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  • Você, sua ONG e a Lei Geral de Proteção de dados

    Depois de mil reviravoltas, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD, para os amigos) entrou ”quase” em vigor em setembro. É “quase” porque ainda não são aplicáveis as multas, por isso precisaremos esperar até agosto do ano que vem. Para mim e para você isso é bom. A privacidade deve ser protegida, e se uma lei ajuda a não receber mais ligações de televendas no meu fixo, seja bem vinda. Para nós, pessoas físicas, na verdade a lei também complica um pouco a vida: navegar em rede vai virar um continuo clicar em popups e checar checkbox para dar o nosso “de acordo” aos cookies, e a como e porque o site coleta e usa nossos dados. Mas, afinal, nós como PF estamos no lado confortável, o lado dos direitos que a lei garante. Mas se você gerencia uma ONG, a complicação é bem maior. Todas as pessoas jurídicas que coletam e gerenciam dados pessoais, sejam com fins de lucro ou não, devem garantir aos “titulares” desses dados os direitos que a lei define. Tem coisas rápidas e simples: colocar um aviso sobre os cookies no site, nomear um responsável, criar um canal de comunicação para o publico para assuntos relacionados… Outros deveres vão ser mais complexos de cumprir. Antes de tudo, para qualquer dado pessoal, e ainda mais se os dados são “sensíveis” (ou seja: ligados a estado de saúde e orientações políticas, religiosas e sexuais) deve ser recolhido o consenso do titular, explicitando quais dados são coletados e porque. Alguém se cadastra com o email para assistir aquela live? Esqueça enviar depois um email pedindo doações se você não colocou essa finalidade no formulário de consenso, por exemplo. Cada organização, depois, deve garantir aos titulares dos dadoes os direitos de: 1. Saber se a organização tem dados dele; 2. Se for, quais são; 3. Corrigi-los no caso estejam errados; 4. Revogar o consenso e pedir o cancelamento dos dados. E titular é qualquer pessoa física pela qual se mantém dados: beneficiários, famílias dos beneficiados, funcionários, fornecedores, voluntários, doadores… Conseguir isso implica que os dados sejam organizados, em um único lugar, que possam ser publicados e alterados para cada titular no site web… Quanto a sua organização está longe dessa situação? Na maioria dos casos cada grupo tem uma parte, em cópias espalhados em mil arquivos (nos anexos de email, nas nuvens, ou nos backups), repetidos (as vezes com erros). Quantas pessoas deveriam alterar quantos arquivos se um titular pede o cancelamento? O ideal seria zero, com o cancelamento feito automaticamente sob pedido; se for um ainda dá, mas se for mais é uma receita para o desastre. A falta de uma gestão unificada dificulta também um outro grande dever que a LGPD impõe: garantir a segurança dos dados. Na sua ONG, quem pode acessá-los? Uma cópia no computador de cada um que precisou? E o computador pode ser pessoal, que vai embora quando a pessoa troca de emprego? Ou vocês têm uma única conta de Mailchimp a qual vários funcionários acessam? Se for assim, nem dá para tentar de garantir a segurança. Demais lugares a ser monitorados, atualizados, defendidos… Enfim, depois que você tiver organizado tudo limpinho, precisa garantir que esse ordem vai ser mantido ao longo do tempo. E aqui vem o assunto dos processos. Um funcionário é desligado: sem um documento de tudo o que deve ser feito, e por quem, com certeza se vai esquecer alguma coisa. Se essa “coisa” é um dado pessoal de usuários, ou o banco inteiro dos dados dos usuários, você tem um perigo vagando pelo mundo fora do seu conhecimento e do seu controle. Vale lembrar que as penalidades (e grande parte da lei) foram pensadas para os grandes gerenciadores de dados como Facebook e Google, mas é suficiente dar uma brecha a uma pessoa magoada para ser exposto e sua ONG ter a reputação manchada. Bom quando quem analisa sua resposta a um edital vai ler a queixa no Reclame Aqui daqui a dois anos, não é? Mas voltamos para uma visão positiva. Depois de cumprir o que a LGPD manda você vai ter processos definidos: vai melhorar a qualidade e eficiência da sua organização, ou seja vão ter menos erros e menos esforço para treinar os novos. E vai ter os dados organizados em um único lugar. Se o consultor que vai te suportar no processo de “compliance” a LGPD não pensa só nos aspectos legais mas tem uma minima sensibilidade de negócio, aquele lugar vai ser um sistema de CRM (sistema de relacionamento dos “clientes”) que te vai ajudar a comunicar com todos os teus stakeholders mais agilmente e de jeito mais apropriado. Acho que você já pensou mil vezes que precisava disso, mas sempre foi repelido para outras prioridades. A LGPD pode ser aquele empurre que te vai fazer dar finalmente o passo.

  • Empreendedorismo feminino: desigualdade e novas oportunidades

    O Brasil tem a 7º maior proporção de mulheres entre os empreendedores iniciais. É o que aponta a pesquisa “Empreendedorismo Feminino no Brasil”, feita pelo SEBRAE e publicada em março do ano passado. Ao todo, são 24 milhões de mulheres empreendendo no país. Vale ressaltar que, apesar do número expressivo, ele ainda é inferior a quantidade de homens que empreendem – 28 milhões, no total, ainda de acordo com o estudo citado acima. Quando falamos sobre donos e donas de negócios, o cenário ainda é desigual: 9,3 milhões de mulheres para quase 19 milhões de homens. Igualdade de gênero é um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS#5) da ONU, e, com isso, vale refletir: assim como no mercado de trabalho, mulheres são minoria no empreendedorismo. Por quê isso ainda acontece? Objetivos do Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU Leia mais: Um novo ciclo aos ODS!!! Como signatários do Pacto Global, a Aventura de Construir (AdC) está sempre atenta a este cenário. No último ano, o número de mulheres assessoradas cresceu expressivamente, passando de 59% para 71%. Uma delas é Adriana Barros, proprietária da ABarros Editora, que publica livros escritos a partir da visão de Arthur, seu filho autista. Seu empreendimento traz a possibilidade de dividir conhecimentos e experiências com mães e pais que, assim como ela, convivem com a condição em seu dia a dia. Leia mais: Série Elos de Impacto: As histórias por trás dos empreendimentos que transformam Assim como muitas, Adriana leva uma dupla jornada: trabalhadora e mãe em tempo integral. Além disso, a empreendedora conta que novas dificuldades surgiram durante a pandemia de Covid-19. “O número de palestras vinha crescendo, as pessoas estavam começando a conhecer melhor o nosso trabalho e a nos chamar nas escolas. Estávamos vendendo ingressos para o primeiro grande evento do grupo, e as vendas foram a zero”, ressalta. Da direita para a esquerda: Adriana Barros e seu filho Arthur em assessoria presencial na AdC, antes da pandemia. Foi pensando em capacitar mais “Adrianas” que a AdC e Lamberti Brasil se uniram para tirar do papel o projeto Lamberti Transforma: Desenvolvendo Territórios, a ser executado em 2021 com o objetivo de reverter o cenário de desigualdade de gênero no empreendedorismo no território de imediata influência da empresa, dando suporte a mais negócios idealizados por mulheres por meio de capacitações e assessorias com foco em alfabetização em informática para que este público aprenda a usar as novas tecnologias de forma humana, responsável e protagonista em iniciativas que promovam geração de renda. Leia mais: Existe futuro para a sustentabilidade dos microempreendedores no Brasil? Para Silvia Caironi, Coordenadora Geral da Aventura de Construir, participar de uma iniciativa como esta é extremamente importante, uma vez que “um dos públicos atendidos pela AdC, mulheres com filhos que trabalham de casa, sofreu os maiores impactos e se tornou ainda mais vulnerável devido a crise de Covid-19. Esses dados nos interrogam profundamente: como reverter tal situação? Temos algo para propor em resposta? Nasce assim o projeto Lamberti Transforma. Trata-se de um desafio antes de tudo para nós, pois precisamos idealizar e desenvolver modelos de negócios através dos quais a tecnologia possa ajudar mulheres a gerar renda de forma sustentável e criativa.” Esperamos que, cada vez mais, iniciativas como esta sejam pensadas e colocadas em prática para que, em breve, o ODS#5 seja cumprido. Para não perder nenhuma novidade da AdC, acompanhe a gente no Instagram e Facebook, e assine a nossa newsletter!

