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- Capacitação Sistêmica na Aventura de Construir: Construindo Juntos um Caminho para o Desenvolvimento Sustentável
Por Pedro Menezes. Em um ambiente dinâmico e comprometido com a transformação social, nós, da Aventura de Construir, promovemos recentemente uma atividade muito bacana de desenvolvimento da área de Projetos - o coração da ONG! A abordagem adotada foi pensada, apesar de fluida, para envolver todos os integrantes da área (cada coordenador de projeto e o coordenador da área, como um todo) de maneira sistemática e sistêmica na construção de uma experiência rica, em aprendizado e significado. A premissa foi a seguinte: a posição de ser responsável pelo andamento de um projeto estruturado, em suas mais variadas frentes, é desafiadora. E da mesma forma que, ao longo destes, incentivamos os empreendedores a compartilharem informações entre si e a criarem redes, maximizando os pontos de aprendizado, também podemos (e devemos!) aplicar isso internamente. Assim nasceu a ideia da capacitação transversal de projetos, "de nós para nós mesmos". Tal atividade foi co-construída e foi resultado de um processo longo e potente de conversas, reflexões e dinâmicas - partindo da identificação das características e atividades demandadas para o cargo de Coordenador de Projetos - na ótica de quem a realiza diariamente. Esse exercício colaborativo não apenas definiu claramente as expectativas e o dia a dia do cargo, mas também estabeleceu uma base sólida para a compreensão coletiva das habilidades e conhecimentos necessários. Posteriormente, uma dinâmica foi conduzida para entender quem se sentia mais seguro com cada uma dessas características e atividades específicas, elencando pontos concretos. Isso não apenas reconheceu a diversidade de habilidades presentes na equipe, mas também estabeleceu uma compreensão clara de quem poderia ser um ponto focal para cada macro-responsabilidade da área - e uma autoavaliação dos pontos de melhoria. Entende-se que, quando esse processo parte do indivíduo, sendo um protagonista de sua vida e com real desejo de desenvolvimento, os resultados são muito mais notáveis. Definidos os pontos que geram dúvidas e que são igualmente fundamentais para o bom desenvolvimento do projeto, elaboramos, em conjunto, o sumário de possíveis capacitações que abrangeriam todas elas - depois a correlacionando com quem se sentiria mais pronto para prepará-la e oferecê-la. A fase seguinte consistiu, então, na preparação de uma capacitação sistemática, na qual cada membro da equipe era encarregado de liderar uma dinâmica sobre um tema específico. Essa abordagem não apenas compartilhou conhecimento de maneira eficiente, mas também atribuiu responsabilidades individuais, promovendo uma cultura de liderança distribuída. Algum dos temas tratados foram: Engajamento e comunicação atenta e efetiva com os empreendedores; Relatórios e sistematização; Ferramentas de Gestão; Ferramentas de controle e organização; Organização de Eventos; Metodologia e processo da Avaliação de Impacto. A construção da atividade foi guiada por uma abordagem sistemática, onde cada voz foi ouvida e considerada, tentando e aplicando um ambiente seguro para que pudéssemos expor, a partir da teoria, experiências práticas que passa-se em projetos. Isso não apenas promoveu a inclusão, mas também enriqueceu o conteúdo da capacitação com uma diversidade de perspectivas e experiências - outro ponto de método que aplicamos para com os beneficiários . A metodologia adotada reflete não apenas a busca pela eficiência, mas também a valorização do processo coletivo como uma parte integral do sucesso. Além de gerar aprendizado prático e relevante, promoveu-se a criação de conteúdos padronizados que podem ser aplicados em diversos projetos, assim fortalecendo a forma pela qual a AdC trabalha, independente de quem a aplica. A expectativa é que isso aumente eficiência operacional e contribua para a consistência e qualidade do trabalho desenvolvido pela ONG - sempre buscando o impacto real na vida de cada empreendedor ou empreendedora que passa pelo nosso caminho. E porque tudo isso? Relacionando essa iniciativa aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), destaca-se ainda mais a relevância de aplicar a Teoria da Mudança , tão reconhecida em nosso trabalho de ponta e com altos indicadores de eficiência, também para nós mesmos a nível institucional e gerencial. Sendo o objetivo focal e a missão da ONG promover o desenvolvimento econômico e territorial local para empreendedores de periferia (alinhado com o ODS 8 e tantos outros), essa abordagem e esse trabalho de base contribui diretamente para o fortalecimento da nossa comunidade e para a promoção de ambientes de trabalho inclusivos, sustentáveis e, principalmente, de excelência. Seremos, nós mesmos, antes de mais nada, multiplicadores de conhecimento. A metodologia, então, centrada na realidade de cada beneficiário, incentivando a participação ativa e transformando-os em protagonistas de seus negócios e suas vidas, reforça o compromisso da ONG com a construção de um desenvolvimento sustentável de fato - não apenas agindo como um conceito abstrato, mas como uma prática incorporada em cada ação e projeto. Essa atividade não foi apenas uma capacitação; foi um passo estratégico em direção a um futuro mais promissor e equitativo para todos aqueles envolvidos - a Aventura de Construir, seus beneficiários, seus financiadores e demais stakeholders. Aproveito para agradecer à "Turma do Fundão", apelido carinhoso para a Equipe de Projetos, por toda dedicação, empenho e esmero na atividade descrita.
- Empreendedorismo feminino: as mulheres partem do mesmo lugar?
Nesta jornada de sustentabilidade iremos contar a história de duas empreendedoras que fizeram parte do projeto Lamberti Acelera . Este projeto, realizado ao longo do ano de 2023, teve o objetivo de acelerar negócios existentes através de estratégias, ferramentas e tecnologias que alavancassem o desenvolvimento dos empreendimentos , culminando na entrega de um Plano de Negócio robusto de cada empreendedora. A Aventura de Construir (AdC) realiza seus projetos levando em consideração os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) determinados pela ONU. Ademais, o mês de março é conhecido internacionalmente como o mês da mulher e, por conta disso, optamos por contar histórias de duas mulheres que inspiram suas comunidades locais, parceiros de projetos e nós, da AdC. Vale ressaltar que ambas foram premiadas com um capital semente no ano passado, após terem seus planos de negócio escolhidos como 2 dos 3 melhores projetos realizados pela turma do projeto Lamberti Acelera. Ligia Marta Lígia, 58 anos, mulher preta e mãe de três filhos , começou a empreender por necessidade após ser demitida da empresa que trabalhou por 11 anos. Depois de realizar pesquisas e reflexões, optou por fazer um negócio sobre algo que ela sentia necessidade e partindo da problemática de que não se via representada em grandes lojas: a pouca representatividade da cultura negra . Assim, criou o “Mundo Negro Afro”, que produz peças de roupas para a moda afro com o intuito de renovar a arte negra. A empreendedora começou com um maquinário doado e aprendendo a tecer e costurar tecidos de forma autônoma, na base de tentativa e erro. Com todo seu conhecimento, talento e apoio da AdC, conseguiu se profissionalizar no ramo e está tomando novos passos em seu negócio. Vanderly Loureiro Vanderly, mulher preta e mãe de um filho PCD , foi criada em uma família que