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- Da Terra Nascem Protagonistas: trajetórias, desafios e conquistas (parte 1)
No ano 2021 Aventura de Construir mergulhou no mundo da agricultura orgânica, com o projeto “Vídeo Documentário: Desenvolvimento das habilidades empreendedoras de microprodutores orgânicos de baixa renda” desenvolvido através da lei Rouanet (lei de incentivo à cultura). Um projeto em que, graças a facilidade de realizar aulas on-line contou com uma diversidade de 25 participantes, de 8 estados do Brasil, que atuam em diferentes setores da agricultura orgânica. No projeto foram realizadas 16 capacitações sobre assuntos da gestão do negócio e da produção orgânica e 96 assessorias individuais e em grupo, de acordo com as necessidades e expectativas de cada participante. A partir da experiência do projeto foi produzido o documentário: “Da terra nascem protagonistas” no qual são apresentados 8 depoimentos de empreendedores e dois de especialistas do mundo orgânico: oportunidade para conhecermos a trajetória, desafios e conquistas dos produtores, bem como o impacto e a necessidade da educação para os empreendedores desenvolverem habilidades empreendedoras para a gestão dos seus negócios, assim como, a urgente necessidade da produção orgânica ser sustentável. AS JORNADAS DO PROJETO Foram muitas experiências compartilhadas e novos aprendizados – sempre com atenção em partir da realidade e aproveitar a bagagem daqueles que estavam, por muitas vezes, do outro lado da tela! Cada processo empreendedor reflete uma série de conquistas realizadas por eles e potencializada pela rede que se formou durante o projeto. Cada história é um universo inspirador! E nós gostaríamos de compartilhar três delas com vocês! Sandra dos Anjos, de Cajamar, São Paulo, produtora de hortaliças. Sandra Cintra, de Vila das Belezas, São Paulo, elabora e comercializa marmitas de produtos orgânicos. Maria Rose Farias, do Jardim Santa Fé, São Paulo, gestora social e produtora de hortaliças em hortas verticais. Nesta Jornada de Sustentabilidade do mês de fevereiro, vamos apresentar a primeira da lista: Sandra dos Anjos, e em março, vocês vão conferir a história de Sandra Cintra e Maria Rose. Sandra dos Anjos A Sandra é um claro exemplo de resiliência e trabalho em comunidade. Há 20 anos foi morar junto com sua família numa terra de assentamento em Cajamar, São Paulo. Os moradores construíram de forma coletiva uma estrutura social e econômica para garantir a sustentabilidade e geração de renda das famílias. Dentre as opções havia a produção e comercialização de orgânicos, caminho adotado por muitos para gerar renda, inclusive a família da Sandra. Sandra reflete sua felicidade por produzir orgânicos “No assentamento não se pode usar veneno” o que enche ela de orgulho, pois produz alimentos que são saudáveis para si mesma, sua família e a sua comunidade. Porém, o mundo orgânico vivencia grandes dificuldades e ainda mais para produtores de propriedades pequenas. Os recursos financeiros de Sandra e sua família vem dos trabalhos temporários do seu marido e da comercialização das hortaliças produzidas por eles. Uma das dificuldades que a Sandra enfrenta são vender uma quantidade de produtos que lhe proporcione uma renda estável para o sustento da família, e não contar com seguros que garantam uma tranquilidade no processo de produção que permitam mitigar os riscos ambientais, como as secas e geladas, situações que já viveu, e teve a perda total da sua produção. Os clientes de Sandra são vizinhos e instituições, como as escolas, porém neste tipo de venda não tem um tipo de contrato com garantias de que a compra será efetivada, o que ocasiona que em alguns casos tenha perdas financeiras. A situação mais recente foi quando a pandemia começou e as escolas cancelaram os pedidos dos produtos e a única opção para não perder os alimentos foi doá-los, e inclusive dar como alimento aos animais. No curso a Sandra superou diversos desafios, o primeiro deles foi aprender a usar a ferramenta Zoom para participar do curso on-line, entre nervosismo e risos em cada aula experimentava as ferramentas do Zoom, ativando a câmera, levantando a mão para ter a palavra e comentar ou perguntar sobre o assunto discutido. Outro desafio que dificultava a participação de Sandra: seu celular não tinha espaço suficiente para baixar o aplicativo Zoom e tinha problemas de sinal na sua casa. Sandra procurou soluções, e não o fez sozinha: convidou a sua amiga Célia, que mora no mesmo assentamento e com quem tem compartilhado muitas lutas da vida, a participar do curso, usando o celular da Célia. Mas ainda havia a questão da falta de sinal de internet, e para isso a solução foi um pouco diferente: a cada aula elas caminhavam até “a caixa de água perto dos eucaliptos”, o único lugar onde podia pegar sinal, mesmo na chuva participavam das aulas levando um plástico com o qual se cobriam, mas elas não desistiram de participar no curso. Sandra cuidando do seu cultivo Nas primeiras capacitações a Sandra e a Célia se sentiam tímidas por estarem num curso com produtores de grandes propriedades, porém perceberam que os conhecimentos, necessidades e expectativas no mundo orgânico eram as mesmas: produzir alimentos de qualidade e que garantam saúde para os seus consumidores num sistema orgânico sustentável. Com o apoio dos seus colegas do curso e com a coragem delas começaram a participar ativamente comentando e perguntando pontos de geração de conhecimento nas aulas. Sandra compartilha que muitas vezes sentia-se distante do que é ser uma empreendedora, porém, durante as aulas foi ganhando confiança e aprimorando o trabalho que realizava. Entendeu que para ser uma empreendedora, não precisava vender uma determinada quantidade, e que ela já era empreendedora. Se reconhecer como empreendedora, fez com que ela percebesse que tem uma empresa com diversos aspectos a cuidar. Nesse sentido, a jornada de Sandra envolveu a busca por novos mercados nos quais comercializar seus produtos, sem depender unicamente de um cliente, vendendo para vizinhos e feirinhas. Entre outros aprendizados que ela começou implementar na gestão do negócio e no seu lar foi: o planejamento e gestão financeira partindo da realidade e de exemplos práticos que ela vivencia no seu dia dia: “Se faltar um centavo não passa na catraca, tudo dá para economizar, para organizar” e assim poder cumprir com o objetivo fundamental do negócio: “produzir e vender a produção”. Uma história aparentemente simples, mas que mostra como uma faísca é suficiente para mudar um entorno! Fique ligado que em março seguiremos com outras histórias deste projeto e não perca o vídeo: “Da Terra Nascem Protagonistas”. Aventure-se Empreendedor! Tem interesse em participar dos projetos GRATUITOS da Aventura de Construir? Deixe suas informações e avisaremos quando abrir as inscrições para o próximo!Ative o JavaScript no seu navegador para preencher este formulário. Nome Completo * E-mail Telefone (com DDD) Cidade Enviar
- Pequenas propriedades, com grandes empreendedores: o plantio de conhecimentos que gerou colheita de