  • Sustentabilidade financeira por meio de cabelos, cachos e madeixas

    O salão de cabeleireiro Lia Hair, atualmente é especializado em cabelos naturais com público majoritariamente afro. A maioria dos clientes são da região do bairro de Pirituba, zona oeste de São Paulo, onde está localizado o empreendimento. O negócio começou em 2007, quando Maria Eliane e sua irmã resolveram abrir um salão de cabeleireiro em sociedade, voltado para serviços convencionais de cabeleireiro e com objetivo de sustentar suas famílias. Em 2015, a empreendedora começa a tocar o empreendimento com o auxílio de seu marido na parte administrativa e filhos: Caio, na divulgação em redes sociais e gerenciamento das mesmas e Carla, que ajuda na administração do negócio. Com o apoio da família, Maria Eliane começa em 2015 uma reformulação em seus serviços, criando um novo modelo de negócio, totalmente voltado para cabelos naturais ondulados, cacheados e crespos. Os serviços contam com orientação para tratamento capilar sem químicas, além de elevação da autoestima das clientes por meio da conscientização e valorização da beleza natural. Folhetos promocionais do Salão Lia Hair (Autor: Caio Caputo) Com a mudança no modelo de negócio, o Salão teve que se reinventar, pois tinha que buscar um novo público e o futuro era incerto, então foi natural que os serviços diminuíram e o faturamento também, mas os principais questionamentos foram: quando teremos o retorno esperado? Será que há público para suprir as demandas do salão? Mas, a transição para os serviços para cabelos naturais deu certo e a empreendedora passou a fidelizar clientes com essa nova demanda de serviços, tanto é verdade que o faturamento mensal médio vem crescendo, pois em 2019 ultrapassou os 10 mil reais. Atualmente, mesmo em meio a pandemia do Covid-19, o faturamento mensal médio do salão está em mais de 70% comparado ao período anterior a pandemia, ou seja, um número razoável para um salão que ainda não retornou seu trabalho de estética, como era antes do período de pandemia, além de ter parte de seus clientes com receio de sair de casa. O faturamento mensal dos meses de reabertura do Salão Lia Hair no ano de 2020, mostram a evolução que o empreendimento vem conseguindo em meio aos inúmeros problemas do período. No mês de agosto o faturamento foi de 48%, setembro 85% e de outubro, mesmo antes de fechar as contas do mês, já é maior que os meses anteriores, cerca de 89% comparado ao período anterior a pandemia. Os números apresentados demonstram uma evolução, mas não retrata a situação complicada que essa família enfrentou, em meio a crise econômica provocada pelo Covid-19. No mês de fevereiro 2020, Maria Eliane e Ilson Caputo buscaram ajuda para a gestão do negócio na sede da Aventura de Construir, em que relataram a dificuldade em gerir principalmente as finanças do salão. Em meados de março de 2020, o decreto municipal pede o fechamento dos comércios de maneira presencial, situação que afeta diretamente as finanças e atuação do salão Lia Hair, pois os serviços capilares são realizados presencialmente, o que fez parar totalmente as atividades e consequentemente o faturamento do empreendimento. Sem poder contar com os recursos advindo do salão, o casal Maria Eliane e Ilson pensou em realizar outra atividade, mas também não podiam sair de casa, já que estavam no grupo de risco da doença. A filha do casal havia saído do emprego recentemente e o filho, Caio, trabalhava com a gestão de marketing do salão. O que fazer diante desta situação? A família buscou orientação na Aventura de Construir, por meio de assessoria jurídica e empresarial para enfrentar a crise. As assessorias jurídicas contribuíram na negociação do aluguel. As orientações empresariais foram cruciais, para que Maria Eliane participasse de projetos para campanha de doações financeiras (Matchfunding Enfrente e LEVILA), além do Fundo Emergencial para Mulheres Empreendedoras – FEME (Fundação Casas Bahia), Fundo de Apoio a Empreendedoras Periféricas (Grupo Pão de Açúcar/ Fundação Tide Setúbal) e o Auxílio do governo federal. Os recursos captados totalizaram cerca de R$ 12.700,00 no período de abril a setembro de 2020. Uma média de R$ 2.000,00 por mês para enfrentar a crise econômica e o período de isolamento social. Os recursos conseguiram manter a família em suas necessidades básicas para poder retomar suas atividades, que voltaram em julho de maneira parcial, com serviços realizados apenas por meio de agendamentos e segurança sanitária necessária. Por fim, Maria Eliane fez a transição de seu modelo de negócio com o objetivo de melhorar a vida e a autoestima de mulheres que não aceitavam seus cabelos naturais. Hoje está se concretizando no mercado da região de Pirituba como uma das referências em cabelos naturais. Embora o crescimento financeiro esteja ainda abaixo do mesmo período do ano de 2019, os últimos meses mostraram uma evolução nos números, que apresentam a sustentabilidade financeira do negócio. Este caso retrata bem, as dificuldades enfrentadas por empreendedores de todo o país e mostra também a importância do apoio aos empreendedores de pequenos negócios, seja em período de crises ou não.

  • CHEGOU O MOMENTO DE CELEBRAR!!!

    Mais uma fase concluída do Crescendo em Rede: na terça-feira, dia 03 de novembro, aconteceu a tão esperada entrega de prêmios. Parece que foi ontem a Live de apresentação desse projeto que veio para democratizar o ecossistema de impacto social. O começo de tudo A atitude de democratização do ecossistema esteve presente em cada fase da jornada Crescendo em Rede, começando pela elaboração do projeto em si – processo este que envolveu diálogos profundos com diversos atores deste ecossistema (acadêmicos, empreendedores sociais, fundações, etc). O escopo deste projeto favoreceu o interesse deles em acompanhar sua evolução a longo prazo com ímpeto, técnica e entusiasmo. Desenvolvimento do projeto A construção a várias mãos da metodologia utilizada nas oficinas foi essencial para a profundidade do impacto alcançado. A consultoria de inovação social, Catálise Social, e a Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) não só foram corresponsáveis pela estruturação do conteúdo programático das oficinas, mas também realizaram o treinamento da equipe de Desenvolvimento de Projetos. A mão na massa foi presente o longo das seis semanas de oficinas, os mais de 40 participantes puderam desenvolver seus projetos de negócio de impacto com o foco em atender a questões reais estimulando o olhar humano para respostas concretas por meio de exercícios como preenchimento do Mapa de Atores, realização de pesquisas de campo, rodadas de torós de ideia (ou brainstorming). Estimulados a encontrar as causas das problemáticas que buscam enfrentar, os participantes construíram soluções de impacto positivo, atendendo as demandas localizadas.Para além de responder a problemática e causar o impacto proposto, é de suma importância que os negócios sejam também sustentáveis financeiramente, que sejam geradores de renda e trabalho para os proponentes e suas comunidades. Os depoimentos dos participantes em relação à intensas semanas de trabalho nos fazem perceber a importância da continuidade dessa rede. Para alguns mais maduros no ecossistema de impacto, foi a possibilidade de reconexão com o propósito do negócio, de reinvenção no contexto da pandemia. “A muito tempo não parava para refletir sobre meu negócio nesta profundidade. Após alguns anos na atividade, estava no automático e aqui tive a oportunidade de reviver o por que do meu negócio, além de criar estratégias para os novos desafios do momento. Independente do resultado da premiação, saio vencedora” compartilhou Gisele, do Grupo Vida Amor e Riso na última semana de assessorias. E para aqueles participantes que estão estruturando seus negócios de impacto, muitos tiveram os primeiros contatos com temas relacionados a gestão financeira do negócio, como por exemplo, planejamento, elaboração de planilhas e fluxo de caixa. Crescendo em Rede significou a criação de um espaço de construção coletiva do conhecimento, algo que vem sendo levado muito a sério pelos participantes: já vimos lives entre perfis de participantes, e até mesmo a revisão mútua (e orgânica) dos projetos antes da submissão final, no sentido inverso de qualquer competição, a palavra de ordem tem sido a colaboração. Esse apoio entre participantes ficou muito marcada nas falas dos projetos contemplados com os prêmios. Os agradecimentos foram para os colegas que ajudaram, para a equipe toda. A mensagem que fica: esse é o fechamento de mais uma etapa. A rede segue em crescimento e marcando presença neste ecossistema. Do Crescendo em Rede já foram 5 projetos se lançando em outros editais, com protagonistas de suas histórias mais preparados para alcançarem outros espaços. Entrega de prêmios A escolha dos membros da banca examinadora se deu em respeito aquelas pessoas que marcaram e marcam a trajetória da Aventura de Construir no espaço de impacto social. O diálogo com diferentes vozes do ecossistema possibilitou a construção de uma banca diversa, com olhares da academia, com a presença de Vinícius Picanço (Insper) e Edgard Barki (FGV), do corporativo Luis Fernando Guggenberger (Vedacit – Sustentabilidade), das empreendedoras sociais Adriana Barros (ABarros Editora) e Taynara Alves (InQuímica) e vozes de fomentadoras de impacto social Bruno Rizardi (Catálise Social), Vivianne Naigeborin (Fundação ARYMAX) e Mariana Almeida (Fundação Tide Setubal). Da análise minuciosa dos 25 projetos finais, foi unânime entre os avaliadores a qualidade percebida entre os projetos e a maneira como seguiam as tendências do ecossistema de impacto em seus desenvolvimentos e temas. “Um aspecto muito interessante e animador é ver o empreendedorismo periférico antenado com as tendências mais importantes nesse momento de transição que vivemos. Então pudemos ver projetos que falam de economia circular, de alimentação saudável, sustentabilidade ambiental, e pudemos ver projetos que falam de dois mercados muito importantes, da tecnologia e da saúde e cuidados” compartilhou Vivianne. “Precisa ser possível viver dessas grandes intenções colocadas, do propósito de cada um dos projetos. Fico feliz de ver formas inovadoras de se enfrentar esse desafio, ainda muito latente, de garantir a geração de renda na geração de impacto” complementou Mariana Almeida. A noite foi de muita emoção e para conferir na íntegra, é só acessar nosso canal do YouTube. A mensagem que fica para todos e todas que fazem parte dessa rede foi deixada pela Ednusa Ribeiro, do Coletivo Meninas Mahin: “Os projetos que ganharam estão sempre procurando parceiros. Nós estamos juntos nessa caminhada. E quero deixar essa mensagem para vocês que não receberam o recurso dessa vez: não desistam. Precisamos efetivamente colocar em prática a frase Crescendo em Rede,nisso precisa ficar gravado aqui. No mundo que vivemos o dinheiro é necessário, mas o importante é fazer esse dinheiro virar Crescer em Rede: fazê-lo girar dentro das nossas possibilidades.” Conheça os projetos contemplados: http://bit.ly/crescendoemredeisc

