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  • A importância de indicadores de monitoramento: o caso do projeto “Crescendo em rede”

    No Blog AdC desta semana, trazemos o artigo “A importância de indicadores de monitoramento: o caso do projeto “Crescendo em rede”” escrito por Silvia Caironi, Adriano Gaved e Bruno Athanasio, da Aventura de Construir, e publicado na coluna Impacto Social, da revista Exame, gerenciado pelo Insper Metricis, o núcleo do Insper especializado em realizar estudos sobre estratégias organizacionais e práticas de gestão envolvendo projetos com potencial de gerar alto impacto socioambiental. Confira o artigo abaixo! Aventura de Construir (AdC) é uma ONG que apoia microempreendedores brasileiros de periferia desde 2012. Com o Insper e a Catalise, em 2020, a instituição criou o projeto “Crescendo em rede” para a formação, incubação e aceleração de negócios de impacto social. A iniciativa envolveu 40 empresas de cinco regiões do Brasil. Após três meses de formação na metodologia do Design Thinking, para ajudar os empreendedores a levar em consideração alguns dos fatores críticos de sucesso para a própria iniciativa, os melhores planos de negócios desenvolvidos receberam um capital semente entre R$ 3.000 e R$ 10.000. Um dos objetivos do “Crescendo em rede” era ajudar as empresas selecionadas a implantar um sistema de gestão de indicadores de avaliação de impacto socioambiental. Por isso, a AdC assumiu a tarefa de defini-lo, coletar dados periodicamente, analisá-los e apresentar os resultados para os empreendedores como suporte à tomada de decisões. Dessa forma, seria possível acompanhar a gestão interna desses negócios e, sobretudo, utilizar uma ferramenta simples e ágil para medir os resultados. Para verificar a evolução dos negócios ao longo do tempo, foi elaborado um questionário, administrado semestralmente. Em junho de 2022, foi feita a terceira rodada de perguntas. As bases desse questionário foram definidas através da aplicação da teoria da mudança ao projeto e um benchmark internacional que analisou quais indicadores de impacto usam organizações que desenvolvem projetos similares com um público afim (E4impact e Opes Fund). Em linhas gerais, as perguntas buscaram ser curtas, simples e sem a possibilidade de respostas ambíguas, de modo a captar indicativos claros da evolução dos negócios. Embora os empreendimentos tenham objetivos próprios específicos, notou-se que a preocupação ambiental e a criação de emprego, com atenção ao trabalho digno e feminino, eram comuns aos participantes. As perguntas buscam medir a evolução em oito dimensões: Arrecadação de recursos: quanto dinheiro foi coletado por investidores? Sustentabilidade financeira: qual foi a receita e o lucro? Controle financeiro: a empresa conhece sua receita e seu lucro (o que não é óbvio para esse grupo de empreendedores)? Definiram um orçamento? Se sim, foi respeitado? Atratividade da causa: quantas vezes a empresa foi mencionada na média (earned media)? Rede: com quantas empresas desenvolveram e realizaram colaborações? Impacto social: quantas empresas foram ativas na rede? Quantas pessoas trabalham nessas empresas? Quantas são mulheres? Quantas pessoas são formalizadas? Impacto ambiental: quantas práticas (uso racional dos recursos, reciclagem…) foram ativadas? Educação financeira: quantas atividades de formação foram realizadas junto a integrantes da rede? Encontramos muitos desafios metodológicos para a implementação dos questionários. Para essas organizações, já não é óbvio ter medidas precisas dos próprios fatores internos. Então, não se pode confiar nos valores que eles reportam sobre os parceiros da própria rede sem verificação. Por isso, passamos de uma colheita baseada no preenchimento do questionário para uma entrevista com um consultor da AdC, para que seja possível aprofundar em caso de valores dúbios. Os dados mostram uma queda significativa no número de respondentes na segunda aplicação do questionário, no final de 2021, e uma retomada em 2022. Do ponto de vista de indicadores financeiros internos, entre a pesquisa inicial e a última, o faturamento médio dos participantes passou de pouco menos de R$ 20 mil por semestre para R$ 24 mil, com o lucro subindo de 5,3% para 19,4%. Adicionalmente, os números indicam uma evolução nos empregos gerados, que passaram de 17 por empresa a 28,5, com um aumento dos formalizados de 25% para 67%. Os resultados são positivos, mas, sem grupo de controle, não é possível entender se a evolução nesses indicadores foi causada por uma melhoria no processo de gestão ou decorrente de outros fatores, não necessariamente relacionados ao projeto. Trata-se de um passo adicional com o objetivo de conseguirmos aprimorar o sistema de avaliação de impacto do “Crescendo em rede” e dar continuidade a estas avaliações semestrais. Entendemos que a responsabilidade é da AdC. Porém, quanto mais atores do ecossistema de impacto mostrarem interesse em realizar avaliação de impacto, mais possibilidades teríamos de contar com referências para criar grupos de controle por setor e causa de atuação. O desafio está lançado! *Silvia Caironi é coordenadora geral da Aventura de Construir, economista graduada pela Universidade Católica de Milão e mestre em Gerenciamento de Projetos pela George Washington University. **Adriano Gaved é PhD em Informática pelo Politécnico de Turim – Itália, atualmente sócio da maisQI, empresa de consultoria para ONG. ***Bruno Athanasio é cientista Social (UFF), pós-graduando em Gestão de Sistemas Integrados no Senac. #empreendedorismo #monitoramento #AdC #impactosocial #exame

  • O networking como poderosa ferramenta de comunicação para o pequenoempreendedor

    Em mais um texto produzido a partir da colaboração entre a Agência Experimental Benjamin, da FECAP, e a Aventura de Construir, o Blog AdC desta semana traz o artigo “O networking como poderosa ferramenta de comunicação para o pequeno empreendedor”, falando sobre a importância de desenvolver e utilizar este elemento no seu negócio. Confira abaixo! Por Pedro Gucciardi No dia 5 de outubro, é comemorado o Dia do Empreendedor no Brasil e a data celebra a criação do Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Mais do que um marco para as pequenas empresas, que, segundo o Ministério da Economia, movimentam 30% do PIB e contratam em torno de 70% dos trabalhadores do país, a data nos instiga a refletir sobre como é a jornada de um empreendedor em um cenário tão complexo como é o nosso país. De acordo com a edição de 2021 da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, realizada pelo Sebrae, o Brasil possui mais de 43 milhões de empreendedores, mas apenas 14 milhões possuem empresas que já passaram dos três anos de existência, tempo em que a empresa passa a ser considerada madura o suficiente. Esse número reflete como é difícil para um empreendedor conseguir manter seu negócio e, pensando nisso, no texto deste mês para o blog da AdC, traremos algumas dicas de como as áreas de estudo das Relações Públicas podem ajudar na longevidade da sua empresa. Para começar, vamos trazer a Comunicação Interna. Ela é a área que estuda as melhores práticas para um bom relacionamento com o público interno da empresa, e tem o papel de transmitir uma mensagem única a todos os colaboradores e garantir um canal aberto de comunicação entre todos. Existem vários métodos e estratégias para isso, mas as mais conhecidas são Redes Sociais Internas, Intranet, Reuniões Gerais e Newsletter. Muito mais do que transmitir comunicados, as ferramentas de CI, quando bem utilizadas, ajudam a motivar os colaboradores da sua empresa e propiciam um ambiente de inovação, produtividade e desempenho. Fazer com que as pessoas sejam líderes na comunicação significa que seu público interno está sendo ouvido e respeitado na organização, e, de acordo com uma pesquisa feita pela 15Five, empresa de desenvolvimento de softwares de gestão de pessoas, 81% dos colaboradores valorizam mais a comunicação da organização do que os benefícios oferecidos. Por isso, valorize o contato com as pessoas que fazem o dia-a-dia da empresa com você e sempre promova formas de deixar todos cientes sobre os projetos. Outro campo de estudos das Relações Públicas é o de Eventos e, no caso de pequenos empresários, por vezes muito mais importante do que organizar eventos próprios é participar de feiras e congressos. Como exemplo, vamos usar a Feira do Empreendedor 2022, evento organizado anualmente pelo SEBRAE cuja última edição aconteceu entre os dias 7 e 11 de outubro. Com mais de 500 expositores e 120 mil visitantes, a feira foi um dos principais palcos de negócios e parcerias do ano. A capacidade de desenvolver pontes de contato com outras empresas e clientes, ou networking como também é conhecido, é uma das principais habilidades que um empreendedor deve ter. Um bom networking faz com que você e sua empresa sejam vistos como referência e gera novas e mais importantes indicações e projetos para sua organização. A presença na maioria desses eventos é um alto investimento, portanto, faça um planejamento anual para manter o orçamento em linha e sempre faça bom uso da sua participação, converse com outros participantes e palestrantes nos intervalos, visite os expositores para estar alinhado com as novas tendências e sempre mantenha uma boa relação com as pessoas que você conhecer. As Relações Públicas são uma área de estudo muito vasta e o que apresentamos aqui é apenas a ponta do iceberg. Esperamos que tenhamos ilustrado a importância de ter em seu quadro um profissional especializado que pode evidenciar os diferenciais da sua empresa melhorando, impulsionando e prolongando sua jornada como empreendedor. Supervisionado pela Profª Paula Franceschelli. #desenvolvimento #Empreendedorismo #Microempreendedores #negóciosustentável

