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  • Transformando cidades brasileiras em espaços para pessoas e caminhar

    Diretora do Instituto Caminhabilidade discute o impacto da mobilidade urbana e a necessidade de cidades mais acolhedoras para a qualidade de vida Por Sofia Missiato Barbuio Letícia Sabino, fundadora e diretora do Instituto de Caminhabilidade , está há 12 anos à frente de uma missão: transformar as cidades brasileiras em ambientes onde caminhar é a melhor opção de deslocamento e convivência . Ao longo desse período, ela desenvolveu metodologias para incluir as pessoas no processo de reconfiguração urbana, levando o Instituto a um alcance nacional. Durante a entrevista concedida a AdC, Letícia enfatizou que a questão central de sua atuação é a mobilidade e o acesso aos espaços públicos. Para ela, a qualidade de vida nas grandes cidades está diretamente ligada à possibilidade de caminhar com segurança e conforto. No entanto, a segregação socioeconômica e a cultura centrada no uso de carros são barreiras a serem superadas.   Segundo Letícia, o distanciamento das pessoas em relação aos centros urbanos e o foco na mobilidade motorizada criaram cidades excludentes, onde morar perto dos serviços essenciais oportunidades é um privilégio. “A maioria das pessoas gostaria de deixar os grandes centros urbanos se pudessem, indicando que esses ambientes não são acolhedores", afirmou.   Ela também destacou o impacto da falta de tempo na participação popular em questões urbanas. “Muitas pessoas não conseguem se engajar nesses processos por conta da sobrecarga de trabalho e cuidado, o que limita a luta coletiva”, disse. A mudança cultural necessária para reverter a prioridade dos carros em relação às pessoas exige sensibilização e exemplos práticos.   Para isso, o Instituto de Caminhabilidade realiza projetos como o Sentindo nos Pés , que convida líderes e autoridades a experimentar as cidades a pé, vivenciando os desafios e benefícios de um ambiente caminhável. “É uma maneira de aproximar o tema da realidade dessas pessoas”, explicou Letícia.   Projetos de análise dos trajetos a pé, ruas e espaços públicos com perspectiva de gênero e raça é uma das estratégias do Instituto para criar soluções para as cidades centradas nas pessoas. Outro exemplo de sucesso é o Prêmio Cidade Caminhável, organizado pelo Instituto e que tem como objetivo reconhecer e premiar projetos e iniciativas realizadas por órgãos públicos em municípios brasileiros que tenham contribuído para melhoria da caminhabilidade.   A visão de Letícia Sabino para o futuro das cidades brasileiras é clara: mais espaços para caminhar e conviver, promovendo equidade, segurança e sustentabilidade.   AdC: Como nasceu o nome Instituto Caminhabilidade? E como a transição do SampaPé! para a nova identidade influenciou a missão da organização? O nosso primeiro nome era muito vinculado ao território de São Paulo. E a gente faz projetos focados nos territórios, mas em diferentes territórios, porque a gente entendeu que a temática que a gente está lidando é uma problemática de todas as cidades brasileiras, e que a gente começou a desenvolver muito mais metodologias de como trazer as pessoas para participar. E essas metodologias podem ser aplicadas em diversos territórios, então fazia muito sentido isso ter um alcance nacional, poder levar para outros territórios, para outros espaços, pensar cidades que sejam melhores para as pessoas caminharem e estarem nos espaços públicos. E o desenvolvimento da organização vem muito de alguns questionamentos, de por que as pessoas não gostam de morar em grandes centros urbanos. E muitas dessas razões, apesar de ninguém falar diretamente, é porque eu não consigo caminhar com qualidade ou acessar as coisas com qualidade. A gente entendia que todas essas problemáticas estão relacionadas com mobilidade e com espaços públicos, porque muitas pessoas moram longe dos serviços essenciais, se sentem muito inseguras, acham que a cidade é muito poluída, muito barulhenta, enfim, muitas problemáticas com os veículos motorizados. AdC: A promoção da cultura do caminhar é uma das frentes de atuação do Instituto. Quais desafios e vocês enfrentam para conscientizar pessoas marginalizadas na importância da caminhabilidade? Ainda é muito difícil as pessoas entenderem isso como um problema, porque está normalizado ser muito ruim a cidade, ser muito ruim caminhar. Então, às vezes, as próprias pessoas que são vítimas, acham que realmente tem que ter mais espaço para os carros, tem que ter mais espaço para os outros, porque foi uma construção social, assim, uma submissão. Teve uma questão de classe, acho que o carro e as pessoas vendendo ele é a melhor representação disso, é como se a gente tivesse que submeter essa prioridade dos carros, que representam o poder e representam a riqueza e várias outras coisas, e nos secundarizassem. Então, tem um processo cultural, histórico, que é muito difícil de enfrentar, que é como você reverter essa lógica e mostrar que não, que está errada e que as pessoas são mais importantes do que os veículos passarem na rua e que o que está acontecendo é um modelo de segregação, de diminuição mesmo, do caminhar na cidade. Então, acho que essa concentração passa por esse lugar cultural muito difícil. Mas, além disso, eu acho que tem outras duas questões. Uma das questões é tempo mesmo de parar para pensar nisso, de participar, de desenvolver, porque isso é muito controverso, porque as pessoas justamente não têm tempo, porque a gente tem essas cidades que afastaram as pessoas dos trabalhos e que tem jornadas e distâncias muito longas de serem percorridas, sobrecarga de cuidado com a casa, com os filhos, com o entorno, e aí toda essa sobrecarga também te limita de ter esses espaços, de luta coletiva, em muitos momentos, de poder se organizar, parar para refletir, para participar desses processos. Vai ficar difícil de entender como encaixa isso em uma rotina que é tão corrida, e que por ser muito corrida, também, às vezes, não tentava só, quando dá, dedicar os tempos para produzir recursos também financeiros, porque, exatamente, você precisa sim, porque se você não tem a mínima garantia, você tem que usar todo o seu tempo mesmo para isso. E aí quando você faz uma coisa que é mais estrutural, que não vai gerar nenhum recurso, nenhuma produção, ela vai melhorar a sua qualidade de vida, que vai te ajudar a ter acesso, mas ela é como se fosse um meio, é muito difícil de aproximar das pessoas.   AdC: Autoridades: O que você diria às pessoas que ainda enxergam a caminhabilidade como um conceito secundário ou pouco relevante em comparação com outras prioridades urbanas, como o transporte motorizado? A gente precisa pegar nesse lugar cultural que todas elas são impactadas, né. Igual toda outra cidadania que não vê muita relevância nisso. E você precisa sensibilizar. E da mesma forma. Então, são pessoas que precisam ser sensibilizadas sobre o tema. E aí, a gente percebeu isso. E a gente partiu de um lugar em que a gente faz muita pesquisa, traz muitos dados e tal. Mas na hora da tomada da decisão, não é isso que faz a pessoa priorizar ou mudar a escolha. E a gente entendeu que era a partir da experiência, do próprio olhar daquela pessoa. Há um tempo, fizemos um projeto que chama Sentindo nos Pés, em que convidamos pessoas que estão em cargos de influência para caminhar conosco “sentindo na pele”, ou melhor, nos pés, como é se deslocar a pé na sua cidade, desafiando-as a apontar o que é bom e ruim no caminho. Assim, a gente sai um pouco desse lugar de especialista, porque já temos esse conhecimento, e quem fala são as próprias pessoas. Eu já estou trazendo aqui o conhecimento numa sala fechada, numa reunião. E quero que você comece a achar que isso é uma coisa muito importante. E a gente deu uma montada um pouco nesse processo, porque como é mobilidade, a gente sabia que a gente podia trazer as pessoas para vivenciar. E aí, a gente convida mesmo as pessoas para irem para a rua, caminhar, escolhem sim o trajeto, nunca vai ser uma experiência completa, vai ser a realidade de cada pessoa. De como as pessoas priorizam os carros, o que é uma experiência muito ruim, e que inviabiliza as crianças de terem autonomia na cidade. E assim, eu posso falar isso, mas a gente entendeu que era muito mais potente fazer as pessoas observarem isso. Tipo, por elas mesmas, com essa experiência de caminhar. E aí, poderem refletir com esse tema.   O assunto do movimento urbano foi da negação do natural e o natural sempre voltando e aparecendo de outras formas. Tem pessoas achando até que esse natural quase incômodo e atrapalha a vida na cidade. Só que não, precisamos dessa relação com o ambiente natural. Então, a gente tem essa visão frontal. Se hoje não tem natureza nas grandes cidades é porque soterramos essa natureza embaixo do urbano.