  • Pequeno negócio, potencial inovador, novo normal

    Texto originalmente publicado no site Poder 360º Pandemia acelerou digitalização Não se voltará à vida anterior Brasil lidera empreendedorismo Antes da chegada do coronavírus, a revolução digital já vinha provocando mudanças radicais na economia e na sociedade. A forma como se investe, se trabalha, se produz, se vende, tudo mudou profundamente. Podemos citar alguns aspectos. Do lado do capital, as maiores corporações do mundo hoje (produtoras de computadores e telefonia, plataformas digitais de comércio, de comunicações, de serviços de mobilidade urbana e entregas, dentre outras) não têm mais sua riqueza expressa basicamente em ativos físicos (como fábricas, plataformas de petróleo, ferrovias…). Do lado do trabalho, ele deixou de ser sinônimo de emprego (com carteira assinada) e cada vez mais se confundem empregador e empregado em uma só figura do dono do seu próprio e, muitas vezes, pequeno negócio. Como sabido, a pandemia acirrou esse processo de transformações estruturais, em especial em direção à acelerada digitalização das economias. Impôs novos valores e hábitos. Depois de vencido o vírus, certamente não se voltará à vida anterior à sua chegada, mas se terá um “novo normal”. Será preciso revisitar teorias e análises, e uma das principais delas envolve questões de produtividade. A revolução digital tornou obsoletos conceitos e medidas tradicionalmente usados para interpretar a produtividade e mesmo a competitividade. Mensuravam e interpretavam (corretamente) uma economia de bens, mas que cada vez mais se torna uma de serviços e direitos intangíveis. Precisamos de novos referenciais e analistas mundo afora estão a buscar construir novos consensos1, mas esses novos ventos parecem que ainda não chegaram ao Brasil, com analistas com dificuldade para arejar reflexões e medidas. Não compreendem porque indicadores de produtividade melhoraram em meio a pandemia, como se os índices tivessem sido contaminados2. Talvez achem que seja algo exótico ou atípico que dispararam as inscrições em microempreendedores individuais (MEIs) e mesmo a abertura de novas micro e pequenas empresas3. Diante da emergência da pandemia, mas, sobretudo, já percebendo que não mais adiantará ambicionar ter emprego com carteira assinada em uma empresa ou virar servidor público, cada vez mais brasileiros optam pelo empreendedorismo, por opção ou por desespero4. Parecem mais ágeis e espertos aos perceberem os novos ventos do que os analistas, as autoridades públicas e os parlamentares. O Brasil aparece como campeão mundial de empreendedorismo em rankings recentes5. No lugar de se compreender melhor esse processo, muitos o atacam alegando que o pequeno não se torna nunca grande negócio. Que era de se esperar que um motorista de um aplicativo de mobilidade urbana fosse contratado com carteira assinada por tal serviço, ou melhor, que ele criasse o seu próprio aplicativo? Não se pergunta porque a maior empresa mundial de serviço de mobilidade urbana não tem uma única frota de carro próprio e não tem motoristas em sua folha de pagamento. Uma plataforma de comércio digital não tem de vendedores a entregadores em sua folha salarial, assim como multinacionais de esportes não têm costureiros e sapateiros como empregados. Temos muito a aprender sobre as verdadeiras formas de se medir a produtividade nesta nova economia. Pior do que perder tempo com análises que a realidade tornou ultrapassada é perder a oportunidade de compreender e ajudar a fomentar saídas para atual recessão que devem passar por esse mundo do pequeno negócio6. Medidas pontuais, como auxílio emergencial, servem como anestesia, mas não curam a doença. Todos sabem que demanda sem capacidade de produzir acaba se traduzindo em importações ou inflação. Não há dúvida de que não será fácil recuperar o caminho do crescimento. Seja porque a capacidade inovativa da indústria vem sendo decepcionante, seja porque o Brasil de hoje merece pouquíssima atenção nas decisões das empresas internacionais sobre a localização de sua produção. Já os motores do crescimento pré-2015 apresentam, hoje, perspectivas dinâmicas muito questionáveis. A solução certamente não está nos jargões e nem nas políticas macroeconômicas, embora estas últimas devam ser coerentes. Olhar para as potencialidades do ambiente econômico pode ser muito mais útil. Alguns aspectos da realidade vivida pelas MPE no Brasil podem desnudar a importância que elas podem ter no futuro de nossa economia. A Pintec de 2017 (Pesquisa de Inovação do IBGE) mostra que a atividade inovativa não é exclusividade de grande empresa, muito ao contrário. As micro e pequenas (de 10 a 99 empregados) representam 86,6% do total de empresas inovadoras. A taxa de inovação, onde as empresas de 10 a 99 empregados chegaram a 32%, mostra que mais de um terço das empresas desta faixa explicita a realização de atividades inovadoras. Não há como negar que as MPE são agentes ativos dentro do processo de inovação das empresas no Brasil. O que salta realmente aos olhos, no entanto, é o quanto as MPE são importantes na difusão das inovações. O gasto das MPE com aquisição de máquinas e equipamentos chegou a 1,26% da receita líquida de vendas, nível bem superior ao das empresas médias e quase o triplo ao registrado pelas grandes empresas. Desta forma, as MPE tiveram participação preponderante na aquisição de máquinas e equipamentos. (É curioso que estes resultados se aproximam de investigação sobre eficácia de incentivos fiscais de P&D, apontando impactos mais fortes nas empresas menores)7. A produtividade da economia é impulsionada pela inovação quando esta é difundida, e isto se faz, em grande medida, por meio da penetração de máquinas e equipamentos de nova geração no aparelho produtivo. Crucial notar que estes números foram conseguidos mesmo num ambiente hostil frente ao crédito e num período no qual as taxas básicas de juros eram maiores que as atuais. Uma política de crédito mais favorável certamente levaria a números muito melhores. Enfim, o futuro nos reserva competição sangrenta pelos mercados mundiais e pelo nosso mercado interno. As MPE podem fazer a diferença para que os produtos de cadeias produtivas nacionais sejam competitivos, especialmente colaborando com a grande e média empresa em flexibilidade, baixos custos e alta produtividade. Notas de rodapé O recente artigo de Diane Coyle, “The Key to the Productivity Puzzle”, é ilustrativo dessa busca aqui citada por novos referenciais – ver: https://tinyurl.com/y2z2xlch Recente estudo publicado pelo IBRE/FGV, intitulado “O avanço da pandemia da Covid-19 amplia a incerteza sobre os dados de produtividade no Brasil” apresenta evidências de que os indicadores tradicionais de produtividade do trabalho foram profundamente afetados durante a pandemia, elevando, em muito, a diferença dos resultados a depender da métrica utilizada. Destaque para a produtividade do trabalho sob a ótica da hora efetivamente trabalhada, na indústria e no serviço, a qual houve impressionante crescimento superior a 20%, ano a ano, no segundo trimestre de 2020. Ver: https://bit.ly/31lmYZ5 A evolução detalhada das inscrições e aberturas de novas micro e pequenas empresas durante a pandemia pode ser obtida no Portal do Empreendedor, e tem sido objeto de diversos artigos na imprensa. Ver: https://bit.ly/37kN6H7 De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego, que já era alta antes do início da pandemia, subiu de 10,5% (9,8 milhões de pessoas), da primeira semana de maio, para 14,4% (14 milhões de pessoas), na quarta semana de setembro. Ver: https://bit.ly/3o8Uhs7 O relatório global 2019/2020 realizado pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) pode ser acessado no seguinte endereço: https://bit.ly/34c91yj A centralidade das micro e pequenas empresas para a recuperação, ou mesmo reconstrução das economias destruídas pelo avanço da pandemia, ganha cada vez mais destaque nos planos governamentais e no debate público internacional. Para exemplo, ver este alerta sobre a importância da MPE na recuperação da economia norte-americana —https://bit.ly/35hFHG9 Artigo recente de Appelt, Bajgar, Cirscuolo e Galindo-Ruenda, “Effectiaveness of R&D tax incentives in OECD economies” – ver https://tinyurl.com/y6s7vkhr