  • Dia da Alimentação e o Trabalho Culinário

    No último domingo, dia 16 de outubro, celebrou-se o Dia Mundial da Alimentação, data instituída pela ONU para consciencializar a opinião pública sobre questões relativas à nutrição e à alimentação. Aproveitando este tema, e também em função da finalização da segunda etapa do projeto ProtagonizAqui, onde foi ensinado culinária tradicional venezuelana e brasileira para migrantes, trazemos para o blog AdC de hoje uma conversa com Laura Oliveira. Cozinheira e uma das doadoras de alimentos para a realização das aulas práticas do projeto, Laurinha falou sobre o trabalho, sobre os profissionais da área de Gastronomia e sobre a experiência do cliente. Leia mais abaixo! Laura Oliveira, também conhecida como Laurinha, é cozinheira e dona do Bottega 21, um gastrobar localizado no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Nascida na Bahia, cresceu na capital paulista. Formada em TI, trabalhou 11 anos na área de tecnologia, mas sempre quis trabalhar com culinária, o que faz há 7 anos. Aventura de Construir: Laura, nos conta como você conheceu a AdC e o projeto ProtagonizAqui, e o que te motivou a realizar a doação? O meu bar fica na Rua dos Pinheiros. Ao lado existe outro bar, chamado Barnabé, que é de uma amiga minha, a Lívia, que é muito amiga da Luiza, que trabalha na Aventura de Construir. Consequentemente a conheci, e ela comentou comigo sobre o projeto, sabendo que eu sou cozinheira. Me contou que era um projeto de capacitação para formar cozinheiros, com participantes imigrantes, e que estavam captando doações. Eu achei muito legal. Ela me passou o contato da ONG, e a primeira pessoa com quem eu falei foi o Paulo, um dos responsáveis pelo projeto. Ele me explicou, contextualizou tudo e eu achei muito show todo trabalho, a forma como vocês fizeram tudo isso. E aí eu quis participar de alguma forma. Até cheguei a combinar para eu ir dar uma aula, mas não consegui participar por causa da compatibilidade da agenda. AdC: E como foi o processo de doação? Como você decidiu a forma que iria ajudar o projeto? Em um segundo contato, agora com a Raquel, pedi a ela uma lista de tudo que precisavam. Ainda não tinham conseguido as proteínas, e para um curso de capacitação de cozinheiros, o mais importante são as proteínas. Então me comprometi a conseguir todas as proteínas. Eu sou da área há sete anos, trabalho com alguns fornecedores super de confiança na procedência, que você pode consumir de olhos fechados. Assim deu tudo certo. AdC: Qual a importância de projeto como o ProtagonizAqui, que forma migrantes para trabalharem ou empreenderem na área de alimentação? Eu acho muito bacana esse tipo de projeto, porque principalmente na nossa área, na área de cozinha, a profissão de cozinheiro ainda é considerada um sub-emprego. Falta capacitação. Eu era sous chef executiva de um grupo de Gastronomia, então eu rodava diversas casas do grupo. E o que a gente mais vê dentro da cozinha são “cozinheirões”, um pessoal que manda muito na cozinha, e mal sabe ler e escrever. Isso porque na cozinha, teoricamente, não se exige um curso profissionalizante, você precisa apenas saber cozinhar. Então você vira um cozinheiro, exerce com excelência a sua profissão, mas não é bem reconhecido e bem remunerado porque você não tem um diploma. É considerado, ainda, um sub-emprego. Faltam projetos assim para tentar mudar esse cenário. É triste você ver o profissional ser subjugado, colocado em um patamar abaixo dos outros profissionais por causa disso. De certa forma há um preconceito enrustido, velado. Você vê a pessoa de uma área que estudou, que tem diploma, chegar na cozinha para falar com cozinheiro e não fala de igual para igual. E aí tem muitos lugares que abusam do funcionário, porque é uma pessoa que não tem muito conhecimento, não tem muito estudo e acaba se sujeitando a esse tipo de situação. Algo como pedir ao funcionário que trabalhe das 8 da manhã a meia-noite, dobrando o seu horário normal, e se não fizer ele não é um bom profissional, não veste a camisa da empresa. Você vê a pessoa se matando, se dedicando, mas ela não é bem reconhecida só porque não tem uma capacitação, um diploma. Então eu acho que faz muita diferença esses projetos, porque é muito difícil. Você não consegue ainda esse reconhecimento, nem mesmo dentro da faculdade. A faculdade de Gastronomia não prepara a gente para o mercado, para a realidade da cozinha. Eu vejo que até em outros cursos que eu tive oportunidade de participar, junto a outras instituições, não se entra nesse detalhe, não se aborda o que a gente vai encarar quando entrar de fato na cozinha. Esses projetos que são mais focados, mais específicos, acabam trabalhando de uma forma mais pontual, mais humana. Por isso que eu acho muito bacana. Sempre que eu tive a oportunidade de participar de algo assim eu fui, porque acho que vale super a pena. É uma oportunidade justamente para essas pessoas que não têm o mesmo acesso que outras. E é uma profissão que eu acho maravilhosa, né. Eu sou apaixonada por cozinha, eu acho sensacional. Existe mercado, mas falta profissional disposto a trabalhar. É muito difícil achar cozinheiros hoje em dia. Justamente porque não é bem remunerado, não é reconhecido e por todo esse cenário que a gente vive, muita gente não vai atrás dessa área para se formar. É uma profissão muito sacrificante e não valorizada, então todo o contexto é super válido para esse tipo de projeto de capacitação. AdC: No domingo celebrou-se o Dia da Alimentação, então, como cozinheira, qual a importância da comida para você? A gente sabe que alimentação não é só nutrição, não é apenas comer o necessário para viver, é muito mais. Como você descreveria? Eu sei que soa meio clichê, mas se alimentar tem muita coisa envolvida: é cultural, é de fato viver uma experiência. Você consegue conhecer lugares do resto do mundo se alimentando de uma comida típica, por exemplo. Você consegue conhecer um pouco da cultura, de como aquelas pessoas pensam, de como aquelas pessoas trabalham e vivem através da alimentação. Isso porque é muito amor e muita dedicação ali envolvidos, de ingredientes que você coloca que fazem parte da sua cultura. Tem muito restaurante que fala que não quer só servir comida e bebida, e sim proporcionar uma experiência. E de fato esse é o objetivo. O meu bar é um bar de aperitivos italianos, onde a gente entra no detalhe da região de buscamos aquele alimento, aquele prato, de levar um pouco da cultura italiana para aquela pessoa. A gente explica da onde vem, como que faz, o porquê que eles comem daquele jeito em determinadas regiões da Itália. É uma experiência muito pessoal você ir em algum lugar comer, e você servir uma pessoa, fazer uma comida para ela também é. AdC: Obrigado, Laura! E por fim, gostaria de acrescentar mais alguma coisa? Essa foi a primeira vez que realizei uma doação assim, mas não sera a última. E, na minha posição, foi muito fácil porque vocês me mandaram tudo pronto: “a lista é essa, a gente precisa disso, de tal forma”. Eu só entrei em contato com os meus fornecedores, mandei entregar e combinei com vocês, então foi fácil. O trampo mesmo é o que vocês estão fazendo. É botar a mão na massa, ir atrás, fazer dar certo e acompanhar tudo. E isso não é para qualquer um, eu sei quanto é difícil. Já fiz trabalho voluntário em alguns lugares e não é fácil você dar continuidade àquilo. Então parabéns para vocês! É muito muito muito bacana o que vocês estão fazendo. E por isso que eu falo, o que eu puder ajudar, de alguma forma, vai ser um enorme prazer. #Empreendedorismo #ProjetoSocial #migrantes #Culinária #Alimentação

  • Projeto ProtagonizAqui: Finalização da 2º Etapa – Formação em Culinária Tradicional Venezuelan

