzir lógicas assistencialistas. “Hoje temos mais atores sensíveis a esse contexto do que há dez anos”, afirma Vivianne. Ela destaca a importância da cocriação de soluções, sejam de recursos filantrópicos ou estatais. “Esse investimento deve ser paciente na espera dos resultados, levando em conta o ritmo e os saberes da periferia”, destaca Vivianne. A criação conjunta de soluções passa pelo diálogo entre sociedade civil, poder público e iniciativa privada, propondo caminhos para programas privados e políticas públicas baseadas em experiências concretas, a exemplo da atuação da Aventura de Construir. O maior desafio é mudar a lógica da ação filantrópica e das políticas públicas no desenho e implementação das iniciativas. Para Vivianne, programas criados em conjunto com os atores alvo das ações potencializa resultados. “A intersetorialidade é fundamental para criar espaços permanentes de confiança e troca de experiências para o desenvolvimento das políticas”, afirma. Muito desse trabalho acontece de forma isolada, em programas de filantropia dentro de gabinetes públicos e dentro de empresas, sem escuta externa. “É importante criar espaços de confiança em que os atores possam trabalhar juntos”, destaca Vivianne. Nesse cenário as empresas podem atuar de maneira mais estratégica, indo além da responsabilidade social, para apoiar a inclusão produtiva e o desenvolvimento territorial sustentável. O primeiro passo é entender a importância da formação de pessoas na geração de trabalho e renda, e que essa responsabilidade não é exclusiva do Estado. Por isso a importância de a empresa ser um espaço de aprendizado, dando oportunidades de formação e desenvolvimento de competências técnicas e socioemocionais. “É papel das empresas serem mais diversas e acolhedoras abrindo espaços de aprendizagem e oportunidades”, afirma Vivianne. Mulheres, jovens e populações racializadas são os grupos mais sub representados no mercado de trabalho, e os que encontram mais desafios para gerar renda, por isso a importância das políticas de inclusão. As mulheres, por exemplo, são as grandes responsáveis pelo cuidado do lar, doentes e crianças. “As políticas públicas podem apoiá-las para que possam sair para trabalhar de forma tranquila, com creches para deixar as crianças e centros de convivência para encaminhar idosos, além de oferecer oportunidades de trabalhar mais próximo de suas casas, para não perder tempo com deslocamentos”, aponta Vivianne. A importância das políticas de diversidade nas empresas, segundo Vivianne, corrige erros históricos e equaliza o mercado de trabalho. Outro grupo que deve ser priorizado é a população jovem, para que tenham mais oportunidades para entrar no mundo do trabalho a partir de uma formação mais adequada. Na opinião de Vivianne, hoje as empresas são mais conscientes da importância da saúde mental e bem-estar dos colaboradores para diminuir a rotatividade e contar com pessoas engajadas e produtivas. “Cuidar da pessoa é condição para cuidar do negócio", afirma Vivianne. Sobre o papel do Ministério do Empreendedorismo para aproximar experiências, Vivianne reforça a importância de abrir espaço para que se ouça o que as pessoas da periferia têm a dizer, seus principais desafios, entre eles o acesso a crédito personalizado e a linhas de conexão com o mercado, por exemplo, por meio de programas de inclusão nas compras públicas. Outra iniciativa importante é o desenvolvimento de gestores públicos capazes de alavancar o potencial dos empreendedores. “O Brasil sabe o potencial da periferia, da criatividade, talento e vontade de trabalhar no desenvolvimento do país, por isso a importância da resposta de todos nós para construir caminhos para que isso aconteça”, destaca. Houve avanços nas políticas públicas e privadas no apoio aos empreendedores e isso gerou mais protagonismo. “Vemos uma grande evolução, com empreendedores periféricos liderando conversas, mas existe ainda um grande caminho a percorrer para que o diálogo entre as diversas áreas funcione melhor”, diz Vivianne. Ela reforça a importância de espaços de diálogo que unam gestores públicos e privados, público externo, terceiro setor e universidades para troca de experiências, acesso a pesquisas e acompanhamentos de programas, a exemplo de um Núcleo de Inclusão Produtiva, criado no Insper, em São Paulo. “O núcleo reúne atores que atuam no tema e promove encontros que são importantes para refinar estratégias, ampliar o networking, conhecer pessoas e ideias, aperfeiçoar projetos de inclusão produtiva de pessoas em vulnerabilidade econômica, seja por meio do empreendedorismo ou do emprego em áreas urbanas ou rurais”, completa Vivianne. acompanhamentos de programas, a exemplo de um Núcleo de Inclusão Produtiva, criado no Insper, em São Paulo.
