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- Aventure-se II – Bastidores de uma campanha visual no metrô
Desde junho deste ano, diversos rostos conhecidos pela Aventura de Construir estampam cartazes expostos nas linhas amarela e lilás do metrô de São Paulo. Trata-se da campanha Aventure-se II, realizada em parceria com a ViaQuatro e ViaMobilidade. Por meio de 10 cartazes diferentes, espalhados por 26 estações, evidenciamos os desafios enfrentados por empreendedores da periferia, que foram identificados por meio de pesquisa que realizamos em parceria com a Catálise Social. E como resposta a esses desafios, apresentamos exemplos positivos de protagonistas atendidos pela AdC e seus negócios. Todos esses cartazes só “ganharam vida”, por meio do trabalho da ON Comunicação, que realizou a impressão, instalação e faz a manutenção das mídias físicas nas estações. Sempre mostrando uma sensibilidade para causas sociais, Marco Antônio Ortega comanda a empresa desde 2000. Conversamos com ele para entender um pouco mais dos bastidores da campanha. Leia mais abaixo! Conta um pouco para nós sobre você e sobre a ON Comunicação… “Meu nome é Marco Antônio Nóbrega Ortega, mas desde 1989 todo mundo me chama de Ortega. Eu comecei adesivando, ou seja, aplicando esse tipo de mídia impressa. Um vizinho meu, chamado José Oliveira Sobrinho, foi dono de uma das maiores agências de publicidade aeroportuária. Em toda a publicidade que tinha em aeroportos na década de 80 ele trabalhou. Então quando eu tinha 17 ou 18 anos, ele me convidou para colar adesivos nos aeroportos. Foi a primeira vez que eu conheci um adesivo de publicidade, que aplicava nos carrinhos de carregamento. Eu comecei fazendo em Guarulhos e Congonhas, depois fui para o Rio, interior de São Paulo e aí já fiz toda a adesivação de Manaus a Porto Alegre, dos principais aeroportos do país. O tempo passou. Comecei a trabalhar numa empresa e a fazer toda comunicação visual dentro de um aeroporto: livraria, cafés, joalheria. E assim me tornei especialista em comunicação visual no segmento de aeroportos. Em 2000, montei minha empresa e tenho ela até hoje. No dia 9 de junho, nós completamos 22 anos. O tempo passou muito rápido. De 2009 para cá, a gente parou com a publicidade aeroportuária. Começamos então a atender o metrô, especificamente as linhas que têm a concessão da CCR. Também atendemos as três rodoviárias: Jabaquara, Tietê e Barra Funda, e alguns shoppings, esporadicamente. Mas o nosso carro-chefe, hoje, são as estações do metrô. As linhas 4-amarela, 5-lilás, 8-diamante e a 9-esmeralda. Sobre as artes que instalamos, 99% dos nossos trabalhos vêm de agências de publicidade. Eles sonham e a gente realiza o sonho deles. Eles criam e a gente faz a impressão, seja no cartaz ou no adesivo, e faz a instalação, manutenção e retirada quando termina a campanha. Além disso, também adesivamos viaturas da Polícia Militar, Civil e da Guarda Municipal. Mas isso é um trabalho social. A gente não cobra para adesivar as viaturas que vêm aqui quase todos os dias.” Como é o trabalho de manutenção das peças e o cuidado para que mantenham a qualidade? “Lá no início em 2009, quando a CCR fez a homologação, eles queriam alguma mídia que tivessem um tipo de antivandalismo. Se você reparar nos aeroportos, shoppings e rodoviárias, eles não tem uma proteção de laminação. Mas normalmente onde tem alto fluxo de pessoas, sempre existe um índice de pequenos vandalismos. O pessoal faz um rostinho, uma carinha, uma pichação. No nosso caso, a gente conseguiu eliminar 99% do vandalismo. Hoje, nos cartazes, a gente usa a impressão no papel e o laminamos, fazemos tipo uma plastificação nele. Sem isso, se o pessoal de limpeza do