sempre foi muito ligada à música e à moda. Por conta disso, sempre gostou de criar e desenhar, inclusive fazendo, enquanto criança, suas bonecas com retalhos dos materiais que a mãe utilizava para costurar. Depois de realizar cursos e graduação de moda, fez pós-graduação em audiovisual, cultura e criação e MBA em Empreendedorismo Social e Negócios de Impacto. Foi em meio a estudos, pesquisas e trabalhos que resolveu criar seu próprio negócio, da sua maneira, com sua filosofia: “À la van”, voltado à moda feita com material reciclável , peças de roupas dispensadas, elementos de reuso ou que foram considerados de vida útil finalizada. Ela tem o intuito de aproveitar diversos materiais que são descartados no dia-a-dia e trazer a importância da conscientização ambiental. Histórias que se cruzam As histórias das duas empreendedoras cruzam-se dentro da AdC, após ambas se depararem com o projeto através de conhecidas e amigas. Nós entramos em contato para apresentar o escopo do projeto e iniciou-se, aí, uma grande jornada a nível pessoal e profissional. A Aventura de Construir possui um método próprio desenvolvido a partir de anos de experiência atuando com a causa do empreendedorismo periférico , co-construindo o aprendizado em conjunto com os próprios empreendedores. Nós acreditamos que é possível promover o desenvolvimento territorial inclusivo por meio do apoio oferecido a microempreendedoras da periferia. Isso, no entanto, só é possível partindo da realidade e contexto de cada pessoa, impulsionando o protagonismo, realizando um acompanhamento próximo e incentivando o trabalho em rede, para termos, de fato, uma formação humana integral. Logo, nossos projetos vão muito além de capacitações, ferramentas e dinâmicas. Entendemos que uma empreendedora confiante e segura é a melhor pessoa para tomar as decisões de seu negócio de forma autônoma, pois é a que melhor sabe objetivos e aonde quer chegar. Neste sentido, as duas entrevistadas trouxeram falas que mostram o impacto deste método e a importância de olharmos para a pessoa, para o ser humano. “Eu engatinhava e vocês me ensinaram a correr”, disse Lígia . “É importante acreditar que alguém acredita em nós, na gente”, disse Vanderly. As duas empreendedoras trouxeram exemplos práticos dos ganhos após realização das capacitações e do projeto, como a profissionalização do negócio, a possibilidade de expandi-los de forma estruturada, a importância de colocar as ideias no papel (Plano de Negócios), o aumento da organização em outras frentes da vida com a formalização do planejamento e a abertura de oportunidades. Dificuldades Para além dos problemas práticos já citados ao longo do texto, como: começar a empreender por necessidade, o excesso de tarefas por terem começado sozinhas, a falta de disponibilidade para cuidar da família e a falta de tempo para estudar e tocar um negócio, existem dificuldades estruturais que permeiam a trajetória de ambas. Sabemos que vivemos em um país com questões relacionadas ao machismo e ao racismo - onde micro agressões e repressões dificultam ainda mais o crescimento e desenvolvimento de negócios de mulheres pardas e pretas. Para além do negócio em si, a questão psicológica é fundamental de ser levada em consideração, pois além de impactar o ser humano, tais situações podem gerar dificuldades de confiança e na tomada de decisões de forma autônoma. Ao conversar com a Lígia e a Vanderly, fica claro como elas tiveram que desenvolver uma imensa resiliência ao longo de toda vida para chegarem onde estão atualmente. Dentre várias histórias e exemplos mencionados, estão histórias como segurança de lojas olhando de perto, vendedores citando inúmeras vezes o preço duvidando da capacidade de compra delas, lojas onde não eram nem atendidas e pessoas questionando se elas não estariam “sonhando alto demais”. “Ser uma mulher negra da periferia no Brasil, já é um desafio gigantesco, quem dirá ser uma empreendedora?”... “Desafiador pessoas lhe levarem a sério pela sua competência, ao invés de sua aparência”, disse Vanderly. “ Racismo e machismo é estrutural e cultural”... “Tive que aprender a lidar com a situação”, disse Lígia. Planos Futuros Lígia e Vanderly preparam-se, neste momento, para dar novos passos em seus negócios, principalmente depois de terem ganho a premiação de capital semente por destaque em seus Planos de Negócios. A primeira, após ter começado com maquinário doado, conseguiu comprar equipamentos próprios que possibilitaram o aumento da produção de peças de roupa. Em um futuro próximo, Lígia pretende comprar mais uma nova máquina e desenvolver novos produtos como canecas e chinelos com desenhos afro. Já a segunda conseguiu estruturar o negócio com a premiação, achou uma sócia e, após realizar diversos desfiles (foi destaque no Osasco Fashion Week com um desfile inclusivo), pretende começar a vender mais produtos que permitam a consolidação de sua marca. Em um futuro próximo, pretende acabar de fazer seu site próprio, montar lojas online, colocar produtos em lojas físicas específicas e ter mais duas pessoas trabalhando com ela. Ademais, gostaria de formar pessoas em condições de vulnerabilidade para gerar impacto e retorno, como dar capacitações para mães de crianças PCD. Trabalho no território O método da AdC, como citado anteriormente, acredita e incentiva o desenvolvimento territorial por acreditar que o impacto gerado pode ser estrutural - carregado do micro para o macro e ajudando mais pessoas a terem oportunidades e desenvolverem seus próprios negócios. Ao longo das capacitações e das conversas dos participantes do Lamberti Acelera , tanto a Lígia quanto a Vanderly tiveram a ideia de empreender em conjunto, dado que ambas trabalham com moda e os propósitos têm muita conexão entre si. A metodologia de criação de redes de cooperação é vital para o desenvolvimento territorial - geradora de impacto para a sociedade. Nós incentivamos a cooperação de forma sistêmica, e esperamos que mais projetos assim aconteçam para seguirmos gerando impacto em escala nos territórios vulneráveis. Conclusão As dificuldades das microempreendedoras são inúmeras no Brasil, como podemos explorar ao longo do texto. Ao mesmo tempo, como no caso da Lígia e da Vanderly, vemos que mesmo diante de cenários complexos é possível que seus negócios sejam estruturados e acelerados - e que ideias inovadores, de impacto, aconteçam. Logo, questiona-se: O que é necessário para que tenhamos uma expansão do investimento em projetos de impacto social? Será que o custo de fornecer oportunidade para as pessoas crescerem é alto? É muito difícil termos um impacto nos territórios? Como podemos agir para não desincentivar negócios de pessoas que sofrem com os preconceitos enraizados em nossa sociedade e como uma escuta atenta e carinhosa pode minimizar tais danos? São perguntas que devem ser refletidas por todo ecossistema de impacto e que devemos refletir como sociedade brasileira, sobretudo neste mês para que não passe sem gerar uma transformação. Por fim, seguem trechos dos relatos das empreendedoras sobre o que sentem em relação ao trabalho realizado em conjunto com a AdC e a importância de fomentarmos o setor: “A AdC representa um passo muito grande para desenterrar grandes, anônimos e invisíveis artistas das comunidades”, disse Lígia. “ As vezes acreditar em um ou uma empresária, pode gerar impacto imenso na comunidade, estimula o local”, disse Vanderly. Apoie a mais Ligias e Vanderlys neste mês de março, investindo na nossa causa! Apoie o Fundo Patrimonial Aventura e Construir . Já, Devagar e Sempre!