    No mês de setembro finalizou a segunda etapa do projeto “ProtagonizAqui”, uma realização da Aventura de Construir (AdC) em parceria com a Missão Paz, Casa Venezuelana e IAF (Inter – American Foundation), que tem como público migrantes, que morem há pelo menos um ano na cidade de São Paulo, para que eles possam ser inseridos de maneira digna na sociedade brasileira, visando sua inclusão produtiva e emancipação e fortalecendo o protagonismo dessas pessoas. A segunda etapa do projeto, denominada “Formação em Culinária Tradicional Venezuelana e Brasileira”, contou com capacitações presenciais e com a participação do chef, venezuelano, Sumito Estévez. Confira abaixo como foi essa experiência! Dividida em três fases, a segunda etapa do projeto, visava a preparação dos participantes para o empreendedorismo na área da culinária, sendo: 1 fase: Preparação e organização da cozinha com a nutricionista Juliana Calia 2 fase: Capacitações teóricas, sobre empreendedorismo, e prática, com técnicas e receitas venezuelanas, com chef venezuelano Sumito Estévez 3 fase: Comida de Boteco com Mônica Milleni A realização dessa etapa permitiu uma troca de experiência significativa para todos que participaram, também para o chef Sumito Estévez que comentou que após a realização desse projeto voltará para o Chile com uma nova perspectiva. Confira no vídeo abaixo como foi, para ele, a participação e a realização no projeto: Para a Aventura de Construir, a realização dessa etapa também trouxe novas perspectivas e aspirações, confira abaixo a reflexão da coordenadora da associação, Silvia Caironi: #projetosocial #gastronomia #migrantes #empreendedorismo #microempreendedor

  • Curiosidade, criatividade e natureza

    A Jornada de Sustentabilidade deste mês apresenta a história da Taís Fonseca, empreendedora da cidade de Viamão, RS. Ela, que é uma das participantes do projeto “Vi a mão Empoderada de Mulheres de Empreendedoras” produz e comercializa o Refrim di Capim, bebida fermentada não alcoólica de receita própria. Conheça mais dessa história abaixo! Taís Fonseca se identifica como uma buscadora das próprias curas, pratica meditações, gosta do ar livre e nos conta que os caminhos trilhados até aqui foram marcados pela busca constante de expressar sua criatividade. Transborda atitudes culturais através do violão, do canto e é professora de yoga. Descobriu interesse sobre bebidas naturais ao ler um livro sobre PANCS (Plantas Alimentícias Não Convencionais) em 2018, indicado pelo seu pai que havia preparado uma receita de bebida deste livro. Essa leitura despertou a curiosidade de preparar uma bebida diferente da Kombucha que já era consumida, pois a fermentação da kombucha ocorre através do SCOBY (cultura simbiótica de bactérias e leveduras). A criatividade foi aflorando e a receita de uma bebida com a combinação de 3 plantas nasceu: uma destinada para fermentação da bebida, outra para coloração da bebida e a última para o sabor da bebida. Nesse momento em 2018 Taís começou a produzir a bebida “divertida” com cores, borbulhas e sabores que fidelizou amigos, familiares e principalmente crianças que frequentavam sua casa. Neste momento o nome da bebida era “Baccharis”, nome científico da carqueja, um dos ativos da bebida. Em uma conversa informal com amigos, veio a necessidade de colocar um nome na bebida e Refrim surgiu descontraidamente. Primeiras bebidas produzidas em 2018 Por meio de uma provocação de um amigo que Taís foi aguçada a levar a bebida para “vender” em uma feira. Recorda que levou em torno de 15 garrafinhas pets, com o rótulo dos ingredientes escritos à mão e vendeu tudo. Inicialmente gostou dessa experiência de feira: falar do seu produto foi gratificante, mas a parte de cobrar, organizar o troco e controlar o financeiro achou “chato”. Continuou participando de feiras, foram momentos de grande dúvida porque trabalhava durante o dia e chegava quase no final das feiras para vender seu produto. Era cansativa essa rotina, mas o que impulsionava Taís a continuar era o prazer de falar combinação quase mágica que conseguia através das plantas. Como tudo parece acontecer “naturalmente” com Taís, foi assim também que pelo olhar puro de uma criança surgiu o complemento do nome Refrim. Ao ser questionada sobre o que estava bebendo, uma criança respondeu: – “A bebida da Tatá, acho que é de Capim.” Taís não teve dúvida e batizou o Refrim Di Capim! Em 2019, Taís participou de um curso de agroecologia e através de feiras organizadas entre os alunos apresentou sua bebida. O professor do curso a incentivou a ver o produto como um negócio e procurar uma incubadora de negócios e se inscreveu no Instituto Federal do Rio Grande do Sul para fazer testes sobre a composição do seu produto. Perante a pandemia em 2020, fez o primeiro investimento no seu produto, comprou: Filtro de barro para melhorar a qualidade da água; Notebook usado para organizar fotos e começar a divulgar seu produto nas redes sociais. Em 2020, mesmo com a pandemia, as vendas foram muito boas. Taís fazia a entrega nas casas dos clientes, e este hábito contribuiu na fidelização de muitas pessoas. Este período também proporcionou a Taís se dedicar mais a elaboração do seu produto e de 40 experiências elencou 8 sabores para serem comercializados. Como já possuía MEI por ser professora, Taís acrescentou o item de venda de produtos e começou a controlar mais suas vendas. Taís a e experiência com a AdC: Por meio de um grupo de mulheres no Whatsapp, em 2021, soube do curso Vi a mão Empoderada de Mulheres de Empreendedoras e decidiu que seria uma oportunidade de conhecer mais desse universo do empreendedorismo. Neste momento, com o início das capacitações e assessorias em fevereiro de 2022, Taís teve a virada de chave e enxerga seu lado empreendedora. Planejamento e organização financeira foram os pontos principais que Taís viu na teoria do curso e aplicou na prática em seu negócio. Hoje em dia, Tais: Realiza compras dos insumos que precisa em quantidade para as produções programadas Registra suas receitas e despesas de forma sistemática; Acompanha o lucro do empreendimento; Toma decisões a partir dos dados financeiros. No mês de Agosto teve um faturamento que considerou bom. Sabia que o valor seria abaixo da média, uma vez que é inverno, e as pessoas consomem mais bebidas quentes. Para setembro, Taís comemora o faturamento de mais acima de todos os meses deste ano. As parcerias também são fator importante para o negócio, participação em feiras, venda em espaços culturais, divulgação em redes sociais de outras empreendedoras. Feira 2022 Durante as assessorias individuais do projeto, percebeu-se a necessidade de aprofundar temas específicos sobre a composição do produto de Tais. Para isso, a equipe AdC recorreu ao time de voluntários e realizou uma ponte entre a empreendedora e Taynara Alves, formada em Química, gestora de Negócio e Inovação (Fatec Sebrae) e fundadora da startup InQuímica. Além destas qualificações, Thaynara é membro do Conselho Consultivo da AdC e trabalhou como consultora em 2019. Thaynara membro do Conselho Consultivo da AdC, Taís empreendedora e Lilian Zimmermann coordenadora do projeto Viamão Empoderada de Mulheres Empreendedoras A assessoria com Thaynara foi um divisor de águas: Taís foi orientada a fazer os testes para medir o PH do seu produto e colocando a mão na massa, comprando os equipamentos descobriu a acidez leve na composição. Modificou o rótulo do seu produto e colocou os componentes. Sabor que marca no rótulo 2022 Para aprofundar os testes, seu negócio está na lista de espera do Instituto Federal e pode ocorrer ainda este ano. A especificação dos componentes da bebida, são importantes para Taís, ela quer aprofundar mais ainda sua fala sobre os benefícios que tem certeza proporcionar a saúde através da sua bebida. Opções de sabores e tamanhos 2022 Taís, mulher criativa, com uma busca incansável de disseminar sua criatividade, conceitua sua bebida como resposta ao combate a obesidade infantil gerada pela participação dos refrigerantes no dia a dia das crianças. Conceitua como resposta ao alcoolismo trazendo essa alternativa para o brinde nas festas, uma bebida natural, com borbulhas. Taís empreendedora, vivencia um dos períodos mais produtivo em suas vendas sabendo que não é resultado de um acaso, mas sim de um planejamento e ações estratégicas: Compra as embalagens de uma empreendedora recicladora especializada em reutilizáveis; Possui opção do produto em 300ml, 500ml e 750 ml; Tem controle de produção para os produtos mais vendidos; Investe no negócio com o próprio lucro. E o que vem de novidade? Ecobag retornável para os clientes, cooperando com a logística reversa; ampliação da cozinha para produção e estocagem do produto; aumento da região de vendas e tudo mais que a criatividade desta empreendedora apaixonada trouxer. Todo processo de continuidade do negócio da empreendedora Taís, está estruturado na sua dedicação, seu comprometimento e a vontade forte de viver do seu negócio. Ter a oportunidade de acompanhar esse florescer empreendedora nos deixa com mais vontade de multiplicar essa cultura do empreendedorismo feminino. #desenvolvimento #Educação #Empreendedorismo #negóciosustentável