próprio metrô passar um paninho, um abrasivo, vai manchar o cartaz. Já com o sistema que a gente usa, o cara tá pichando em cima da laminação, aí pode tirar com um pano e água, na maioria das vezes. Isso fez com que o índice de vandalismo dessas pichações na linha da CCR chegasse a quase zero. Por isso, a nossa manutenção é só quando não se consegue limpar, aí fazemos a substituição. Mas a vistoria é feita praticamente diariamente, ou um dia sim e um dia não.” E quais são os tipos de campanha realizadas por vocês? “Falando da CCR, tem a publicidade privada, que é o carro-chefe deles, que tem mais anunciantes. São grandes companhias, como seguradoras, bancos, automóveis e lançamento de filmes. Tem também a publicidade institucional da própria ViaMobilidade e ViaQuatro, que são campanhas de conscientização como ‘não corra’, ‘segure no corrimão’, ‘deixe a esquerda livre’ etc. São essas campanhas institucionais para reforçar a própria comunicação interna da operadora. E tem essas outras campanhas que são da área social, como campanha do câncer, da AACD, da GRAACC. Instalamos recentemente uma campanha da ONU contra violência à mulher, e também a campanha da Aventura de Construir.” Fale mais sobre a campanha Aventure-se. Como é o processo de impressão dela? “Os cartazes da Aventura de Construir foram produzidos com uma tecnologia que temos aqui de última geração. Nós temos uma plotter de impressão da Canon que tem um apelo ecológico muito bacana. A tinta, chamada UVgel, não agride o meio ambiente, é uma tinta ecologicamente correta por não ser solvente. Trata-se de uma tinta à base de água com secagem UV, tecnologia que só a Canon tem hoje no mundo. Com isso tivemos um ganho de qualidade, com uma diferença brutal da tecnologia que tínhamos anteriormente. Então a gente imprime com um apelo ecológico, em um papel ecologicamente correto e depois realizamos um descarte apropriado.” A ON Comunicação também realizou a impressão e instalação do projeto Aventure-se, realizado em 2021. Desde então, Ortega e sua equipe demonstram prestatividade com a causa social da Aventura de Construir. Por isso, perguntamos sobre a relação da empresa com campanhas sociais. “Sabemos separar muito bem aqui o que é campanha privada – uma campanha de marketing e publicidade que tem bastante dinheiro – e campanhas sociais, nas quais se você não estiver empenhado em ajudar, muitas vezes não acontecem por falta de verba. Então sabendo que é uma campanha social, tentamos fazer de tudo para que dê certo. A gente tem bons olhos para esse lado social. Temos esse tipo de comportamento porque eu aprendi isso. Tive a sorte de trabalhar com outros empresários, quando eu era funcionário, e eles tinham essa visão de ajudar e valorizar as pessoas e os trabalhos sociais.” E sobre o trabalho da AdC, de acompanhamento aos empreendedores da periferia, o que você acha? “É uma oportunidade para pequenos e médios empresários, para fazer com que tenham novos profissionais por aí. Tem muita gente de talento que não têm oportunidade. Como o programa The Voice, em que muitos só são descobertos por ganhar uma oportunidade, um empreendedor pode ter talento mas não conseguir se destacar se não tiver uma ajuda. A maioria das pessoas que querem oportunidade não desperdiçam, acabam deslanchando quando recebem. Tem vários casos de sucesso por aí. Acho esse trabalho muito importante e muito bacana para todo mundo, para o país, para a sociedade e para o futuro. Eu vejo com bons olhos esse trabalho e vou reparar na campanha quando passar nas estações. Por fim, fico feliz por vocês quererem escutar a gente, é a primeira vez que damos uma entrevista assim, e ainda sobre um trabalho tão maravilhoso como o de vocês.”