  • Ancestralidade e Sabores - Podcast Empreendendo na Periferia #2

    Conheça a história da empreendedora Michelle da Cruz, da Menina Sabores! O Podcast Empreendendo na Periferia  é um espaço onde histórias reais e dicas práticas se encontram para fortalecer o empreendedorismo que nasce das periferias do Brasil. É uma produção da Aventura de Construir, a AdC, ONG que atua no  apoio ao crescimento pessoal e a transformação socioeconômica  desse público, os microempreendedores das periferias , promovendo sua formação e fortalecimento. A cada episódio, traremos convidados especiais que compartilham suas experiências, desafios e sucessos no mundo do empreendedorismo . São verdadeiros protagonistas de suas vidas, seus negócios e suas comunidades. Nos siga nas plataformas de áudio e nas redes sociais para não perder nenhum episódio. Apresentação  de Leonardo Alqualo Produção  de Leonardo Alqualo e Vinicius Dutra Edição  de Vinicius Dutra

  • Cidades sustentáveis; Vamos construir juntos?

    Por: Verônica dos Santos Silva As áreas urbanas nas cidades crescem a cada década e, na mesma medida cresce também a emissão de CO2, que é a consequência do grande consumo de energia e recursos naturais. E é sobre esse assunto que trataremos: Como podemos construir cidades sustentáveis? No mês de junho e julho, aqui no Blog da AdC, falamos sobre a importância do combate às alterações climáticas e concluímos que a adoção de políticas que ajudem a lidar de forma responsável com a economia, a sociedade e o meio ambiente são fundamentais. Se analisarmos, de forma um pouco mais crítica, o histórico de construção e desenvolvimento das cidades veremos que existe um foco desproporcional na economia se compararmos, por exemplo, com o meio ambiente. Durante seu desenvolvimento muitas cidades pautaram suas decisões acreditando que os recursos naturais que possuíam eram inesgotáveis. Porém, aprendemos e sabemos que os recursos têm limites, certo? Diante de tal fato, a sociedade como um todo passou a adotar uma nova lógica de funcionamento, gestão e crescimento das cidades, combatendo, principalmente, os padrões de consumo desenfreado.  De acordo com Mark Roseland (1997), que recebeu o Prêmio SFU Sustainability Network por Excelência em Pesquisa em Sustentabilidade:   “Cidade Sustentável é o tipo mais durável de assentamento que o ser humano é capaz de construir. É a cidade capaz de propiciar um padrão de vida aceitável sem causar profundos prejuízos ao ecossistema”   Em geral, o caminho a se percorrer para que as cidades fiquem mais sustentáveis, é sim, um processo de médio a longo prazo , que envolve planejamento e participação ativa do Estado, da sociedade e de você leitor, que como microempreendedor(a) contribui para a economia do país também. Ao olhar a necessidade emergente de cidades sustentáveis de forma macro (nacional ou internacional), percebe-se a ausência de práticas sustentáveis simples e diárias que poderiam estar sendo aplicadas. Reaproveitar a da água da chuva, destinar e separar de forma correta o descarte de resíduos produzidos, consumir de forma consciente, usar a água com consciência são alguns exemplos dessas medidas diárias que com certeza, embora pareçam pequenas, lá na conta final trarão impactos significativos ao meio ambiente. Que tal colocar seu negócio para assumir esses compromissos? Além de começar a praticar você também pode engajar seus clientes nestas propostas. Fazendo isso, além de garantir a permanência do meio ambiente para gerações futuras, certamente você tornará o seu empreendimento mais atrativo e diferenciado para os clientes. , De acordo com o  estudo da Opinion Box , 75% das pessoas afirmam que as empresas possuem mais chances de conquistá-las como clientes, caso elas realizem práticas sustentáveis. Vamos construir juntos?   Aluna do 2º semestre de Relações Públicas na FECAP Horas: 04:00 Fontes: https://www.amazon.com.br/stores/author/B001KIHFMC/about https://www.eumed.net/actas/20/trans-organizaciones/23-CIDADES-SUSTENTAVEIS.pdf