- Autoestima e Identidade: O Impacto da Consultoria de Imagem de Leidiane Cardoso - Podcast Empreendendo na Periferia #7
Conheça a trajetória da empreendedora Leidiane Cardoso , que usa a consultoria de imagem como ferramenta de empoderamento para mulheres da periferia. Com um olhar inclusivo e acessível, ela ajuda suas clientes a se sentirem mais confiantes e representadas na sociedade. Acesse pelo link O Podcast Empreendendo na Periferia é um espaço onde histórias reais e dicas práticas se encontram para fortalecer o empreendedorismo que nasce das periferias do Brasil. É uma produção da Aventura de Construir, a AdC, ONG que atua no apoio ao crescimento pessoal e à transformação socioeconômica desse público, os microempreendedores das periferias , promovendo sua formação e fortalecimento. A cada episódio, traremos convidados especiais que compartilham suas experiências, desafios e sucessos no mundo do empreendedorismo . São verdadeiros protagonistas de suas vidas, seus negócios e suas comunidades. Não perca esse episódio! Nos siga nas plataformas de áudio e nas redes sociais. Apresentação de Ana Luiza Mahlmeister Produção de Pedro Menezes e Vinicius Dutra Edição de Vinicius Dutra
- Da Periferia, a Resposta: Trocas com Ana Carla, Rosangela e Antônia - Podcast Empreendendo na Periferia #15
Neste episódio, escutamos três mulheres que mostram, na prática, o poder transformador do empreendedorismo nas periferias. Ana Carla da Pitada Saudável , Rosangela da Pote dos Desejos e Antônia do Ayrá Ateliê , compartilham suas trajetórias, desafios e aprendizados vividos no projeto "Da Periferia, a Resposta" , realizado pela Aventura de Construir , com apoio da AIPÊ . Entre maternidade, ancestralidade e propósito, elas revelam que empreender vai muito além de vender um produto, é um caminho de autoconhecimento, autonomia e fortalecimento coletivo. Acesse pelo link O Podcast Empreendendo na Periferia é um espaço onde histórias reais e dicas práticas se encontram para fortalecer o empreendedorismo que nasce das periferias do Brasil. É uma produção da Aventura de Construir, a AdC, ONG que atua no apoio ao crescimento pessoal e à transformação socioeconômica desse público, os microempreendedores das periferias , promovendo sua formação e fortalecimento. A cada episódio, traremos convidados especiais que compartilham suas experiências, desafios e sucessos no mundo do empreendedorismo . São verdadeiros protagonistas de suas vidas, seus negócios e suas comunidades. Não perca nenhum episódio! Nos siga nas plataformas de áudio e nas redes sociais. Apresentação de Nico Dicuonzo Produção de Nathalia Vezenhassi e Luiz Sette Edição de Vinicius Dutra
- Almazzen que Floresce: A jornada de Jessyca após mudança na carreira - Podcast Empreendendo na Periferia #14
Neste episódio, ouvimos Jessyca , fundadora do Almazzen , que transformou um momento de crise pessoal em oportunidade criativa . Com terrários e suculentas, ela reconstruiu sua trajetória profissional, enfrentou desafios iniciais, conquistou parcerias importantes e encontrou apoio da Aventura de Construir para profissionalizar seu negócio . Uma história que mostra como criatividade e resiliência podem transformar vidas e comunidades. Acesse pelo link O Podcast Empreendendo na Periferia é um espaço onde histórias reais e dicas práticas se encontram para fortalecer o empreendedorismo que nasce das periferias do Brasil. É uma produção da Aventura de Construir, a AdC, ONG que atua no apoio ao crescimento pessoal e à transformação socioeconômica desse público, os microempreendedores das periferias , promovendo sua formação e fortalecimento. A cada episódio, traremos convidados especiais que compartilham suas experiências, desafios e sucessos no mundo do empreendedorismo . São verdadeiros protagonistas de suas vidas, seus negócios e suas comunidades. Não perca nenhum episódio! Nos siga nas plataformas de áudio e nas redes sociais. Apresentação de Ana Luiza Mahlmeister Produção de Nathalia Vezenhassi e Luiz Sette Edição de Nathalia Vezenhassi
- Instituto Ultra aposta na educação como alavanca de transformação social: entrevista com Luis Guggenberger