- Do encontro nasce o novo
A Jornada de Sustentabilidade de julho compartilha a experiência que a Aventura de Construir (AdC) teve durante esse mês realizando visitas presenciais aos empreendedores de dois projetos: ProtagonizAqui e Realidade Empreendedora III. Confira abaixo como foi! ProtagonizaAqui A primeira visita foi um pouco diferente das convencionais realizadas pela AdC, mas o objetivo foi muito especial: entregar chips de pacotes de dados (internet 3G) para participantes do curso “ProtagonizAqui – Aprendendo a Empreender”, realizado em parceira com a Missão Paz e Casa Venezuela a partir do financiamento do Inter-American Foundation (IAF). O curso tem como público alvo a população de migrantes venezuelanos, que moram há pelo menos um ano na cidade de São Paulo, e apresenta 4 etapas: 1. Formação Humano Integral 2. Formação em Culinária Tradicional Venezuelana e Brasileira 3.Testes Vocacionais/Orientação Profissional com Psicólogos 4.A – Trilha do Empreendedorismo ou 4B – Trilha do “Mercado da Culinária” Na 4ª etapa, na trilha do empreendedorismo, será realizado um edital onde os melhores planos de negócios serão premiados em edital de Capital para investimento inicial de pequenos negócios, com até U$1000. Para saber mais deste projeto, basta clicar aqui para a 1ª referência, ou aqui, para a 2ª. Mas e a visita? A entrega dos chips foi realizada na Missão Paz. A oportunidade de conhecer participantes, ainda que não todos, de um curso que começou e será majoritariamente realizado na modalidade online foi um momento impactante para AdC e para eles! Organização da entrega dos chips na Missão Paz. Para identificar aqueles que precisavam de acesso estável e regular à internet para permanecer no curso foi realizada uma pesquisa interna sobre as condições dos participantes com apoio da Missão Paz, que possui uma vasta experiência com este público, e uma análise por parte da equipe AdC, da frequência e empenho do público, acompanhando de perto a forma como se colocavam presentes nas atividades. Na oportunidade, a equipe pôde conhecer 30 participantes, e não só! Muitas pessoas se sentiram à vontade para levarem também integrantes da família, como filhos, cônjuges e irmãos. Para além dos temas mais técnicos pertinentes à atividade em si e também às aulas, os diálogos encontraram outros caminhos: falar da rotina, família, dificuldades e vontades… Lenin Garcia e Gema Blacmann aguardando a retirada dos chips. Uma das presentes era uma participante que apresentava muita dificuldade em compreender as atividades propostas por conta do idioma, mas também por outros fatores. E por mais que a equipe criasse meios para ajudá-la, parecia não ser suficiente. Na ocasião, ela estava acompanhada do marido, que compartilhou que sempre participava com ela, para ajudá-la. No momento em que todos se encontram, algo parecia estranho, como uma desconfiança por parte dela, mas aos poucos, a conversa foi ganhando forma e fortalecendo o vínculo. A equipe AdC teve a oportunidade de entender mais profundamente a realidade daquela mulher e de seu esposo, e assim, definir ações mais concretas que respondessem a sua necessidade. Ela, por sua vez, saiu mais confiante naquelas pessoas e talvez, até nela mesma. O dia foi repleto de momentos para sentir e perceber diversas nuances: diferentes entonações de voz, a altura das pessoas, o foco do olhar na conversa simples, e tantos outros elementos físicos e corpóreos, mas também emocionais, que efetivamente fortalecem a ligação entre participantes e Instituição, entre professores/tutores e alunos/turma, entre pessoas independente de posição ou origem. Maria Diaz e Jangly Carmona testando os chips recebidos. E depois? Durante as aulas subsequentes da entrega na Missão Paz foi possível verificar um aumento de comprometimento daqueles que receberam os chips e não só deles…A equipe pôde perceber um aumento do engajamento da turma como um todo, pois, aqueles que se conheceram contaram aos demais. A fraternidade e o sentimento de pertencimento existente entre as comunidades migrantes foi também compartilhado com a equipe da AdC. Bruno Athanasio (AdC) junto a o casal Angel Andrade e Rosibel Milano na entrega dos chips Voltar para o online depois deste acontecimento poderia até ser encarado como algo ruim, mas não foi.