No blog da Aventura de Construir desta semana, publicamos o artigo “Pequenas propriedades, com grandes empreendedores: o plantio de conhecimentos que gerou colheita de bons resultados”, produzido pelas estudantes de Relações Públicas Nicole Aranega e Anna Longo. O texto marca o início de uma parceria com a Agência Experimental Benjamin, da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, a FECAP. O projeto tem supervisão da professora Paula Barros. Confira abaixo! Muitos trabalhadores autônomos possuem uma visão distorcida do que significa ser um empreendedor, imaginam que isso seja distante e até mesmo restrito, comparado a sua realidade. Para muitos, empreender é sinônimo de grandes empresas que empregam funcionários para trabalhar em todas as etapas de produção. Mas, para outros, empreender é enxergar seu trabalho como uma montanha russa desafiadora, com altos e baixos, acertos e erros, que podem resultar no aprendizado diário, tanto para o lado profissional quanto para o pessoal. Lições e exemplos como estes são abordados no documentário “Da Terra Nascem Protagonistas” que relata experiências empreendedores de sucesso a partir de cursos oferecidos pela ONG Aventura de Construir. “Empreendedorismo é o processo de iniciativa em implementar novos negócios ou mudanças em empresas já existentes. É um termo muito usado no âmbito empresarial e muitas vezes está relacionado com a criação de empresas ou produtos novos, normalmente envolvendo inovações e riscos”, explica Silvia presidente da ONG. O documentário apresenta a capacidade que empreendedores rurais tiveram ao criar soluções estratégicas para seus negócios. Ideias inovadoras, táticas para vender produtos e, acima de tudo, atitude de responsabilidade social e ambiental que resultam em uma gama de benefícios, incluindo: saúde, bem-estar, renda, autonomia, cuidado com o meio ambiente, alimentação saudável, reaproveitamento de produtos. A partir desses valores e aprendizados, algumas das experiências relatadas ao longo do filme tentam desmistificar a ideia, muitas vezes tida como complexa, sobre empreender. “Se você fizer uma coxinha e vendê-la, você já está sendo um empreendedor. Não importa a quantidade”, foi assim que Sandra dos Anjos Silva Soares, aluna do curso ministrado pela ONG Aventura de Construir, narrou o diálogo que teve com seu professor que, de modo simples e didático, abriu-lhe os olhos de uma maneira brilhante sobre o empreendedorismo. Sandra e mais cinco alunos do curso trazem diferentes narrativas sobre o que é ser um empreendedor, com pouco ou, às vezes, nenhum estudo sobre o funcionamento e prosperidade de um negócio. Assim como Sandra, Maria Rose, outra participante do programa, diz que se reconhece como grande empreendedora, apesar de possuir uma pequena propriedade, pois, a partir dos cursos, reconheceu sua importância social e a dimensão do trabalho que realiza. Administradora e gestora de projetos sociais, Maria Rose carrega em suas falas o orgulho que sente em participar e contribuir ativamente para uma cadeia de produção totalmente sustentável e orgânica que, além de impactar sua vida, acaba também influenciando a alimentação e renda de diversas famílias que vivem em seu entorno. Cultiva, assim, a semente do saber, capaz de construir mais histórias de empreendedores como ela. O documentário “Da Terra Nascem Protagonistas” mostra como os alunos podem obter amplo conhecimento ajudando a impulsionar os próprios negócios, a partir de estudos voltados para gestão e planejamento, finanças, marketing e estratégias mercadológicas. Passam a enxergar o seu trabalho como uma grande empresa, sendo responsáveis por compor e fortalecer todas as estruturas de seus comércios. O casal, Adriana Aparecida e Nivaldo Noburo, administradora rural e hortifruticultor, descobriram, durante o curso, o impacto das redes sociais como forma de divulgação e oportunidade de crescimento para seu negócio. A partir do curso, puderam disseminar ainda mais a rede de conhecimento sobre os alimentos orgânicos para além da porteira de sua propriedade, por meio da internet. Assistir ao documentário permite sentir a emoção das novas descobertas, desenvolve a curiosidade e mostra a vontade dos alunos em evoluir no campo dos negócios. É perceptível a mudança gerada tanto na vida dos próprios participantes quanto do ecossistema que sofre menos impacto devido ao resultado dos conhecimentos adquiridos. “Da Terra Nascem Protagonistas” apresenta como o conhecimento pode impactar não só a vida de Sandra, Maria Rose e dos demais alunos, mas também o meio em que vivem. Texto: Nicole Aranega e Anna Longo Revisão: Profa. Dra. Renira Appa Supervisão: Profa. Paula Barros Realização: Agência Experimental Benjamin – FECAP
- Da Terra Nascem Protagonistas – Documentário sobre empreendedores de alimentos orgânicos
Qual é a sua relação com a terra e a natureza? Um contato diário ou apenas o destino das férias? E já parou para pensar sobre o alimento que chega na sua mesa? Como foi produzido? Com ou sem veneno? Em que terra foi plantado? Quem foram as pessoas que cultivaram aqueles produtos? Nem sempre temos todas essas respostas na hora da refeição, mas por trás daquela verdura, fruta ou legume existem as histórias de diversos protagonistas, de diferentes realidades. São esses os personagens do documentário “Da Terra Nascem Protagonistas“, sobre empreendedores relacionados a alimentos orgânicos, desde produtores, até projetos de educação e cozinheiras. O filme foi produzido a partir do projeto “Desenvolvimento das habilidades empreendedoras de microprodutores orgânicos de baixa renda”. Aprovado pela Lei de incentivo à Cultura, e financiado pelo Carrefour, o projeto teve por objetivo fortalecer o empreendedorismo rural e melhorar o trabalho da agricultura familiar, através de assessorias e capacitações com produtores de alimentos orgânicos. Assista agora o documentário e conheça essas histórias! #AlimentosOrgânicos #Educação #Empreendedorismo #Microempreendedores
- Liberdade é poder. Poder ser alguém na vida. Texto por Percival Caropreso
No Blog AdC desta semana, recuperamos um texto de Percival Caropreso, profissional de Marketing e Comunicação, há mais de 30 anos militando em causas socioambientais e membro do Conselho Consultivo da AdC. O artigo, escrito em 2001 mas ainda atual, evidencia a importância do acesso à oportunidade para todos, sobretudo os jovens. A verdadeira liberdade só existe quando todos têm chances. Confira! A Ditadura Política nos tirou a liberdade durante anos. Perdemos tempo, dignidade, crescimento em todas as áreas, perdemos poder como cidadãos. Criamos gerações de crianças e jovens sem liberdade. Sem poder. Sem poder escolher, sem poder sonhar, sem poder ter acesso a oportunidades. Sem poder pensar, criar, construir, conseguir. Crianças, que hoje são brasileiros adultos. Reconquistamos a Democracia no Brasil e em nossas vidas. Saímos fortalecidos, diante da tarefa de recriar a liberdade, o acesso a oportunidades para todos. Voltamos à Democracia Política, mas não nos livramos da outra Ditadura: a Social, perversidade histórica de cinco séculos, ainda mais fortalecida com os estragos estruturais e culturais produzidos ao longo de tantos anos de Ditadura Política. A Ditadura Social é outro inferno. Também atinge a todos nós, afeta nossas vidas atuais e