- Linha de Base do projeto AIPÊ e a ODS 4 - Educação de qualidade
Por Luiz Sette A Jornada de Sustentabilidade de abril destaca o início do projeto Da Periferia, a Resposta, financiado pela AIPÊ, e aplicação da Linha de Base para os mais de 200 microempreendedores inscritos no projeto, ressaltando a sua importância para que a nossa atuação siga sempre alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4: Educação de qualidade. O que é a Linha de Base? A Linha de Base é um procedimento padrão de todos os projetos da AdC. Trata-se de um encontro inicial com os empreendedores, em que um consultor da organização reúne-se individualmente com cada empreendedor, de forma online ou presencial. O encontro é utilizado para estabelecer uma conexão mais próxima e criar um vínculo com as pessoas que irão participar do projeto, conhecendo a realidade do indivíduo e do seu negócio. Outro objetivo desse processo é coletar dados importantes, utilizados para analisar o perfil dos empreendedores e avaliar o impacto da nossa atuação sobre a realidade deles. Para coletar esses dados, aplicamos um questionário estruturado pela Aventura de Construir em parceria com a ALTIS (Alta Escola de Negócios da Universidade Católica de Milão-Itália) e o Kellogg Institute (Estados Unidos) e consultoria de Ana M. Pelliano e dos professores Sérgio Lazzarini (Insper Metricis) e Edgard Barki (FGV). O questionário, já bem consolidado através da experiência da AdC em outros projetos, recebeu a validação e o aperfeiçoamento da Catálise Social, organização parceira no projeto AIPÊ - Da Periferia, a Resposta . No Da Periferia, a Resposta , enfrentamos o grande desafio de aplicar a Linha de Base para mais de 218 microempreendedores, número recorde em um só projeto, sem perder a nossa principal característica: o atendimento individualizado e centralizado em cada uma das pessoas envolvidas no projeto. A importância da Linha de Base na nossa forma de atuação: partir da realidade do empreendedor e do seu contexto. A Aventura de Construir desenvolve o seu trabalho a partir de um método baseado em 7 pilares . Destacamos aqui 3 deles: Partir da realidade - Entender a realidade do empreendedor e do seu contexto é o ponto de partida para identificar as necessidades e responder de forma mais adequada. Gerar protagonismo acreditando na centralidade da pessoa - O fator humano é o motor do desenvolvimento. Para que a mudança seja alcançada e possa ser sustentável, é fundamental que as pessoas tomem consciência das próprias necessidades e riquezas, pois assim tornam-se protagonistas do seu desenvolvimento. Acompanhar o beneficiário - A AdC realiza seu trabalho acompanhando individualmente seus beneficiários, acreditando em sua liberdade, ajudando a enxergar a solução de problemas e orientando nas tomadas de decisões. Esse processo é um diferencial em relação às demais instituições que ofertam serviços similares a microempreendedores. Considerando esses pilares, entendemos que a Linha de Base é parte fundamental desta metodologia. Com um encontro individual, os empreendedores têm espaço para falar e serem escutados. Neste espaço, somos capazes de compreender o contexto do qual eles estão partindo e também identificar as suas principais necessidades . E isso não é feito sem propósito. No projeto Da Periferia, a Resposta , por exemplo, a Trilha de Fortalecimento (etapa do projeto em que realizamos capacitações coletivas sobre temas relevantes ao empreendedorismo) é desenhada e adaptada às principais necessidades mapeadas durante os encontros de Linha de Base. O encontro de Linha de Base, ainda, reforça outros dois pilares do método sobre o qual atuamos: a centralidade da pessoa , que deve ser a protagonista do próprio negócio, e o acompanhamento individual dos beneficiários. É já neste primeiro momento, de início do projeto, que os empreendedores percebem que conosco terão uma jornada diferenciada. O projeto é um lugar onde eles poderão falar, trocar e construir conhecimento e não apenas recebê-lo de forma passiva. A importância da Linha de Base na nossa forma de atuação: a mensuração do impacto. Para além dos objetivos de estabelecer uma conexão entre a organização e os empreendedores, de se aproximar da realidade de cada participante do projeto e de conhecer os negócios de cada um, a Linha de Base contém outra função fundamental: coletar dados. A coleta de dados tem algumas funções fundamentais para todos os projetos. A primeira delas é conhecer o perfil socioeconômico das pessoas que atendemos. A outra é que nos permite mensurar e avaliar o impacto do nosso projeto sobre os beneficiários envolvidos e sobre os negócios. Dessa forma, podemos ponderar se os recursos empenhados estão, de fato, gerando os resultados objetivados. Para a coleta dos dados, é necessária a definição de indicadores de desempenho claros e mensuráveis. Ao medir resultados específicos, como aumento da receita dos empreendedores, melhoria nas habilidades de gestão ou aumento do número de clientes, podemos avaliar se estamos realmente fazendo a diferença nas vidas e nos negócios dos participantes do projeto. Isso não apenas valida o trabalho que estamos realizando, mas também nos ajuda a comunicar de forma mais eficaz o valor do projeto para os stakeholders e a comunidade em geral. A Linha de Base como ferramenta para uma educação de qualidade. A Linha de Base é como um mapa que desenhamos para nos guiar pelos caminhos mais adequados para os empreendedores. Ao nos conectarmos individualmente com eles, entendemos suas realidades, seus principais desafios e aspirações. Essa compreensão nos permite desenhar nossas aulas, capacitações e consultoria sob medida, garantindo que o ensino seja relevante e eficaz. Assim, a Linha de Base se torna uma ferramenta essencial para manter um alto padrão de qualidade de ensino, pois nos ajuda a adaptar nossas abordagens às necessidades específicas de cada empreendedor, promovendo uma educação mais inclusiva e eficiente, através de uma formação humanizada e integrada. Ao personalizarmos nossa intervenção educacional com base nas informações coletadas durante a Linha de Base, estamos contribuindo diretamente para o alcance do ODS 4.4: "Até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo." Compreendendo as demandas individuais dos empreendedores, podemos auxiliá-los não apenas com conhecimentos genéricos, mas com habilidades específicas que lhes permitirão prosperar em seus negócios e contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável de suas comunidades. Ana Paula, Yannoula e Alessandra, participantes do projeto As histórias por trás dos dados. À medida que coletamos dados quantitativos na Linha de Base, é crucial lembrar que por trás de cada número, há uma história rica e singular. É nessa interseção entre os dados objetivos e as narrativas pessoais que surge o valor que vai direcionar a nossa jornada empreendedora. Nos nossos encontros, as experiências dos microempreendedores e microempreendedoras ganham destaque e eles revelam os principais desafios que enfrentam, os sonhos que alimentam e as trajetórias de resiliência de suas vidas e de seus negócios. Vamos a algumas delas! Ana Laila, de Salvador - BA , é confeiteira há 18 anos e no seu negócio vende bolos e tortas. Para ela, uma das grandes motivações de ter criado um empreendimento é acreditar que “a favela também tem que comer bem” . Além disso, nos conta que ultimamente tem passado por muitas dificuldades e viu o projeto como uma luz, pois ela precisa de uma mão que a puxe, pois, sozinha, ela não acredita que pode conseguir. Geanice, de São Paulo , tem um negócio de moda plus size, onde costura roupas de “tamanhos especiais para mulheres especiais” . Ela conta que decidiu começar a fazer roupas quando foi em uma loja e se sentiu muito mal atendida devido ao seu peso e tamanho. Ela, então, foi embora e decidiu fazer a sua própria saia para a festa. A roupa foi um sucesso e todos adoraram e ali ela viu que tinha uma oportunidade de negócio. Foi assim que criou o Ateliê Filhas do Sol. Agora, participando do projeto, ela pretende expandir o seu negócio e melhorar principalmente na área do marketing e das redes sociais, onde sente que tem mais dificuldades. Nide, de Osasco-SP , tem um quintal orgânico na sua casa, onde planta diversas hortaliças e vende produtos como geleias, licores e sucos feitos com essas hortaliças. Muito criativa, ela se inscreveu no projeto com o objetivo de melhorar o seu foco, o controle financeiro do seu negócio e a sua precificação. Evanio, de Cascavel, na região metropolitana de Fortaleza - CE , é pescador de lagostas e também artesão: trabalha com barro, cipó e também pinta quadros. Criou uma associação na cidade, com a participação de várias comunidades, para ajudar outros artesãos, que não tem muito conhecimento e passam por dificuldades. Na sua casa, tem um espaço onde expõe as peças dos outros artesãos, junto com as suas e de sua esposa. O seu objetivo é levar o conhecimento dos direitos de cada um, criar um selo de garantia para que as peças não sejam copiadas e dificultar o acesso dos atravessadores. Aline faz marmitas congeladas para o dia a dia, não usa conservantes e nem temperos prontos. Está preocupada com o bem estar e a saúde do próximo e a qualidade da comida, mas não consegue aumentar sua produção. Com o projeto pretende adquirir conhecimento para fazer o seu negócio prosperar. Já Antônio tem um boteco há 18 anos, uma clientela fiel e petiscos muito elogiados. Abre de quinta a domingo a partir das 17h e agora quer começar a abrir diariamente como restaurante, mas não sabe nada do controle financeiro. Precisa e quer muito aprender e por isso ficou muito contente com a oportunidade de participar do projeto. Deisi, por sua vez, tem um negócio social. Ela e a sua empresa assessoram famílias da região de Porto Alegre que estão em áreas de ocupação, para ajudá-las a regularizarem sua situação. Respectivamente as empreendedoras Geanice, Nide e Deisi. Conclusão A Linha de Base é mais do que um ponto de partida. É um mergulho nas histórias das pessoas, revelando seus desafios, sonhos e aspirações, que representa o cerne da nossa abordagem centrada no empreendedor. Essas narrativas fornecem uma compreensão genuína do contexto em que eles operam, informando não apenas nossas estratégias de capacitação, mas também nosso compromisso em manter um alto padrão de qualidade de ensino, alinhado ao ODS 4. Por meio da Linha de Base, coletamos dados, mas sobretudo construímos conexões humanas e empáticas que impulsionam o sucesso e o crescimento sustentável dos empreendedores e de suas comunidades, promovendo uma mudança duradoura e significativa em suas vidas.