É preciso aproveitar a potencialidade de cada situação.O remoto possibilita conexões múltiplas e promove acessos, ao passo que, o contato direto cria e fortalece o sentimento de compromisso com o outro. Estes mundos são complementares e se retroalimentam para atingir o objetivo maior: unir pessoas para crescerem juntos. Lenin Garcia e Bruno Athnasio (AdC) celebrando o encontro. Em breve, o projeto terá uma etapa majoritariamente presencial e contará com a presença do grande Chef venezuelano Sumito Estevez, e contaremos as novidades! Realidade Empreendedora III O projeto Realidade Empreendedora III, financiado pelo Instituto SYN, apresenta como objetivo garantir uma continuidade para os participantes das versões anteriores, além de expandir para novos microempreendedores periféricos a formação humana integral e financeira, habilitando-os, com ênfase na prática, para gerir negócios de modo cada vez mais autônomo e protagonista e obter como resultado um impacto social positivo nos territórios de origem, sobretudo no entorno do Tietê Plaza Shopping. O dia estava ensolarado! E o encontro começou logo cedo para dar tempo de realizar todas as visitas combinadas. O primeiro encontro começou na casa de Thainá Barqueta, em Santana do Parnaíba. Ela recebeu a equipe com um bolo de fubá e café, estava com seu esposo e neném no colo, cena típica de muitas assessorias online. A empreendedora trabalha na casa de seu pai, logo ao lado, onde vende produtos de papelaria personalizados, como cadernos personalizados e canecas com estampas.Em 2021 tentou realizar o curso Realidade Empreendedora II, mas não conseguiu se dedicar por conta da gravidez. Neste ano, participou de todas as aulas, sempre muito ativa e empenhada. Thainá exibindo suas produções! Thainá disse que estava ansiosa para o encontro, e preparou até quatro da manhã, blocos de notas com a inicial de cada um da equipe, além de algumas canecas personalizadas com os nossos nomes. Para conferir os produtos dela na rede, basta clicar aqui. Depois a equipe foi levada para um momento de extrema fofura! Assistir Pamella Roberta dar banho no Luke, cachorro cliente fiel do pet shop Operação Pet, no Jardim Ondina. Claro que esta cena é fofa, mas o que chamou atenção mesmo foi o cuidado da empreendedora com o pet: ela sabia explicar todas as etapas do banho e enfatizou a importância de usar produtos de qualidade. Luke recebendo todo cuidado e dedicação de Pamella. Cada vez mais próximo do entorno do shopping Tietê Plaza, chegou o momento de conhecer Diego Barbosa, dono da Okê Aventura, uma agência de turismo ecológico (acesse o site neste link). Primeiro a equipe conheceu a casa e escritório de Diego, ele apresentou sua companheira, que o ajuda no empreendimento, e mostrou alguns vídeos editados de suas viagens, fez um café e levou todos para o Parque Cidade de Toronto. Mas fazer o que no parque? Ora, o empreendedor, que estava vestido, como ele mesmo disse “de trilheiro”, queria que a equipe AdC experimentasse uma sensação parecida com a que ele e a natureza proporcionam aos seus clientes. Diego ensinou a turma da AdC a montar uma barraca, com muita didática, diversão e paixão por aquilo que é seu ofício. Diego contemplando a natureza! A equipe presenciou um belíssimo pôr sol no parque, respirou fundo e embarcou pra última visita na Associação Comercial de São Paulo, onde estava acontecendo uma feira de empreendedorismo. A visita foi para conhecer e prestigiar Elisiane Fachim, dona da Doce lembrança artesanato. A alegria em finalizar uma compra e deixar a cliente satisfeita! A empreendedora estava expondo suas peças belíssimas, resultado do seu empenho e cuidado na produção. Como consequência, o seu stand era um dos mais cheios. E a maioria dos potenciais clientes efetuaram suas compras no momento em