  • A importância da diversidade sob o viés da comunicação

    Em mais uma produção realizada a partir da parceria com a Agência Experimental Benjamin, da FECAP, o Blog AdC desta semana traz o artigo “A importância da diversidade sob o viés da comunicação”, visando o princípio adotado pelo projeto “ProtagonizAqui” da Aventura de Construir. Confira abaixo! Recentemente, a ONG Aventura de Construir junto com a Missão Paz, Casa Venezuela e IAF criaram o projeto ProtagonizAqui – Aprendendo a Empreender, projeto voltado a imigrantes, que pretende levar conhecimento e capacitação sobre empreendedorismo. O projeto nasceu com o propósito de incluir os imigrantes visando sua emancipação produtiva e econômica gerando o protagonismo desses indivíduos. Dada a importância deste projeto e do tema diversidade, no texto deste mês no blog da AdC resolvemos refletir sobre a importância da diversidade sob o viés da comunicação. De acordo com Sofia Esteves, fundadora e presidente do conselho do grupo Cia de Talentos, a primeira questão sobre o assunto é entender que Diversidade é diferente de Inclusão. “Enquanto diversidade diz respeito à representação demográfica, ou seja, a oferta de oportunidades para diferentes tipos de profissionais. A inclusão, por outro lado, é um passo além, é garantir que todos tenham as mesmas oportunidades de aprendizado e crescimento de carreira, e só é possível fazer isso ao romper com os vieses inconscientes que fomentam os preconceitos dentro da organização”. Trazendo como exemplo um caso de uma empresa que colocou em prática um projeto de inclusão, podemos citar a Johnson & Johnson: desafiando as estatísticas do mercado brasileiro, onde apenas 37% das mulheres ocupam cargos de liderança (IBGE), a empresa criou o movimento “Mulher 360”, que visa aumentar a quantidade de mulheres em posição de liderança dentro da empresa. Esse movimento conta com ações como o desenvolvimento dos talentos femininos, busca do equilíbrio entre vida profissional e pessoal e a quebra dos vieses do capacitismo feminino, além de criarem uma trilha de desenvolvimento de Diversidade e Inclusão. Se você está interessado em tornar seu negócio mais diverso e incluso, saiba que não são apenas grandes empresas que podem fazer isso. Pequenas empresas também podem “fazer a lição de casa” quando o assunto é diversidade e inclusão, e a área de Comunicação é uma grande aliada desse processo. Ela pode ajudar no posicionamento da empresa, impulsionar o discurso e a mensagem e apresentar, de maneira empática, um novo olhar sobre questões culturais e sociais que são invisibilizadas. Para isso acontecer, é necessário propor diálogos e reflexões com os diversos públicos, mostrando a importância da pluralidade, do acolhimento, da compreensão e do respeito. Neste sentido, faz-se importante um olhar atento de todas as ações que envolvem desde o cuidado com a forma, meio, tecnologia escolhida para a comunicação até o texto, fotos e conceitos das campanhas. Ou seja, é preciso, ao comunicar seu negócio, estar atento para que os textos, fotos, áudios e vídeos sejam acessíveis com descrição, legendas, hashtags e elementos que representem a diversidade dos públicos. Além disso, é preciso verificar se a mensagem que está sendo divulgada não fere, prejudica ou ofende nenhuma raça, gênero ou orientação sexual. A diversidade é um assunto urgente e necessário não só para a sociedade e é preciso que esse assunto seja encarado não apenas como um suporte e sim como parte do negócio. Supervisionado pela profª Paula Franceschelli #projetosocial #empreendedorismo #microempreendedor #comunicação #inclusão

  • Educando para empreender: a visão de novos empreendimentos

    No texto desta semana falaremos sobre empreendedorismo e sobre um novo formato de projeto que a Aventura de Construir (AdC) está desenvolvendo com a empresa Aluthaico. Convidamos Franklin Menezes, consultor sênior da área de desenvolvimento da AdC, que está à frente do projeto, para nos explicar melhor e nos contar sobre sua experiência na área da educação e empreendedorismo. Confira abaixo! Nos conte um pouco sobre você. Me chamo Franklin Menezes, sou consultor sênior na Aventura de Construir e estou aqui desde 2020, bem no início da pandemia. Eu entrei em fevereiro e ela iniciou em março. Sou mestre e doutor em Administração e tenho MBA em Marketing Digital, também sou formado em Administração. Tenho uma carreira tanto na indústria, quanto no comércio varejista, além das paraestatais, SENAI, SENAC e SEBRAE, nesta última fui agente de inovação e sou consultor há mais de 12 anos. Atualmente, além das atividades exercidas com empreendedores na AdC, tenho uma carreira como professor universitário de Administração, com atuação em disciplinas específicas nos cursos de Contabilidade, Pedagogia e Logística. Como você conheceu a Aventura de Construir? Quando iniciei meu doutorado, comecei a procurar um emprego que pudesse conciliar com os estudos e encontrei a vaga da Aventura de Construir, em um site do setor 3. Estava no processo seletivo em mais duas instituições, mas quando entrei no site da AdC fiquei bem impactado com o trabalho que estava sendo realizado aqui, além de está em uma área que eu gosto, o empreendedorismo. Sendo assim, pude conciliar as duas coisas, até hoje eu trabalho com o que gosto, que é ajudar os empreendedores a se desenvolverem e levar o sustento a suas famílias. Para você qual é a importância de trabalhar com educação e empreendedorismo? Eu tenho uma bandeira que trago comigo, desde a época da Universidade, que é colocar temas de empreendedorismo dentro da grade curricular da educação básica. Nas instituições em que trabalhei, sempre consegui colocar esse tema nas atividades realizadas, porque eu sempre entendi que no Brasil há uma dificuldade em praticar as boas ideias que as pessoas geram, que acabam ficando apenas no mundo da ilusão, sem se concretizar e acontecer realmente na prática . Então comecei a fazer esse trabalho de pensar e realizar. Por exemplo, uma vez fiz uma atividade de empreendedorismo com alguns alunos. Dividi a turma em 3 grupos, dei 20 reais para cada grupo, por volta de 8:00 horas da manhã, e falei para eles produzirem brigadeiros. Ao meio dia eles tinham que voltar e me mostrar como foi realizado o processo de fabricação e trazer lucro. Foi uma experiência muito boa. Tanto que uma das alunas, após um tempo, se mudou para São Paulo, iniciou vendendo brigadeiro e hoje em dia é uma empresária. Então quando você enxerga que é capaz de realizar algo, que possa desenvolver posteriormente, isso estimula a compreensão e desenvoltura para ações no presente e no futuro. Como funciona a consultoria? O trabalho é realizado a partir de um método e sequência lógica. Não trabalhamos com os empreendedores antes de um diagnóstico, porque é um método da AdC, ou seja, partir da realidade de cada um. Então primeiro é feito o diagnóstico, para entender a realidade dele e então poder direcionar as possíveis ações futuras. Não impor, apenas direcionar, porque outra premissa é de tornar o próprio empreendedor protagonista da sua vida. Após o diagnóstico, falamos sobre as opções de ações. O empreendedor identifica qual acredita que seja melhor e a gente dá o suporte, que é o acompanhamento dessas ações com ele sendo o protagonista das suas ações e decisões. Isso faz com que tenha um ciclo, porque quando um empreendedor é bem atendido e o trabalho tem um resultado legal, ele comenta com outros empreendedores que vão ficar interessados em, também, melhorarem seus negócios. Além disso, está no nosso método agir no local, mais especificamente nosso ponto 5 do método fala em atuar com visão G-local. Porque quando o empreendedor da região tem sucesso no seu negócio, ele vira uma referência no local onde está inserido, causando uma mudança indireta na sociedade em que está inserido. Me conta um pouco sobre esse novo projeto que você está trabalhando Estamos trabalhando com a Aluthaico, que atualmente é o nome fantasia da empresa. Eles pretendem fabricar esquadrias com foco para prédios residenciais. O projeto consiste em realizar um plano de negócio para a empresa, ação que todo empreendedor deveria realizar antes de abrir as portas do negócio. Antes de iniciar um empreendimento, é necessário fazer um plano de negócio, que seria a construção da empresa no papel, passando por todas as áreas, pensando em tudo que é necessário para construir a organização e para diminuir os riscos, principalmente, os financeiros. Então o proprietário entrou em contato com a Aventura de Construir para pedir um auxílio na realização desse plano de negócio. E o grande diferencial desse projeto é no direcionamento do nosso público. A Aluthaico já começa como uma micro empresa, diferente da maioria que atendemos, que são empreendimentos formais e informais com características menores que uma micro empresa, característica do nosso público tradicional. O projeto da Aluthaico tem a duração de 4 meses e conta com o plano de negócios que vai ser realizado desde a análise de mercado, passando pela parte de localização, exigências legais, estrutura do negócio, equipamentos e máquinas, processo de produção, quais investimentos e custos que vão ser realizados, formação de preço, eventos, sindicatos, cooperativas relacionadas e etc. Estamos trabalhando o plano de negócio nesse escopo, entre outros itens que também estamos analisando, como a questão tributária, dicas de negócio e no final vamos fazer um planejamento financeiro, com a ajuda do proprietário. O que as pessoas mais precisam durante um projeto? É o conteúdo ensinado ou o acompanhamento? Eu creio que é um complemento das duas coisas, porque um empreendedor quando chega na AdC, geralmente é um empreendedor que já está com alguma dificuldade, principalmente na parte financeira. Então eles buscam conhecimento e procuram ajuda, mas geralmente não sabem qual é a real ajuda que precisam, é quando juntamos nossos conhecimentos e partindo da realidade do empreendedor. Conseguimos ajudar a identificar o problema, dando uma base para os demais temas e realizamos o acompanhamento do negócio com eles, o que se torna um laço forte, pois na maioria das vezes, eles tem o problema resolvido. Quantos projetos você já participou na Aventura de Construir? Entre 12 e 14 projetos, participei em quase todos desde que eu entrei, porque os empreendedores precisam de muita ajuda na questão financeira, e como é minha especialidade, eu participo dando orientação técnica. O que te motiva e inspira nesse trabalho? Eu trabalhei desde a infância com o meu pai. Ele tinha um comércio e quando eu tinha 11 anos ele mandou eu e meus irmãos para cuidar do pequeno negócio, mas o meu pai não entendia de gestão. Ele falava para a gente anotar tudo, e a gente anotava, mas depois da anotação a gente não sabia o que fazer. Quando eu entrei no curso de Administração, começou a clarear as ideias de gestão, e quando eu comecei a trabalhar no SEBRAE (apoio as micro e pequenas empresas), comecei a ter noção do que fazer. Com essas experiências aliada a prática de um comércio de pequeno porte, adquiri bastante conhecimento para atuar com pequenos negócios. Hoje tenho um carinho muito grande pelos empreendedores, porque lembro que não tinha ninguém para nos orientar naquele tempo. Então, eu entendo a dificuldade que o empreendedor passa, porque ele até anota, mas não sabe o que fazer com aquilo. Tem muita gente por aí tendo prejuízo porque não sabe precificar um produto ou serviço e isso me motiva. Eu sei que, se eu quiser trabalhar a vida toda com pequenos negócios, vou ter trabalho porque tem muitos empreendimentos com a mesma dificuldade básica que tive há 30 anos atrás para gerir o negócio, com isso,  vou poder ajudar tanto os empreendimentos, como a economia e consequentemente o meu país. Qual o ensinamento que você leva para vida, pessoal e profissional, com tudo que vivenciou aqui e em outros lugares? A luta dos empreendedores para manter seus negócios sem conhecimento técnico e o pouco que aprendem faz mudar a vida da família e da região onde moram, levando prosperidade e geração de renda, isso que eu levo para a vida. O empreendedorismo é agir. É o pensar e agir. Porque o conceito retrata a iniciativa de implementar um novo negócio e é isso que eu tenho feito na minha vida, colocando em prática tudo aquilo que eu planejo. Por isso acredito que a temática do empreendedorismo também tem que estar presente na grade de ensino, para orientar outros empreendedores a colocar negócios consistentes que mude suas vidas.