futuras. Tortura ou mata os poucos, que temos muito. Exila ou mata os muitos, que têm pouco ou nada. Esta nossa Ditadura Social também nos faz perder tempo, dignidade, crescimento em todas as áreas. Porque também tira a liberdade de crianças e jovens. Continuamos criando gerações de brasileiros sem poder sonhar, sem perspectivas de ser alguém, porque negamos a eles acesso a oportunidades. Oportunidade é fator-chave, em tudo na vida. Em Junho [de 2001, data de publicação do texto original], a Fundação Abrinq lançou a nova fase do Programa Prefeito Amigo da Criança, que visa exatamente influir para que as gestões municipais criem condições e oportunidades para os jovens. A McCann, minha equipe e eu desenvolvemos a campanha de comunicação. O Programa Prefeito Amigo da Criança estimula candidatos a incluírem a Infância e a Adolescência como prioridade em suas plataformas de governo. Os eleitos passam a ser Prefeitos Amigos da Criança e são auditados: ao exercer suas administrações, eles têm que cumprir os objetivos e metas, indicadores e prazos assumidos na campanha eleitoral. Neste final de mandato, 126 prefeitos de todo Brasil mereceram o reconhecimento pela exemplaridade, porque prometeram e cumpriram: honraram o compromisso de criar condições e oportunidades às crianças e jovens de suas cidades. Oportunidade é fator-chave, em tudo na vida. Uma jovem negra de 19 anos, estudante de fotografia do SENAC em São Paulo, Colegial concluído na Inglaterra, foi acompanhar a sessão de fotos da campanha de comunicação para esse programa da Fundação Abrinq. Como estagiária, assistente de qualquer coisa, carregadora de equipamento, faz-tudo, o que pintasse. Pintou o próprio trabalho de fotografar. As agendas mudaram na última hora e o fotógrafo, que faria o trabalho voluntariamente, não teve como conciliar compromissos já assumidos. E a jovem fotógrafa se saiu muito bem. Seu primeiro trabalho fotográfico ilustrou a nossa campanha em defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Não é todo dia que aparece uma oportunidade dessas na vida de uma jovem em início de carreira. Foi tudo uma questão de oportunidade, mesmo: a tal jovem estagiária foi uma criança adotada assim que nasceu. Além de carinho e amor, ela teve família e lar estáveis, segurança e proteção, acesso à saúde e educação. E teve liberdade: a liberdade de aprender, conhecer, desenvolver seu potencial. Portanto, pôde chegar aonde chegou. De que lado da câmera ela estaria, se não tivesse essas oportunidades na vida? Essa jovem é um ato de subversão da ordem imposta pela Ditadura Social. O fato de o seu primeiro trabalho profissional ser exatamente para a defesa da causa de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, isso não é coincidência. É mais uma exemplar ironia do destino. Ou não. E motivo de orgulho: ela é minha filha Marina. Percival Caropreso 2001 #desigualdade #Educação #Empreendedorismo #oportunidades
- Realizando um sonho, fortalecendo a vida
Com grande alegria apresentamos a primeira Jornada de Sustentabilidade de 2022! Acreditamos que iremos experimentar muito desenvolvimento nesse ano, não somente como instituição, mas também para com os nossos colaboradores, parceiros, e claro, empreendedores – nosso ponto focal de trabalho. MÁRCIA E O PROJETO “RECICLANDO OPORTUNIDADES” Sendo assim, o destaque neste mês de janeiro é a história da Márcia e sua família. E avisamos que eles vão inspirar você. Mas espera um pouco, vamos adentrar nesse ponto mais à frente. O relacionamento começa a partir do projeto “Reciclando Oportunidades”, desenvolvido pela Fundação Tide Setubal (foco em justiça social e desenvolvimento sustentável de periferias urbanas) e a franquia Coletando (especializada na reciclagem de materiais). O objetivo do projeto, que envolve a Aventura de Construir, é fornecer capacitação ao longo da jornada empreendedora da Márcia, proporcionando a oportunidade de crescimento nos aspectos pessoal e profissional, catalisando o impacto em sua formação como “eu protagonista”. A partir disso, gerando desdobramentos em sua própria família e entorno, através da multiplicação dessa transformação interna – este que por sinal, é um dos pontos de métodos da AdC (atuação com visão G-local). A AdC tem como responsabilidade o acompanhamento da Márcia no processo pré empreendimento até o seu desenvolvimento e aceleração. Este trabalho tem sido realizado através de assessorias semanais (presencial e online), traçando um fio condutor desde a formação humano integral até o fortalecimento de temas técnicos voltados para o novo negócio: a franquia de reciclagem, localizada na sua comunidade (extremo da Zona Leste de SP – Jd. Lapenna). ACOMPANHAMENTO DE PERTO A Márcia tem como características principais a alegria e força, capaz de cativar qualquer um logo no primeiro momento. Um exemplo disso foi na primeira assessoria realizada, onde conhecemos toda a sua família, pelo menos 15 pessoas, e também a casa. Em suas palavras, ela disse: “agora que entraram na minha casa, também entraram no meu coração, vocês fazem parte da minha família”. Fomos constrangidos com tamanho amor e abertura. Ela atua com o seu esposo Anderson na área de reciclagem informal há mais de 8 anos, coletando materiais recicláveis e os revendendo no ferro velho. Dependendo do momento que a família vivencia, os filhos eventualmente os ajudam. Ao longo dos 7 meses de trabalho, um dos maiores desafios foi o atraso da inauguração do novo negócio (franquia) por motivos que fugiam do seu controle. Atrelado a isso, haviam diversas questões que estavam sendo enfrentadas em sua saúde física, emoções e família que acentuavam a situação. Diante deste cenário, as assessorias eram, mais uma vez, a partir da realidade que estava proposta. O trabalho foi focado no desenvolvimento humano integral com maior força no início e com a criação de um espaço seguro. Com um relacionamento de confiança estabelecido, pontos como gerenciamento das emoções (identificar e como lidar) e atitudes protagonistas (focar na solução ao invés do problema, saber dizer não, pedir ajuda quando necessário, etc) tiveram destaques fundamentais de fortalecimento nessa jornada. Os temas de característica técnica foram sendo introduzidos de acordo com a necessidade e abertura, sendo planejamento o de maior ênfase, seguido de orçamento doméstico e classificação de despesas. Eles são essenciais nessa construção, tendo aplicação prática no dia a dia da casa, estabelecendo conexão para o empreendimento. Embora o caminho percorrido se mostrou árduo muitas vezes, seja na intensa busca de terrenos para locação, no turbilhão de emoções negativas a lidar e processar, ou até mesmo em abrir mão de responsabilidades que não faziam mais sentido no momento, a Márcia foi conquistando cada vez mais resiliência e perseverança, acreditando que é possível. Família da Márcia na assessoria presencial no Galpão ZL (espaço da Tide Setubal). Da esquerda para direita: Márcia, Anderson (esposo), Thiago (Galpão ZL), William (AdC), Paloma( Galpão ZL) e Cleidiane (nora da Márcia). O PROCESSO DO APRENDIZADO Com certeza, a inauguração do empreendimento foi uma imensa conquista, acontecendo neste mês de janeiro de 2022. Afinal, foram ao todo pouco mais