  • A Força das Colaborações Catalizadoras

    Como as estratégias de colaboração e catalisadores de mudança estão moldando o futuro das inovações sociais no Brasil e no mundo Por Sofia Missiato Jeroo Billimoria é uma líder global reconhecida por sua capacidade de catalisar mudanças sociais significativas através de redes colaborativas. Em recente evento que a Aventura de Construir participou a convite da Monica Pasqualin , Billimoria compartilhou sua visão sobre o poder das colaborações em rede, destacando a importância de se adaptar às necessidades dos membros e das comunidades que essas organizações servem. Abaixo, exploramos os principais pontos de sua fala.   A Magia das Colaborações: Energia e Adaptação Billimoria inicia destacando a importância da energia que as colaborações trazem para as organizações. “Tem mais energia sendo trazida. E eu sinto que isso é muito bom,” ela diz, sublinhando que essa energia é essencial para o florescimento das parcerias. No entanto, essa energia só pode ser efetiva quando as colaborações são adaptadas às necessidades dos membros, e não impostas de cima para baixo.   Durante a entrevista, Jeroo destacou um período em que as colaborações em sua rede global estavam falhando devido a uma abordagem excessivamente centralizada. "As colaborações não estavam florescendo porque estávamos sendo muito de cima para baixo", explicou. Ela notou que o segredo para a revitalização das parcerias foi escutar os membros e permitir que suas energias e necessidades conduzissem as ações. "O espírito disso é muito mais construído na energia do membro", disse ela, ressaltando a importância de uma abordagem que apoie diretamente os desejos e contribuições dos colaboradores.     Catalisadores para o Clima Billimoria também falou sobre os "Catalisadores para o Clima", um exemplo claro de como as colaborações podem ser bem-sucedidas quando são alimentadas pela energia dos membros. O projeto, trouxe membros climáticos de todo o mundo para colaborar. “Estamos olhando para um memorando de entendimento com eles,” ela explica, mostrando como a formalização das parcerias é importante para a continuidade dos esforços.     O Papel dos Governos e a Continuidade das Ações Outro ponto abordado por Billimoria é a necessidade de envolvimento dos governos nas colaborações para garantir a continuidade. “Muitos governos não têm largura de banda para fazer isso. Eles estão lá por um ano. Eles querem apenas fazer algo legal,” afirma. Neste contexto, ela destaca a importância dos catalisadores como fatores de continuidade, capazes de garantir que os projetos não percam força com as mudanças governamentais.   ‘’O papel dos governos é vital, mas insuficiente sem a continuidade fornecida por catalisadores.’’ ‘’É necessário olhar para os catalisadores como o fator de continuidade. E eu acho que é isso que queremos construir, que damos aos governos a opção de fazer isso por meio de indivíduos, por meio de membros que apoiamos ou por meio de catalisadores que estão na vanguarda para poder fazer algo, mas para traçar o perfil dos membros. É disso que as pessoas gostam, é que a entidade catalisadora não traça o perfil de si mesma tanto quanto traça o perfil dos membros. E então as pessoas vão em frente porque se unem, não de uma forma forçada, mas apenas de uma forma aberta de compartilhamento, as colaborações decolam. Lembre-se, nós fizemos isso no começo.’’   O Brasil e as colaborações sociais   Billimoria também vê grande potencial para o Brasil emergir como líder em colaborações sociais, especialmente no contexto dos "Catalisadores para o Clima". Ela sugere que o Brasil poderia se inspirar no sucesso de outras nações e adaptar esses modelos para suas necessidades específicas. “Eu acho que é isso que o Brasil deveria realmente se unir a muitos para fazer,” ela comenta.   Ao final de sua fala, Billimoria aborda a necessidade de reestruturação e reposicionamento contínuo das organizações para se manterem relevantes. Ela menciona as reflexões que estão sendo feitas sobre o futuro dos "Catalisadores para o Clima" e como essas adaptações são essenciais para o sucesso a longo prazo.   “Estamos apenas começando algumas reflexões porque achamos que precisamos ajustar algumas regras aqui,” afirma, destacando a importância de manter as organizações ágeis e receptivas às mudanças.   Contexto atual De acordo com Billimoria, o governo tende a desconsiderar soluções pequenas, embora a maioria dos empreendedores sociais no Brasil são pequenos. “O governo não gosta de pequeno. E a maioria dos nossos empreendedores sociais são pequenos. Então, não criamos impacto”, declarou. Ela argumenta que a verdadeira força do capital social reside na capacidade de reunir uma massa crítica de iniciativas para enfrentar grandes questões nacionais, sugerindo que o empreendedorismo social brasileiro deveria focar em amplificar o impacto dessas pequenas iniciativas.   Sua proposta central é a criação de um "plano de ação nacional" que congregue soluções de empreendedores sociais de todo o Brasil em um único documento estratégico. Este plano, segundo Billimoria, deve ser apresentado ao governo como um conjunto coeso de propostas para resolver problemas como desemprego, alfabetização e pobreza. Ela enfatiza que, ao integrar as soluções dos empreendedores sociais com o apoio de grandes capitalistas, seria possível oferecer ao governo um plano de ação concreto, viabilizando a criação de milhares de empregos e outras melhorias sociais significativas.   Billimoria também sugere que esse plano seja apresentado durante a cúpula do G20 no Brasil, transformando-o em uma ferramenta de advocacia e implementação de políticas, ressaltando a importância de coordenar esforços em todo o ecossistema de inovação social do país.   Para ela, a chave para o sucesso dessa estratégia está em uma colaboração mais ampla, que inclui não só o setor privado e os empreendedores sociais, mas também o governo e instituições acadêmicas. Ao final da entrevista, Jeroo Billimoria se mostrou otimista quanto ao impacto potencial desse plano, convidando os inovadores sociais brasileiros a se unirem em torno dessa iniciativa. "Trabalhar juntos, como capitalistas e inovadores sociais, pode ser o catalisador que o Brasil precisa para enfrentar seus desafios mais complexos".   Aventura de Construir e Catalyst Brasil   A Aventura de Construir, nossa organização que atua fortemente no campo do empreendedorismo social, está à frente de uma nova e ousada iniciativa de colaboração interinstitucional. Silvia Caironi , líder da organização, propor a criação de um projeto em conjunto com outras oito organizações, como parte do renomado programa 100 and Change.   O projeto, que surgiu a partir de uma sugestão de Caironi durante o processo de candidatura à bolsa, visa unir forças em prol de objetivos comuns ligados ao empreendedorismo social e à mudança climática. A ideia ganhou força após conversas com membros e parceiros, onde ficou claro o desejo de ampliar as colaborações.   Para identificar as áreas prioritárias, a Aventura de Construir realizou, no ano passado, uma pesquisa entre seus membros, questionando quais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) eram mais importantes para eles. O resultado levou à formação de grupos de trabalho focados nos ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) e 12 (Consumo e Produção Responsáveis), que agora estão colaborando ativamente no projeto.  “O fato de estarmos discutindo juntos e pensando em soluções é incrível. Todos estão engajados e participando, ninguém se posiciona como o dono das respostas” , comentou Gisela Maria Bernardes Solymos, presidente da Catalyst 2030 Brasil.   AdC: Qual é a maior barreira ou problema que o Catalyst 2030 enfrenta atualmente neste processo de aceleração em direção aos objetivos de desenvolvimento sustentável? Com tantas partes e partes interessadas envolvidas, quais são os desafios mais críticos na coordenação de ações e na obtenção de resultados positivos ? Jeroo: Então, antes de tudo, quero dizer que nunca há desafios, porque, como esta garrafa de água, ela está metade cheia de água e metade com ar. Então, nunca há um desafio, sempre há uma solução positiva. A principal maneira de trabalhar do Catalyst é trabalhar com princípios. E nossos princípios são reunir, conectar, colaborar, cocriar e coesão, e se unir. Então, Catalyst, para mim, o que precisamos fazer no Catalyst, e como podemos resolver os maiores problemas sociais, é nos unirmos nas coisas que mais importam para nós. Então, lá em cima, estávamos falando sobre o financiamento que mais importa para nós. Portanto, nos reunindo para ver como podemos tentar fornecer recursos para todos. Alcançar os mais pobres dos pobres é o que mais importa para todos nós. Então, como podemos alavancar uns aos outros para alcançar os mais pobres dos pobres? E eu acho que para que tudo isso aconteça, a maior mudança que temos que ter é mudar de uma mentalidade de eu e o que há para mim, para uma mentalidade de nós e o que há para todos nós. Eu acho que essa é a mudança que temos em nossa mentalidade. E então seguimos os princípios de convocar, conectar, colaborar, celebrar, cocriar. Nós nos uniremos para mudar o sistema que queremos mudar.

  • PRESERVANDO A TERRA: A JORNADA SUSTENTÁVEL DA OKÊ AVENTURA

    Por Luiz Sette No mês de maio, a Aventura de Construir dedica as suas publicações ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 15 - Vida Terrestre: “Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade” . Para a Jornada de Sustentabilidade de hoje, portanto, entrevistamos Diego Cruz, fundador da OKÊ Aventura , que compartilhou conosco sua inspiradora jornada de transformação pessoal e empreendedorismo, que se entrelaça com a missão de preservação e gestão sustentável dos ecossistemas terrestres e das florestas, um dos pilares fundamentais do ODS 15. A história do negócio do Diego começa com uma conexão profunda com a natureza, um refúgio que o acompanhou durante os desafios que enfrentou no seu antigo emprego. A relação ruim com o trabalho o levou a realizar uma transição de carreira e, nesse contexto, nasceu a OKÊ Aventura, uma agência de viagens que oferece experiências de aventura e ecoturismo, enraizada na paixão pela preservação ambiental. Diante dos novos desafios de gerenciar o seu próprio negócio, ele conheceu a Aventura de Construir (AdC), através do projeto Resenha Empreendedora. Posteriormente, participou dos projetos Realidade Empreendedora, e Decisão Empreendedora. Diego conta que, através da AdC, revisou estratégias e aprimorou suas habilidades de gestão, encontrando apoio para organizar e estruturar sua empresa. Diego –  Acho que foi um momento muito bom pra eu rever algumas coisas que eu já tinha feito. Pensar o modelo de negócio e algumas coisas nesse sentido. Eu tinha feito já, mas fazia muito tempo que eu não visitava. Então, ali, com a AdC, eu revisitei essas coisas e eu trabalhei isso de uma forma mais estratégica. Acho que isso foi muito importante, além de também eu começar a olhar um pouco mais pro financeiro, planejamento, organização. Porque, ainda assim, a minha vida estava bem desorganizada, né? Não tinha muito controle das coisas que estavam acontecendo. E acho que o principal que veio, assim, muito forte, foi eu aprender a me organizar e criar alguns procedimentos, sabe? Que são coisas que eu tenho até hoje. Diego ressalta que as viagens oferecidas por sua empresa contribuem diretamente para a conscientização e educação ambiental. Utilizando os princípios do Leave No Trace , eles minimizam o impacto ambiental e promovem uma conexão respeitosa entre os viajantes e os ecossistemas visitados.  A Leave No Trace  é uma organização pioneira na ciência, que fornece soluções comprovadas e baseadas na investigação para a proteção do mundo natural. Consciente da importância da preservação ambiental, Diego participou de uma formação e possui um certificado da organização, da qual utiliza os princípios para “não deixar rastros” em suas viagens e passeios.  Diego – Eu acredito que (a OKÊ Aventura) contribui plenamente (para a preservação ambiental), sabe? Porque é uma coisa, quando a gente fala sobre educação ambiental, é muito importante a questão de estar nos lugares que precisam ser preservados, conhecer para entender o porquê eu tenho que preservar aquilo. É muito mais fácil, no processo de aprendizagem, você ter o contato com aquilo que você deseja proteger. E, através do turismo, a gente consegue causar isso. Porque, assim, as nossas atividades, elas não param só em levar os turistas para aqueles locais e a gente ir lá fazer as atividades que a gente quer fazer e ir embora. Não, a gente conecta as pessoas com os lugares, a gente traz as histórias. A gente traz técnicas e meios para que a visitação cause o mínimo impacto possível. A gente tem uma série de práticas que usa pra isso, uma base delas é o Leave No Trace, pensando sempre no mínimo impacto. Ao promover a conscientização sobre a importância da preservação, Diego acredita que a OKÊ Aventura “planta sementinhas” de cuidado e respeito pelo meio ambiente nas pessoas que participam das suas aventuras.  A abordagem de Diego está totalmente alinhada com os princípios da ODS-15 e reflete o compromisso que ele e sua equipe têm com a proteção e a sustentabilidade dos sistemas terrestres. Sobre a relevância pessoal dessa missão, Diego enfatizou a importância de preservar esses ambientes não apenas para as gerações presentes, mas também para as futuras. Sua paixão pela natureza o impulsiona a agir, a ser um agente de mudança e a garantir que lugares extraordinários permaneçam acessíveis e conservados. Diego – Pessoalmente falando, é sobre a existência, a gente precisa garantir a vida na terra para que a nossa vida exista, isso é uma base. E indo um pouco mais, uma percepção, eu gosto muito de estar na natureza, gosto muito das paisagens, dos desafios que são oferecidos, enfim, tudo mais, e se eu não preservar isso, não vai estar disponível mais pra mim e nem para as próximas gerações. Pra mim é muito apaixonante eu poder ver o quanto as pessoas se sentem bem nesses lugares de desafios, e também ver a relação entre as pessoas e os ambientes, a relação harmoniosa entre os dois, é muito gratificante pra mim ver isso. Só que eu tenho plena consciência que para que isso continue existindo, a gente tem que cuidar, a gente tem que preservar e a gente tem que ensinar as pessoas sobre esse cuidado, porque senão vai deixar de existir. Diego ainda ressalta como a Aventura de Construir trouxe para ele uma visão de como mensurar o impacto que ele gera com o seu negócio. Hoje, ele mensura a quantidade de pessoas que ele impactou e está elaborando um sistema para mensurar o quanto de lixo eles dão a destinação adequada durante as suas atividades.  A história de Diego e da OKÊ Aventura é um exemplo inspirador de como o empreendedorismo pode se alinhar com a preservação ambiental e os objetivos de desenvolvimento sustentável. Por meio de suas viagens e práticas responsáveis, ele não apenas compartilham a beleza da natureza, mas também trabalham ativamente para protegê-la, um passo crucial em direção a um futuro mais sustentável e equilibrado para todos.