  • Empreendedores no Metrô – conclusão do projeto Aventure-se II 

    Com o término do mês de agosto, também chegou ao fim o projeto Aventure-se II, realizado em parceria com a ViaQuatro e ViaMobilidade. Foram 3 meses de campanha, nos quais 10 tipos de cartazes diferentes foram espalhados por 26 estações nas linhas amarela e lilás do metrô de São Paulo. Em cada cartaz, apresentamos diferentes desafios enfrentados por empreendedores da periferia, identificados por meio da pesquisa que realizamos em parceria com a startup Catálise Social. E como resposta a esses desafios, apresentamos exemplos positivos de protagonistas atendidos pela AdC e seus negócios. E, além de mostrar esses empreendedores, em cada cartaz inserimos QR Codes que levavam o público a conhecer mais profundamente esses protagonistas, com os textos “Jornadas de Sustentabilidade”, disponíveis aqui no blog da AdC. Hoje retomamos as ações que publicamos durante a campanha, e trazemos alguns relatos dos empreendedores que estamparam os cartazes do projeto. Leia mais a seguir! O projeto Aventure-se II esteve exposto ao público entre 1 de junho e 31 de agosto de 2022, mas sua concepção e produção começaram bem antes. A parceria com a ViaQuatro e ViaMobilidade, que disponibilizou os locais de exposição, é a continuação de uma relação que gerou outras campanhas, em 2020 e 2021. A última foi a primeira edição do projeto Aventure-se. Após a identificação dos cases que seriam retratados em cada peça, como o da Rede Avante Empreendedor, e a produção das artes, o próximo passo foi a impressão e instalação dos cartazes no metrô, trabalho realizado pela ON Comunicação. Em agosto, publicamos uma entrevista com Marco Ortega, responsável pela empresa, contando os bastidores da produção. Ao longo dos últimos 3 meses, outras ações foram realizadas para impulsionar ainda mais o alcance do projeto. Neste vídeo, Bruno Athanasio explica como acessar o QR Code para conhecer a jornada de cada empreendedor. Além disso, publicamos no nosso blog textos produzidos em parceria com a Agência Experimental Benjamin, da FECAP, sobre storytelling e uso de dados para sustentar uma campanha. Em ambos as autoras citam o projeto Aventure-se II como exemplo. E para encerrar o projeto valorizando os nossos protagonistas, trouxemos alguns depoimentos sobre como eles se sentiram fazendo parte da campanha. Confira abaixo. Leidson Nunes – Agência de Turismo Sustentável em Itacarambi, MG. “Eu achei uma experiência fantástica saber que tinha esse cartaz na linha amarela. Alguns amigos que moram em São Paulo fizeram contato comigo e falaram ‘vi um cartaz com você lá, que surpresa bacana’. Como é um lugar de grande circulação, para mim foi super interessante. Foi muito importante ganhar esse tipo de exposição e é interessante estar aparecendo para mais pessoas. Não sei exatamente quantas, mas alguns amigos meus que moram em São Paulo falaram que entre 500 mil a um milhão de pessoas passam por dia naquele metrô. Eu acho que, de qualquer forma, é positivo ganhar essa visibilidade, ainda mais em São Paulo que sempre foi uma cidade foco para divulgar o nosso trabalho. A maioria das campanhas que eu faço aqui no Facebook e no Instagram são segmentadas para alcançar público na cidade. Então foi super especial para mim. Até agora ninguém me procurou dizendo que me viu no metrô, mas eu estou em vários canais como YouTube, TripAdvisor, Facebook, Instagram, blog e site. Às vezes a pessoa viu o meu cartaz, registrou na cabeça dela e um dia vai pesquisar Peruaçu na internet e vai me encontrar em um desses canais. Isso ajuda a gente a ser mais desejado.” Carlos Raposo – Cafeteria na zona sul de São Paulo “Foi um prazer ter tido a oportunidade de participar dos projetos do ADC, o apoio com os ricos conteúdos e consultorias do time foram e sempre serão muita bagagem para qualquer empreendedor que tenha a mesma oportunidade que eu tive. O ambiente de troca de ideias faz com que estes projetos cresçam exponencialmente, não só ajudando cada um mais sim todos os ‘stakeholders’ (clientes, fornecedores, funcionários, governo entre outros…). Poder ter a história pessoal estampada em cartaz, artigos ou qualquer material profissional é uma satisfação imensa e abre muitas oportunidades para mostrar o nosso trabalho, o reconhecimento nos faz mostrar que estamos seguindo no caminho correto. A palavra de ordem sempre será Gratidão, até mesmo por tudo que passei por ter tido Covid há exatos 1 ano e apesar de todas as dificuldades que eu passei em minha recuperação que ainda está em progresso, meu empreendimento está de pé. Gratidão.” Carla Adams – Produção de laços artesanais em Viamão, RS. “Foi muito bom fazer parte da Aventura de Construir. Assim que puder darei continuidade ao meu negócio, pois no momento estou trabalhando de carteira assinada. Irei continuar o meu negócio um pouco mais devagar. Adorei conhecer todas vocês, a Raquel, a Lilian, entre outras, foram muito atenciosas e competentes. Não tenho palavras para expressar minha gratidão, só tenho que dizer obrigada 😊.”