de 6 meses de espera até a sua abertura de fato. Inauguração do empreendimento em 28/01/2022. Da esquerda para a direita: William (AdC), Márcia, Marcos (Coletando), Anderson e Kátia (Coletando). Contudo, essa conquista tem um gosto ainda melhor em vista dos crescimentos no decorrer do trabalho pré inauguração. Nele, foi constatado a maior maturidade e autonomia da Márcia com relação as suas emoções e necessidades, uma maior busca por conhecimento e esclarecimento de assuntos que tinha medo, e até mesmo o protagonismo de fazer um discurso, de última hora, em público para uma reunião de bairro e engajar pessoas da comunidade em seu negócio, visando o desenvolvimento sustentável ambiental e econômico do entorno e famílias, através de renda, parcerias e conscientização. Com as ferramentas aprendidas, Márcia, juntamente de uma de suas filhas e enteada, estruturaram a primeira viagem em família. Planejaram a viagem desde destino até divisão de tarefas e formas de levantar o recurso. Em um mês e três dias, arrecadaram mais do que o dobro de renda que tinham com relação ao mês passado. Nessa ação em conjunto, puderam realizar a viagem em família, passando o final de semana na praia com pelo menos 19 familiares (bebês e crianças inclusos). A maior lição aprendida por ela foi “eu vi que posso acreditar, que posso realizar os meus sonhos”. Assessoria online com a Márcia. Nesses meses, foi constatado um crescimento perceptível na Márcia que ocorre de dentro para fora, estando mais consciente e sólida em sua identidade como mulher, protagonista, líder, empreendedora, mãe, esposa, filha e amiga, em suas diferentes relações com stakeholders, familiares e comunidade. Os resultados ajudam a externar quem está se tornando por dentro. Na primeira assessoria deste ano, a força gerada a partir das intervenções realizadas pelo Galpão ZL e AdC ressaltam os aprendizados e conquistas, tornando claro o que por vezes passa no “automático” do dia a dia. Tanto a Márcia como a equipe do Galpão, testificam como a mudança é nítida, não podendo “reconhecer” que é a mesma pessoa. Há uma Márcia antes e pós Galpão ZL (últimos 4 anos) e outra Márcia antes e pós acompanhamento AdC (últimos 7 meses). Dois recortes que não apenas conversam entre si, mas que ajudam e fortalecem essa construção mútua onde o maior interesse é o crescimento da Márcia. Isso é demonstrado, ainda de forma mais profunda, quando a própria Márcia menciona que durante os encontros, começou a enxergar o quanto não fazia sentido ser alguém diferente em casa do que é no empreendimento, gerando um desconforto de mudança, onde viu dinâmicas e interações que não estavam mais coerentes com quem passava a perceber que realmente é. Através disso, com gratidão no coração, compartilhou como essa trajetória ajudou “a salvar o seu casamento”. A jornada continua, com o empreendimento aberto, os novos desafios batem à porta constantemente, assim como a transformação e crescimento seguem firmes. Com alegria e força, a Márcia têm conseguido enfrentar cada empecilho, reconhecendo quando precisa de ajuda, trazendo novas ideias e buscando aprender ainda mais para o desenvolvimento da sua empresa. Na medida que novos passos são dados e conquista novos espaços, sua própria família passa a acreditar também no seu sonho, reconhecendo o que está tomando forma. Um de seus filhos, Gabriel, comentou com ela algo que traz mais sentido para o que tem se dedicado: “eu moro na favela, mas a favela não mora em mim”. Isso exemplifica que, assim como sua mãe, também pode sonhar, buscar melhor qualidade de vida e contribuir na sua comunidade. Fica o ensino e a reflexão de como o “eu Márcia” está sendo formado enquanto também multiplica. Avante Márcia! Márcia com parte dos integrantes de sua família no novo empreendimento. Aventure-se Empreendedor! Tem interesse em participar dos projetos GRATUITOS da Aventura de Construir? Deixe suas informações e avisaremos quando abrir as inscrições para o próximo!Ative o JavaScript no seu navegador para preencher este formulário. Nome Completo * E-mail Telefone (com DDD) Cidade Enviar #Empreendedorismo #Microempreendedores #negóciosustentável #Reciclagem
- COVID, digitalização e o impacto sobre o impacto
A COVID mudou relacionamentos, processos e hábitos, em todos os níveis. Agora parece que o pior está atrás, mas algumas mudanças vão ser permanentes, como um nível maior de digitalização. Quem não confiava comprar na Internet agora faz e espera em casa uma caixinha de remédios. Organizações descobriram que podem funcionar com os colaboradores trabalhando em casa sem ter que gastar horas para ir e vir do escritório no trânsito… (mais…)
- Jornada Coletiva: Meninas Mahin
São 5 anos de existência do Coletivo Meninas Mahin, negócio de impacto social que promove o empreendedorismo entre mulheres negras. Carregando Luísa Mahin em seu nome, hoje são mais de 80 participantes, que, em sua maioria, começam a empreender por necessidade, existindo muita insegurança. E daí a importância de apoiar esse movimento: desenvolvimento do perfil empreendedor das integrantes, transformando-as em gestoras autoconfiantes e responsáveis por seus negócios. Nasceu de forma orgânica em 2016. A partir da participação no projeto Itaquera do Futuro, Ednusa Ribeiro e as demais fundadoras começaram com oficinas de turbante e tranças. No fim do ciclo de aprendizagem decidiram realizar uma feira de celebração e foi ali que notaram a importância de um espaço contínuo para fortalecer o afroempreendedorismo e disseminar a cultura com artistas locais. O processo de amadurecimento das integrantes se dá através de sua participação ativa nos encontros e feiras abertas organizadas pelo Coletivo. Nesses momentos são repassados os conhecimentos ao passo que já podem ser praticados. Ednusa e as demais membras do Conselho acompanham de perto todo o processo de venda, comunicação com cliente, negociação e, juntas, crescem: é o Ubuntu que se faz tão presente em suas falas e ações. Advinda da língua Bantu da África Subsaariana, Ubuntu traduz-se para o português como: “Eu sou por que nós somos”, e é trazido pelas Meninas Mahin com o provérbio africano: “Se quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá em grupo.” Da esquerda para a direita: Esther Fernandes; Tiemi Rodrigues; Ednusa Ribeiro; Mariza Moreira; Denise Alexandre; Ana Santos Acompanhadas pela Aventura de Construir desde 2020, ano que foram contempladas com capital-semente do projeto Crescendo em Rede, as Meninas Mahin criam vínculos e possibilitam trocas profundas de aprendizado por onde passam. Ednusa e as integrantes do Conselho Consultivo participaram de ações como a distribuição de mais de 120 cartões alimentação – parte da ação junto ao Banco de Alimentos realizada em outubro de 2021. Ednusa participou também como mentora voluntária em assessorias do projeto Lamberti Transforma, assim como todas as membras se fazem presentes ativamente nos encontros do Avante Empreendedor, rede de empreendedores AdC. As Meninas Mahin engrandecem os espaços por onde passam e a trajetória de entrega profunda para sonhos altos vem rendendo frutos. Podemos mencionar aqui a mais recente delas, o reconhecimento pela Prefeitura de São Paulo com o Selo de