- Novos modelos de negócios pautados em sustentabilidade
por Camila Tiburcio A integração do ODS 13 - Ação Contra a Mudança Global do Clima, aos princípios do ESG (Environmental, Social, and Governance) dão um rumo para que empresas e organizações alcancem um futuro mais justo, equitativo e ambientalmente sustentável. Não apenas para um modelo de negócios responsável, mas também uma chamada para que instituições de setores públicos e privados de governança, contribuam e se responsabilizem de forma significativa para metas globais previstas na agenda 2030. A sociedade, consumidores e investidores, em geral, priorizam empresas e marcas que demonstram compromisso com práticas responsáveis em relação ao meio ambiente, questões sociais e governança corporativa - tornando-se uma exigência por produtos mais naturais, que tenham propósito e com responsabilidade ambiental na geração de emprego. A crescente importância da sustentabilidade no mundo corporativo tem levado à adoção de diversos sistemas de medição e relato de desempenho ambiental, social e de governança. Entre esses sistemas, destacam-se o GRI (Global Reporting Initiative), o Sistema B e o CDP (Carbon Disclosure Project). Cada um desses frameworks possui características únicas e desempenha um papel crucial na promoção da transparência e responsabilidade corporativa. De alguma forma, nós, da Aventura de Construir, através de nosso método e atuação na ponta, somos um conector entre tais demandas e pautas de ESG com empresas e financiadores que desejam, ou necessitam, se atrelar a algum ODS. Atualmente, investir em empresas vai muito além de observar lucros e receitas, dívidas e passivos - as ações de uma empresa que possuem medidas em prol ao meio ambiente são cada vez mais importantes e vistas como um diferencial competitivo. Assim sendo, a metodologia de Análise de Impacto que implementamos nos nossos projetos, assim como foi feito no "Protagonistas que Plantam Sustentabilidade", são referentes a indicadores de sustentabilidade diversos. Alguns exemplos tratados neste projeto foram: O manejo da água ; A pegada de carbono ; A responsabilidade sobre seus resíduos ; O quanto o negócio produz e recicla ; O quanto o negócio pensa nos seus fornecedores e de toda a cadeia de sua matéria prima e quanto a empresa se responsabiliza pela coleta e destino deste produto de descarte , que envolve um ecossistema de resíduos; Logística reversa. Nesse contexto, a partir do protagonismo de cada empreendedor ou empreendedora, atuando na individualidade de cada um e partindo da realidade, pode-se observar impactos de ordem ambiental - onde, de acordo com o método, é a única forma de impactar o macro através da multiplicidade. O termo ESG , amplamente abordado no contexto empresarial e também no projeto através de um eixo temático, os preparou para estratégias de comunicação, de planejamento e, principalmente, de entendimento geral do produto que oferece. Em suma, o Protagonistas que Plantam Sustentabilidade - que foi finalizado em maio - teve objetivo de fortalecer o empreendedorismo orgânico, com desenvolvimento das habilidades empreendedoras , estruturação de plano de negócios, análise e controle das finanças, conhecimento em marketing e logística - fortalecendo também redes e parcerias através do associativismo ou cooperativismo , garantindo uma sustentabilidade concreta na cadeia produtiva. Todos estes princípios estão diretamente relacionados aos princípios do ESG e de segurança alimentar junto a princípios de preservação do meio ambiente. O mercado de orgânicos cresce expressivamente pela procura de alimentos mais saudáveis, e a segurança alimentar e agricultura familiar fazem parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável e dos princípios da ESG: um modelo de negócio que incentiva agricultura orgânica e regenerativa, com a eliminação do uso de agrotóxicos e preservando recursos hídricos, acompanhamento da pegada ambiental em toda a cadeia de valor, está baseada em práticas sustentáveis que preservam os recursos naturais e a biodiversidade. Para além dos temas acima listados, outros pontos de atuação social ou ambiental observados e implementados na prática , ao longo do projeto, foram: Utilização de embalagens compostáveis, retornáveis e recicláveis ; Estabelecimento de relações de trabalho e comerciais éticas; Incentivo ao comércio local ou de curta distância , demonstrando seu compromisso com o bem-estar social e a sustentabilidade, ao mesmo tempo em que protege a saúde e confiança dos consumidores. Em geral, a agricultura orgânica busca criar um equilíbrio sustentável entre a produção de alimentos, a proteção ambiental e a saúde humana , levando em consideração o impacto global das práticas agrícolas no ecossistema. Agradecemos aos financiadores ( Carrefour , Lamberti e funcionários do Banco ABC) e a todas as empreendedoras e empreendedores deste projeto financiado via Lei de Incentivo à Cultura , o qual, por mais de um ano, pudemos desenvolver territórios e continuar perseguindo a nossa missão. A partir deste projeto, foi produzido o documentário Laços da Terra: Cultivando Caminhos Orgânicos , o qual ilustra melhor todo o tema abordado. Confira abaixo a versão institucional do documentário. Seguiremos cultivando histórias e impactos!