  • Série Elos de Impacto: As histórias por trás dos empreendimentos que transformam

    Desde a metade de março de 2020, a equipe da AdC passou a realizar suas atividades de forma remota em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Mesmo com este novo cenário, os projetos, capacitações e assessorias não param! Um exemplo é o Fortalecendo em Rede, parceria entre a AdC e o Inovação em Cidadania Empresarial (ICE). Para conhecer mais sobre a parceria e a história da Adriana Barros, da Editora ABarros, leia abaixo a matéria originalmente publicada no site do ICE. Na primeira matéria da nova série do Boletim ICE, conheça a trajetória de Adriana Barros e Maíra da Costa, empreendedoras negras que em comum têm a vontade de realizar sonhos e ajudar pessoas. O efeito da pandemia de Covid-19 sobre a realidade socioeconômica brasileira é enorme e está longe de terminar. Potenciais danos causados pela crise adquirem dimensões maiores diante da vulnerabilidade econômica e social dos mais de 13 milhões de brasileiros que vivem nas periferias de todo o país. Por outro lado, é também nas periferias que tem emergido um movimento liderado por uma geração de empreendedores que unem potência de inovação, impacto e superação. Apoiar a capacidade desses atores de enfrentar os desafios socioeconômicos se torna ainda mais necessário e urgente tendo em vista esse cenário. Entretanto, o apoio a negócios de impacto demanda tempo, investimentos financeiros, equipe qualificada e o engajamento de muitos atores, dentro e fora da organização. Os desafios, que já eram inúmeros e alvos da ação de investidores sociais, empresas e filantropos, ganharam ainda mais escala frente à pandemia. A partir da escuta de organizações e empreendedores envolvidos nos diversos programas e ações do ICE, o Instituto identificou o risco de descontinuação da agenda estratégica de apoio aos negócios de impacto, seja porque as parcerias públicas e privadas começaram a ser suspensas com o redirecionamento de recursos ao combate à Covid, seja porque muitos empreendedores começaram a deixar os programas de incubação e aceleração por não terem recursos para manter sua participação. A resposta do ICE aos efeitos da Covid-19 sobre o ecossistema de impacto está concentrada em organizações intermediárias, que são um dos focos de sua atuação desde 2015. A ação ganhou o nome de Elos de Impacto e aportou 725 mil reais em doze projetos, envolvendo cerca de 20 organizações intermediárias com alcance junto a quase mil empreendedores em todo o Brasil. Somando-se a uma série de outras iniciativas criadas no âmbito do ecossistema brasileiro de impacto, a Elos de Impacto realizou ondas de apoio ativo, ou seja, a partir do mapeamento e escolha dos beneficiários, e também aportes por meio da chamada Elos de Impacto Incubação & Aceleração. Efeito cascata Por meio do apoio emergencial às organizações intermediárias, o objetivo do ICE foi fazer com que essa resposta também alcançasse os empreendedores, sobretudo os periféricos. “No âmbito dos empreendedores, identificamos que os mais impactados têm sido os de periferia, para quem ficar sem renda de uma hora para outra coloca em risco não só o negócio, como a própria sobrevivência das famílias”, explica Fernanda Bombardi, gerente executiva do ICE. Duas dessas iniciativas, Fundo Volta por Cima e Aventura de Construir colecionam histórias de superação e impacto entre os empreendedores que puderam apoiar com a contribuição do ICE e outras organizações. Escolhemos duas delas para contar em detalhes. Confira. Informação e comunicação vencendo o preconceito O que uma criança autista tem a dizer? A resposta a essa questão está nos livros de Arthur Barros, que inspiraram sua mãe, Adriana Barros, a fundar a ABarros Editora. À intenção de publicar os livros do filho, um adolescente autista, somou-se a possibilidade de dividir informações com famílias que, assim como ela, convivem com a condição em seu dia a dia. “Quando o Arthur escreve um livro, ele quebra a maior das barreiras do autismo: a da comunicação. Aos onze anos, o Arthur já havia escrito dois livros. Hoje, aos 15, já são sete obras. Meu filho foi mudo por um tempo e hoje realiza palestras e cria histórias”, observa Adriana. A empreendedora conta que durante o lançamento do primeiro livro, as pessoas a abordavam espantadas diante da possibilidade de uma pessoa autista escrever livros. “Vi ali a necessidade de dividir as informações que a minha família vinha acumulando. Foram mais de dois anos entrando e saindo de consultórios e laboratórios até ele ser diagnosticado”, lembra. A vontade de ajudar outras famílias se transformou no projeto “Esperança de um mundo inclusivo”. A iniciativa conta com um grupo de profissionais de áreas diversas que realizam ciclos de palestras sobre o tema. Adriana conta que, com a pandemia, os eventos passaram a ser realizados de forma online. “Para mim, o maior desafio está em adquirir todos os conhecimentos e habilidades necessários para empreender bem. Temos que entender de fluxo de caixa, planejamento estratégico, marketing e venda, conhecer o produto, aprender a lidar com o cliente. Eu poderia falar do desafio financeiro porque é claro que ele existe. A ABarros funciona em um computador na sala de casa cedido por uma empresa que nos apoia disponibilizando equipamentos e é claro que eu gostaria de um dia ter o meu próprio computador, mas esse conhecimento é o que vai fazer o negócio ir bem”, observa. Com o isolamento social para conter a Covid-19, as vendas dos livros da editora, que aconteciam durante as palestras, foram bastante prejudicadas. “O número de palestras vinha crescendo, as pessoas estavam começando a conhecer melhor o nosso trabalho e a nos chamar nas escolas. Estávamos vendendo ingressos para o primeiro grande evento do grupo que contemplaria sete palestras no mesmo dia e as vendas foram a zero. Isso foi bem impactante”, lembra a empreendedora. A ajuda veio da Aventura de Construir (AdC), uma das organizações apoiadas pela iniciativa Elos de Impacto, do ICE. A organização atua em prol da erradicação da pobreza por meio de ações diretas junto ao público das periferias de São Paulo, apoiando, capacitando e acompanhando microempreendedores desses territórios. Frente à pandemia, a AdC tem se dedicado a assessorar virtualmente os microempreendedores na busca por soluções concretas de acordo com cada realidade. “Com a pandemia, eu encontrei na AdC um apoio crucial que me permitiu um estudo mais aprofundado para me tornar a empreendedora que eu almejo ser. Esse conhecimento e mais as mentorias e assessorias foram essenciais para migrarmos as palestras para o online. Hoje, as pessoas podem comprar a palestra por um preço mais acessível e, com isso, queremos alcançar as famílias que não têm condições de pagar uma consulta com um neurologista. Com o apoio da AdC pude continuar existindo como empreendedora, algo que não quero deixar de ser jamais”, afirma Adriana. Silvia Caironi, presidente da Aventura de Construir, conta que durante as capacitações e assessorias, foi possível perceber que os empreendedores desenvolveram uma consciência ainda maior de suas necessidades. “As mudanças realizadas para responder à crise deixaram de ser algo pontual, repercutindo positivamente na gestão dos empreendimentos e se tornando novos hábitos acompanhados do fortalecimento gerado pelos aportes emergenciais. O aporte do ICE por meio da iniciativa Elos de Impacto foi crucial para darmos continuidade às ações iniciadas com os empreendedores já no início da pandemia. O acompanhamento por meio das assessorias sempre foi um dos diferenciais da metodologia da AdC e se tornou ainda mais crucial nos últimos meses”, reflete. Sustentabilidade e geração de emprego e renda para enfrentar a crise Inclusão é a palavra que melhor define a Free Soul Food. Criada em 2016 por Maíra da Costa para atender à vontade da mãe, já aposentada, de abrir um negócio no ramo alimentício, a empresa foi pensada a partir de sua própria experiência com especificidades alimentares: ela intolerante à lactose e a mãe diabética e vegetariana. O caminho do impacto social não precede a fundação da empresa, mas aconteceu a partir de escolhas feitas pela empreendedora, que inclui o uso integral dos alimentos para evitar desperdício e diminuir a geração de resíduos e a opção por comprar de pequenos produtores e contratar mulheres migrantes. “Conhecemos a Domingas, uma angolana que vivia em situação de semiescravidão. Resolvemos contratá-la e foi a melhor coisa que aconteceu com a gente, tanto pelo aumento da produtividade, quanto pela inovação que ela trouxe com suas receitas e modos de preparo. E ainda pudemos ajudá-la a se integrar de fato à cidade, incentivando-a, por exemplo, a usar o transporte público, algo de que ela tinha bastante medo, o que a fazia andar quilômetros todos os dias”, conta a empreendedora. Com faturamento dependendo da realização de eventos empresariais, a Free Soul Food é mais um empreendimento que teve que se reinventar. Com o apoio do Fundo Volta Por Cima, a empresa conseguiu finalizar a reforma da nova sede e começou a retomar as atividades recentemente. “A ajuda do Fundo Volta por Cima foi importante tanto para essa retomada, como para nos dar ‘fôlego’ para continuarmos funcionando mesmo faturando menos, mas com a perspectiva de prolongar a vida da empresa”, celebra Maíra. A iniciativa é do Banco Pérola e da Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia (ANIP) – composta por A Banca, Artemisia e FGVcenn – e foi criada para conceder empréstimos a juro zero, bem como acompanhamento, mentoria e consultoria pessoal a negócios de impacto periféricos. A primeira rodada do Fundo arrecadou mais de um milhão de reais – 150 mil dos quais aportados pelo ICE – e apoiou 55 negócios que já tinham passado por algum programa da Artemisia e/ou da ANIP. 60% dos empreendimentos são de mulheres e 61,8% de pessoas pretas e pardas. O empréstimo realizado aos negócios poderá ser pago em até doze parcelas sem juros, com carência de seis meses. À medida que os empréstimos forem pagos, o Fundo passa a ter a possibilidade de apoiar novos negócios. Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia, uma das organizações promotoras do Fundo Volta Por Cima, destaca que os empreendedores de impacto social têm transformado a forma de fazer negócios no Brasil. “Esses empreendedores serão cada vez mais necessários para conter a escalada da pobreza e da escassez econômica no país durante e após a pandemia. Por isso, decidimos criar uma solução financeira que permita que eles continuem as próprias jornadas e possam permanecer como fonte de emprego e renda, gerando impacto e apoiando as economias locais em que atuam. Nesse sentido, o apoio do ICE foi muito importante, não só pela aposta na ideia e pelo recurso financeiro, mas também pelas mentorias e todo apoio da rede do ICE. Somos gratos pela confiança”, comenta Maure.