Igualdade Racial. E a parceria com a Feira Preta, que conta com a categoria Coletivo Meninas Mahin em seu e-commerce? Sem deixar de mencionar a crescente participação em eventos de formatos diversos: Dia do Empreendedorismo Feminino da Pepsico; lançamento da campanha #CompreDelas do Facebook; encontro do Grupo de Estudos sobre Voluntariado Corporativo para falar de sua experiência dentro do projeto Compartir Vedacit; a lista é longa e a tendência é crescer ainda mais! Fica a dica: anote o nome Coletivo Meninas Mahin e já segue nas redes o @coletivomeninasmahin. Compartir Vedacit A Aventura de Construir agradece imensamente poder contar com as Meninas Mahin e contribuir como possível em sua jornada. No Compartir Vedacit, acompanhamos a Ednusa em um processo de planejamento e organização que rendeu, entre outras trocas e aprendizados: formatação do Conselho Consultivo, elaboração do cardápio de serviços e produtos oferecidos; revisão de valores de serviços e produtos Em um contexto de tantas demandas urgentes como a que vivemos no Brasil de 2021, existe muito aprendizado na trajetória das Meninas Mahin. A valorização do fazer junto que transborda o discurso e se faz presente na prática; a didática do aprender fazendo na formação das empreendedoras dentro das feiras afro; a valorização pessoal e colocar-se em primeiro lugar, valorizando sua jornada. Uma frase que reverberou bastante pelo Avante, quando a pauta era a dificuldade da jornada de empreender, foi: “Pode ser que ainda estejamos longe de onde queremos chegar, mas com certeza estamos mais perto de lá do que de onde começamos”. Fica a reflexão para este fim de ano em seu processo de planejamento para o ano que vem por aí. O Coletivo, de volta com as feiras físicas semanais (todos os sábados), mantém esse e outros aprendizados na manga para seguir na construção coletiva, em pequenos passos bem dados e valorizando as culturas afro e afro-brasileira de forma transversal a tudo aquilo que faz. Acompanhe o calendário de eventos (presenciais e on-line) pelas redes das Meninas Mahin porque uma coisa já sabemos: elas não param! Aventure-se Empreendedor! Tem interesse em participar dos projetos GRATUITOS da Aventura de Construir? Deixe suas informações e avisaremos quando abrir as inscrições para o próximo!Ative o JavaScript no seu navegador para preencher este formulário. Nome Completo * E-mail Telefone (com DDD) Cidade Enviar
- O que diz nosso coração neste Natal e fim de ano?
Após um ano cheio de desafios, queremos refletir sobre o que nos move e pensar: o que diz nosso coração neste Natal e fim de ano? O que torna alguém mais feliz? Se aproveitar dos outros em benefício próprio ou ajudar a construir um coletivo em que as pessoas estejam bem? Nós aprendemos que devemos recolocar no centro da experiência humana a ideia de colaboração, de solidariedade e da beleza da vida para o outro. Afinal, precisamos olhar para o que move o nosso coração. Não é uma individualidade egoísta, mas o gosto de se relacionar em comunidade e pensar no outro. E essa construção vertiginosa se faz na vida cotidiana, em cada instante, onde começamos a levar em consideração esse desejo de bem, a construção do verdadeiro, do justo, do belo. É a experiência de se dedicar ao outro, de criar realidades sociais, de construir empresas para gerar trabalho para as pessoas. Isso nos dá a verdadeira alegria! Para celebrar este ano que se encerra, comemorar o Natal e aguardar o 2022 neste novo ciclo dos 10 anos da Aventura de Construir, preparamos um breve vídeo para cada um e uma de vocês que esteve conosco ou deseja estar no futuro. Confira abaixo!
- Meio ambiente, sustentabilidade e o papel das organizações
O Blog AdC de hoje traz o texto de Nathalia Araújo, estudante de Ciência Contábeis na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, a FECAP, sobre o papel das organizações em questões de sustentabilidade e meio ambiente. A parceria da Aventura de Construir com a instituição tem como objetivo conectar estudantes do primeiro semestre com pautas do empreendedorismo social. A entrevista que realizamos sobre o projeto pode ser acessada neste link. Adotar uma postura sustentável dentro das organizações é um passo importante, porém difícil. Não se trata apenas de incluir latas de lixo separando materiais recicláveis, vai muito além disso: requer transformações no processo de produção (para indústrias), adoção de critérios rigorosos na seleção de fornecedores, investimento em pequenas ações do cotidiano e uma ampla mudança na mentalidade da empresa e de seus colaboradores sobre o tema. Muitas organizações deixam o assunto de lado, pois acreditam que não são responsáveis pelas mudanças climáticas e outras questões ambientais, além de não entenderem como isso pode impactar o seu negócio. Sendo grandes responsáveis pelo crescimento econômico do país, as empresas utilizam muitos recursos naturais e, portanto, têm grande responsabilidade nas questões ambientais. Muitos líderes de grandes empresas no Brasil acreditam que investir em um modelo de negócio sustentável é caro, porém, essa não é uma realidade. Não são necessários grandes investimentos para que pequenas mudanças aconteçam dentro das organizações e as ajudem a ser sustentáveis. Alguns exemplos são: fazer a gestão de resíduos sólidos, reciclar materiais do dia a dia, investir em ações sociais fora da empresa, educar os seus funcionários sobre o consumo consciente de energia, respeitar a legislação ambiental e os recursos naturais, entre outras ações que, se adotadas pela maior parte das companhias brasileiras, podem contribuir com o meio ambiente. A conscientização de que se preocupar com o aspecto sustentável dentro da organização, além de impactar o meio ambiente e a sociedade em geral, pode ser determinante para o futuro do negócio. Atualmente, as empresas sustentáveis atraem investidores que buscam se associar com organizações que se preocupam com o meio ambiente e os impactos de suas operações na sociedade em geral. A responsabilidade social corporativa é um fator decisivo para que estes investidores decidam aplicar seus fundos nessas organizações. Os clientes também mudaram seu comportamento e começaram a consumir de forma mais consciente e valorizam empresas com ações focadas na sustentabilidade. Segundo pesquisa da Revista Exame, 64% dos consumidores no mundo vão se atentar para empresas que realmente se importam com a sociedade e o meio ambiente, no Brasil, o número chega a 82%. Adotar políticas sustentáveis traz para as empresas imagem positiva junto aos consumidores. Ser uma empresa sustentável não é apenas se preocupar com o dia de hoje, mas sim criar um futuro em que todas as etapas da cadeia de produção até o consumidor final, atuem da melhor maneira possível. Adotar práticas sustentáveis dentro e fora das organizações é de interesse de todos. Faça sua parte! Referências https://exame.com/negocios/consumidores-querem-empresas-preocupadascom-meio-ambiente/ Nathalia Araujo Nathalia Araújo, 30 anos, graduada em Publicidade e Comunicação pela Universidade de Mogi das Cruzes e estudante de Ciências Contábeis na FECAP. Atualmente trabalho na SPIC Brasil, multinacional chinesa do ramo de energia, dentro da área de FP&A.