Por Ana Luiza Mahlmeister A desigualdade educacional está entre os principais problemas brasileiros e tem sensibilizado organizações sociais, governo, entidades públicas e privadas. A relevância da educação e seu impacto no desenvolvimento das comunidades direciona a estratégia do Instituto Ultra, organização da sociedade civil responsável pelo investimento social privado da Ipiranga, Ultragaz, Ultracargo e Hidrovias do Brasil. Na liderança do Instituto está Luis Fernando Guggenberger, executivo com ampla experiência em organizações sociais do terceiro setor, com passagens pela Fundação Gol de Letra, Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), além da atuação na iniciativa privada na Fundação Telefônica Vivo e Vedacit. A partir de 2022, o Instituto Ultra revisitou a sua estratégia e passou a direcionar os investimentos para as cidades onde operam as empresas do grupo. “ Enxergamos a educação como motor de transformação da realidade do país, por isso a escolha como foco prioritário de atuação, ampliando as possibilidades de mudanças nas vidas das pessoas. ”, explica Guggenberger. O objetivo do Instituto Ultra é investir na educação, por meio de 2 pilares estratégicos, o primeiro é o investimento para a melhoria da qualidade da educação básica, especialmente no ensino fundamental II, fortalecendo e apoiando as lideranças e a gestão educacional de municípios, bem como a recomposição e aceleração de aprendizagem de alunos, e o segundo é focado na educação profissional. A atuação se estende a Canoas (RS), Santos-Cubatão (SP), Betim (MG), Ipojuca (PE), São Luís (MA) e Barcarena (PA), municípios onde as empresas do Grupo atuam. O Instituto trabalha com a rede pública por meio de alianças com as Secretarias Municipais de Educação. “ A posição é de escuta das necessidades e dos principais desafios da cidade, com respeito e cuidado para não sobrepor o que a cidade quer e precisa, buscando parceiros no ecossistema entre organizações sociais e empresas que tenham experiência com esta agenda, viabilizando projetos de maneira escalável ”, explica Guggenberger. O investimento é dividido de duas formas: a primeiro de recursos diretos por meio da doação voluntária das empresas do Grupo, e a segunda é a da gestão da destinação dos recursos incentivados das empresas, sendo que estes podem ser inscritos na plataforma do Instituto que possui um processo seletivo que vai desde curadoria baseada em um score card de análise da aderências das iniciativas, passando pela aprovação junto às empresas em seus comitês. Além disso 10% do orçamento de investimento direto vai para ações emergenciais. “Apoiamos municípios que sofrem catástrofes climáticas ou outros eventos, como incêndios”, afirma Guggenberger. Entre eles está Canoas, no Rio Grande do Sul, que sofreu com as enchentes da região em maio de 2024, e recebeu recursos para a compra de cestas básicas entregues para ONGs indicadas pela Ação da Cidadania, parceira do Instituto nesta frente. “Em conjunto com B3 Social e a iniciativa privada foi possível reconstruir 55 escolas, bibliotecas e brinquedotecas do município que também recebeu a doação de 400 chromebooks (laptops) para a retomada das aulas”, diz Guggenberger. Os próximos passos do Instituto Ultra, segundo Guggenberger, é a consolidação dos programas previstos até 2030. “ Cada iniciativa tem a duração média de dois anos seguida de uma avaliação dos resultados do investimento social . Nossa meta principal é melhorar a qualidade da educação nos municípios onde atuamos, baseados no IDEB e na diminuição da evasão escolar para no mínimo alcançar a meta nacional que é de 6,5% até 2030 ”. Outra meta é oferecer educação profissionalizante para a formação de jovens que poderão futuramente participar de processos seletivos nas empresas do grupo.
- Comunicação que transforma: conheça nosso novo vídeo institucional da Aventura de Construir
Por aqui, parceria é sinônimo de desenvolvimento. E quando a juventude criativa se junta a causas com propósito, o resultado só pode ser potente! É com muita alegria que apresentamos nosso novo vídeo institucional , fruto de uma parceria inspiradora com alunos do curso de Produção Audiovisual da FAAP. A produção foi realizada dentro do programa Transform(ação) , uma prática extensionista que une organizações da sociedade civil e estudantes dispostos a colocar seu talento a serviço do impacto social. Durante semanas, os alunos da Cumbuca Produções mergulharam no universo da Aventura de Construir, ouviram histórias, visitaram o território e construíram, junto com a nossa equipe, um material audiovisual que representa com sensibilidade a força do empreendedorismo periférico. O resultado? Um comercial de 30 segundos e um vídeo institucional que traduzem em imagem e som a essência da AdC: caminhar ao lado de quem transforma o próprio território, empreendendo com coragem, propósito e consistência. Nosso agradecimento especial à Cumbuca pela escuta atenta, pelas trocas verdadeiras e pelo olhar comprometido com a causa. Esse é um daqueles encontros que inspiram e nos ajudam a chegar mais longe! E mais: estamos sempre de portas abertas pra quem quer usar a comunicação como ferramenta de transformação. Se você ou sua instituição tem interesse em somar forças como voluntário, clique aqui e saiba mais. Assista agora ao vídeo institucional:📽️ https://youtu.be/W6XAJRAak0Q?si=T-MnrJMgpPP-59MV Juntos, construímos caminhos de futuro. Juntos, vamos mais longe!