que a equipe estava lá. Stand belíssimo e cores vibrantes do Doce lembrança artesanato. No carro, de volta para Lapa de Baixo, o conversa entre a equipe era uma mistura de satisfação, alegria e novas idéias para pensar em ações concretas para fortalecer aqueles empreendedores tão dedicados. Para saber o que os empreendedores acharam destas visitas, clique aqui para conferir o vídeo realizado pela equipe de Comunicação! Uma breve reflexão Com essas visitas que ocorreram no mês de julho, se torna evidente a importância de ter esses momentos presenciais. Com o advento da pandemia, o mundo online se tornou necessário, e com ele vieram novos aprendizados e novas possibilidades. Podemos chegar mais longe no território e expandir nossa atuação junto aos empreendedores de todo Brasil. Contudo, os momentos presenciais, onde podemos sentir o calor do outro, onde podemos ler suas expressões e conhecer cada um sem o frio de uma tela mediando, nos possibilita entender as necessidades, os desafios e sonhos de cada um de modo mais potente. Silvia Caironi (AdC) e Diego experimentando caminhos no Parque Toronto. A AdC deixa registrada também a gratidão imensa por todos empreendedores, que nos recebem sempre de portas abertas, mas também com coração e mente abertos – deixando que conheçam cada vez mais suas realidades. A realidade se mostra, e a equipe da AdC permanece atenta! Por isso, no próximo mês seguiremos com as visitas: vamos contar de dois momentos com os participantes do projeto Lamberti Transforma II e um novo encontro com os da Realidade Empreendedora. #Empreendedores #visitas #assessoria #Empreendedorismo #migrante #presencial #Projetosocial #venezuelanos #Microempreendedores
- Data storytelling: a importância da utilização de dados para sustentação de uma campanha
Continuando o conteúdo sobre storytelling, em mais uma produção realizada a partir da parceria com a Agência Experimental Benjamin, da FECAP, o Blog AdC desta semana traz o artigo “Data storytelling: a importância da utilização de dados para sustentação de uma campanha“, produzido pela estudante de Relações Públicas Anna Longo, com supervisão da professora Paula Barros. Confira abaixo! Por Anna Longo Data Storytelling: O que é? Um dos braços do storytelling, o data storytelling, é uma maneira eficiente de passar uma informação através de dados específicos, permitindo que o receptor entenda a mensagem ou raciocínio a ser passado. O objetivo é construir uma narrativa e gerar empatia com uma marca ou instituição. Aplicando o data storytelling O data storytelling vem para dar um olhar mais humano e facilitar o entendimento com os números buscando fazer a tradução e “conexão de mundos”, melhorando, desta forma, a comunicação entre marcas e públicos. Entendendo a importância de traduzir os dados para que eles alcancem o público-alvo, um ponto de grande atenção na aplicação do data storytelling é o tempo. Observar a quantidade de tempo disponível para fazer o receptor perceber e entender a mensagem é extremamente importante para que o conteúdo não passe despercebido e também não seja maçante. Utilizando como exemplo os cartazes do projeto Aventure-se II, que estão expostos nas linhas do metrô de São Paulo, é fácil ilustrar que o conteúdo ali exposto busca alcançar pessoas que estão em trânsito e muitas vezes distraídas e, por esse motivo, devem ser sucintos e atrativos. Para contribuir ainda mais com conteúdos que sejam de fato atrativos, a utilização de imagens e números com a formatação correta são essenciais para uma boa visualização das pessoas que estão transitando. No caso do exemplo citado, pode-se perceber que o uso de tal estratégia gera uma maior compreensão e quem sabe maior interesse dos receptores da mensagem em buscar mais informações sobre o que é proposto no projeto. E, cabe à marca, proporcionar o restante do conteúdo de outra forma, como QR codes que direcionam o leitor para o conteúdo na íntegra. Por fim, frisamos que além de ser de extrema validez se importar com a forma que o conteúdo está sendo passado é