  • Chegou ao fim o Innovation Camp; Valeu, Junior Achievment!

    Hoje completou uma semana do programa virtual Innovation Camp. Nos dias 20 e 21 de outubro, o primeiro projeto da parceria Aventura de Construir e Junior Achievement desafiou cerca de 20 alunos a encontrar soluções inovadoras a este case: Como promover o acesso para todos à educação de qualidade no isolamento social usando tecnologia. Falamos no texto de lançamento dessa parceria do quanto se mostrava importante essa oportunidade de sairmos da nossa zona de conforto para novos aprendizados. No desenrolar das semanas que antecederam as atividades, nas quais realizamos contatos constantes com o público de 14 a 20 anos, pudemos nos renovar e reinventar a nossa forma de comunicação. Sair do automático no contexto de relações e interações cada vez mais rápidas não é nada óbvio – e torna-se ainda mais gratificante quando feita em conjunto. Mais uma vez, “a realidade nos convidou a aprender a aprender”! Trecho do Innovation Camp que, desta vez, aconteceu 100% online O programa teve duração total de 8 horas bastante intensas. Ao longo dos 2 dias de atividades, a dinâmica prática utilizada pela J.A. São Paulo possibilitou um profundo entendimento das ferramentas de Design Thinking. E como isto aconteceu? Conforme avançavam no conteúdo mais expositivo, era reservado um tempo para que as equipes botassem a mão na massa no desenvolvimento do desafio. Esta união entre o expositivo e a prática é fundamental para aproximar a realidade dos participantes com os temas e ferramentas tratadas. Partir da realidade torna nosso trabalho verdadeiramente significativo para aqueles que embarcam nessa jornada por se tornar praticável na vida de cada um. Como diz uma das participantes: “Essa experiência pode me ajudar profissionalmente pois tivemos que trabalhar em equipe, com a colaboração de todos, fizemos uma apresentação final que é como se fosse “para diretoria”, isso fora o processo de criação! É quase uma simulação de trabalho, né?” Apoiados por um grupo de mentores voluntários, os participantes ainda saíram dessa experiência mais confortáveis com a dinâmica de trabalho em equipe, tendo trabalhado de forma transversal a questão da timidez e também da segurança, como relata um dos participantes: “Fiquei empolgado porque foi uma das poucas vezes que eu me dei bem trabalhando em grupo. Minha timidez me atrapalhava muito em socializar com outras pessoas na escola”. E o desafio? Bem, não é à toa que escolhemos o desafio de educação. Assim como já comentamos nesse post aqui nossa atuação na Aventura é diretamente relacionada com o ODS4 – Educação de Qualidade, assim como da Junior Achievement! Os participantes compartilharam como não tinham parado para pensar nessas questões com profundidade e adoraram ser instigados nesse sentido. As equipes, além de desenvolverem as soluções, tiveram que apresentar suas propostas para uma banca examinadora no fim do segundo dia. Nessa hora o frio na barriga foi uma unanimidade! Mas, como disse uma das estudantes: “O frio na barriga é um sentimento que surge quando não estou acostumado a fazer certas coisas frequentemente. Então tudo bem!” Como é bom aprender coisas novas! Ministrantes e participantes juntos! A galera que participou se engajou verdadeiramente! Toparam o desafio e, por adotarem essa postura protagonista, tornaram essa edição do Innovation Camp tão significativa para o coletivo e em suas vivências individuais – e, dessa maneira, todo mundo saiu ganhando! Já entre as soluções propostas, a vencedora envolveu a distribuição de chips de internet gratuitos para quem não tem acesso à internet e a criação de um espaço público com acesso à internet para que os alunos possam participar das aulas. O grupo também trouxe a proposta de um software inovador, que motivasse os alunos a assistirem e se dedicarem às aulas, com aulas ao vivo e gravadas, aulas de libras e um ranking de alunos – gerando uma competição entre eles e uma motivação para participarem das aulas. Agradecemos à equipe Junior Achievement São Paulo, Estação Hack São Paulo, aos mentores voluntários e a cada um dos jovens participantes! Cada participante vem com uma bagagem de saberes, e utilizá-la é ponto de partida para aprofundar o processo de aprendizado! Teve gente que nunca tinha escutado falar nesse tal do Design Thinking. Abaixo compartilhamos depoimento de um dos participantes dessa experiência: “Participar do Innovation Camp foi extremamente gratificante! Superou minhas expectativas do começo ao fim. Aprendi coisas que eu não fazia ideia que existiam e que me agregaram muito valor. A hora da apresentação do projeto para a banca avaliadora me deu aquele frio na barriga! Aquela insegurança de errar ou não conseguir explicar, mas deu tudo certo! O curso em si me deixou bem empolgado, desde o início. Na hora da apresentação, mesmo estando nervoso na hora, também estava bem eufórico e depois a euforia assim que meu grupo ganhou. O mais importante é que com certeza ter participado dessa experiência vai me ajudar muito, já que pretendo trabalhar com a área de projetos e vi que o Design Thinking vai me fortalecer bastante nisso – eu nunca tinha ouvido falar, mas fiquei muito grato de ter aprendido sobre.” Victor, 19 anos Até a próxima!