  • Soluções inovadoras para cidades sustentáveis e resiliência climática no Brasil

    A Contribuição da tecnologia verde da Umgrauemeio Por Sofia Missiato A atuação da Umgrauemeio está profundamente alinhada com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 , que busca tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. A empresa se destaca ao implementar tecnologias de ponta para a detecção e prevenção de incêndios florestais, protegendo vastas áreas naturais que, direta ou indiretamente, afetam a qualidade de vida urbana. Conversamos com Rogério Cavalcante , CEO da empresa que nos disse que o Projeto “Abrace uma Floresta” exemplificam essa conexão, onde a iniciativa privada é incentivada a investir diretamente na preservação ambiental , criando um ciclo virtuoso de sustentabilidade. A preservação das florestas é essencial para a manutenção dos serviços ecossistêmicos, que incluem a regulação climática, a qualidade do ar, pontos fundamentais para o bem-estar das populações urbanas. Na COP26, realizada em 2021 na Escócia , a empresa brasileira umgrauemeio recebeu um reconhecimento global por sua contribuição significativa na luta contra as mudanças climáticas. Convidados pelo governo escocês, Rogério Cavalcante e sua equipe participaram ativamente do evento, apresentando o projeto Abrace a Floresta onde compartilharam suas soluções inovadoras para a detecção precoce de incêndios florestais, contribuindo diretamente para a redução das emissões de CO2. Desde a sua fundação em 2016, inicialmente com o nome de Sintecsys , a umgrauemeio passou por uma série de transformações e amadurecimentos. Segundo Cavalcante, a empresa, que começou como uma startup focada em monitoramento, evoluiu para uma plataforma abrangente que agora inclui algoritmos de inteligência artificial para detecção de incêndios, medição de carbono e simuladores de preparação para eventuais desastres. “O que começou com a detecção somente de incêndio, hoje temos uma infraestrutura, simuladores de propagação, algoritmo de detecção automática, mensuração de carbono, e podemos avançar ainda mais” , destacou Cavalcante. Um ponto de virada na trajetória da umgrauemeio ocorreu em 2019, quando Cavalcante fez uma imersão na Amazônia, o que reforçou o propósito da empresa de combater incêndios florestais como uma maneira de reduzir as emissões de carbono. Este engajamento com a causa ambiental foi catalisado por conversas com pesquisadores que revelaram que 20% das emissões globais eram originárias de incêndios florestais. A partir disso, a empresa redirecionou seus esforços para desenvolver tecnologias que pudessem detectar incêndios em segundos, reduzindo significativamente os danos ambientais. Parcerias Estratégicas No Pantanal, por exemplo, a empresa monitora 2,5 milhões de hectares 24 horas por dia , e conseguiu reduzir as áreas queimadas em 75% comparadas a regiões não monitoradas pelo seu sistema. Esse sucesso foi reconhecido nacional e internacionalmente, com destaque em veículos de mídia como o Jornal Nacional e o Globo Repórter. Além disso, a umgrauemeio estabeleceu parcerias com organizações locais, como o Instituto Homem-Pantaneiro , que coordena as brigadas e monitoramento na região do Pantanal. Estas colaborações são essenciais para o sucesso dos projetos de preservação e refletem a filosofia da empresa de trabalhar em rede para alcançar resultados significativos. Perspectivas Futuras e Internacionalização Embora o mercado internacional seja atraente, Cavalcante enfatiza que a prioridade da umgrauemeio é consolidar suas operações no Brasil, especialmente na Amazônia e no Pantanal, antes de expandir para outros países. “Estamos no lugar certo, na hora certa. O que queremos é resolver o dever de casa e, uma vez que tivermos sucesso no Brasil, estaremos prontos para levar nossa solução para o mundo” , afirmou.   O Papel do ESG e a Visão de Futuro Cavalcante também refletiu sobre a importância do ESG (ambiental, social e governança) nas operações da umgrauemeio. Para ele, o ESG representa uma correção de mercado necessária, onde atividades econômicas que prejudicam o meio ambiente precisam ser responsabilizadas e penalizadas. Ele vê o ESG como uma oportunidade para fortalecer práticas sustentáveis e criar um impacto positivo duradouro na sociedade. ‘’Com sete anos de existência, a umgrauemeio já demonstrou resultados concretos na redução das emissões de carbono e na preservação ambiental. Acredito que a empresa está apenas começando sua jornada e que, com o apoio de novas tecnologias e parcerias, pode contribuir ainda mais para a proteção dos ecossistemas brasileiros e para a mitigação das mudanças climáticas.’’ Em um momento em que o Brasil busca reconquistar sua credibilidade internacional na área ambiental, a umgrauemeio se posiciona como um exemplo de inovação e compromisso com a sustentabilidade. Cavalcante conclui: “O Brasil tem tecnologia, tem capacidade, e, se trabalharmos juntos, podemos liderar a redução das emissões e mostrar ao mundo como é possível cuidar do nosso planeta.”