- As mudanças climáticas e as comunidades locais do Velho Chico
Neste mês de Julho, nós da Aventura de Construir, estaremos aprofundando o ODS 13 estabelecido pela ONU - Ação Contra a Mudança Global do Clima: “Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos” . Ademais, iremos contar a história de um de nossos empreendedores que possui um modelo de negócio inspirador, unindo valor ao desenvolvimento sustentável. O objetivo do desenvolvimento sustentável 13, como abordado em sua definição, é limitar e adaptar-se às mudanças climáticas que fazem parte da realidade do mundo moderno. Para alcançar tal objetivo, foram estabelecidas 5 metas específicas para os países signatários da ONU (existem as metas gerais e as metas adaptadas por país). No Brasil elas se desdobram em 4, sendo: Ampliar a resiliência e a capacidade adaptativa a riscos e impactos resultantes da mudança do clima e a desastres naturais; Integrar a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) às políticas, estratégias e planejamentos nacionais; Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mudança do clima, seus riscos, mitigação, adaptação, impactos, e alerta precoce; Estimular a ampliação da cooperação internacional em suas dimensões tecnológica e educacional objetivando fortalecer capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas. Vale ressaltar que estas metas, como pode ser visto, deveriam estar diretamente relacionadas a articulações, políticas e ações do poder público de forma geral, pois abordam questões macro e que dependem da vontade dos governos. Entretanto, a sociedade civil tem papel fundamental na cobrança aos governos e também precisa desenvolver essa conscientização sócio-ambiental, para que cada vez mais tenhamos iniciativas que valorizem o desenvolvimento sustentável, combatam as mudanças climáticas, mudem nossas atitudes e valorizem nossa cultura. Enfim, uma ação que nasce de uma concepção G-LOCAL: pensar Global e atuar localmente , construindo do micro para o macro! Logo, gostaríamos de trazer a história do Leidson Nunes , criador e dono de uma agência de ecoturismo e turismo receptivo, que chama-se Roteiros Velho Chico (RVC). O negócio atua nas regiões Norte e Noroeste de Minas Gerais, principalmente em parques nacionais (como o Parque Nacional Grande Sertão Veredas e o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu), reservas e parques estaduais. O negócio surgiu de uma necessidade do Leidson de desenvolvimento pessoal e de atuar de alguma maneira com trabalhos sociais voltados para meio ambiente na região, valorizando a experiência de conhecer as maravilhas naturais enquanto imerso na cultura local. A articulação em torno do potencial turístico da região vem da paixão dele pela região e seus encantos, que é muito diferente da imagem que persiste no imaginário geral de que seria uma região estéril e de pessoas em situação de miséria. A criação de um negócio de turismo receptivo foi inovador na região que Leidson ama e atua. Ele basicamente oferece roteiros já estabelecidos ou personalizados para quem tem interesse em conhecer a região, além de fazer palestras em escolas, eventos, para divulgar e também orientar pessoas sobre turismo e educação ambiental. A forma de atuação da agência chama a atenção pela consciência de sustentabilidade que promove e desenvolve nas redes locais onde atua. Antes de fechar os roteiros, Leidson chega nas comunidades locais, vê se tem abertura e interesse das pessoas em fazer alguma atividade turística e, caso a resposta seja positiva, fazem uma formação de base com as pessoas (pontos positivos e negativos do turismo, como desenvolver atividades, orientações de prestação de serviços, o que pode ser feito de experiência com os turistas, roteiros…). Ele atua com comunidades tradicionais quilombolas, ribeirinhas, indígenas, vazanteiros e geraizeiros. Ao ser questionado sobre qual é sua percepção em relação a valorização ou não do ecoturismo por parte dos brasileiros, ele disse: “ Eu entendo que o público brasileiro ainda precisa ampliar ou aguçar mais a percepção do valor que o ecoturismo tem no Brasil, até pelo potencial que temos em nosso país. Eu percebo que as pessoas precisam ser educadas para que entendam o valor e sustentabilidade do ecoturismo, bem como profissionalizadas, para que os profissionais do ramo consigam agregar mais valor no trabalho deles”. Entretanto, também vê que muitas pessoas procuram eles atualmente pelos aspectos ecológicos e valor cultural agregado que os serviços oferecem. Também perguntamos para o Leidson como ele vê as comunidades locais enxergando o trabalho de sua agência. Na percepção dele, a forma como eles desenvolvem o trabalho deixa as ações turísticas interessantes para a população, pois sempre antes de fechar um roteiro eles conversam com a comunidade (como abordado anteriormente), entendem quem tem interesse em desenvolver essa atividade, capacitam essas pessoas, orientam elas em relação a valores também. Leidson trouxe que muitas pessoas destes povos locais cobram valores muito baixos de serviço, estadia, alimentação, e que eles treinam e orientam essas pessoas agregando valor, por exemplo, mostrando como fazer pratos típicos pode resultar em um valor cobrado maior, fazem equiparação de preços de mercado. Algo extremamente interessante e de grande impacto de rede é que a agência troca as pessoas que oferecem serviços a cada roteiro, para o “dinheiro circular na mão de mais pessoas”. Logo, se uma família ofertou estadia em uma viagem, outra será treinada e oferecerá o mesmo serviço na viagem subsequente. A agência acredita nos valores da geração de renda, geração de conhecimento, informação, aumento da autoestima, valorização da cultura local, capacitação, para que elas possam prestar melhores serviços. Como pode-se perceber, Leidson exerce um papel enorme de desenvolvimento local, consciência ambiental, geração de renda, entre outros - se lembramos das metas mencionadas, o negócio faz ações em relação a: “Integrar a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) às políticas, estratégias e planejamentos nacionais” e “Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mudança do clima, seus riscos, mitigação, adaptação, impactos, e alerta precoce”. Logo questionamos o dono da RVC sobre apoio do poder público nas comunidades, com seu negócio e com o setor de ecoturismo e turismo receptivo. Ele disse que teve apoio ao longo dos anos- Já fomos convidados a dar palestras sobre turismo, participar de espaços e eventos… Chegamos a participar de projetos de nível nacional e programas do Governo estadual à convite do Estado. Ademais, existiam iniciativas de indicação de sua agência e das demais por parte do Governo… Atualmente sua maior dificuldade é conciliar o crescimento de seu negócio com o desenvolvimento das comunidades locais, que exige tempo, investimento, formação, entre outras características. Isso faz com que seu desenvolvimento seja mais lento do que poderia ser, mas em contrapartida, o impacto gerado é muito maior para toda rede envolvida em suas ações. Vê-se a necessidade e importância de discutirmos mais o tema e valorizarmos iniciativas de desenvolvimento sustentável , para que possamos ampliar o impacto positivo que negócios como o de Leidson trazem. Ademais, o empreendedor serve de inspiração e prova que é possível fazermos negócios rentáveis, sustentáveis e colaborativos em rede.
- Práticas sustentáveis simples para implementar no seu negócio
Por Verônica dos Santos Silva Aqui no Blog da AdC a importância da ODS 13 – Ação contra a Mudança Global do Clima – e sustentabilidade segue sendo assunto no mês de julho, tema importantíssimo para o seu negócio . Quer saber o porquê? Vem comigo! É inegável que a sustentabilidade se tornou um dos temas do século e tem afetado a sociedade de diversas formas, sendo assim, quem empreende não pode ficar por fora desse assunto, visto que hábitos de consumo, práticas e estratégias empresariais também são influenciados por essa, não tão recente, preocupação Global. Não se pode mais adiar a responsabilidade ambiental que todo negócio possui, sendo ele pequeno ou micro, colaborar com uma sociedade mais sustentável é imprescindível . Os pequenos negócios são uma parte importante da economia do nosso país, em 2021, segundo dados do Sebrae, os pequenos negócios foram responsáveis por 70% das novas vagas de trabalho e por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, trazendo consigo um poder de impacto importante em nossa sociedade atual. É necessário atentar-se aos danos de curto de longo prazo que as práticas não sustentáveis do seu negócio podem causar na natureza. Além disso, a pressão e exigência vinda dos consumidores por posicionamento referente as práticas relacionadas a ESG (Estratégias de governança, responsabilidade social e meio ambiente) e produtos sustentáveis existe e é crescente . Os consumidores se preocupam com a sustentabilidade e a respaldam com o bolso. Dar um passo rumo a responsabilidade ambiental pode trazer uma imagem positiva ao seu negócio, facilidade no acesso ao crédito e financiamento e fidelização de clientes! Por isso, desenvolver atividades sustentáveis, baseadas na ética e respeito ambiental, também se torna uma maneira válida de fortalecer o seu negócio e de todos que se relacionam com ele. Diante disso, se você deseja não mais adiar a responsabilidade ambiental que o seu negócio carrega, vem conferir práticas sustentáveis simples para começar antes mesmo que julho acabe! Você pode começar por: - Investir, promover ou participar ativamente de ações de responsabilidade ambiental; - Se conscientizar sobre o desperdício de água e uso excessivo de energia elétrica; - Se informar e respeitar a legislação ambiental; - Eliminar o uso de itens descartáveis optando pelo uso de itens duradouros; - Gestão dos resíduos sólidos e reciclagem. Com planejamento e intencionalidade, é possível adaptar essas práticas à sua realidade econômica e ainda gerar um impacto positivo no bairro em que seu negócio está inserido.