  • Cooperação e desenvolvimento: o que temos a ver com isso?!

    Pauta comum no ecossistema do investimento social privado no Brasil, os processos de cooperação e desenvolvimento territorial também deveriam ocupar largo espaço nas organizações intermediárias que atuam diretamente com o público receptor de diferentes iniciativas sociais. Talvez não seja óbvio ao leitor que desconhece o trabalho da Aventura de Construir (AdC) compreender exatamente porque estamos abordando este tema, por isso vale a pena sempre retomar qual é a missão da organização. A AdC entende que transformações humanas e socioeconômicas em regiões vulneráveis só podem ocorrer se tais locais foram desenvolvidos, o que significa levar desde melhorias de infraestrutura (como acesso à água potável, saneamento, saúde pública e educação básica) até melhorias propriamente humanas, que envolvam o amadurecimento de aspectos pessoais, financeiros e profissionais de cada pessoa. Somente quando melhoramos esses fatores humanos podemos também melhorar o ambiente de modo integral, por isso nossa missão é o DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL INCLUSIVO! Ao gerar protagonismo pela centralidade da pessoa passamos a atuar com uma visão G-Local, o que permite à pessoa impactada de forma positiva tornar-se multiplicadora em seu território e ampliar o alcance da transformação pela qual ela foi inicialmente beneficiada e transformada! Ou seja, a cooperação em prol do desenvolvimento territorial funciona como uma engrenagem: só quando todos atuam juntos e no tempo certo é que a máquina pode operar com qualidade! Nas últimas décadas, pelos menos desde os anos 1990, com a diminuição da intervenção dos Estados e a urgência de responder de forma mais próxima às necessidades, vemos crescer exponencialmente o número de projetos no Terceiro Setor e seu correlato destaque no cotidiano social, tanto brasileiro quanto internacional. A questão que fica, muitas vezes, é: mas como o Terceiro Setor, que vem se mostrando cada vez mais importante para o desenvolvimento territorial, pode seguir atuante e relevante sobre o tema? A resposta é mais simples do que parece: COOPERAÇÃO! É através da cooperação, seja por parte do investimento social privado ou da gestão pública, que o Terceiro Setor pode atingir a sustentabilidade necessária para executar projetos que gerem impacto socioambiental positivo (e mensurável)! Aliás, impacto mensurável deve ser uma grande condicionante para articulações de parcerias bem sucedidas. Quer um exemplo da AdC sobre uma parceria de cooperação? Podemos citar o projeto Aprender para Transformar, financiado pela Fundação Caterpillar dos Estados Unidos. Veja abaixo um resumo sobre os resultados desta cooperação: Educação financeira para 150 pessoas, sem distinção de sexo, idade, gênero, religião, ofício ou qualquer outra segmentação na cidade de Sao Paulo. Início: Janeiro 2019 / Fim: Agosto 2019 Objetivo: Gerar mudança de atitude em relação ao uso pessoal e profissional do dinheiro e atuar alinhados às metas dos ODS 1, 4, 5, 8, 10, 11, 17. Indicador: Organização pessoal e controle financeiro. O que fez concretamente: Fomentou educação financeira para um público diverso. Na vida real significou consolidar atitudes positivas frente ao uso dos recursos financeiros, promovendo conhecimento, apoio psicológico e facilitando a renegociação de dívidas. Quer entender mais um pouco sobre esta tal de Cooperação? No encontro do GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) realizado dia 21/10 sobre Cooperação e Desenvolvimento, Fernanda Toledo – representando a Fundação Alphaville – afirmou algo que a AdC está totalmente alinhada, seja estratégica ou metodologicamente: “O território é um espaço que deve ser apropriado socialmente através de construção coletiva e apoio mútuo!” Essa é a perspectiva pela qual enxergamos o território e partimos para promover iniciativas que respondam realisticamente às diferentes e comuns demandas regionais. E, para finalizar com chave de ouro, vale retomar a reflexão feita por Diane Pereira Sousa, do Instituto Comunitário Baixada Maranhense. Ea compartilhou conosco que para sairmos da escassez e chegarmos à abundância precisamos ampliar as oportunidades a partir do próprio território! Isso significa enxergar esses lugares não só a partir de suas vulnerabilidades já tão conhecidas, mas também de suas potencialidades! Quer cooperar com a gente?! Escreva para contato@aventuradeconstruir.org.br e conte como você ou sua empresa/organização quer cooperar com nosso missão de desenvolvimento territorial inclusivo! #Cooperação #desenvolvimento #GIFE #impactosocial

  • Dicas de conteúdos não-óbvios sobre impacto

    Leituras para pensar o ecossistema: além dos negócios e das doações Este conteúdo foi replicado da Aupa Jornalismo. Diante da enxurrada de conteúdos, lives e demandas pelas nossas agendas e por atenção, nunca foi tão necessário termos algum tipo de curadoria sobre o campo do impacto. Pois bem. Tentei fazer isso aqui, de forma absolutamente despretensiosa, artesanal e longe de qualquer “linha editorial”. Na realidade, o único sentimento que me guiou foi o de compartilhar leituras que venho fazendo desde o ano passado, todas numa linha mais crítica e menos óbvia. Convém ressaltar, portanto, que todos estes conteúdos foram produzidos antes da pandemia, mas, mesmo assim, lendo e ouvindo-os novamente, nota-se o quanto seguem atuais e presentes, em suas essências. Aí vão eles. Espero que o(a) leitor(a) aproveite. Dica: clique nos ícones para acessar os conteúdos mencionados. Como tornar oportunidades e pipelines de impacto mais inclusivos e diversos? Este texto traz boas reflexões sobre esse tema quente. Como tornar oportunidades e pipelines de impacto mais inclusivos e diversos? Este texto traz boas reflexões sobre esse tema quente. Repensando alguns fundamentos das finanças sociais, como: (A) Quando empreendedorismo social é a melhor maneira de resolver um problema social? (B) Como impedir que as finanças sociais perpetuem os erros das finanças tradicionais, particularmente sua natureza extrativa? Sobre fundações serem mais doadoras e “encherem menos a paciência” de projetos e organizações apoiadas. Uma maneira de deixar estas gerirem suas iniciativas de impacto, sem serem meros fornecedores de grandes investidores sociais. Sobre outros “tons” na indústria do investimento de impacto. Estas reflexões são feitas com ênfase em Arte e Economia Criativa. A filantropia está, de fato, transformando algo? Ótima provocação feita por esta plataforma de conteúdo sobre impacto social da Índia. Podcast: dinheiro contaminado pode gerar bem comum?Um debate do ano passado, mas bastante necessário neste momento de recorde de doações solidárias. Em alguns casos, o manto do compliance parece zerar qualquer origem negativa de recursos que passam a serem doados para “boas causas”. Afinal, a origem destes recursos também não seria aspecto fundamental desta discussão? Peço desculpas ao leitor(a) da Aupa por todos os conteúdos serem em inglês. Eu também tenho que me esforçar em dobro para ler e ouvir todos com meu inglês macarrônico, mas, infelizmente, são poucos os espaços no Brasil que se esforçam, como a Aupa, em produzir e publicar conteúdos sobre impacto social, em uma linha não trivial e com visões mais críticas. Boas leituras! Para conhecer o trabalho da AUPA, clique aqui.

  • Novidade e uma reflexão sobre a juventude!