  • Podcast Empreendendo na Periferia - ep. 1: Vagner Pinheiro

    O Podcast Empreendendo na Periferia é um espaço onde histórias reais e dicas práticas se encontram para fortalecer o empreendedorismo que nasce das periferias do Brasil. É uma produção da Aventura de Construir, a AdC, ONG que atua no apoio ao crescimento pessoal e a transformação socioeconômica desse público, os microempreendedores das periferias , promovendo sua formação e fortalecimento. A cada episódio, traremos convidados especiais que compartilham suas experiências, desafios e sucessos no mundo do empreendedorismo . São verdadeiros protagonistas de suas vidas, seus negócios e suas comunidades. No episódio de hoje, Leonardo Alqualo , coordenador do nosso projeto Lamberti Fortalece, conversa com Vagner Pinheiro , um cuteleiro de Nova Odessa, São Paulo. Nos siga nas plataformas de áudio e nas redes sociais para não perder nenhum episódio. Produção de Leonardo Alqualo, Vinicius Dutra e Sofia Missiato Edição de Vinicius Dutra

  • Um Caminho para a Inovação Social e Impacto Sistêmico: Entrevista com Monica Pasqualin

    Por Sofia Missiato As transformações digitais e inovações tecnológicas estão remodelando o trabalho e o acesso à renda, educação e saúde. No entanto, com a pandemia, conflitos globais e a polarização política, essas mudanças têm intensificado a desigualdade no mundo. Ainda assim, existem caminhos para mitigar retrocessos e impulsionar o desenvolvimento sustentável. Para apontar soluções às consequências negativas e impulsionar os processos positivos desse novo quadro, no Rio de Janeiro, o Festival ODS 2024 reuniu líderes, especialistas e entusiastas para discutir as estratégias e desafios na busca pelo cumprimento das metas estabelecidas pela Agenda 2030 da ONU. O evento, em sua quarta edição, foi organizado pela Agenda Pública em parceria com a Prefeitura de Niterói e com o apoio da Fundação Grupo Volkswagen. O objetivo central foi debater e propor soluções para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um compromisso firmado por 193 Estados-membros da ONU, incluindo o Brasil. Desafios na Concretização dos ODS Monica Pasqualin, chefe executiva do Catalyst 2030, participou do evento e destacou a importância da inovação pública e social na aceleração do cumprimento das metas da Agenda 2030. Em entrevista à Aventura de Construir , Pasqualin apontou que, embora a meta global seja alcançar os ODS até 2030, apenas 15% das metas foram atingidas globalmente, com o Brasil ainda mais atrasado, conforme indicado pelo Relatório Luz , que monitora o progresso das metas no país. Durante o Festival, Pasqualin mediou uma mesa de diálogo sobre o Futuro do Trabalho e a inclusão intergeracional . O debate abordou a dificuldade de inclusão tanto de profissionais com mais de 50 anos quanto de jovens que estão ingressando no mercado de trabalho. O empreendedorismo foi apontado como uma solução viável para essas populações, especialmente em contextos vulneráveis, alinhando-se com a atuação da Aventura de Construir, que apoia o desenvolvimento de empreendimentos em áreas periféricas. State of the Future: Inovação Social no Palco Global Monica Pasqualin também contou sobre um evento internacional paralelo realizado também no Rio de Janeiro. Organizado pelo Ministério de Gestão e Inovação e Serviços Públicos, em colaboração com outros ministérios brasileiros, o evento reuniu especialistas para discutir temas como inovação pública e social . Pasqualin ressaltou a participação de Jeroo Billimoria, fundadora da One Family Foundation , que compartilhou sua vasta experiência em mudança de sistemas colaborativos. Durante o evento, foi anunciada a iniciativa Government Champions, secretariada pelo Catalyst 2030, que visa promover a troca de experiências entre governos de todo o mundo para desenvolver ambientes de negócios mais favoráveis e impulsionar a economia de impacto. Países como Brasil, Alemanha, Portugal, Espanha e França estão entre os participantes dessa iniciativa. A discussão também explorou a importância da convivência intergeracional nas empresas, enfatizando que abordagens que integram diferentes gerações podem gerar resultados mais ricos e diversos. "As empresas que promovem mentorias cruzadas, onde tanto os mais velhos quanto os jovens aprendem uns com os outros, tendem a ter uma maior adaptabilidade e sucesso" , destacou Pasqualin. Outro ponto de destaque foi a fala de Pedro Nery , diretor de assuntos internacionais da Vice-Presidência da República, que discutiu o impacto econômico das políticas públicas voltadas para jovens e para a população com mais de 50 anos. Ele argumentou que a convergência intergeracional pode ser uma estratégia eficaz para enfrentar os desafios econômicos atuais. "O empreendedorismo não é apenas uma resposta ao desemprego, mas também uma forma de gerar renda e promover a sustentabilidade" Pasqualin destacou a importância de integrar a sustentabilidade no planejamento dos empreendimentos desde o início, especialmente em um contexto de mudanças climáticas. "Mesmo que pequeno, um negócio que já nasce com critérios de sustentabilidade estará mais preparado para enfrentar os desafios futuros". O Papel do Catalyst 2030 na Promoção da Economia de Impacto O Catalyst 2030, movimento global criado em 2019, nasceu da necessidade de unir empreendedores sociais de diversos países para alcançar os ODS. O capítulo brasileiro do Catalyst, que conta com 203 membros e impacta cerca de 2 bilhões de pessoas globalmente, tem se destacado na promoção da economia de impacto, apesar dos desafios enfrentados na colaboração prática entre seus membros. Pasqualin enfatizou a importância das coalizões globais, como o Catalyst, na promoção de uma economia mais equitativa e sustentável. Essas coalizões permitem uma representação mais forte das necessidades dos empreendedores sociais e facilitam o diálogo com tomadores de decisão para a criação de políticas públicas mais eficazes. Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024