- Inteligência e Análise de Mercado
Por Gabriel H. Guimarães A missão da área de Análise de Mercado é atuar como um pilar estratégico, promovendo decisões embasadas, ágeis e alinhadas à legislação vigente. Com compromisso ético e técnico, deve-se buscar manter um alto padrão de análise, combinando profundidade metodológica com praticidade operacional para que os dados se transformem em inteligência acionável. O propósito é enxergar além dos obstáculos: onde muitos veem problemas, nós revelamos oportunidades e identificamos deficiências que podem ser convertidas em vantagem competitiva. Através de uma leitura precisa do ambiente externo e interno, oferecemos aos envolvidos uma visão clara e objetiva do cenário, permitindo que decisões sejam tomadas com confiança, agilidade e responsabilidade. Mais do que interpretar o mercado, nossa missão é antecipá-lo — sempre com respeito às normas, transparência nos processos e foco em gerar valor sustentável para a organização e seus stakeholders. Os objetivos da área de Análise de Mercado são a) Monitorar continuamente a concorrência, tendências e ambiente externo; b) Fornecer insights estratégicos para as decisões da diretoria e das áreas operacionais; c) Apoiar marketing, vendas, produto e planejamento com informações relevantes; d) Antecipar movimentos de mercado e mudanças no comportamento do consumidor. Por que a análise de mercado é importante? Cenário atual: ambiente competitivo e em constante transformação, marcado por rápidas mudanças tecnológicas, regulatórias e de comportamento. Tendências relevantes: digitalização, análise preditiva, personalização, dados como ativo estratégico. Necessidade de inteligência: decisões precisam ser ágeis e baseadas em evidências, reduzindo riscos e aproveitando oportunidades. Problemas e oportunidades: a falta de informação estruturada gera decisões reativas; a inteligência de mercado permite decisões proativas. Metodologias de trabalho Fontes de dados: primárias (pesquisas, entrevistas) e secundárias (bases públicas, relatórios de mercado). Tipos de análise: SWOT, benchmarking, segmentação de mercado, projeções de cenário. Relatórios: periódicos e sob demanda, em formatos visuais (dashboards, painéis) e executivos (resumos estratégicos). Quais são as principais entregas? Relatórios de inteligência competitiva. Estudos de mercado e comportamento do consumidor. Painéis de indicadores estratégicos (KPIs e métricas de acompanhamento). Alertas rápidos sobre movimentações relevantes de concorrentes ou tendências emergentes. A área de Inteligência e Análise de Mercado é um elemento essencial para a estratégia da organização, fornecendo segurança e clareza nas decisões. Nosso compromisso é com a transparência, ética e geração de valor.
- Empreender pode ser solitário, mas você não deve se sentir sozinho
Por Livia Magraner Se, assim como eu, você tem sido bombardeado(a) por publicações sobre o Setembro Amarelo e campanhas de prevenção ao suicídio, não saia deste texto. Esta não é apenas mais uma mensagem repetitiva, mas uma fonte real de apoio para o seu desenvolvimento como empreendedor(a). Nós, da Aventura de Construir, temos um compromisso que vai além do profissional: enxergamos você como ser humano. É sabido que iniciar o próprio negócio nem sempre nasce de um sonho, mas muitas vezes de uma necessidade urgente de sobrevivência. Assim, começa-se algo “no escuro”, sem perspectiva clara, sem garantia de retorno e, em muitos casos, com medo do fracasso. Essa sensação não é só sua: todos que empreendem enfrentam dúvidas e incertezas, embora poucos admitam. Quando o desânimo bater e você sentir que investiu todas as suas fichas em um projeto que parece não ter futuro, lembre-se de histórias de empreendedores que também começaram do zero e se depararam com fracassos antes do sucesso — como o fundador do KFC, que recebeu inúmeras negativas antes de vender sua receita, ou Jeff Bezos, que iniciou a Amazon em uma simples garagem. Esses exemplos mostram que perseverar faz parte da trajetória. Mas você não precisa trilhar esse caminho sozinho(a). Pode sempre contar conosco para explorar novos horizontes, buscar conselhos, compartilhar dúvidas e, principalmente, encontrar companhia. Nosso projeto existe exclusivamente para auxiliar e fortalecer quem decide empreender. Não tenha medo de pedir ajuda: levantar a voz é um ato de coragem, não de fraqueza. Quem consegue reconhecer suas limitações e buscar apoio já está dando um passo importante para crescer. E se, mesmo assim, você sentir que não está pronto(a) para compartilhar suas angústias com outras pessoas, saiba que existem canais seguros e sigilosos para escuta e acolhimento emocional: ● Centro de Valorização da Vida (CVV): atendimento gratuito, 24 horas por dia, pelo telefone 188 ou pelo site www.cvv.org.br. ● SUS – CAPS e UBS: procure os Centros de Atenção Psicossocial ou a Unidade Básica de Saúde mais próxima para atendimento especializado. ● Apoio digital: hoje também existem aplicativos e plataformas que oferecem suporte emocional imediato. Lembre-se: pedir ajuda é sinal de força. O Setembro Amarelo nos lembra da importância de cuidar da vida — e isso inclui cuidar de você enquanto pessoa e empreendedor(a).