- Seu ESG é sustentável? Transformando o Mercado e Reconfigurando Prioridades Empresariais
Como os critérios ambientais, sociais e de governança estão remodelando a economia global e impulsionando a sustentabilidade A sigla ESG — derivada da expressão em inglês Environmental, Social and Governance — representa uma abordagem para avaliar o desempenho das empresas. As pressões globais nesses campos estão forçando transformações profundas no ambiente de negócios. Empresas com fraco desempenho ESG tenderão a perder espaço, enquanto as que se destacarem serão cada vez mais valorizadas. ESG e Sustentabilidade: Diferenças Cruciais Segundo o autor Aron Belinky, ESG e sustentabilidade compartilhem muitos objetivos, eles não são sinônimos. ESG foca no tripé da sustentabilidade — econômico, social e ambiental — com o propósito de garantir a perpetuidade da empresa e gerar valor para acionistas e investidores. Já a Agenda 2030 tem um escopo mais amplo, incluindo parcerias e paz, e visa à distribuição adequada da riqueza, redução de desigualdades e maior inclusão social. Origem e Importância do ESG Essa tese foi apresentada pela primeira vez em 2005, no relatório "Who Cares Wins", do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da ONU. Desde então, investidores, gestores de ativos e dirigentes empresariais têm direcionado recursos, projetos e esforços com base em critérios ESG. Esse movimento converge com a agenda da sustentabilidade, refletindo expectativas sobre o papel das empresas e investidores na transição para uma sociedade próspera, justa e ambientalmente viável. Em 2015, a Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) trouxeram um novo elemento à equação, firmando um compromisso global com mudanças urgentes nos sistemas de produção e consumo, governança e distribuição de recursos. Greenwashing Algumas empresas optam por seguir a lamentável prática de greenwashing: apresentam informações superficiais ou incipientes sobre suas ações sustentáveis, comprometendo a transparência e a credibilidade nessa área. A ascensão dos critérios ESG está promovendo uma mudança significativa na forma como os negócios são conduzidos globalmente. No entanto, essa transformação não está isenta de desafios. Brasil - Somente 2% das empresas Brasileiras são bem avaliadas por todos os stakeholders O estudo multistakeholders realizado pelo Grupo de Gestão de Mudanças e Inovação da USP destacou que apenas uma pequena parcela das empresas brasileiras é bem avaliada em todos os critérios ESG, demonstrando que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Exemplos de sucesso, como Natura, Boticário e Hospital Albert Einstein, mostram que é possível alinhar desempenho financeiro com responsabilidade social e ambiental, servindo de modelo para outras empresas. Para que o ESG cumpra seu verdadeiro potencial, é fundamental que as empresas adotem práticas genuinamente sustentáveis, indo além da retórica e do greenwashing. Isso não só aumentará a confiança dos stakeholders, mas também garantirá que os benefícios do ESG se traduzam em impactos reais e positivos para a sociedade e o meio ambiente. O futuro dos negócios depende dessa integração profunda entre sustentabilidade e desempenho empresarial, reafirmando que fazer o bem é, de fato, um bom negócio. A Aventura de Construir estimula os seus beneficiários a seguir sempre mais as práticas ESG e buscar exercer a função social dos seus negócios. Em cada projeto, explicamos sobre práticas sustentáveis que irão ajudar os próprios empreendimentos a crescer, ao mesmo tempo que ajudam o planeta.
- '"As mudanças climáticas são o maior desafio da atualidade e, para superá-lo, é essencial aproveitar o talento ideias inovadoras dos jovens cientistas e de novos contextos’’ – Disse Karina Berbert
Brasileira foi premiada pela ONU por Pesquisa sobre mudança climática no Cerrado, bioma que reúne cerca de 30% da biodiversidade do Brasil e 5% das espécies do mundo, mas que está sob ameaça. Por Sofia Missiato Karina, que é geógrafa pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e tem 32 anos, foi uma das três vencedoras do concurso internacional Space4Youth, organizado pelo Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Sideral (UNOOSA) em parceria com a Space Generation Advisory Council (SGAC). Seu projeto "O espaço como ferramenta de mitigação das mudanças climáticas: resultados multiescala com tecnologias de observação da Terra no bioma Cerrado" destacou-se entre mais de 430 inscritos de 80 países. Ela possui experiência na área de Geociências, com ênfase em sistemas de informações geográficas (SIG), análises geoespaciais, ambientais, econômicas e sociais. Em entrevista para AdC , Karina compartilhou como surgiu seu interesse em estudar a relação entre o espaço e a mitigação das mudanças climáticas. "Foi um processo natural, uma questão de interesse pela necessidade de estudo. Tentei contribuir de alguma forma, sabendo que é um assunto importante." Ela também destacou a importância da visibilidade do contexto internacional para outros biomas. "Meu mestrado é na área de transição no norte do Mato Grosso, uma zona agrícola com bastante desmatamento, não muito conhecida no exterior." Karina apontou os principais desafios que encontrou ao desenvolver a pesquisa: "Lidar com a realidade é difícil. A perda de biodiversidade é entristecedora. Muitas pessoas que estudam essa área precisam aprender a equilibrar as emoções já que as análise de dados pesam muito " Ela enfatizou a importância de não deixar de lado a parte social ao fazer análises de degradação ambiental. "Às vezes focamos tanto na parte ambiental, como desmatamento, queimadas, degradação e contaminação, que esquecemos de conectar com a parte social. Quem são os moradores e como são afetados? " Karina acredita que precisamos aprender a desenvolver de forma sustentável, sem degradar o meio ambiente. Ela percebe que, desde o início de sua pesquisa, houve poucas mudanças políticas efetivas para mitigar o desmatamento, embora algumas empresas estejam adotando tecnologias preventivas. Ela acredita que sua pesquisa possa servir de modelo para que outros países e regiões possam aplicar a metodologia de monitoramento via satélite na análise do uso da terra e de sua degradação. O concurso Space4Youth tem como objetivo apoiar a realização dos 17 Objetivos Sustentáveis da ONU (ODU ) . "É fundamental, hoje em dia, com tantos dados disponíveis, que as empresas e instituições entendam a importância e a eficácia de usar informações recentes para análise temporal." Karina também destacou a importância da presença de mulheres na ciência. "Foi gratificante conhecer outras mulheres vencedoras. Meu conselho para jovens mulheres interessadas em seguir uma carreira científica é se manter firmes e acreditar em seu trabalho. Persistência é fundamental."
- SUSTENTABILIDADE - POR ONDE COMEÇAR?
Não é novidade que o planeta vive um momento crítico decorrente das mudanças climáticas. O que se pode observar é que, antes mais espaçadas, as crises passaram a ser mais recorrentes e atingem todas as pessoas independente de classe econômica e social. Isso reflete também no âmbito dos negócios, sejam consumidores, microempreendedores ou donos de multinacionais, não se pode mais fugir das consequências e responsabilidades atreladas a crise do clima. As previsões para os próximos anos, infelizmente, não são satisfatórias. As mudanças climáticas induzidas pelo homem podem empurrar as temperaturas globais para um território desconhecido, de acordo com o Professor Petter Taalas - Secretário-Geral da OMM (Organização Meteorológica Mundial). Durante o mês de junho, a Aventura de Construir trouxe à tona aqui no blog muitas informações relevantes sobre a ODS 13 - um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que visa o combate às mudanças climáticas – destacando a importância do ESG como uma abordagem para tomar as decisões do negócio de forma mais sustentável, que possibilita a você, microempreendedor ou microempreendedora, participar ativamente no enfrentamento desse desafio que já se tornou uma realidade global. A implementação do ESG (estratégias de governança, responsabilidade social e para o meio ambiente) em seu negócio não trata somente de se adaptar a uma tendência, mas também de uma alternativa para assumir uma postura consciente e responsável, compromissada com uma economia sustentável. Mas por onde começar com o ESG? A seguir apresento alguns caminhos que podem te ajudar. Entender e avaliar é o primeiro passo É necessário construir uma base sólida de conhecimento sobre as diretrizes do ESG para então conseguir avaliar amplamente o seu negócio, identificando os pontos fortes e os que precisam melhoria. Ter objetivos claros é importante Estabeleça metas mensuráveis, um planejamento bem estruturado, sendo ele flexível, adaptável a realidade do seu negócio e simples, é uma alternativa de visualizar uma projeção do futuro e descobrir as possibilidades de alternativas que se oferecem. Envolva todos que façam parte do seu negócio Busque treinamentos e formas de se conscientizar, e a todos os que estão contigo no seu negócio, pois além de ser fundamental para o sucesso da implementação, pode ampliar o impacto e trazer novas ideias de práticas sustentáveis. Compartilhe a sua jornada rumo a sustentabilidade Os benefícios de assumir uma postura de negócio sustentável através da implementação do ESG são inúmeros, conforme mencionado aqui no blog da AdC, por isso, não somente mensure, mas também comunique os resultados para seus colaboradores, clientes e fornecedores, seja em seu site, através de um relatório de sustentabilidade ou em posts nas redes do seu negócio. Compartilhe sua experiência, os resultados alcançados e os desafios que enfrentaram. Com essas dicas já é possível começar um projeto de ESG no seu negócio. Que tal tentar? Afinal, ter um planeta habitável no futuro ainda é uma realidade possível e só depende nós.