  • Construindo Pontes - Esperança

    Ei pessoal, que tal embarcarmos juntos numa história inspiradora? Hoje, vou te levar para o dia 23 de agosto de 2023, uma quarta-feira cheia de construção e conexões na Aventura de Construir (AdC). Sabe esse blog incrível de sustentabilidade que a gente ama? Pois é, a cada mês ele nos mostra um panorama dos projetos que estão fazendo a diferença. Mas dessa vez, quero te contar algo especial, algo que vai além. Vou te mostrar as pontes que estão sendo construídas entre a AdC e aqueles que estão sendo beneficiados por ela. Participei de uma visita que transformou tudo. Levei Gianluca Remondini, membro fundador do assembleia da AdC, para conhecer o projeto que coordeno atualmente, o ProtagonizaAqui. Este incrível projeto beneficia migrantes latinos em São Paulo , fruto da parceria entre AdC , Casa Venezuela e Missão Paz , com apoio da IAF . Seu objetivo é integrar migrantes na sociedade brasileira por meio de formação integral, culinária e empreendedorismo, desenvolvidos em quatro etapas ao longo de mais de um ano. Mas, calma aí, que as pontes estão só começando. Imagina essa cena: Gianluca . um italiano e uma venezuelana chamada Milagros, todos sentados lado a lado, trocando ideias e histórias. Milagros veio da Venezuela há pouco mais de 15 meses para trazer seus netos à guarda de seu filho, que reside aqui há quase 4 anos. A situação lá era complicada; ela era fazendeira de gado e administrava um hotel, mas com a crise, as coisas se tornaram muito difíceis. Agora ela vive em um barraco em São Paulo com seus netos e filhos. Após conhecer a AdC, participou do projeto e trouxe um prato autoral, a "batata louca" . Quando Milagros chegou ao Brasil, sua primeira ocupação foi como faxineira. Embora esse trabalho permitisse que ela pagasse suas contas, demandava esforço físico extenuante e a afastava de seus netos. Em maio, quando começou a participar do projeto "ProtagonizAqui", teve a oportunidade de aprender sobre educação financeira e gradualmente se aproximou de seus colegas. As aulas, todas em português, a incentivaram a aprimorar seu domínio do idioma, superando a timidez inicial. Ao longo do projeto, seu interesse na trilha do empreendedorismo cresceu. Participando das aulas práticas, Milagros absorveu conhecimentos valiosos, como boas práticas de higiene e manipulação de alimentos com a nutricionista Juliana Calia . Além disso, as aulas com o renomado chef Sumito Estévez não apenas forneceram conhecimentos técnicos, mas também a reconectaram com as tradições e aromas de sua terra natal. Com apoio da equipe, Milagros preparou sua candidatura para um edital e recebeu um capital semente. Com esse investimento, adquiriu um carrinho para vender sua criação culinária exclusiva, a "batata louca", na comunidade. Essa oportunidade permitiu que ela deixasse o trabalho de faxineira e ficasse mais próxima de seus netos. Seu prato cativou o público, e atualmente ela atende cerca de cinco bairros, com mais de 60 clientes fiéis . É importante ressaltar que Milagros enfrentou desafios significativos na comunicação, no entanto, seu comprometimento a impulsionou a aprimorar seu domínio do português e ganhar cada vez mais confiança, tanto nos processos culinários quanto na gestão de seu empreendimento. Sua transformação foi tão inspiradora que ela se tornou a protagonista de uma reportagem que narra sua incrível história. Para acessar, basta clicar aqui . Agora voltamos para a visita! Imagina esse encontro: o Gianluca comanda na América Latina uma empresa multinacional. Parece improvável, né? Mas ali estávamos nós, todos ouvidos, todos compartilhando. E tem mais! Outra visita, outro encontro. Agora com o Manuel , um peruano que não entendia nada de culinária, mas tinha uma paixão : instalações elétricas . Ele juntou isso com a ajuda da AdC e formulou um prato culinário elétrico que surpreendeu a todos. Ele conseguiu o suporte financeiro para começar seu negócio de "Marido de Aluguel". E olha, não foi fácil. Ele veio para o Brasil em 2020 para visitar a filha, mas a pandemia mudou tudo. Com um sorriso, ele nos contou como a AdC mudou sua vida: desde o começo do projeto, ele se sentiu muito acolhido pela equipe, e aos poucos, foi criando um laço afetivo com os colegas, que se firmou ainda mais durante as aulas presenciais . Mais tarde, quando chegou o momento de se candidatar ao edital, Manuel contou com um apoio muito próximo da equipe para criar e adaptar seu plano de negócios Para ele, esse conhecimento não apenas foi fundamental para efetuar sua inscrição no edital, mas também impulsionou sua confiança e autoestima. Manuel passou a acreditar ainda mais em si mesmo e nas suas capacidades. O empreendedor compartilha que antes de ingressar no projeto "ProtagonizAqui", ele fazia alguns trabalhos temporários, mas de forma irregular. Ele sempre teve muitas ideias, mas encontrava dificuldades em organizá-las e gerenciar seu tempo de maneira eficaz. No entanto, com os conhecimentos adquiridos no curso, conseguiu reestruturar sua rotina, estabelecendo prioridades para suas tarefas. Atualmente, ele utiliza a Agenda Google para organizar seus clientes e também suas atividades. O capital semente permitiu que ele investisse em seu negócio, adquirindo equipamentos como parafusadeira, furadeira martelete e multímetro amperímetro. De acordo com suas palavras: "Antes, eu levava cerca de 3,5 a 4 horas para montar um armário. Agora, com a parafusadeira, consigo fazer em 2,5 a 3 horas, no máximo. Além disso, posso oferecer serviços de instalação de armários na parede , já que tenho uma furadeira martelete. Com o amperímetro, posso garantir serviços de alta qualidade em instalações elétricas e reparos de eletrodomésticos." Hoje em dia, ele conseguiu aumentar sua base de clientes em 20% e aumentar em 50% a contratação de seus serviços . Para além de economizar aproximadamente 25% do tempo total. Manuel também adquiriu um notebook , que possibilitou a ele realizar cursos online, como por exemplo o de “conserto de eletrodomésticos da linha branca”, e pesquisas. Nas palavras dele: "Estou aprendendo a usar o Canva para melhorar meu cartão de visita e a divulgação dos meus serviços." Hoje, ele é a base de sua família, a cultivando com muito amor: cuidando da esposa, da filha e até do sogro que infelizmente ficou doente. Sua jornada empreendedora não apenas transformou sua vida profissional, mas também o capacitou a enfrentar os desafios pessoais com determinação e coragem . No dia de hoje, ganhei uma valiosa lição através de uma conversa com Gianluca. Logo após a visita, perguntei a ele sobre o impacto dessas visitas, do projeto e das pessoas envolvidas. Sua resposta foi reveladora: "Estar presente lá faz toda a diferença. Observar essas histórias de indivíduos que vieram de tão longe nos conecta a algo grandioso. Essa experiência nos proporciona um crescimento conjunto." A lição do dia? Dê uma olhada ao redor. Um simples gesto, uma conversa sincera podem transformar vidas. E que tal se tornar uma ponte? Seja parte dos nossos projetos como beneficiário, voluntário, apoiador ou, acredite, a melhor parte é ser uma ponte entre as pessoas. Vamos juntos construir um mundo melhor. Até a próxima aventura, Caique Caetano Coordenador de Projetos na AdC