    Você tem entre 14 e 20 anos e quer ser desafiado a pensar soluções inovadoras para problemas complexos? E você que está lendo este texto e não se encaixa nesta faixa etária: você conhece algum jovem desta idade? Filha, filho, enteado, sobrinha, amigo, vizinho? Então aproveita que temos uma novidade na área: o Innovation Camp! Olha, está aí uma capacidade em alta: a percepção cada vez mais profunda da realidade, capaz de encontrar soluções que respondam às necessidades observadas. Seja no mercado de trabalho formal ou em uma trajetória empreendedora, essa é uma capacidade a ser desenvolvida para a vida – e central na metodologia do Innovation Camp. O programa estimula jovens que estão cursando o ensino médio a pensarem soluções inovadoras para os problemas complexos – uma formação em Design Thinking nos moldes de aprender fazendo! Com duração de 8 horas e emissão de certificado, serão abordados temas relacionados a inovação, tecnologia e ferramentas ágeis. Além disso, o encontro é 100% online e gratuito. Durante o processo, os alunos contam com a ajuda de mentores e voluntários que vão auxiliá-los durante o desenvolvimento da ideia. Um dos nossos métodos de trabalho é a atuação de redes. Assim como um radar, ficamos sempre atentos a tudo a nossa volta, filtrando aquilo que responde às necessidades reais dos protagonistas nessa Aventura: os microempreendedores. Nosso radar disparou com o trabalho da Junior Achievement, uma das maiores organizações incentivadores de jovens do mundo. Assim como nós, trabalha a partir da realidade de seu público. A AdC com os microempreendedores, a J.A., com os jovens. Fundada em 1919, a J.A. é uma das primeiras organizações a trazer programas de empreendedorismo para crianças e jovens da América Latina. Hoje, a JA trabalha para preparar os jovens para o futuro do trabalho por meio de programas de empreendedorismo, educação financeira e preparação para o mercado de trabalho. A cada ano, a rede da JA Worldwide capacita mais de 10 milhões de alunos em mais de 100 países. Nos mais de 35 anos no Brasil, a JA leva conteúdo para todos os estados brasileiros e já capacitou mais de 5 milhões de alunos com o apoio de mais de 150 mil voluntários. A atuação em rede nos permite potencializar nosso trabalho e de nossos parceiros. Essa parceria se inicia com o Innovation Camp. Potencializar o trabalho é fortalecer nossas redes. Um empreendedor que está no Crescendo em Rede, por exemplo, compartilha a experiência com o vizinho e, desta forma, uma hora eles estarão juntos conversando sobre temas parecidos. Uma rede de conhecimento que transborda as aulas, o curso e alcança de forma mais profunda a vida das pessoas. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo http://bit.ly/ic-adc. Os encontros vão rolar nos dias 20 e 21 de outubro, das 14h às 18h. Acione a sua rede, esperamos vocês! Trabalho, apostar na pessoa O trabalho fica no centro de qualquer desenvolvimento. E deve ser valorizado, partindo da pessoa e mirando nos conhecimentos, competências e capacidades transversais. O comentário de Giorgio Vittadini. Um amigo de uma empresa social que se ocupa de formação e serviços para o trabalho me escreve: “Ocorreu-me frequentemente nas últimas semanas encontrar jovens em estado de “dispersão”, seja escolar, seja empregatícia, estando já faz tempo fora da órbita da escola e sem requisitos para serem inseridos no mercado de trabalho. Nestes casos, em geral se escolhe entre duas opções: empurrá-los de volta para a escola e descarregar o “problema” sobre quem deverá ocupar-se com eles na sala de aula, ou então tentar a inserção numa empresa mediante programas de financiamento para o desemprego juvenil. Afinal, se a colocação não funciona, alguma coisa de qualquer jeito “eu trouxe para casa”. Não sei qual das duas soluções é a mais errada. Nenhuma das duas enfrenta de verdade o problema, ambas o deslocam. Confrontando-me com uma colega que vive o meu mesmo sentido de impotência, decidimos tomar iniciativa para tentar realizar percursos para jovens como estes, que preveem um primeiro período de alternância escola-trabalho, útil para dar uma estrutura profissional e pessoal, e que finalize depois com um contrato de aprendizagem que lhes permita trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Encontramos a maneira de obter o financiamento do projeto e em breve partirá a primeira turma. Trabalhar e viver aceitando sair da “zona de conforto”, traz criatividade, ideias, vontade, e torna tudo muito mais interessante. É um início, veremos o que vai suceder». O relato de meu amigo parece ter a ver só com os temas da nova qualificação e da formação continuada, mas se coloca em um contexto cada vez mais perturbador. O mundo do trabalho, já faz tempo em estado de choque devido ao rápido desenvolvimento tecnológico e à abertura dos mercados globais, reintroduziu sistemas de exploração: grandes empresas de trabalho temporário oferecem estágios a 350 euros mensais a sujeitos formados por 42 horas semanais; advogados que já superaram o exame são retribuídos com 250 euros mensais; os horários de trabalho para muitos se prolongam com frequência até às 23h sem contar como horas-extras… Em momento geral de repensar o papel e a responsabilidade das empresas, dos trabalhadores e dos sindicatos, não é supérfluo lembrar que o trabalho permanece o centro de qualquer desenvolvimento econômico e social. De uma parte, deve ser criado e valorizado; da outra, deve ser abordado pondo no centro conhecimentos e competências, bem como as capacidades transversais, tais como o espírito de iniciativa, a confiança, a abertura mental. Aquilo que serve talvez, de uma parte e da outra, é lembrar que não existem recursos humanos a serem explorados, mas que é o homem o recurso. © RIPRODUZIONE RISERVATA Publicação: 02.10.2020 – Giorgio Vittadini

  • Fim de um ciclo, início para novos negócios: valeu ICCP!!!