fundamental sempre estar atento para que os dados não sejam distorcidos. O compromisso com a verdade deve sempre ser mantido para que a credibilidade da marca ou empresa não seja ameaçada. Qual é a importância dos dados para sustentar uma intervenção como o projeto Aventure-se II? Após entender um pouco mais sobre o data storytelling e sua importância para construir a narrativa das marcas e instituições que possuem os dados como principal fonte de comunicação com o seu público, é possível conceber que ao utilizar números para divulgar o projeto Aventure-se II, a ONG Aventura de Construir entende o impacto que pode causar na decisão de um possível investidor e de um empreendedor interessado em participar do projeto já que ambos recebem valores consolidados e retorno visual das ações realizadas. Mas as decisões de ambos os públicos impactados não aconteceriam se os números fossem vagas informações soltas e sem contexto, distribuídas em um lugar desconexo e sem chance de alcançar as pessoas destinadas. Por esse motivo, a união dos dados com o storytelling, ou seja, com a criação de identificação e empatia do público com o conteúdo, é capaz de trazer resultados muito mais eficientes a longo prazo. Supervisionado pela Profª Paula Franchischelli. #campanha #Empreendedorismo #Microempreendedores #storytelling
- A construção conjunta do projeto “ProtagonizAqui”
O projeto “ProtagonizAqui”, realizado pela Aventura de Contruir (AdC) em parceria com a Missão Paz, Casa Venezuelana e IAF (Inter – American Foundation), tem como público migrantes, que morem há pelo menos um ano na cidade de São Paulo, para que eles possam ser inseridos de maneira digna na sociedade brasileira, visando sua inclusão produtiva e emancipação e fortalecendo o protagonismo dessas pessoas. Pode conhecer mais do projeto e dos participantes aqui. Segundo o Relatório Anual do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), no Brasil, em 2019, existiam mais de 1 milhão de imigrantes e apenas 147,7 mil possuíam carteira de trabalho assinada. Para que a trajetória de alguns deles cruzasse com a realização do projeto, viu-se necessário a parceria entre as instituições que promovem o primeiro acolhimento a esses grupos de pessoas que chegam ao Brasil e os direcionam para uma estabilidade, como a Missão Paz. A partir dessa parceria, realizamos uma entrevista com o Padre Paolo Parise, coordenador da Missão Paz e diretor do Centro de Estudos Migratórios, para aprofundar sobre a realização e importância do projeto. Confira abaixo! AdC: O que faz a Missão Paz? Padre Paolo Parise: É um centro integrado, onde oferecemos uma casa de acolhida para aqueles que chegam na cidade de São Paulo e depois temos uma série de serviços para os que estão na casa ou possuem outra moradia. Como apoio na regulamentação da documentação, temos também assistentes sociais para que eles os auxiliem a correr atrás de seus direitos, depois temos a parte de saúde, cursos, aulas de português e além de tudo isso, tem espaço para as coletividades se encontrarem e realizarem eventos das suas culturas de origem. AdC: Qual é o papel da Instituição no projeto? Padre Paolo Parise: Colocar em contato com o público destinado ao projeto para realizar a mediação com aqueles que estão interessados. A proposta foi se ajustando com conversas para oferecer essas capacitações, onde não é somente um curso técnico, mas um curso que está preocupado com a formação humana das pessoas que participam. O diálogo foi importante para definir o público, que inicialmente era apenas de venezuelanos. Também acho interessante que o projeto realiza a identificação daqueles que estão mais voltados para a área do empreendedorismo ou para o mercado de trabalho. AdC: Qual é a importância de projetos como esse para a integração dos imigrantes no Brasil? Padre Paolo Parise: Quando o imigrante chega a uma nova realidade enfrenta uma série de desafios, um é o documental, outro é aprender o idioma e a cultura e o terceiro é a inserção laboral. Então o trabalho é uma das principais preocupações