  • Do encontro nasce o novo (2ª parte)

    A Jornada de Sustentabilidade de agosto traz a 2ª parte de como foi a experiência das visitas presenciais realizadas pela equipe da AdC. Os projetos visitados da vez foram: Lamberti Transforma II, realizado em parceria com a empresa Lamberti e o Vi a Mão Empoderada de Mulheres Empreendedoras, realizado em parceria com o Ministério da Economia. Confira abaixo! No mês passado foi prometida uma continuidade sobre a experiência que a equipe da AdC teve ao visitar empreendedores dos projetos ativos e já que estamos no mês de agosto, aqui vamos nós! A jornada de Sustentabilidade de agosto continua a explorar a potência das visitas presenciais e seus desdobramentos. As visitas aos empreendedores tratam de dois projetos: o Lamberti Transforma II e o Vi a Mão de Mulheres Empoderadas. O Lamberti Transforma II: Foram realizadas duas visitas aos empreendedores do projeto Lamberti Transforma II. O projeto é feito em parceria com a indústria química italiana Lamberti, com sede na cidade de Nova Odessa/ SP. Para saber mais, clique aqui! Desde o início do projeto, já se somaram três visitas na região, sendo a primeira realizada no dia 22 de março deste ano. Nesta Jornada de Sustentabilidade, será compartilhada a experiência que a equipe da AdC obteve durante o mês de julho, tendo visitado a região no dia 11 de julho e depois retornando nos dias 26 e 27 do mesmo mês. Um momento presencial depois de três meses online: No dia 11 de julho, a primeira atividade ocorreu no período da manhã: uma roda de conversa com 8 empreendedores no espaço de convivência da Lamberti. O momento foi fundamental para a troca de experiências sobre o que significa para cada um fazer parte de um projeto como este. Levando também em consideração, o estágio atual: com ciclo de capacitações finalizadas e início da etapa de assessorias individuais. Roda de conversa na Lamberti A roda foi orientada pelas seguintes perguntas: “O que significa para vocês estarem aqui neste momento?” “Se tivéssemos que tirar uma foto antes e depois do início do projeto, como seria essa foto? “E se tirasse uma nova foto no futuro, o que você gostaria de ver?” Alguns compartilharam das mesmas impressões iniciais, como por exemplo, que achavam que não se adaptariam às aulas online. Porém, disseram que se surpreenderam com as atividades dinâmicas, trocas de experiência, e principalmente com a espontaneidade… Outros comentaram ter receio em entrar em um curso com temas tão específicos sobre empreendedorismo, afinal, achavam que sabiam muito pouco e se sentiriam envergonhados. Mas, a cada encontro, puderam perceber que o método de aula sempre partia da realidade e valorizava a bagagem de cada um. Afinal, só assim é possível um aprendizado profundo que se transforma em prática. Partilharam também sobre o valor de acompanhar as atividades propostas ativamente e como esta prática os tem ajudado a identificar concretamente suas necessidades e aspirações futuras – um passo a mais rumo aos seus objetivos. A realidade surpreende, principalmente para quem se permite se deixar surpreender – como é o caso destes empreendedores. Empreendedores compartilhando experiências Outro ponto muito positivo do encontro coletivo foi a capacidade de interação entre os empreendedores, sendo que a equipe da AdC apenas mediava esse bate-bola quando fosse necessário. Faziam perguntas entre si e promoviam sugestões uns aos outros. Uma experiência muito rica para quem só esteve em contato online por quase 4 meses. Equipe AdC e participantes do encontro na Lamberti Após a conversa coletiva da manhã, a equipe da AdC foi visitar quatro negócios. Para além de conhecê-los pessoalmente, esses momentos foram importantes para o fortalecimento de vínculo – foi possível verificar de perto a rotina de cada um, a forma como se organizam… elementos que ajudam a entender mais sobre a realidade destas pessoas. Aprofundando o necessário: Os dias 26 e 27 de julho foram dedicados a realizar assessorias junto a nove empreendedores para aprofundar temas que só podem ser percebidos por meio dos detalhes. Foram dois dias intensos! Um convite para os empreendedores saírem de sua rotina (e muitas vezes de uma possível zona de conforto) e se enxergarem de fora, usando o tempo para uma reflexão sobre como a vida do negócio tem sido realizada. Provocados com questões do tipo “onde você quer chegar?”, “você sabe definir quais as suas prioridades?”, “qual o seu diferencial?” ou ainda “porque você trabalha com isso?”, os empreendedores tiveram que ponderar para saber quais seriam suas respostas. O convite para a reflexão, portanto, foi aceito com excelência. Muitos arregalaram os olhos diante das perguntas, mas não de espanto, e sim porque muitas vezes, a rotina das atividades operacionais sufocam o olhar analítico. Por isso a importância em se olhar de fora – de forma subjetiva e objetiva, sair, olhar o empreendimento do outro lado da rua! O ponto de partida dos temas abordados, como planejamento e finanças, veio de atividades já realizadas no online, mas aproveitando a potência do olharmos nos olhos. A equipe AdC pode perceber que, para muitos, fez sentido incluir dentre as suas atividades, o hábito de realizar e acompanhar um planejamento detalhado, com prioridades, metas e prazos, assim como deixar de fazer as coisas de forma mecânica. Intuíram também quão essencial é se lançar, julgar e analisar as próprias ações: estou demorando para fazer, de fato, o tempo que falei que iria demorar? Estou conseguindo fazer todas as atividades que me programei? Por isso a importância confirmada por muitos em dedicar um tempo na semana para refletirem sobre estes aspectos e outros essenciais do seu negócio – e de forma sistemática, com anotações de informações e próximos passos. A partir disso, dessa sistematização, poderão saber se estão fazendo as coisas certas, se estão errando ou não, e se estão tendo os melhores resultados. Esses dois dias também foram um convite a AdC a se “chacoalhar”, afinal, o aprofundamento em casos particulares permite, posteriormente, uma análise geral. Mesmo que esta análise seja repleta de perguntas … Foi possível dedicar a atenção sobre os próximos passos do projeto e da trajetória que cada empreendedor visitado vai ter de agora em diante. Foi possível para a equipe começar a pensar sobre o futuro e no modo que o projeto irá se desenvolver no território em 2023, a partir da intervenção da AdC, porém, sobretudo, a partir da atuação daqueles que serão multiplicadores. Foram realmente dois dias de muita reflexão! O Vi a Mão Empoderada de Mulheres Empreendedoras: Saímos do estado de São Paulo, e vamos diretamente para o Rio Grande do Sul. Este projeto ocorre na cidade de Viamão/RS e tem como objetivo central realizar capacitação empreendedora e assessoramento direcionado às mulheres em situação socioeconômica vulnerável. É financiado pelo Ministério da Economia tem como objetivo o florescimento integral das potencialidades empreendedoras da pessoa e da sustentabilidade do negócio. As atividades ocorrem de forma híbrida, com momentos presenciais e à distância, alternando momentos coletivos e individuais na formação das microempreendedoras. Para saber um pouco mais sobre, basta clicar aqui. Sobre o momento atual: A equipe AdC iniciou no mês de agosto o período de assessorias coletivas presenciais sobre redes de cooperação para o desenvolvimento local. O trabalho foi intenso: desde idealizar a dinâmica das assessorias, pensar os grupos e claro, o tão esperado agendamento com muitos pedidos de “tem como mudar de horário?”. Não foi fácil, mas valeu a pena! Para a equipe é uma alegria encontrar estas pessoas e perceber cada vez mais o comprometimento com as atividades. Nas primeiras sessões já foi possível verificar a empolgação das participantes: era um momento muito rico para o grupo, por poder contar com esta troca de olhares e tornar real as pessoas com quem conviveram no modelo on-line ao longo desses 6 meses. Por meio destes contatos, todas as experiências, incertezas e dores quanto ao caminho que seus negócios estão seguindo tomaram forma através de gestos e expressões. Essas mulheres que trazem a bagagem de serem mães, filhas, esposas, companheiras, trabalhadoras são também empreendedoras. O trabalho realizado com este grupo de mulheres vai além do esperado, é um trabalho guiado com profundidade, com um “porque” e um sentido do que as move no empreendedorismo. O que sai deste presente? A partir desses encontros presenciais, algumas novidades se mostram aparentes e conexões passam a ser construídas, fortalecendo o laço entre àquelas que participam do projeto. É o exemplo das seguintes empreendedoras: Patrícia Elisiane é um exemplo de resiliência, como empreendedora e dona da marca Mimos da Pathy, tem firme na sua fala a persistência em ter seus produtos reconhecidos e vendidos além das fronteiras de Viamão. A confecção de pantufas e chinelos personalizados expande sua criatividade e já faz Patrícia fortalecer outras empreendedoras, através de parcerias para agregar outros itens aos seus kits e essa visão veio das capacitações sobre marketing e redes colaborativas. As dificuldades de vendas baixas em algumas feiras, trás para esta empreendedora outros horizontes, é a oportunidade de conhecer pessoas e experiências de negócios que a fortalecem e a fazem persistir. Patrícia atenta ao encontro Niltamara de Abreu proprietária do Espaço de Arte Viandantes no centro de Viamão entrou no projeto para abraçar a diversidade do grupo. Podemos dizer no bom popular que as portas abertas por ela, disponibilizando seu espaço para que os negócios tenham outra fonte de visibilidade foi a “cereja do bolo”. Nesta via de mão dupla que trata os negócios dentro de uma rede onde as mulheres se apoiam e fortalecem umas às outras, Niltamara se enxergou como empreendedora, pois até então seguia como uma multiplicadora de cultura dentro da cidade de Viamão, sendo seu espaço um local de pesquisa, ensaios, oficinas, apresentações e não um empreendimento. Niltamara que nas horas vagas se dedica a alguns artesanatos, entre eles sacolas de tecido de sombrinha para colchonete de yoga Jussara Conceição e Renata Conceição são, além de mãe e filha, donas da marca Mimos da Animata. A parceria entre essas duas gerações trás vários pensamentos que agregam na variedade dos seus produtos e diversidade da marca que se identifica com causas que devem ser representadas, exemplo os temas dos povos africanos. A etapa de marketing trouxe várias reflexões de como essas duas empreendedoras querem que a marca seja reconhecida e ações de como levar a marca para a vitrine das redes sociais. Jussara tem uma forte fala sobre vivências em grupo, e agrega a este universo de mulheres empreendedoras o pé no chão, a necessidade de estarem organizadas e olharem cada vez mais uma para outra, deixando a coletividade em evidência. Renata e Jussara no momento de trocas Reconhecemos neste grupo a concretização dos conteúdos que aplicamos nas capacitações, o que ressalta um dos itens do nosso método de trabalho: gerar protagonismo acreditando na centralidade da pessoa. Sobre os negócios, as empreendedoras identificam agora a importância da educação financeira, a visibilidade através do marketing social e redes sociais e a participação efetiva de uma rede de cooperação. E para onde estamos indo em Viamão? A criação da rede colaborativa está saindo do sonho durante as assessorias coletivas presenciais. Essas mulheres empreendedoras não querem continuar esta jornada sozinhas, elas anseiam seguir de mãos dadas e ter um espaço e momento para se fortalecerem de forma pessoal e profissional. Mas, para o sonho se tornar cada vez mais real, é preciso sempre levar ao concreto, perceber como a realidade se mostra e se lançar em profundidade – e foi, o que de fato, equipe AdC e participantes do projeto, fizeram – principalmente durante o momento presencial de assessorias coletivas durante todo mês de agosto. Nestes dias, também se trabalhou no fortalecimento de quatro conceitos: Planejar Desenvolver Monitorar Aprimorar Estes conceitos são fundamentais para tornar esta rede cada vez mais concreta e viva,tanto na parte teórica quanto operacional. Mas, vale lembrar que para dar vida aos conceitos, é preciso colocá-los em prática, os tornando cada vez mais presentes no dia a dia. Como muitas participantes compartilharam, a construção desta rede deve partir do que podem oferecer, e também do que buscam. E para responder estas reflexões, é preciso um tempo para se conhecer e conhecer as pessoas, exercitar a escuta ativa. Depois, identificar quais são os nexos existentes dentro desta rede, e aí começar a pensar como planejar, desenvolver, monitorar e aprimorar. Dentre muitos temas que saíram nas assessorias, falou-se também da importância em não ter a pretensão de construir algo exclusivo, afinal, a oportunidade que uma pessoa enxerga oferecendo pra alguém fora da rede, pode ser útil também para a rede. E atenção: monitorar não é uma cobrança! É acompanhar. Uma belíssima oportunidade de analisar os processos e aprender com eles. Equipe AdC e participantes do encontro Em setembro realizaremos as assessorias individuais para identificar o ponto de cada negócio após os 7 meses de projeto, já nos preparando para a finalização. O final de uma breve reflexão Os encontros com os empreendedores de modo presencial contribui muito para o trabalho online. Embora seja verdade que nem sempre é possível estar junto na casa de cada um, as visitas enriquecem a relação entre a equipe da AdC e seus beneficiários. Conhecê-los e sentir o calor humano, ser convidado para almoçar, tomar café e comer uns petisco muda como um coordenador de projeto se sente. É fácil saber das dificuldades que ronda a vida dos empreendedores periféricos, mas conhecer a realidade de perto, poder tocar e ver o trabalho sendo feito, é sem igual. Um aprendizado que transborda o meio de trabalho da AdC, e segue na vida de seus colaboradores. A AdC deixa registrado mais uma vez uma gratidão imensa por todos empreendedores, que nos recebem sempre de portas abertas, mas também com o coração e mente abertos – deixando que conheçam cada vez mais suas realidades. #presencial #projetosocial #empreendedorismo #Viamao #lamberti