- Compartir Vedacit: conhecendo 2 protagonistas!
A Jornada de Sustentabilidade do mês de novembro vai compartilhar dois cases do projeto recém finalizado “Compartir Vedacit”. Esta iniciativa inaugurou – dentro da AdC – o trabalho com voluntariado corporativo em parceria com o Instituto Vedacit. O projeto aconteceu de julho a novembro de 2021 e contou com 16 colaboradores Vedacit engajados em compartilhar, após um treinamento nas metodologias da AdC, seus conhecimentos com microempreendedores que já acompanhávamos. E para esta união entre colaborador(a) e empreendedor(a) aproveitar toda a sua potência, o processo de inscrição envolveu o mapeamento das habilidades e conhecimentos dos interessados, para que a equipe AdC construísse as conexões mentor – empreendedor a partir das demandas específicas de formação. Para saber mais deste projeto que transformou comoção em ações concretas e efetivas para a construção de um futuro melhor, basta clicar aqui e curtir o texto novinho que saiu no blog! E agora vamos compartilhar um pouco do processo de construção desta jornada a partir do case de 2 empreendedores e seus mentores, fechado? Amanda Gonçalves A curitibana Amanda Gonçalves é uma voz bastante ativa nos espaços de proteção à igualdade racial e cultura negra na cidade de São Paulo, atuando como conselheira de Igualdade Racial municipal. Sua trajetória pessoal de imersão e apropriação da cultura afro a levou a fundar o Tabuleiro Odara, empreendimento social que busca apresentar a panificação como alternativa de renda a mulheres periféricas que necessitam de uma fonte de sustento. Com formação e experiência profissional em gastronomia, Amanda oferece os cursos de panificação e conta com uma equipe multidisciplinar para apoiar as participantes (administração, comunicação, design, pedagogia, nutrição e apoio psicológico individual ou em grupo). O Tabuleiro resgata a ancestralidade das africanas escravizadas em terras brasileiras, que vendiam seus quitutes em tabuleiros. A jornada Compartir Amanda foi assessorada pelo colaborador Dimy Nascimento Seu processo de assessorias originalmente focaria no desenvolvimento do Plano de Negócios do Tabuleiro, porém entre a primeira e segunda assessorias a empreendedora social passou por imprevistos que acarretaram em uma mudança não planejada, além dos impactos financeiros e emocionais. A jornada teve uma “quebra” de mais de 2 meses até a segunda assessoria e, ao retomar, o foco foi a reestruturação do Tabuleiro para os novos parâmetros e na geração de renda no negócio. Apesar dos desafios enfrentados por Amanda, ela ganhou força para seguir e contou com o apoio e entusiasmo de Dimmy, que muito atento à realidade da empreendedora preparou uma tabela otimizada para organizar o planejamento financeiro do empreendimento, aproveitando o momento da assessoria para demonstrar suas funcionalidades. Desde então, Amanda vem utilizando sistematicamente. Sobre os serviços oferecidos e mudanças realizadas: O curso original para 10 mulheres acontecia no espaço embaixo da casa de Amanda – que foi reformado como cozinha. Atualmente em um apartamento menor, foi necessária uma reformatação no curso para uma versão pocket, com duas participantes por vez. Para isso foi importante um planejamento cuidadoso e valorização dos pequenos passos para que a empreendedora não se desanimasse. Para a geração de capital, Amanda organizou uma rifa, tendo como prêmios utensílios da cozinha original que não puderam ser levados para a nova casa. Para conhecer mais desta história, siga o instagram do Tabuleiro e incentive esta empreendedora! @tabuleirodara Maria Rose de Farias Moradora do Morro Doce, periferia da Zona Oeste de São Paulo, Rose é acompanhada pela AdC desde 2019. No começo o empreendimento assessorado era o Maria’s Doux: espaço aconchegante que serve crepes e cafés, além de ter um delicioso chocolate artesanal. A empreendedora segue com este empreendimento e divide o trabalho junto de suas sócias. Em sua jornada empreendedora também descobriu um apreço pelo empreendedorismo social e foi percebendo que diminuir o gasto empenhado (e muitas vezes desperdiçado) com verduras e legumes era (e é!) o seu objetivo. Em 2020 ela entrou no projeto AdC “Crescendo em Rede” e aos poucos foi concretizando suas idéias até surgir o “Cultivar Afeto”. Com a disseminação de conhecimento sobre plantação de hortas verticais caseiras através de cursos, o Cultivar Afevo visa, além de providenciar uma alternativa de economia financeira para as famílias do bairro de Morro Doce, estimular diferentes tipos de afetos (consigo, com a casa, com o planeta). O afeto é revolucionário! Vale lembrar que Rose foi uma das contempladas do projeto “Crescendo em Rede” e para conferir seu vídeo em novembro de 2020 apresentando a iniciativa, basta clicar aqui. A jornada Compartir Maria Rose de Farias foi assessorada pela colaboradora Daniele Klein O “match” entre a empreendedora Maria Rose, com perfil dedicado e introvertido, e a voluntária Daniela Klein, comunicativa e extrovertida, atendeu à principal dor do empreendimento em incubação: vendas. Nas primeiras assessorias foram levantados os diferenciais, valores e objetivos do negócio para então, a partir da terceira assessoria, entrarmos no mão na massa, com bate bola de discurso de vendas, mapeamento e respostas a objeções. Obstáculos: Ao longo do projeto a pessoa responsável pelas redes sociais teve graves problemas de saúde (hoje passa bem!). O instagram do Cultivar ficou parado neste período; e todos sabiam da importância do trabalho de engajamento sobre os benefícios de cultivar hortas caseiras, que não é uma vontade espontânea ou natural para a maior parte das pessoas. Conquistas: Mesmo com o problema do instagram, Rose foi ganhando cada vez mais segurança durante a jornada e sua evolução era perceptível na desenvoltura em apresentar seu projeto. No decorrer