    A jornada de capacitações do curso A Realidade Empreendedora foi concluída com muitos aprendizados! Conheça mais sobre os resultados deste projeto. No final de setembro a equipe da AdC se debruçou na elaboração do relatório final do curso “A Realidade Empreendedora”. O trabalho realizado foi um convite para a reflexão de uma realidade que está em constante mudança. Da elaboração a execução de um projeto existe uma trilha minuciosa a ser percorrida. Estratégias são criadas para que todas as ações ocorram como está previsto no cronograma. Mas parece que o ano de 2020 embaralhou alguns planejamentos. Se no começo do ano a equipe da AdC estava fazendo, presencialmente, o reconhecimento dos espaços onde em breve aconteceriam as capacitações do curso “A Realidade Empreendedora”, na metade de março, a equipe passou a realizar suas atividades remotamente em decorrência da pandemia do novo Covid-19 e o projeto ficou suspenso por um curto período… A realidade nos convidou a “aprender a aprender” – e a AdC refletiu profundamente sobre sua própria missão levando em consideração o contexto atual e as novas (e não tão novas) necessidades do pequeno empreendedor periférico. Refletir sobre a própria missão é uma forma concreta de entender ainda mais o trabalho realizado. Esta ação permitiu avançar com fôlego, criar com potência e fundamento, novos caminhos. E este caminho abriu possibilidade para adaptar o projeto presencial “A realidade empreendedora” para o online. Com criatividade, ímpeto, e muito estudo saiu algo atento às novas necessidades. Algo que jamais seria possível se não fosse a confiança do ICCP na AdC. Foram mais de 20 capacitações, 2 aulas totalmente especiais com a equipe do ICCP, 30 sessões de assessoria e envolvimento de mais de 15 voluntários altamente capacitados durante as atividades. 89 participantes assistiram pelo menos 1 aula desde o começo do curso, e 39 atingiram frequência igual ou superior a 70%. Para quem vivenciou o cotidiano deste projeto é fácil identificar as tendências gerais dos participantes: as perguntas recorrentes, a evolução, os pontos de melhora. Porém, como podemos validar estas impressões e compartilhar com os demais? É fundamental entender se um programa social melhora a vida dos seus beneficiários e mensurar o quanto o projeto gera de impacto na população atendida e por isso, a AdC avalia o impacto das suas atividades desde 2015. Para realizar esta avaliação no projeto “A Realidade Empreendedora” os participantes responderam 2 questionários: o inicial, realizado em junho de 2020, e o final, em agosto do mesmo ano. As perguntas eram referentes ao empreendimento durante os meses de maio e agosto de 2020. E alguns dos temas abordados foram: receita e lucro mensal, controle financeiro, planejamento e cumprimento de metas, divulgação do negócio, objetivo de impacto (relacionado a consumo consciente), etc. A análise comparou a média dos indicadores pré-pós projeto dos 39 participantes que atingiram frequência igual ou superior a 70%. E o resultado? Para melhor visualização, seguem abaixo três gráficos: O gráfico 1 mostra que: A variação de Faturamento foi de 40,33% a mais no fim do projeto; A variação de Lucro foi de 39,40% mais no fim do projeto; Os resultados mostram essa variação mesmo com o funcionamento parcial dos empreendimentos em decorrência da pandemia do Covid-19. O gráfico 2 evidencia que: Houve a necessidade de aumentar a divulgação nas mídias devido ao aumento do e-commerce; Aumentou o registro de gastos e recebíveis devido ao foco dado nas capacitações para registros financeiros; Aumentaram as dívidas e diminuição de número de funcionários por conta da crise. O gráfico 3: Pelo menos 10 pessoas reduziram o consumo de água e energia nesse período; Pelo menos 15 pessoas passaram a registrar gastos financeiros; Cerca de 10 pessoas passam a observar mais os aspectos sociais do bairro. Os resultados são positivos, mas estamos longe de achar que a jornada empreendedora acabou. É preciso sim celebrar, mas sem perder de vista o foco constante na evolução. E para não perder de vista as potências deste belo projeto, compartilhamos algumas das dicas valiosas de voluntários e da equipe da AdC para todos os empreendedores: Segundo o voluntário José Maurício (especialista em gestão de recursos humanos e logística): “Nesta situação atual eu destacaria a necessidade de entender o contexto e buscar ser criativo dentro das necessidades do momento. Porque não adianta você ter uma super ideia se ela não é aplicável naquele momento e às vezes tudo o que precisamos é de algo simples, mas que atenda as demandas do momento. Aquela coisa de não querer reinventar a roda quando a roda que temos atende nossas necessidades.” Franklin Menezes, consultor da AdC, relembra ações fundamentais para garantir a sustentabilidade financeira do empreendimento: Dica 1: Separe as finanças pessoas da finança do negócio! Dica 2: Estipule um salário (pró-labore). Dica 3: O negócio precisa ter independência, por isso, faça o planejamento financeiro, realize o controle de entradas e saídas para que você consiga fazer seu planejamento diário e mensal. Dica 4: Elabore orçamento para que você consiga fazer projeções mensais e tome decisões fundamentadas para seu negócio. Fica 5. Planilha sem análise não adianta! Separe 30 minutos do seu dia para realizar a contabilidade, o controle financeiro de seu negócio. Laila da Silva Covolan (Agência São Francisco – Comunicação e Marketing) foi participante assídua do curso e durante a jornada empreendedora se transformou também em uma voluntária fantástica, compartilhando seus conhecimentos com os colegas de sala. A publicitária compartilha: “Minha agência chama-se São Francisco porque eu sou louca pela vida dele! Acho que ele é um mega exemplo e tem uma frase que resume muito, tanto sobre marketing porque é muito a questão de sair da zona de conforto, como sobre empreender… A citação é assim: “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.” (São Francisco de Assis) Eu fico imaginando quantas pessoas quando começaram o curso pensavam que empreender era impossível? E a Aventura de Construir mostra muito esse caminho! Comece fazendo o que é possível, aí você faz o curso e aprende o que é necessário e de repente aquilo que parecia impossível se transforma em realidade.” É minha cara Laila… e esta realidade só se tornou possível pela dedicação da equipe, voluntários e claro… os empreendedores. Sem a abertura e o protagonismo de cada um, não existiriam resultados positivos e nem realidade empreendedora. A AdC aprendeu demais com cada pedaço deste projeto… a cada vivência. Dividimos algumas lições aprendidas com vocês: Com a pandemia tivemos que nos reinventar e, para seguir acompanhando os microempreendedores, adaptamos o projeto para ser executado de modo remoto (1ª lição). A mudança não movimentou apenas a AdC, moveu também os participantes que se viram imersos em outra realidade… Para alguns um pouco mais familiar, para outros… muito distante. A equipe da AdC aprendeu mais uma vez a eliminar a palavra “óbvio” de seu vocabulário, pois só assim é possível criar um ambiente seguro de aprendizado. Todas as perguntas são importantes (2ª lição). Sabemos que o engajamento dos participantes em um curso presencial se realiza principalmente com as capacitações e nos espaços entre uma e outra. Para um curso online esta segunda dinâmica é ainda mais pertinente e foi vivenciada na prática (3ª lição). A criação de vínculos e o conhecimento que o projeto possibilitou transborda as salas cibernéticas do Zoom (4ª lição) e se expande para fora das telas … Num momento como este, construir conjuntamente é crucial! Esta jornada foi a possibilidade de verificar que quanto mais o financiador, o intermediário e os beneficiários estão unidos, mais se consegue responder de forma abrangente e profunda a uma necessidade! Gratidão ICCP por acreditar em nós e fazer esta jornada tão viva!!

  • A expografia Identificam-se Protagonistas chegou ao fim, mas segue viva dentro de cada parceiro envo

    O uso livre da imaginação pode criar infinitas narrativas, e são estas narrativas que dão voz a boas histórias. Este foi o ponto de partida da expografia Identificam-se Protagonistas, realizada pela Aventura de Construir nas estações do Metrô, Via Mobilidade e ViaQuatro de São Paulo entre dezembro de 2019 e setembro de 2020. Pelas lentes do fotógrafo Diego de Jesus, o que antes era só um projeto ganhou vida! Seu trabalho, que pode ser visto também na matéria “Nossa missão através das lentes de Diego de Jesus, publicada no blog da AdC, captou a rotina de diversos microempreendedores das periferias de São Paulo que foram – e ainda são – impactados pelo nosso trabalho. Resgate e entrega: para Diego, este foi o significado da expografia. “No meu modo de ver, as pessoas que estão em mais vulnerabilidade são as que desfrutam mais dos prazeres do empreendedorismo, e, além disso, os microempreendedores de comunidade misturam tudo isso com amor (…). Fazer este trabalho com a AdC me trouxe a certeza do que eu quero seguir e com que tipo de pessoas eu gostaria de trabalhar”, pontuou o fotógrafo. Anderson Roberto da Silva (marido da Janaina Aparecida da Silva), fabricação e comércio de móveis em Cajamar. Quando o assunto é impacto social, a técnica por si só não é suficiente. O que realmente faz uma história ser contada do jeito que ela é, na realidade, é a capacidade de se colocar no lugar de quem narra. “Como sou microempreendedor de periferia, entendo que isso é uma luta particular. Eu sei como é estar na pele deles”, afirma Diego. Mais uma vez, sem o apoio de nossos parceiros, a mostra não teria saído do papel. A ViaQuatro e ViaMobilidade, do Grupo CCR, foram peças chaves para que o projeto fosse o sucesso que foi. Para o grupo, sustentabilidade é um compromisso: “Apresentar a exposição foi uma ação que reforçou o nosso compromisso com o fortalecimento da sociedade. Mostrar esses protagonistas representados de forma digna e forte, indicando a atividade que eles se dedicam, pode servir de inspiração ou incentivo para que outras pessoas possam seguir por esse caminho”. A pandemia de Coronavírus pegou todos de surpresa e o momento, apesar das incertezas, também é de reflexão. Todos os dias, milhares de pessoas transitam no transporte público subterrâneo e, mesmo diante do cenário, para ambas empresas a expografia foi, também, inspiradora. “A pandemia teve e continua tendo um forte impacto sobre todos nós e a ação de empreender pode ser uma alternativa de sobrevivência para algumas pessoas neste momento. Quem sabe um dos exemplos de empreendedores mostrados nas exposições, que ocorreram entre março e abril, no início do período de isolamento social, possa ter lançado essa ideia de empreender para outras pessoas?” Camila Rosa de Lima, produção e venda de cosméticos naturais na Lapa de Baixo. Para o Grupo CCR, o recado aos microempreendedores é: vivam seu caminho! “Vivam seu caminho enquanto nós trabalhamos para proporcionar uma viagem segura e confortável para que cada um possa se dedicar aos seus projetos”. Mais uma vez, fica aqui o nosso MUITO OBRIGADO a todos que se dispuseram a ouvir a Aventura de Construir e embarcar nesta jornada conosco. Conheça o trabalho de Diego de Jesus aqui; e para acompanhar o Grupo CCR, assim como as empresas ViaQuatro e Mobilidade, acesse: http://www.grupoccr.com.br/ Não perca as novidades da Aventura de Construir: assine a nossa newsletter ou siga-nos no Instagram e Facebook. #Empreendedorismo #Microempreendedores #negóciosustentável

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