- Relatório de Atividades e Impacto 2023
Está no ar o Relatório de Atividades e Impacto 2023 da Aventura de Construir! Em meio a um cenário de incerteza internacional, instabilidade econômica e diminuição de recursos disponíveis para causas sociais, a AdC soube manter-se firme em seu propósito e dar novos passos para cumprir sua missão: impactar vidas em profundidade, transformar protagonistas, oferecendo a eles oportunidades e ferramentas para construírem uma nova realidade para si e para os que estão a sua volta. Em 2023, a Aventura de Construir manteve o enfoque naquela que, na sua proposta e na sua missão, é vista como uma prioridade: a transformação socioeconômica e a promoção do desenvolvimento territorial local e inclusivo. Para tanto, nossos esforços são voltados para a qualidade do impacto, em caráter definitivo, sobre os beneficiários. Diretamente, acompanhamos 295 pessoas em seus projetos e empreendimentos, proporcionando suporte personalizado e focado em suas necessidades específicas. Além disso, de forma indireta, alcançamos 1.475 indivíduos, oferecendo capacitação, assessoria e apoio que geraram um impacto tangível em suas comunidades e negócios locais. Esses números refletem não apenas a quantidade de pessoas alcançadas, mas também a profundidade e a qualidade do trabalho desenvolvido pela AdC em seus esforços de fortalecimento e apoio ao empreendedorismo em diferentes setores. Confira abaixo o belíssimo Relatório de Atividades e Impacto 2023 e descubra os resultados dessas mudanças. #desenvolvimento #Empreendedorismo #Microempreendedores #relatoriodeatividade
- A integração ESG no contexto brasileiro
Como a educação e a capacitação em sustentabilidade podem revolucionar empresas e pessoas, promovendo impacto social positivo Por Sofia Missiato O Brasil, com sua vasta biodiversidade e desafios socioeconômicos únicos, enfrenta uma necessidade urgente de integrar a agenda ESG (Environmental, Social, and Governance) de maneira que realmente ressoe com suas realidades locais. Como podemos aproximar essa agenda das questões sociais específicas do país e interpretá-la como uma transformação social profunda? É o que o professor Marcus Nakagawa, docente da ESPM e pesquisador científico em sustentabilidade, tenta nos explicar. Para as empresas, a sustentabilidade está se tornando uma ferramenta essencial para a avaliação de riscos. ‘’Além de mitigar riscos, é fundamental que as organizações vejam essa prática como um caminho para o desenvolvimento sustentável, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU em 2015.’’ Marcus Nakagawa enfatiza que a incorporação da sustentabilidade no núcleo do negócio exige líderes estratégicos que possam engajar equipes em torno de indicadores ambientais, sociais e de governança, mantendo sempre o foco na viabilidade financeira. Em uma pesquisa realizada em 2022 com 124 empresas internacionais, a EcoOnline revelou que metade delas veem os relatórios ESG como um mero "cumprimento de formalidade" e que um terço das equipes responsáveis por esses relatórios possui pouco ou nenhum treinamento adequado para executá-los de maneira eficaz. O professor Marcus destaca que, para alcançar o sucesso, esses indicadores devem ser integrados transversalmente em todas as áreas da empresa, desde o RH até a produção, independentemente da existência de departamentos específicos. A presença de especialistas internos ou consultores em sustentabilidade é crucial. No contexto governamental, a necessidade de especialistas em mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável é cada vez mais evidente, especialmente diante de tragédias ambientais recentes. Além disso, Nakagawa ressalta o papel central da tecnologia como facilitadora na implementação e monitoramento das práticas ESG, citando inovações como blockchain, tokenização de carbono e realidade aumentada como ferramentas que podem transformar o cenário empresarial e governamental em direção a uma maior sustentabilidade. ESG e a Realidade Brasileira É necessário ultrapassar as métricas globais e concentrar-se em soluções que enfrentem de forma integrada as desigualdades sociais, a pobreza e o desenvolvimento sustentável. Empresas e investidores devem enxergar ESG não apenas como um conjunto de critérios para minimizar riscos, mas como uma oportunidade para fomentar uma transformação social abrangente e inclusiva. Desafios A inteligência artificial e a tecnologia figuram entre os principais desafios globais destacados pelo Fórum Econômico Mundial, posicionando-se entre as cinco maiores ameaças, logo após os tópicos ambientais. A gestão dessas tecnologias, incluindo segurança, políticas de governança e compliance, é essencial para evitar impactos negativos na sociedade. Quando utilizadas de forma ética e alinhadas aos padrões de sustentabilidade e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), essas ferramentas podem gerar benefícios significativos. ODS 13 O ODS 13, focado na ação climática, é especialmente relevante hoje. As conferências anuais da COP discutem mudanças climáticas e gestão de carbono, sublinhando a necessidade de governos, empresas e ONGs incorporarem ações climáticas em suas agendas. A compreensão e aceitação da realidade das mudanças climáticas são fundamentais, respaldadas por estudos científicos que preveem seus impactos. Tendências Futuras em Sustentabilidade É imperativo investir na redução e compensação de carbono, preparar as cidades para enfrentar eventos climáticos extremos e implementar sistemas de alerta e suporte. O Brasil, por exemplo, precisa aprender a gerenciar essas questões, inspirando-se em países como Japão e Estados Unidos, que possuem infraestruturas resilientes e sistemas de prevenção eficazes. Engajamento do Setor Agro O professor Marcus Nakagawa, que também é fundador da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps) diz que no Brasil, muitos modelos mais antigos de produção ainda estão em voga, em grande escala, ainda prevalece uma abordagem tradicional que não foca tanto na preservação ambiental. Não é apenas uma questão do setor agrícola, mas também de diversos pequenos e médios empreendedores que, por necessidade de sobrevivência, continuam utilizando métodos antigos de gestão. ‘’A grande solução é a educação e capacitação desses empreendedores, seja no setor agrícola ou em pequenos negócios, para que compreendam não só o retorno financeiro, mas também os benefícios educativos e ambientais dessas práticas. É necessário conscientizar sobre os benefícios para a natureza, para as pessoas e para o combate às mudanças climáticas.’’ Incentivos fiscais, apoio técnico e parcerias público-privadas podem ser estratégias eficazes para acelerar essa transição, garantindo que o agronegócio brasileiro não só contribua para a segurança alimentar global, mas também para a preservação dos recursos naturais e o desenvolvimento social. ‘’A transição de gerações deve trazer esse entendimento tanto para a nova geração que assumirá o comando quanto para os futuros conselheiros e gestores das empresas familiares no agronegócio e na indústria. A sustentabilidade e o ESG devem ser integrados à gestão do negócio, ao lado de finanças, marketing, comunicação e tecnologia. Isso não é apenas um ideal acadêmico, mas uma realidade imposta por leis cada vez mais rígidas na Europa em relação ao meio ambiente e aos direitos humanos. Empresas que não seguirem essas diretrizes podem perder a capacidade de exportar seus produtos para mercados como o europeu. Essa mudança é crucial para a sobrevivência e competitividade do setor empresarial brasileiro.’’