- Conservação da biodiversidade da Amazônia une organismo internacional e investimento privado fortalecendo empreendedores locais: entrevista com Fábio Deboni
Por Ana Luiza Mahlmeister O grande potencial do mercado de carbono e a proximidade da COP 30 - a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, um encontro global que reunirá líderes de quase 200 países, cientistas, organizações não governamentais (ONGs) e representantes da sociedade civil em Belém (PA) a partir de 10 de novembro - colocam as iniciativas de conservação da biodiversidade sob os holofotes. Uma delas é a Aliança Bioversity-CIAT, que une dois organismos internacionais: o CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical) e a Bioversity International, para desenvolver projetos na Ásia, África, América Latina e Central. O projeto construído pela Aliança no Brasil, como não poderia deixar de ser, tem como alvo a Amazônia. O CAL-PSE (Catalisando e Aprendendo por meio do Engajamento do Setor Privado) é voltado à conservação da biodiversidade da Amazônia Legal. Fábio Deboni , agrônomo de formação e com amplo conhecimento do setor público, com passagens pelo Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Educação, Ministério da Justiça e IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), além de experiência na iniciativa privada no Instituto Sabin, lidera a iniciativa no país . A fase piloto começou em 2017 com financiamento da Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e se consolidou em 2020 com a participação de empresas como Alcoa, Natura, Suzano e Ambev, entre outras que abraçaram o cofinanciamento. “A ideia foi trazer empresas do setor privado que operam na Amazônia a investir em projetos socioambientais de impacto, onde a USAID entra com 50% e a companhia apoiadora com o restante”, explica Deboni. Um dos legados do projeto foi a criação da PPA (Plataforma Parceiros pela Amazônia), que se tornou uma Organização não Governamental (ONG), ponta de lança para engajar o setor privado em projetos na Amazônia brasileira visando à conservação da biodiversidade. A PPA é uma plataforma de ação coletiva com diversas iniciativas de apoio à população local e que trabalha com parceiros. Entre essas iniciativas, que podem ser acompanhadas no site da plataforma , está o 100+Labs, com apoio da Ambev, que impulsiona startups de impacto com soluções para os principais desafios de sustentabilidade. A Ambev também apoia a Aliança Guaraná de Maués (AGM), voltada à conservação da cadeia de valor do guaraná. A Suzano cofinancia o desenvolvimento sustentável territorial no sudeste paraense, que visa o fortalecimento produtivo, o acesso a mercado e a governança local focada na agricultura familiar, apoiando mulheres e jovens. A iniciativa beneficiará 420 famílias de 13 organizações comunitárias localizadas nos municípios de Dom Eliseu e Ulianópolis. A entrada de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos teve como consequência o corte de verbas de organizações de apoio como a USAID em projetos internacionais. Por esse motivo, segundo Deboni, o CAL-PSE passará por uma revisão a partir de janeiro de 2026. Um dos legados foi o desenvolvimento de ferramentas que permitem acompanhar a eficiência e os recursos destinados aos projetos. “As empresas financiadoras monitoram e têm evidências dos resultados de toda a operação”, diz Deboni. A plataforma PPA conta com ferramentas e links que demonstram a efetividade dos projetos e suas contribuições para a conservação da biodiversidade. O CAL-PSE vai continuar até o final deste ano e depois deve passar por um redesenho, pois depende de recursos e financiamento subsidiado. “A Aliança está estudando como será o trabalho em 2026, discutindo a estratégia e se o projeto será mantido”, diz Deboni. É necessário saber, por exemplo, se apenas o subsídio das empresas será suficiente. “No momento estamos amarrando as pontas, fazendo relatórios e registrando todo o trabalho”, afirma. Uma das alternativas é o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do fundo Amazônia e de outros organismos multilaterais, além do apoio das empresas, mas nada foi assinado ainda. Segundo Deboni, o Brasil está muito à frente em biodiversidade e conservação da Amazônia Legal comparado com outros países que também fazem fronteira com o Estado, como Peru, Bolívia e Colômbia. “A plataforma PPA que reúne empresas gera evidências reais de impacto positivo nos territórios em que atua e é um dos principais legados do CAL-PSE em sustentabilidade aplicada”, afirma. Relembrando sua trajetória até chegar ao CAL-PSE, Deboni conta que