  • Avaliação de Impacto Socioambiental para Negócios de Periferia

    A jornada de sustentabilidade deste mês destaca a importância do monitoramento contínuo e da avaliação de impacto socioambiental para consolidação e sustentabilidade dos empreendimentos periféricos incubados, acelerados e acompanhados pela Aventura de Construir. Confira. Mais do que apenas um modismo passageiro, acreditamos que a busca por propósito e por impacto social positivo por parte dos empreendimentos de periferia é uma tendência que veio para ficar, e que se consolidou ao longo dos últimos anos. Assim como a produtividade, qualidade, competitividade e tecnologias digitais que surgiram no passado e mantiveram-se relevantes até os dias atuais, trata-se de um tema imprescindível e de extrema importância, inclusive por conta do elevado risco de ampliação da desigualdade social e do agravamento das condições ambientais em todo o planeta. No Brasil não foi diferente, o ecossistema de negócios de impacto cresceu muito nos últimos anos , não só com empreendedores sociais surgindo em todos os extremos territoriais do país, mas fundos de investimento e aceleradoras dedicados ao setor. Com capacidade de uma rápida adaptação e inovação frente aos novos desafios econômicos, políticos e sociais, os negócios de impacto social estão sendo implementados e posicionados para encontrar soluções tendo em vista o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável até 2030. Os pequenos negócios periféricos desempenham um papel vital para promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável , o emprego e o trabalho decente , bem como impulsionar a produção sustentável e fomentar a inovaçã o. Neste contexto, a Aventura de Construir tem como objetivo dar luz e foco ao desenvolvimento de negócios de impacto social nas periferias do Brasil , que são negócios que almejam ao mesmo tempo um impacto socioambiental positivo e retornos financeiros. Para isso, a instituição vem ao longo dos anos desenvolvendo e consolidando metodologias de avaliações de impacto e de monitoramento contínuos, as quais permitem a compreensão de como os projetos que são atendidos pela instituição estão, ou não, cumprindo com os objetivos propostos. A percepção de que a realidade de um negócio de impacto social de periferia não estaria contemplada pela avaliação tradicional levou a aplicação da Teoria da Mudança, para mapearmos aquilo que buscamos alcançar e identificando o que deveria ser mensurado. O resultado foi um sistema de avaliação de impacto para negócios de impacto social, composto por 5 categorias e 13 métricas genéricas a serem complementadas com métricas específicas de acordo com o propósito de cada empreendimento. O “Painel de Indicadores” é composto por treze variáveis complementares , que passam por questões de meio ambiente ; captação de recursos ; relacionamentos institucionais; sustentabilidade financeira e impacto na rede . Esse conjunto de variáveis foi elaborado buscando observar os pontos mais relevantes para a atuação prolongada desses negócios a fim de potencializar os impactos que cada um deles pode gerar para sua cadeia e para a sociedade como um todo. Assim, a avaliação é realizada a cada seis meses para identificar a trajetória dos empreendimentos e a importância de examinar as estratégias subjacentes aos resultados e explorar maneiras de aprimorar ainda mais as iniciativas e seus impactos. Na última avaliação de Impacto Socioambiental que teve início em novembro de 2022 e foi finalizada em março deste ano (P5) em síntese, os dados mostram um pequeno aumento das ações ambientais , com especial atenção à redução do uso do plástico (embalagens), do consumo de água e avanço da logística reversa, com iniciativas de reuso de garrafas de vidro e a separação do material reciclável pelos empreendedores que os destinam às cooperativas. Além disso, houve um aumento de 55% das organizações inseridas e ativas em suas redes , um aumento de 50% no número de empregados na rede , com um aumento de 48% no número de mulheres e o aumento de 42% de pessoas formalizadas . Adicionalmente, os números indicam um aumento de 25% das receitas, o que mais uma vez demonstra o quanto é importante consolidar e traçar estratégias a partir do monitoramento contínuo e sistemático e da avaliação de impacto. Esses dados indicam, portanto, que o processo de formalização dos trabalhadores teve como protagonistas as mulheres , sobretudo no que diz respeito à criação de MEIs, o que indica um aumento expressivo de mulheres retornando ao mercado de trabalho formal, mas não via CLT, demonstrando como o empreendedorismo é uma alternativa viável de sobrevivência dentro dos territórios que vivem, associando vida pessoal e profissional . Agora, vamos à alguns exemplos concretos , que demonstram mais uma vez como o monitoramento contínuo é uma ferramenta necessária para ajuste de rotas e para potencialização dos impactos e da sustentabilidade dos empreendimentos periféricos. Diego, dono da empresa Okê Aventura , aumentou sua margem de lucro em 17.96%, mantendo seus resultados financeiros saudáveis. Além disso, conseguiu uma evolução em sua captação de recursos , com recursos advindos do Fundo Periferia Empreendedora. Portanto, manter-se em dia com as finanças, realizando a previsão de gastos e receitas, foi uma prática fundamental para garantir sua estabilidade e a saúde financeira de seu negócio, que, claro, só pôde ser identificada com as pesquisas realizadas de forma comparativa ao longo do tempo. Leidson, dono da empresa Velho Chico , assim como Diego, é um empreendedor que com base nos dados de receita e lucro fornecidos nas pesquisas, obteve um crescimento significativo em seu faturamento, tendo aumentos consideráveis tanto na receita quanto no lucro . Contudo, a partir da aplicação das pesquisas, também foi possível observar que existe um fator fundamental para seu negócio, que é a questão da sazonalidade das atividades turísticas da região (Peruaçu, MG) onde está inserido, em consequência aos padrões climáticos. Para ele, entender como os fatores climáticos afetam seus resultados foi fundamental para tomar decisões estratégicas e potencializar seu nicho de atuação com o ecoturismo . Embora a sazonalidade seja um desafio, também pode ser uma oportunidade para inovação e crescimento sustentável . Melissa, dona da empresa Cerveja Corisca , é uma empreendedora que apostou em um mercado majoritariamente e tradicionalmente voltado para o público masculino, porém, ela teve uma iniciativa inovadora de pensar no público de mulheres e ter sua produção feita exclusivamente por mulheres de periferia , em sintonia com os princípios da economia solidária e da valorização da comunidade local , o que reflete seu compromisso genuíno com a sustentabilidade em suas várias dimensões . Com a avaliação de impacto realizada ao longo do tempo, foi possível mensurar que a formação de parcerias foi um ponto fundamental e uma estratégia vital para impulsionar o crescimento e a visibilidade de seu negócio, e para a Cerva Corisca, isso tem se mostrado eficaz em seu compromisso com o desenvolvimento local, a economia solidária e a valorização das mulheres. Fica nítido como a coleta de dados e sua sistematização pode ser um desafio, mas também possui um significado profundo por trás, não é apenas uma atividade, mas sim uma ferramenta poderosa para impulsionar o crescimento do seu empreendimento , mergulhar nas suas nuances e identificar oportunidades de evolução . Através do seu trabalho, não apenas oferece produtos excepcionais, mas também desafia os paradigmas estabelecidos, promovendo o impacto social e a igualdade de gênero . Desta forma, com o auxílio da AdC para implementar um sistema de gestão de indicadores de monitoramento socioambiental , com sua metodologia consolidada, coletando os dados periodicamente, analisando e apresentando para cada empreendedor os resultados, tornou-se possível dar suporte às suas tomadas de decisões , permitindo um melhor acompanhamento da gestão interna de seus negócios e, sobretudo, ensinando-os o uso dessa ferramenta simples e ágil para medir seus resultados. Por isso acreditamos que somente através do monitoramento contínuo e da avaliação de impacto, levando em consideração o que deve ser medido através desses indicadores quantitativos e qualitativos categóricos , que se torna possível propor correções e consolidar mudanças de rotas em cada projeto executado, crescendo junto com os negócios de impacto socioambiental e contribuindo ainda mais no ecossistema de impacto no Brasil ! Quer saber mais sobre a importância da avaliação de impacto? Entre em contato com a gente!

  • O Método da Tomada de Decisão aplicada aos negócios periféricos do Projeto Decisão Empreendedora

    A jornada de sustentabilidade deste mês destaca a importância da estruturação da tomada de decisão como metodologia para a consolidação e crescimento dos empreendimentos periféricos incubados, acelerados e acompanhados pela Aventura de Construir, no Projeto Decisão Empreendedora, financiado pelo Instituto SYN . Confira. O Projeto Decisão Empreendedora que teve início em fevereiro de 2023, teve como objetivo central o fortalecimento do processo de tomada de decisão dos empreendedores participantes. A trilha foi percorrida iniciando com um ciclo básico com os temas iniciais de planejamento estratégico, controle financeiro e processo de tomada de decisão e, posteriormente, oito eixos temáticos foram aprofundados, perpassando temas de extrema importância como finanças, fluxo de caixa, precificação, planejamento, marketing, vendas e pós-vendas, logística e ESG. No ciclo básico do projeto, a Análise SWOT proporcionou um mergulho no mapeamento dos seus empreendimentos, consolidando um raio X estratégico e fornecendo uma visão geral dos negócios que estabeleceu as bases para o percurso que se seguiria , com uma equipe extremamente especializada e competente. Essa análise foi considerada um dos marcos fundamentais do projeto e não é à toa que os relatos sobre essa metodologia foram super potentes, sendo considerada um divisor de águas tanto dentro do curso , como na vida deles , atuando como um farol que lança luz sobre seus caminhos profissionais e pessoais e proporcionando uma base sólida para suas escolhas estratégicas. Com o decorrer do projeto, a equipe teve contato com o livro “Rápido e Devagar: duas formas de pensar”, de Daniel Kahneman, obra que ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 2002 e que passou a fazer parte do método utilizado , por ser uma literatura que inspira e sistematiza todos os passos para uma boa tomada de decisão , seja com objetivo de definir uma questão simples do cotidiano , até as decisões mais complexas e que terão consequência para diversas pessoas , ou até mesmo para o mundo, como no caso de chefes de estado. Nesta obra, a equipe encontrou um campo fértil de análise e de inspiração que emergiram nas aulas, levando em consideração que o processo de tomada de decisão é uma habilidade fundamental para a prosperidade dos negócios , mas pode ser desafiador implementar como parte de um processo eficaz. Equívocos comuns e diversos podem ser evitados com a coleta do máximo de informações e sua sistematização e análise constante , garantindo, desta forma, sua independência, um processo que Daniel Kahneman denomina “higiene de decisão”. Foi assim que, a partir dessas assessorias, capacitações e todo o trajeto trilhado no projeto, os objetivos foram definidos e o conhecimento tornou-se mais sólido e prático. Com as ferramentas estabelecidas , os dados sistematizados e analisados constantemente , caminhos e planos foram traçados e, com isso, decisões precisas foram tomadas a partir de uma lição clara: nunca deixe de praticar seu poder de decisão de forma ponderada e racional! Toda essa importância do caminho trilhado exposto acima, fica evidente em suas experiências e nos relatos que seguem, que são indicadores qualitativos de extrema importância para todos nós! Alexsandro Nascimento É um empreendedor que tinha um mercadinho em um bairro de Santana do Parnaíba, mas na região onde atuava o público estava acostumado com o fiado, o que prejudicava muito seu desenvolvimento. Com isso, o empreendedor não conseguia crescer, muito menos fazer novas aquisições com o que ganhava. Após a realização da análise FOFA e da participação ao longo do Projeto, resolveu tomar uma grande decisão : fechar seu mercadinho no local que estava e procurou outro bairro na mesma região. Analisou, sistematizou dados, mapeou clientes e fornecedores e resolveu mudar tudo. Mudou de casa, mudou a escola dos filhos e o ponto do mercadinho . Após dois meses da mudança já consegue perceber e sistematizar o quanto foi importante essa decisão racional e planejada, o que fica claro nos resultados orçamentários do seu negócio. Claudia Botelho É uma empreendedora que já tinha tido um negócio, mas infelizmente fechou por falta de planejamento . Com a análise FOFA e a realização de seu Planejamento Estratégico , tomou uma decisão importante : resolveu retomar seu negócio de petiscos baianos agora inovando com as entregas via delivery . Com esse objetivo, alugou uma casa e a reformou, apostando novamente que seu sonho era possível. Agora com um bom planejamento, está estruturando todos os pontos do negócio e vai abrir novamente seu empreendimento no mês de novembro. Shirlei Roberta Taquariano Nunes É uma empreendedora que vende semi-jóias. Como ela mesma relata, sempre trabalhou como microempreendedora, mas não fazia nenhum tipo de acompanhamento financeiro e muitas vezes ficava com pena das revendedoras. Com isto elas iam demorando muito para pagar as mercadorias e muitas vezes algumas até “deram o cano”. Através do Projeto, Shirlei começou a fazer o acompanhamento financeiro do seu negócio e tomou uma decisão importante : encerrou o repasse com algumas revendedoras, assim como incluiu outras mais profissionais e responsáveis que já possuíam negócios mais consolidados, como salão de beleza, mercearias e outros pequenos negócios. O resultado é nítido, agora ela consegue perceber o quanto essas estratégias e decisões tomadas de forma racional possibilitaram uma mudança extrema em seus ganhos. Rennan Gonçalves É um empreendedor de Taipa, Zona Oeste de São Paulo, que possui um negócio de jogos que leva conhecimento, empoderamento e representatividade para jovens, negros e periféricos nos mais diversos cantos da cidade de São Paulo. Para ele, “ Tomar decisões conscientes no âmbito das parcerias envolve uma avaliação profunda e abrangente . Não se trata apenas de números; vai além, considerando a sintonia com a cultura da empresa e os objetivos de longo prazo . Cada parceria é cuidadosamente ponderada para assegurar um alinhamento completo em todas as áreas, promovendo uma colaboração que vai além do aspecto financeiro . A comunicação desempenha um papel crucial nesse processo. Valorizamos uma comunicação aberta e transparente, estabelecendo canais claros para interações com nossos parceiros. Essa abordagem não apenas previne mal-entendidos, mas também constrói relacionamentos fundamentados na confiança mútua e compreensão mútua. É a base sólida sobre a qual todas as nossas decisões colaborativas são construídas ”. A experiência e resultados obtidos com o projeto Decisão Empreendedora, e o método estruturado de tomada de decisão, foram tão gratificantes e potentes que a AdC entendeu a possibilidade de levar toda essa experiência e metodologia para aplicar em outros projetos que realizamos! Portanto, fica mais uma vez evidente para todos nós: é incrível como uma decisão bem pensada pode mudar tudo para melhor !