do Compartir, Maria Rose foi convidada a participar, como Cultivar Afeto, de painel do Circuito Urbano 2021, evento da UN Habitat sobre o papel das cidades na ação climática. Para estimular o engajamento nas redes e o acesso do público, o conteúdo programático do curso foi cortado em pílulas de conhecimento para disseminação nas redes sociais. Outras novidades e desafios: O olhar de Rose voltou-se para espaços sem iluminação solar e os testes estão em andamento. Mais complexo, o protótipo de compostagem em garrafa PET demandou adaptações e, sua segunda rodada apresenta indícios de bons resultados – ainda em validação. E para finalizar a jornada teve um ótima notícia: o protótipo de horta vertical em ambiente interno foi bem sucedido. Para saber mais sobre esta iniciativa de aquecer o coração é só seguir: @cultivarafeto. #VoluntariadoCorporativo #Empreendedorismo #Educação #Voluntariado #Microempreendedores
- Voluntariado Corporativo com propósito: Compartir Vedacit
O segundo semestre de 2021 marcou uma experiência profunda para a AdC: rodamos, entre os meses de Julho e Novembro de 2021, nosso primeiro projeto de voluntariado corporativo. Em parceria com o Instituto Vedacit, mobilizamos colaboradores da empresa para atuarem como mentores, doando parte de seu tempo de trabalho para microempreendedores acompanhados pela AdC. O chamado “Compartir Vedacit” trouxe para a AdC grandes aprendizados, gerou valor concreto para os empreendedores e fortaleceu o senso de pertencimento entre colaboradores Vedacit. No projeto utilizamos nossa tecnologia social, o método de trabalho AdC aplicado ao processo de assessorias, como base para a formação e acompanhamento dos voluntários. Sabemos o quanto o dia-a-dia corporativo é corrido, razão pela qual toda jornada foi preparada de forma a valorizar e otimizar o máximo possível a troca entre empreendedor e voluntário, garantindo assim o atendimento dos objetivos centrais do projeto: Capacitar microempreendedores a utilizar diferentes ferramentas de gestão de negócios; e desenhar soluções personalizadas que respondessem às problemáticas e dificuldades do negócio identificadas por cada voluntário em conjunto com a equipe AdC. Foram 58 assessorias no período, contabilizando um total de mais de 115 horas doadas pelos colaboradores Vedacit, que tiveram uma média de 3,8 assessorias por voluntário. A gestão geral envolveu, logo de cara, a pergunta: como melhor atender as necessidades dos empreendedores e melhor aproveitar o tempo dos voluntários? Em tempos de Tinder e Casamento às Cegas esse questionamento inicial se transformou em: como dar match? O Instituto Vedacit apostou conosco nessa nova tecnologia: mapear as habilidades e conhecimentos dos voluntários de um lado e as necessidades dos empreendedores de outro para gerar, através dos dados coletados, as conexões mais propícias. A inovação testada resultou em processos de assessoria efetivos em resultados ao mesmo tempo que estimulantes para ambas as partes, uma vez que havia sinergia entre empreendedor e voluntário. Da parte dos voluntários, percebemos em seus relatos a valorização de encarar outras realidades, refletir e buscar soluções para problemas diferentes e colocar a mão na massa fazendo a diferença para o outro. É o voltar ao trabalho com um novo olhar, ainda exercitando o gerenciamento de tempo na profissão. Além disso, foi notável o senso de pertencimento e orgulho em fazer parte de uma empresa que coloca em prática seus ideais. Os empreendedores sublinham a importância da forma estruturada de se trabalhar trazida pelos voluntários Vedacit, conseguindo realizar muito mais com o destrinchar dos grandes objetivos. Palavras como: foco, metas, organização e planejamento aparecem recorrentemente em suas falas. Em parte dos processos, voluntários prepararam planilhas financeiras especificamente para as necessidades da empresa. Outros evoluíram a elaboração de seus Planos de Negócio, enquanto outros projetos no papel desenvolveram seus modelos de negócios. Prática de discurso de vendas, identificação de diferenciais competitivos, mapeamento de objeções… As entregas foram muitas, mas mais que entregas, Compartir foi sobre trocas. E para aprofundar nos detalhes dessas jornadas, com suas conquistas e obstáculos, fiquem ligados nas próximas Jornadas de Sustentabilidade, que trarão relatos do Compartir. Para nós da Aventura de Construir, Compartir foi uma jornada de grandes aprendizados e inovações. A oportunidade de multiplicação de nossa metodologia, em especial o sexto ponto: Atuar em rede, criando pontes e fortalecendo trabalho conjunto entre os beneficiários – numa visão subsidiária, desenvolvemos parcerias com empresas, ONGs e voluntários, que nos auxiliam em todas as esferas do trabalho para dispormos de ferramentas que respondam aos objetivos identificados, criando pontes e apoiando o público na construção, estabilização e crescimento de redes comunitárias que reforcem o protagonismos dos envolvidos em nossos projetos. Face ao grande desafio imposto pelas desigualdades vividas pelos brasileiros e agravadas pela pandemia, fica evidenciada a necessidade de transformar comoção em ação, de construir em conjunto. Possibilitar estes encontros, diminuindo distâncias e construindo pontes que geram valor real é uma honra. Este é o nosso propósito para a construção de um futuro melhor e expectativa para próximas Aventuras. Se quiser saber mais sobre a experiência, não deixe de assistir ao encontro do GEVE (Grupo de Estudos sobre Voluntariado Empresarial) de outubro, oportunidade na qual compartilhamos nossa experiência, ao lado de Juliana Solai (Instituto Vedacit), Maure Pessanha (Artemisia), Ednusa Ribeiro (Coletivo Meninas Mahin) e mediação de Silvia Naccache (GEVE). #Empreendedorismo #Voluntariado #VoluntariadoCorporativo
- Encerramento do “Lamberti Transforma”: apostar para a transformação em cada fase!