  • Precificação para microempreendedores e pequenas empresas

    O Blog AdC desta semana, em mais uma produção realizada a partir da parceria com a Agência Experimental Benjamin, da FECAP, traz o artigo “Precificação para microempreendedores e pequenas empresas“, produzido pela estudante de Relações Públicas Anna Longo e Bruna Ferreira, em entrevista com Prof. Dr. Carlos Loures, do Centro Universitário FECAP e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Prof. Dr. Márcio Wu, responsável pelo centro de finanças do Centro Universitário FECAP e supervisão da professora Paula Barros. Leia abaixo! A ONG Aventura de Construir, em parceria com a Catálise Social, realizou uma pesquisa com mais de 300 empreendedores periféricos e trouxe resultados importantes que ajudam a compreender a realidade dessas pessoas. Entre as informações coletadas, foram identificadas algumas dificuldades na jornada empreendedora, como a definição de preços de seus produtos e/ou serviços. A pesquisa constatou que 89% dos empreendedores não sentem confiança na precificação de seus produtos/serviços. Pensando nesse ponto, no texto deste mês trouxemos uma entrevista com Prof. Dr. Carlos Loures, do Centro Universitário FECAP e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que tem ampla experiência como docente na área de Marketing e também com o Prof. Dr. Márcio Wu, responsável pelo centro de finanças do Centro Universitário FECAP. Qual a diferença entre preço e valor? Profº Márcio: O valor se refere a quanto vale intrinsecamente um ativo enquanto o preço é o que as pessoas estariam dispostas a pagar. Profº Carlos: Preço é o valor monetário pago pelo cliente na aquisição de um produto. Valor para o cliente, por sua vez, é a avaliação entre os benefícios trazidos por um produto e os custos associados à sua aquisição. Quais os principais pontos a serem levados em consideração quando pensamos em precificação de produtos ou serviços? Profº Márcio: É preciso considerar a estrutura de custos e despesas, não podendo esquecer de considerar também os aspectos tributários. Avaliar o preço praticado pela concorrência é importante a depender do produto ou serviço ofertado. Profº Carlos: Internamente, o principal fator são os custos. Externamente, o cliente que se quer atingir e a concorrência. Qual deve ser a margem de lucro sobre o produto/serviço ofertado? Profº Márcio: Não existe uma regra. A fixação desta margem é um exercício empírico que se baseia principalmente na concorrência e no tipo de produto ou serviço ofertado. Profº Carlos: Não há um número perfeito ou mágico. Como diretrizes, podem-se destacar a remuneração do capital do empreendedor e, se houver, dados de outras empresas do mesmo setor para que se possa fazer uma comparação. Como a precificação pode ser um diferencial do meu produto no mercado? Profº Márcio: Existem vários atributos que o consumidor avalia durante a decisão de compra, e um deles é o preço. Para um consumidor que esteja em dúvida entre dois produtos ou serviços similares, o critério de desempate poderá ser o preço. Profº Carlos: A precificação correta pode ser o elemento que leva o cliente a optar pelo seu produto na hora de compará-lo ao da concorrência. Para isso, é claro, precisamos relembrar o conceito de valor para o cliente: comparação entre benefícios e custos. Como entender qual é o momento de aumentar o preço do meu produto/serviço? Profº Márcio: O principal momento para avaliar esse aumento se dá para um aumento nos custos e despesas ou mesmo na matéria-prima e/ou mercadorias adquiridas dos seus fornecedores. No entanto, se o seu cliente não puder suportar esse aumento talvez seja reduzir um pouco a margem na tentativa de segurar o aumento momentâneo dos preços. Profº Carlos: É importante estar atento aos custos, à concorrência e às condições da economia, principalmente inflação e crescimento econômico. É possível aumentar o meu lucro sem interferir no preço do produto/serviço? Se sim, como isso pode ser feito? Profº Márcio: Sim. Basta melhorarmos a estrutura de custos e despesas, avaliar opções tributárias mais vantajosas e optar por fornecedores que tenham preços e condições mais amigáveis. Profº Carlos: Sim, principalmente do ponto de vista interno. É preciso estar atento aos custos: toda oportunidade de redução de custos, desde que não descaracterize o produto, deve ser aproveitada. O que é necessário levar em consideração para realizar a precificação de produtos que serão vendidos através de um e-commerce, em comparação com a venda de produtos em loja física? Profº Márcio: A principal vantagem do e-commerce é uma estrutura de custos mais enxuta, porém, o nível de concorrência tende a ser maior. Olhar para o seu concorrente e, avaliar, principalmente a logística de entrega do seu produto são pontos importantes a serem considerados na precificação. Profº Carlos: Principalmente, os custos de distribuição física. Quais os erros mais comuns que um pequeno empreendedor pode cometer ao precificar seu produto/serviço? Profº Márcio: A falta de controles acredito que seja um dos erros mais comuns. O pequeno empreendedor esquece muitas vezes de considerar toda a estrutura de custos necessária para viabilizar a operação, assim como os aspectos tributários envolvidos na venda do produto. Um correto dimensionamento do capital de giro pode afetar indiretamente a precificação, mesmo porque o preço que o fornecedor pratica geralmente é em função da quantidade comprada. Profº Carlos: Eu resumiria numa frase: “faça contas”. Por exemplo, um pequeno restaurante, que atende um público do seu entorno, tem necessariamente que usar um aplicativo de entregas? Em função das taxas cobradas pelos aplicativos, talvez a contratação de um motoboy seja mais interessante. Entretanto, essa decisão só pode ser tomada de forma consciente se o empreendedor estiver disposto a fazer contas. E o empreendedor não precisa fazer isso sozinho; ele pode recorrer a ferramentas gratuitas, tais como aquelas oferecidas pelo Sebrae. Supervisionado pela Profª Paula Franceschelli