- O que é o ODS 13? Os Desafios para Combater as Mudanças Climáticas
O que são os ODS? No #BlogAdC de hoje, continuamos a explorar as metas definidas pela ONU e falaremos sobre um objetivo crucial para a sustentabilidade do planeta: ODS 13 - Ação Contra a Mudança Global do Clima. Acompanhe nosso blog e redes sociais para conhecer mais sobre cada ODS! Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas lançou os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) , conhecidos como Agenda 2030, com o propósito de construir um futuro mais equilibrado e sustentável, abordando desafios como a mudança climática, a preservação da biodiversidade, a proteção dos ecossistemas e a promoção do uso sustentável dos recursos naturais. Esses objetivos representam um compromisso global para melhorar as condições de vida no planeta, orientando ações de governos, organizações e indivíduos. Com 169 metas específicas distribuídas entre os 17 objetivos, os ODS abrangem uma gama de questões ambientais, sociais e econômicas, cada uma interligada e fundamental para o próximo. ODS 13 - O que é? "Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos" - essa é a essência do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável dedicado à Ação Climática. A ONU reconhece que a mudança climática é um dos maiores desafios globais do nosso tempo e que suas consequências ameaçam o bem-estar humano e a saúde do planeta. Segundo António Guterres, chefe da ONU o planeta se aproxima de pontos de inflexão que tornarão o caos climático “irreversível” De acordo com Guterres, a humanidade “tem uma escolha”: “cooperar ou perecer” . Solicitou um pacto entre todos os países do G20 para acelerar a transição dos combustíveis fósseis, além de um financiamento para assegurar aos países pobres possam reduzir as emissões de gases e lidar com os impactos climáticos já presentes. As declarações foram dadas na COP27 em Sharm El-Sheikh, no Egito. Apesar dos esforços para alcançar as metas estabelecidas para a Ação Climática até 2030, os desafios persistem. Entre 2015 e 2021, houve avanços em algumas áreas, como o aumento da conscientização sobre a importância da ação climática e a implementação de políticas de energia renovável. No entanto, as emissões de gases de efeito estufa continuam a subir, destacando a urgência de ações mais robustas e coordenadas. Objetivos As metas para o ODS 13 visam mitigar os impactos das mudanças climáticas e promover a resiliência. Alguns dos objetivos incluem: 13.1 Fortalecer a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e desastres naturais em todos os países. 13.2 Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais. 13.3 Melhorar a educação, a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução dos impactos e alerta precoce da mudança do clima. 13.A Implementar o compromisso assumido pelos países desenvolvidos de mobilizar conjuntamente US$ 100 bilhões anualmente até 2020, de todas as fontes, para atender às necessidades dos países em desenvolvimento no contexto de ações significativas de mitigação e transparência na implementação e operacionalizar o Fundo Verde para o Clima. 13.B Promover mecanismos para aumentar a capacidade de planejamento e gestão eficazes relacionados à mudança do clima nos países menos desenvolvidos e nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, incluindo o foco nas mulheres, jovens e comunidades locais e marginalizadas. Quais seriam os grupos mais afetados? As comunidades mais vulneráveis, incluindo populações indígenas, mulheres, crianças e aqueles que vivem em pequenas ilhas e regiões costeiras, enfrentam os impactos mais severos das mudanças climáticas. Essas populações dependem diretamente dos recursos naturais para sua subsistência e são mais suscetíveis a desastres naturais. Ações Necessárias É fundamental que os governos e as partes interessadas intensifiquem os esforços para mitigar as mudanças climáticas e aumentar a resiliência das comunidades vulneráveis. Isso requer medidas abrangentes, incluindo a implementação de políticas de energia renovável, o fortalecimento da infraestrutura verde e o envolvimento das comunidades locais na gestão sustentável dos recursos naturais. Marcus Nakagawa , professor da ESPM e pesquisador científico em sustentabilidade, nos explicou que as empresas estão cada vez mais integrando a sustentabilidade como um núcleo essencial de seus negócios e estratégias. Ele ressaltou que, para isso, será necessário contar com executivos e líderes de alto escalão que possam formar equipes focadas em engajar e gerenciar diversos indicadores ambientais, sociais e de governança, sem perder de vista a sustentabilidade financeira. Nakagawa destacou que as empresas precisarão criar departamentos e áreas dedicadas à sustentabilidade, que atuarão como suporte e supervisão. No entanto, o sucesso real virá quando esses temas forem abordados de maneira transversal, independentemente da existência de um departamento específico. Isso significa que áreas como RH, engenharia e produção precisarão incorporar indicadores sociais e ambientais em suas operações diárias. Ele afirmou que, para alcançar essa integração, será fundamental contar com profissionais internos ou consultores especializados em gestão e sustentabilidade. ''No mundo governamental cada vez mais isso vai ser pedido, agora com todos esses problemas que a gente teve, aparente que já vem anos e anos acontecendo, só que agora realmente foi muito trágico, que estamos falando do Rio Grande do Sul e todas as problemáticas que tiveram em função disso, dentro das cidades agora também será necessário ter pessoas especializadas em mudanças climáticas, numa gestão em que efetivamente retirem os riscos, tirem os riscos e mais no que isso seja pró-ativo dentro desse processo ligado ao desenvolvimento sustentável, que não é só de mudanças climáticas, mas também em profissões sociais, no investimento social privado, desenvolvimento comunitário, de empreendedorismo de impacto e todos esses processos.'' Marcus Nakagawa nos explicou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13, é atualmente o tema mais urgente e predominante. Ele destacou a importância das conferências anuais da COP (Conferência das Partes), onde são discutidas questões como mudanças climáticas, aquecimento global e gestão de carbono. Nakagawa enfatizou que governos, empresas e ONGs devem incluir a ação climática em suas agendas de prioridades, seja por convicção na necessidade de mudança ou pela pressão das evidências científicas. Ele ressaltou que muitos já compreenderam que a mudança climática é uma realidade comprovada por inúmeros estudos científicos, e não uma invenção dos negacionistas. Cientistas têm alertado há anos sobre o aquecimento global e suas consequências, e muitas previsões feitas em documentos anteriores já estão se concretizando. Portanto, é imperativo que todas as partes interessadas reconheçam a seriedade da situação e tomem medidas concretas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. ''A gente precisa entender que esses tipos de investimentos, seja em minimizar carbono, começar a compensar carbono, seja nas grandes cidades começarem a preparar todo um processo de cuidado para as mudanças climáticas, seja de excesso de chuva, seja por calor extremo, seja por frio extremo, como em alguns lugares do planeta, a gente sabe o quanto isso vai acontecer. E, principalmente, nos lugares onde, historicamente, já aconteciam, por exemplo, as enchentes, uma vez que os rios cortam as cidades, isso vai acontecer. Então, as cidades, os países, precisam se preparar para essas situações emergenciais, principalmente a gente, o Brasil, que nunca foi preparado para tal. Se você pega países como lá no Oriente, Japão, ou países como os Estados Unidos, que já tem uma época de furacões, que tem terremotos, as cidades já são construídas com base nessas catástrofes naturais. E já tem sistemas de alerta, já tem sistemas de apoio, de ajuda, mas só quando a catástrofe se manifesta.''