sempre se interessou pelo meio ambiente e que a graduação em engenharia agronômica foi a semente para atuar com a área social e educação ambiental. Essa trajetória o levou a trabalhar no Ministério do Meio Ambiente em 2003, no governo Lula I, passando depois por outros ministérios, como o da Educação e o da Justiça, além do IPEA. O marco da preocupação ambiental no país, segundo Deboni, veio com a Eco-92, realizada naquele ano no Rio de Janeiro, e posteriormente com o Rio+5, Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em 1997, que avaliou o progresso da Agenda 21 desde a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. “Com isso vivemos uma efervescência da agenda socioambiental que ampliou a discussão para além das ONGs, envolvendo governos, ministérios e setor privado, com a multissetorialidade dessa agenda alcançando toda a sociedade”, avalia Deboni. A ocupação desse espaço foi gradativa com o engajamento de empresas e outros atores. “Hoje estas questões estão encaminhadas, mas não quer dizer que não existam desafios, pois ainda é um campo aberto”, afirma. Além de trabalhar no CAL-PSE, Deboni produz apresenta o podcast “Impacto na Encruzilhada”, com a gravação de mais de 200 programas onde recebe convidados abordando impacto social, filantropia, investimento social e inovação. É também autor de vários livros, entre eles Inovação Social em tempos de soluções de mercado , O que não te contaram sobre Impacto Social e Reflexões Contemporâneas sobre Investimento Social Privado , além de liderar a Baru, consultoria em inovação social.
- Como Precificar: Do Básico ao Avançado + Fórmulas de Precificação
Continuando com os textos escritos pela Liga de Empreendedorismo do IBMEC, formada por estudantes, trazemos no texto de hoje um artigo sobre precificação para o seu negócio. Confira! Precificar corretamente é uma arte e uma ciência. Um preço bem definido pode posicionar sua marca, atrair o público certo e garantir a sustentabilidade do negócio. Já um preço mal calculado pode comprometer a lucratividade ou afastar clientes. Este guia aborda os fundamentos da precificação, estratégias avançadas e fórmulas práticas para aplicar em diferentes contextos. 1. Fundamentos da Precificação Custo de Produção Antes de definir qualquer preço, é essencial entender os custos envolvidos. Eles variam de empresa para empresa, dependendo do modelo de negócio, setor, escala e processos produtivos. Os custos podem ser classificados em: Custos Fixos: não variam com a produção, como aluguel, salários e internet. Em algumas empresas, determinados custos fixos podem ser mais representativos (por exemplo, em negócios com alto investimento em infraestrutura). Custos Variáveis: variam conforme a produção, como matéria-prima, embalagens e comissões. Dependendo do tipo de produto ou serviço, esses custos podem ter maior peso (como em restaurantes ou indústrias que lidam com insumos caros). Fórmula: Custo Total = Custos Fixos + Custos Variáveis Exemplo: Aluguel: R$ 2.000 Matéria-prima por unidade: R$ 20 Produção mensal: 100 unidades Custo fixo por unidade: R$ 2.000 / 100 = R$ 20 Custo total por unidade = R$ 20 (variável) + R$ 20 (fixo) = R$ 40 Margem de Lucro A margem é o percentual que você deseja ganhar sobre o custo. É o que garante a viabilidade financeira do negócio. Fórmula: Preço = Custo Total + (Custo Total × Margem de Lucro) Exemplo: Custo Total = R$ 40 Margem de Lucro = 50% Preço = 40 + (40 × 0,5) = R$ 60 2. Estratégias de Precificação Precificação por Valor: Foca no valor percebido pelo cliente, e não apenas no custo ideal para produtos diferenciados ou com forte capelo emocional. Exemplo: Um perfume pode custar R$ 300, mesmo que o custo de produção seja R$ 50, porque o cliente valoriza a marca, a embalagem e a exclusividade. Precificação Competitiva: Baseia-se nos preços praticados pelos concorrentes. Pode ser usada para entrar no mercado ou reposicionar produtos. Abaixo do mercado: atrai clientes, mas pode reduzir margens. Acima do mercado: exige diferenciação clara (qualidade, marca, serviço). Precificação Dinâmica: Adapta os preços conforme demanda, horário, perfil do cliente ou sazonalidade. Exemplo: Aplicativos de transporte aumentam o preço em horários de pico. Hotéis ajustam tarifas conforme a ocupação. 