  • Avançando rumo ao futuro: os passos marcantes em 2023

    “ Olhar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro ”. A jornada de sustentabilidade deste mês inicia-se com a famosa frase do filósofo grego Heródoto , destacando a importância de compreender o passado e quais foram os principais passos dados enquanto organização neste ano que se finda, para idealizarmos aquilo que queremos para o novo ano que se aproxima. Após serem provocados em responder à questão: “ qual o passo mais significativo que a AdC deu enquanto instituição em 2023 ”, a diretoria e os gestores de cada área deram suas contribuições, para um tema que gera inquietação e inspiração, pois quando estamos observando o passado temos que ter um olhar mais estratégico, sensato e claro sobre aquilo que foi importante e que deve fazer parte de todos os passos futuros, sendo um guia para o ano de 2024. Os relatos e contribuições mostram como o ano de 2023 foi marcante para todos nós. Assim, convidamos você leitor (a), a seguir com a gente e mergulhar nessa última jornada de sustentabilidade do ano, agora, com uma perspectiva um pouco diferente, falando sobre nossa organização! Confira. 1. Consolidação do corpo institucional. Diante dos desafios do mundo do trabalho ( turnover , volatilidade) a AdC ao longo deste ano foi consolidando e construindo o significado de pertencimento a esse corpo institucional , focamos mais na ideia da cooperação , do trabalhar junto , do pertencer . Ponto fundamental foi a compreensão que o trabalho conjunto é importante ser consolidado e incorporado por todas as áreas, diariamente, desde a governança ao nível operacional, todos entendendo-se enquanto corpo que deve movimentar-se na mesma direção , e percebemos que, diante disso, se constrói com maior integração, compartilhamento, entendendo e destacando o valor do nosso trabalho dia-a-dia com todos aqueles que se relacionam com a organização. Ascender a consciência do fazer parte , se sentir parte , o pertencer que tanto os microempreendedores vivem e relatam . O trabalho realizado foi com objetivo de criar significado nesse processo de pertencimento institucional: integrar foi a palavra da vez , que proporcionou uma visão institucional mais holística e integral. 2. Mudança na estrutura organizacional Institucionalmente fizemos ajustes na estrutura organizacional. Com a reestruturação e desenho de um novo organograma, a partir dos conhecimentos adquiridos - com uma visão estratégica institucional e com o crescimento da área de projetos -, nasceu a necessidade da criação do cargo de Gerente Operacional , com atuação estratégica entre, principalmente, o setor de projetos e o administrativo. Assim, foi possível remanejar as atividades da Coordenação Geral, possibilitando-a a focar mais no desenvolvimento dos aspectos institucionais e estratégicos para a continuidade da captação de recursos da instituição, sejam eles privados ou públicos, nacionais ou internacionais. 3. Capacitações e padronização de processos e aprendizados Na área de projetos realizamos um trabalho contínuo de padronização dos processos , de compreensão da metodologia por todos os coordenadores de projetos e o mapeamento e desenvolvimento pessoal e profissional de cada um. Com a sistematização das potencialidades e dificuldades dos coordenadores trouxemos uma reflexão profunda sobre o que poderia ser melhorado. Tendo como ponto de partida um documento de sistematização das funções dos coordenadores, refletimos conjuntamente sobre habilidades , facilidades e dificuldades , que culminou na capacitação dos coordenadores realizada entre os pares, com objetivo de potencializar e desenvolver cada vez mais o setor de projetos e, consequentemente, nossa instituição. Mantivemos a responsabilidade e o compromisso com o nosso público-alvo , seguimos realizando projetos financiados por diferentes tipos de parceiros , alcançamos metas com muito profissionalismo e competência e demos visibilidade às nossas ações , todos esses elementos que nos ajudaram a entender cada vez mais o valor que temos aqui . Crescemos em números ; materializamos o trabalho em documentos , como o Plano de Comunicação , o Código de Ética e Conduta , a Cartilha LGPD , o Livro de Receitas ProtagonizAqui , o Manual de Tomada de Decisão , o Plano de Negócios e a consolidação da Jornada de Desenvolvimento dos Prestadores de Serviços . Alguns desses, que reúnem elementos que são desenvolvidos desde, pelo menos, 2020. 4. Governança e Voluntariado Além disso, nossa governança permaneceu ativa , por meio de diferentes grupos que apoiam o trabalho da AdC e por meio de voluntários comprometidos e atuantes do mais alto nível , que perceberam o significado para suas vidas em apoiar a AdC e, com isso, apoiar nossos beneficiários, em vista da possibilidade de agir e contribuir para um mundo melhor. 5. Prêmio Impactos Positivos 2023 e Auditoria KPMG Parte dos resultados dessa consolidação do trabalho resultou no reconhecimento e na visibilidade que tivemos através do Prêmio Impactos Positivos 2023 , na categoria Ecossistemas de Impacto – Comunidades. Outro aspecto fundamental que permeia esse reconhecimento e trabalho consolidado neste ano, é termos ganhado a auditoria KPMG pro bono , que para todos nós, é mais um sinal de que os passos estão na direção certa e que podemos seguir confiantes. Encerramos, portanto, esse ano, compreendendo como todo esse processo de conscientização desenvolvido ao longo de 2023, nos ajuda a fortalecer mais nossa ação cotidiana com todas as categorias de stakeholders e, com isso, nossa instituição. Assim, temos clareza para onde queremos remar no próximo ano ! A mensagem que fica é: abrace cada desafio como oportunidade para um novo passo a ser dado firmemente. Este é o caminho para a realização de novas conquistas !

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