No dia 14 de setembro aconteceu o evento online de encerramento do projeto “Lamberti Transforma”. A sala estava cheia de participantes, equipe e voluntários AdC e Lamberti. Foi um momento para festejar! Festejar a conclusão de uma etapa, mas sem deixar de pensar no futuro. A pergunta que serviu como direcionamento para o evento foi: Como você vai continuar o que começou no projeto? E antes de compartilhar algumas das respostas, topam uma breve retrospectiva? Para saber sobre o começo da parceria entre AdC e a corporação química internacional Lamberti e os primeiros avanços do projeto, basta clicar aqui! Apesar do projeto inicialmente ser exclusivo para mulheres, analisando o perfil dos inscritos, decidiu-se em conjunto com a Lamberti, aceitar uma pequena porcentagem de homens. O interessante é que eles se inscreveram por indicação de suas próprias familiares (mães, namoradas, esposas, tias, etc). As atividades do projeto foram desenvolvidas no online e dividas da seguinte forma: 8 tutoriais sobre temas do universo do empreendedorismo, introduzindo aspectos tecnológicos; Assessorias (atendimentos personalizados individual e em grupo) para ideação de soluções; Assessorias para prototipação. Em todas as etapas, a AdC contou com o seu time qualificado de voluntários e recebeu apoio de profissionais da Lamberti para fortalecer esta rede. Compartilhamos o exemplo de Nelson Peres, Supervisor Financeiro da Lamberti, que participou como ouvinte e depois formador nos tutoriais sobre Gestão Financeira do Empreendimento. Ele apresentou uma planilha de fluxo de caixa planejado para os participantes. Além dos voluntários, também foram envolvidos empreendedores de outros projetos AdC no sentido de fomentar a lógica de multiplicadores e trazer mais prática com exemplos concretos dos desafios vivenciados e as estratégias de superação. Tutoriais: Foram mais de 280 participações na etapa dos tutoriais. Engajar é despertar interesse e entender o outro como ser humano. Por isso, sabendo da rotina intensa das empreendedoras, fez parte do trabalho da AdC perguntar para aqueles que faltavam se estava tudo bem, se existia algo que gostaria de compartilhar. Esta ação foi valorizada na fala de empreendedoras, que relataram sobre como o contato direto as motivou a iniciar e continuar o curso em momentos difíceis da vida pessoal e empresarial. Assessorias: Na 2ª etapa de assessorias, foram contabilizadas 143 participações, sendo 58% de forma individual e 27% realizadas em grupo. Para solucionar algumas das dificuldades sobre gestão financeira, a equipe AdC se serviu de metas que incentivassem os participantes a registrarem entradas e saídas dos empreendimentos para depois contabilizar os custos fixos e variáveis. Foi ressaltada a importância em realizar a separação entre casa e empreendimento e definir o próprio salário/pró-labore (mesmo que simbólico). Vale comentar que para alguns foi necessário retomar temas da gestão financeira da casa trabalhado um orçamento doméstico em conjunto, para assim, poder avançar com base, para as próximas etapas. Nesta etapa foi possível identificar que a colaboração dentro das famílias com o acompanhamento da AdC fortalece também a autoestima dos participantes e por consequência incentiva a valorização do próprio trabalho. Vagner Pinheiro (de headphone) e Débora Pinheiro (de vestido) são pai e filha que iniciaram o curso juntos! Vagner é aposentado e começou a produzir e comercializar facas, entrando para área da cutelaria. Após a 1ª assessoria de Vagner, ele realizou seu cadastro como MEI (Micro Empreendedor Individual). Débora é engenheira de formação, mas atua como fotógrafa e durante as assessorias conseguiu implementar um planejamento de atividades realista. Etapa final de prototipação: Dos 26 que concluíram o ciclo, 15 empreendedores seguiram para a etapa de prototipação. A etapa de prototipação foi dividida em 2 grupos: Grupo 1 – Para aqueles que já possuem um empreendimento: apresentaram como objetivo a realização de um protótipo. 30% dos participantes desenvolveram planilhas de fluxo de caixa e gestão financeira do empreendimento; 30% planilhas de controle/acompanhamento de agendamento de clientes; 23% dos participantes desenvolveram Reels para atrair mais clientes; O restante se dividiu entre: 1. Criação de E-commerce, 2.Elaboração de Logomarca e 3.Evento específico de vendas. Para a empreendedora Maria Susette, dona de um salão de estética em Nova Odessa há mais de 20 anos, a escolha da planilha de fluxo de caixa como seu protótipo mudou sua visão do empreendimento. “Com os dados da planilha tenho segurança para tomar as melhores decisões visando o aperfeiçoamento do meu negócio. E acendeu a “luz de alerta” para as despesas que estão muito altas. Hoje tenho controle das minhas finanças, que há 24 anos eram incertas, assim fico contente com o produto entregue.” Grupo 2 – Fase de implementação: apresentaram como objetivo a realização de um plano de negócio adaptado. As empreendedoras (1 da área de consultoria e 1 de vendas de joias e semijoias) focaram primeiramente em responder: 1. Quando você pretende abrir seu empreendimento? 2. O que vocês precisam para isso? No começo, as respostas eram genéricas e não levavam em conta uma definição de prioridades (elas diziam que precisavam abrir um MEI, fazer cursos mesmo sem definir o público alvo, etc). O objetivo foi aprofundar partindo da realidade das empreendedoras. As metas aos poucos se tornaram mais tangíveis, por exemplo, elas foram orientadas a realizar um levantamento da estrutura que o empreendimento deveria ter ao se iniciar e os custos a serem arcados para tal. E o encerramento? Quanta coisa, não é? E aí voltamos para o dia 14/09, encerramento do projeto com a pergunta: Como você vai continuar o que começou no projeto? Dentre falas tão potentes, exemplos concretos de descobertas sobre si mesmo e aprendizados sobre como desenvolver os caminhos necessários, Silvana Molina (ramo da estética) compartilhou que o projeto a fez olhar mais para o outro – criar empatia e desejo de mudar não só a própria vida, mas como contribuir para uma mudança do entorno. “Quando algo me faz bem, melhora minha vida, eu quero multiplicar este conhecimento. Eu quero passar adiante. E o projeto fortaleceu isso em mim. A gente torce pela vitória do outro e eu quero fazer parte desta rede!” Próximo a finalização do projeto, existiu uma pergunta recorrente entre os participantes: O projeto terá continuidade? A força desta pergunta está além da vontade dos empreendedores em continuar o trabalho realizado com AdC e Lamberti neste ou em outros formatos, está na beleza da atitude de muitos, em se colocarem disponíveis para multiplicar os conhecimentos e fomentar outras transformações, seja na divulgação ou execução de outro projeto. Lamberti, a nossa gratidão total! Empreendedores, sigam sendo protagonistas em sua jornada – de olhos atentos e coração aberto. Nós da AdC, esperamos profundamente nos encontrarmos em breve! Curta aqui o vídeo realizado especialmente para o encerramento do projeto. #Empreendedorismo #GestãoFinanceira #Lamberti #Microempreendedores