3. Fórmulas de Precificação Markup O markup é o percentual aplicado sobre o custo para definir o preço de venda. Para chegar ao valor do markup ideal, deve-se considerar todos os custos fixos e variáveis, a margem de lucro desejada e os impostos incidentes sobre a venda. Fórmula: Preço = Custo × (1 + Markup) Como calcular o Markup? Markup (%) = (Despesas Fixas % + Despesas Variáveis % + Margem de Lucro %) / (1 - Despesas Variáveis %) Esse cálculo garante que todos os custos e a margem de lucro estejam incluídos no preço final. Exemplo: Custo = R$ 100 Despesas Fixas = 20% (0,2) Despesas Variáveis = 15% (0,15) Margem de Lucro = 25% (0,25) Markup = (0,2 + 0,15 + 0,25) / (1 - 0,15) = 0,6 / 0,85 ≈ 0,7058 (70,58%) Preço = 100 × (1 + 0,7058) ≈ R$ 170,58 Margem de Lucro Margem é o percentual sobre o preço de venda que representa o lucro. Fórmula: Preço = Custo / (1 - Margem) Exemplo: Custo = R$ 100 Margem = 40% Preço = 100 / (1 - 0,4) = R$ 166,67 Ponto de Equilíbrio (Break-even) Determina o volume mínimo de vendas necessário para cobrir os custos. Fórmula: Ponto de Equilíbrio = Custos Fixos / (Preço - Custo Variável) Exemplo: Custos Fixos = R$ 5.000 Preço = R$ 100 Custo Variável = R$ 60 Ponto de Equilíbrio = 5.000 / (100 - 60) = 125 unidades Precificação em Diferentes Contextos Produtos Físicos Considere logística, embalagem, impostos e comissões. Avalie o ciclo de vida do produto: lançamento, maturidade, declínio. Serviços Baseie-se em tempo, especialização e valor agregado. Inclua custos indiretos como deslocamento, ferramentas e suporte. Produtos Digitais Custos de produção são baixos, mas o valor percebido pode ser alto. Use estratégias como planos escalonados, freemium e upsell. Precificar é mais do que aplicar uma fórmula: é entender o seu negócio, seu cliente e seu posicionamento no mercado.
- Pioneirismo no Ensino da Responsabilidade Social Corporativa: entrevista com a professora Rosa Maria Fischer da FEA-USP
Por Ana Luiza Mahlmeister Muito antes de virar moda, no final dos anos 80, a responsabilidade social corporativa despontou como preocupação de professores e estudantes que buscavam orientação e aprofundamento nessa área. Para responder a esse anseio, a professora Dra. Rosa Maria Fischer, titular da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), com livre-docência pela FEA/USP, fundou o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (CEATS) que hoje é referência na pesquisa desses temas. A origem do CEATS se confunde com a história da professora Rosa Maria que se graduou em Ciências Sociais na USP e logo se interessou por ensino e pesquisa. “Tinha uma visão quase romântica da carreira docente a partir da minha experiência com boas escolas públicas e professores que foram modelos de vida”. Na universidade, desde cedo se interessou por metodologia de pesquisa e foi convidada a ser monitora na FEA, onde leciona desde 1975. “Na época vivíamos em uma ditadura militar violenta que se colocava contra os estudantes, principalmente de esquerda, com perseguições, mortos e desaparecidos”, diz Rosa. Ela foi aluna de Fernando Henrique e Ruth Cardoso, ambos afastados da USP pelo governo militar. “Toda a área de Ciências Sociais estava sob escrutínio e gerava medo e desconforto, além disso, os alunos do curso eram malvistos pelo pessoal de economia e administração, um obstáculo à convivência”, conta Rosa. Apesar do ambiente difícil, ela destaca a oportunidade de aprendizado, unindo o conhecimento teórico e metodologia da formação na FEA com a ciência social aplicada, quando começou a dar aulas na Faculdade de Administração. Na época eram apenas três professoras entre 100 homens, e quase a mesma proporção entre os alunos. “Hoje o corpo docente está em 50% e no corpo discente as mulheres superam os rapazes”, afirma Rosa. Um dos diferenciais da professora Rosa Maria como socióloga é sua visão humanista aplicada às empresas. Para ela, a formação de profissionais que serão gerentes e diretores de grandes empresas ou vão atuar no mercado de capitais deve levar em conta outras organizações da sociedade como o terceiro setor, que continham pouca ou nenhuma expressão nos cursos universitários ou de extensão. “Estamos falando do fim dos anos 70 e começo dos anos 80, praticamente não há informação sobre o terceiro setor no ambiente universitário, mas havia interesse dos alunos”, afirma Rosa. Sua meta era abrir caminhos para a pesquisa em responsabilidade social, visto na época como idealização. “O objetivo de toda empresa é o lucro, mas os impostos devem voltar para a sociedade civil”, opina. Esse tema que seria vanguarda em anos posteriores, causava estranhamento e conflito de ideias. Mas a sorte jogou a favor. A responsabilidade social corporativa cobrada fora do país por grandes multinacionais incentivou a adoção de políticas semelhantes por aqui, além de despertar o interesse da mídia pelo assunto. Esses temas foram ganhando corpo na universidade em pesquisas, artigos