  • 11 anos de Aventura

    Hoje, 24 de agosto de 2022, a Aventura de Construir comemora 11 anos de existência. A AdC está há mais de uma década acompanhamos empreendedores das periferias, com capacitações, assessorias e promovendo de redes de colaboração entre eles. Esses são os protagonistas presentes na frase que acompanha o nosso logotipo. Já são 7.486 pessoas impactadas diretamente pelo trabalho da ONG, por meio de 484 capacitações e 3.251 assessorias. Indiretamente, são 37.430 pessoas impactadas. Com uma formação humana integral, eles são capazes de tomar o rumo das próprias vidas. Leia mais abaixo! Desde nosso aniversário em 2021, começamos a utilizar em nossos canais digitais um logotipo comemorativo. As mãos entrelaçadas e a frase “10 ANOS DE AVENTURA”, adicionadas ao nosso logo tradicional, evidenciam a construção conjunta que realizamos nessa década. Logotipo comemorativo dos 10 anos Agora, completando mais um ano, retornamos ao logotipo tradicional, com as cores do Brasil. Mas não importa a quantidade de anos, vamos celebrar cada conquista. Que venham muitos anos de Aventura pela frente! Logotipo oficial Empreendedores, colaboradores, voluntários, parceiros e financiadores, todos constroem juntos para que alcancemos a nossa missão: apoiar o crescimento pessoal e a transformação socioeconômica, promover o desenvolvimento territorial local e inclusivo, focando em microempreendedores de baixa renda das “periferias”. Tudo isso em uma Aventura no singular e com A maiúsculo, ou seja, muito bem planejada e com os pés na realidade. E para marcar a data, e conhecerem um pouco mais alguns desses empreendedores, preparamos o vídeo abaixo, seguindo a trend do momento, a “foto random”: Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Aventura de Construir (@aventuradeconstruir)

  • Acompanhando protagonistas – a visão por trás de um projeto

    A Aventura de Construir (AdC) parte de um método de trabalho que foca no fator transformador para causar um impacto real na vida dos indivíduos. Um desses métodos é o acompanhamento dos beneficiários. Na construção de um projeto, todas as áreas são envolvidas, desde a parte da estruturação até a realização do projeto em si. Mas afinal, quem é que acompanha esses protagonistas no dia a dia? Convidamos Lucas Faustino, consultor da área de desenvolvimento de projetos da AdC, para comentar sobre suas experiências e a realização do trabalho junto aos empreendedores. Confira abaixo: Nos conte um pouco sobre você Lucas: Meu nome é Lucas Faustino, tenho 28 anos, sou nascido e criado na periferia de Sorocaba – São Paulo. No âmbito acadêmico eu iniciei minha formação em jornalismo, mas verifiquei que não era o que eu gostava, então decidi largar, estudar um pouco mais e passei na UFABC (Universidade Federal do ABC) em São Bernardo do Campo. Lá me formei em ciências e humanidades, um curso que é interdisciplinar, então aborda vários campos, como políticas, relações internacionais e etc. e agora estudo políticas públicas, com pretensão de formação para 2022. No período da Universidade sempre fui ativo no movimento estudantil, na realização de atividades em prol de conseguir mais benefícios para os estudantes, como moradia, qualidade do ensino, bolsas, em especial no interesse das camadas de baixa renda. E também participei algumas vezes em ocupações urbanas. Como você conheceu e se interessou pela AdC? Eu já estava procurando emprego há algum tempo e pela minha formação acadêmica e humana, estava procurando vagas no terceiro setor. Nesse meio tempo entrei em alguns grupos nas redes sociais e foi quando descobri a AdC. Enviei meu currículo e me chamaram. Mas acho importante ressaltar, principalmente para as pessoas que trabalham no terceiro setor, mas falando de forma individual, a motivação de trabalhar com ações que causam um impacto social e que geram uma transformação na vida de outros indivíduos. A minha construção humana prévia, que busca conciliar vida pessoal e profissional para causar uma transformação, entende que não consigo fazer isso sozinho mas sim em conjunto com uma organização que tenha um método de trabalho, que saiba aonde quer chegar. Resumindo, o Lucas com os seus sonhos e objetivos de vida, dialogam com a organização que parte do mesmo princípio. Em quais projetos você atua hoje na AdC? Comente um pouco sobre eles: Atualmente eu estou no projeto “Lamberti Transforma II”, em parceria com a empresa Lamberti. Ele está na sua segunda edição e essa traz uma capacitação mais intensa, com mais horas de aulas e assessorias, o que causa uma diferença muito grande e positiva. As aulas teóricas dão base para as aulas práticas, que só são efetivas quando as teóricas são bem entendidas. Com o aumento na quantidade de aulas, podemos trabalhar mais profundamente alguns temas. O projeto é para qualquer pessoa maior de idade que tem um empreendimento ou busca empreender, mais especificamente na região de Nova Odessa – São Paulo. Possui três etapas. A primeira é a capacitação, com conteúdo mais técnicos. É nesse momento que trabalhamos temas como: o que é ser um empreendedor, precificação, fluxo de caixa, marketing e todas as questões necessárias para um negócio. A segunda é a assessoria, nesse momento vamos verificar se ficou alguma dúvida ou dificuldade em relação aos temas que foram trabalhados na capacitação e trabalhar em cima deles. A última é a prototipação, a hora de “colocar a mão na massa” e pensar em na construção de algo viável, que possa ser colocado em prática e durante o período do projeto. Como você enxerga a atuação do projeto junto aos empreendedores? Primeiro, para entender, nós precisamos analisar a realidade do Brasil. Temos um aumento extremo na pobreza, as famílias estão endividadas, os preços estão aumentando, então temos um empobrecimento da população como um todo e uma retração na economia. Nós, como pessoas, sofremos com essas oscilações econômicas e do mercado, e se a produção diminui a nível nacional, o emprego também diminui, o que causa uma alta taxa de desemprego no país. Muitas das pessoas que se tornam empreendedoras vem desse ciclo, pois não possuem fonte de renda e buscam outras alternativas para se manterem. Mas empreender é difícil, principalmente em época de crise, e é nesse momento de desânimo que eles buscam nossos projetos. O nosso papel é valorizar esse indivíduo, para mostrar que eles são os protagonistas das próprias vidas e orientar nas questões técnicas para auxiliar nos seus empreendimentos. Uma coisa que eu busco sempre dizer nas capacitações é que qualquer negócio tem que estar preparado para as oscilações do mercado, seja positiva ou negativa. Por exemplo: se a economia diminuir as pessoas vão parar de comprar/consumir e precisa de uma reserva. Mas se a economia tem um up, as pessoas vão comprar/consumir mais e precisam estar preparados para conseguir suprir a demanda. O caminho para empreender não é fácil, é cansativo, por isso nosso trabalho de acompanhá-los é importante, quando caminhamos juntos, eles se sentem mais fortalecidos, em especial depois que participam das assessorias. Qual é a transformação que você enxerga que o projeto causa? As pessoas, quando ingressam no projeto, não se identificam como empreendedoras, pois muitas tiveram que iniciar seus negócios por necessidade, encarando essa atividade como uma complementação da renda, um “bico”. Então, a primeira transformação é na valorização que a pessoa dá para aquilo que faz, encontrando naquela atividade seu meio de subsistência. Um segundo ponto é que todos pensam que ter seu próprio negócio é trabalhar pouco, então demora para eles entenderem que não é só a produção do material, mas sim a organização da parte financeira, administrativa, divulgação e etc. Após a compreensão desses pontos, eles se conectam com os seus negócios, pois já deram início a algo que gostam e conseguem manter as atividades. Além dos elementos técnicos, como fluxo de caixa, precificação, marketing, que muitas vezes se multiplicam para o ambiente familiar, temos casos de pessoas que utilizaram o que aprenderam nas aulas de finanças e começaram a aplicar na organização financeira da família. E qual é a transformação que você enxerga em você? Quando eu estou nas aulas, não estou apenas ensinando, mas também aprendendo com eles, principalmente quando temos aulas com voluntários sobre outros temas. Então é um grande aprimoramento para minha vida profissional. Segundo, é o fortalecimento daquela vontade de trabalhar com impacto social, porque antes eu apenas queria e agora, fazendo isso, é um aprendizado e uma carga de experiência que vão permanecer. Sem falar na questão do contato humano. Lógico que temos que manter um profissionalismo, mas nos conectamos com eles e aprendemos a enxergar o outro de forma mais humanizada. Além de ficar muito contente em saber que cerca de 40 pessoas, ao final desse projeto, terão suas vidas transformadas, e se tornaram os protagonistas das próprias vidas. #empreendedorismo #microempreendedor #projetosocial #protagonistas

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