acadêmicos, mestrados e doutorados, com a criação de disciplinas abordando esse conhecimento. No fim dos anos 80 a professora Rosa Maria cria o CEATS - Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor. É um núcleo de pesquisa e extensão universitária que ajuda os alunos a se aprofundarem nesses temas, atraindo profissionais e professores de outros cursos. “O CEATS se tornou uma rede pioneira de conhecimento, despertando interesse de outras universidades fora do país e conectando conhecimento sobre sustentabilidade, responsabilidade corporativa e gestão organizacional”, destaca Rosa. Complementando as aulas teóricas, o CEATS propõe aplicações práticas. Além de orientação, pesquisa e cursos de extensão, oferece consultoria para empresas e organizações filantrópicas. Tem cursos de curta duração – entre 40 e 60 horas – “in company” ou na universidade para sensibilizar funcionários para causas sociais, e que já atendeu 235 companhias. O CEATS presta serviços de pesquisa e diagnóstico para orientar investimentos sociais de empresas, e é contratado por outros órgãos da USP, como a Fundação Instituto de Administração (FIA), além de prestar serviço para uma fundação alemã. Um dos trabalhos em andamento prestado pela equipe do CEATS, por exemplo, é a consultoria a um fabricante de chocolates premium do Amazonas ligado a uma cooperativa agrícola de produção de cacau que tem os funcionários como sócios. Ao plantar cacau embaixo de árvores nativas, estão recuperando o solo e a floresta, exemplo de uma empresa regenerativa. O produto será rastreado digitalmente e terá selo de qualidade de origem. “Essa agricultura de pequenos produtores está revolucionando a produção de cacau na floresta”, diz Rosa. Alunos e professores acompanham essa experiência por meio de reuniões remotas. Os cursos do CEATS oferecidos no período de férias, atrai alunos de todas as unidades da USP, de São Paulo e outras cidades. São dez dias em período integral, com 40 a 50 vagas, e que recebe mais de 100 inscrições. O foco é orientar alunos de mestrado e doutorado sobre temas como ESG, sustentabilidade, gestão organizacional do terceiro setor e empreendedorismo socioambiental. “O CEATS é uma organização sem fins lucrativos que apoia negócios de impacto, nisso muito semelhante à Aventura de Construir (AdC) e que gera valor ambiental e social”, explica Rosa. Cada aula conta com a apresentação de um empreendedor sobre como começou seu negócio, pontos positivos e obstáculos. A professora Graziella Comini, da FEA, que conhecia a AdC por meio da CEO, Silvia Caironi, indicou empreendedores para que apresentassem suas experiências nas aulas. “Fiquei encantada com o trabalho da AdC e da Silvia com os empreendedores da periferia”, diz Rosa. Para os alunos, essas apresentações materializam a teoria, mostrando o que dá certo ou errado, como superam obstáculos, melhoram o produto e ganham seu público, tornando a aula muito mais interessante. “Disso surgiram parcerias de alunos com alguns empreendedores, formando uma verdadeira rede de apoio”, ressalta Rosa. Em sua opinião, o interesse e a adesão às políticas ESG, sofreram uma certa retração recentemente. “Mesmo antes da eleição do Trump já existia um movimento de direita negacionista com recuos na agenda climática e os objetivos previstos para 2030 se mostram muito difíceis de serem alcançados”, aponta. A questão climática e os danos ao meio ambiente afetam diferentes empresas que terão perdas e resultados negativos. “A consciência sobre o tema e as mudanças são necessárias, mas não serão tão rápidas como a princípio esperávamos”, diz Rosa. O ESG e a responsabilidade social corporativa vêm se aproximando, mas é necessário sinalizar a diferença de origem entre os dois. Segundo Rosa, de cinco a oito anos para cá, grandes corporações adequaram suas estratégias às metas ESG, apresentando resultados e dando maior transparência às perdas ambientais e problemas sociais a partir de estruturas de governança, puxado pelo mercado financeiro. Apesar do cenário mais difícil dos últimos anos, Rosa é otimista. “Pensamos no futuro, sensibilizando os alunos a gerar valor social positivo, para que as novas gerações insistam nessa trilha, trabalhar em colaboração e em rede é extremamente importante; não existem soluções prontas, é necessário o senso de comunidade: um passarinho não faz verão”. Mesmo aposentada há dez anos e completado 50 anos de carreira, a professora Rosa Maria continua com a agenda ocupada quase todos os dias no CEATS. “Nada mais lógico que retribuir à sociedade tudo que o ensino público me deu”, completa Rosa.