e a proposta da Aventura de Construir vai ao encontro disso, tentar encontrar potenciais formas para responder a necessidade de encontrar um trabalho. AdC: O que você vê como evolução durante esses anos com a Jornada do Imigrante? Padre Paolo Parise: O que mais se pode ver resulta, é no estudo da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), que todos os anos apresenta uma análise sobre tendências globais na migração. AdC: O que devemos levar em conta com relação a essas pessoas, principalmente, para nós que trabalhamos neste projeto? Padre Paolo Parise: Não generalizar quando se fala de imigrantes, prestar atenção em cada um e lembrar que cada um tem sua construção social, são pessoas. AdC: Serve celebrar as datas comemorativas em relação a essas jornadas? Padre Paolo Parise: Tem sentido se tem um processo de atuação, se não, vira apenas uma data no calendário. As datas servem para celebrar e conectar aquelas pessoas e instituições que já estão fazendo algo ou então um alerta para aquelas que ainda não fazem nada. AdC: No seu trabalho você aprendeu mais a tratar com essas pessoas nas experiências pessoais ou com pesquisas e dados apresentados? Padre Paolo Parise: Nas experiências pessoais, atuando do micro para o macro. Como primeira atenção precisa ouvir e olhar para a pessoa, entender que carrega suas necessidades e a partir disso realizar o trabalho. O projeto, que iniciou em maio, tem duração até março de 2023 e ainda está aceitando participantes. Andamos juntos para construir o protagonismo inclusivo também com estes novos “brasileiros”, que compartilham suas vidas conosco! Se interessou pelo projeto ProtagonizAqui? Inscreva-se abaixo! #Empreendedores #Educação #migrantes #Projetosocial #Imigrantes #Microempreendedores
- Programa gratuito de formação de jovens abre mais de 200 vagas em São Paulo
O programa Habilidades para o Futuro, do Instituto Aliança, está com inscrições abertas para jovens de 17 a 24 anos, da capital paulista e região metropolitana de São Paulo. Gratuito, com aulas presenciais e online neste segundo semestre, o curso visa desenvolver competências socioemocionais, digitais e técnicas, com foco na área de Seguros e Previdência, preparando a todos para o mercado de trabalho ou diferenciando essa população em processos seletivos. Leia mais abaixo! As aulas têm início em agosto e os participantes receberão tablet para uso durante o período de formação, uniforme, lanche e apoio financeiro para transporte, além de contar com acesso à Internet. Ao final, haverá certificação emitida pela Universidade Estadual do Ceará, como Curso de Extensão, e os jovens serão encaminhados às empresas parceiras. As pré-inscrições vão até 25 de julho e são mais de 200 vagas para São Paulo e região metropolitana. As atividades presenciais, na capital paulista, ocorrem na Escola Estadual Rodrigues Alves (turno da manhã – Av. Paulista, 227, Bela Vista) e no Instituto Singularidades (turno da tarde – R. Cincinato Braga, 338, Bela Vista), ambos próximos ao Metrô Brigadeiro. O programa conta com oportunidades também em Recife (PE) e Salvador (BA) e, para fazer sua pré-inscrição em qualquer das localidades e saber mais, acesse https://programahabilidades.com.br/. Importante destacar que os jovens devem estar cursando – ou ter concluído – o 3º ano do Ensino Médio na rede pública de ensino. Trata-se de iniciativa latino-americana coordenada pela Fundação Forge e financiada no Brasil pelo Zurich Santander e pelo Instituto Credit Suisse Hedging Griffo, com a parceria técnica do Instituto Aliança. As parcerias locais são o Instituto Singularidades, em São Paulo; a Fundação Gregório de Mattos, a Prefeitura de Salvador, o Espaço Cultural Boca de Brasa e o Protagoniza Jovem, em Salvador; e a Prefeitura de Recife e o Compaz Eduardo Campos, em Recife. “É comum os jovens apontarem como obstáculo na conquista das primeiras contratações no mercado de trabalho a falta de oportunidades para incrementar seus currículos. O programa vai além nessa questão, oferecendo teoria e prática em conteúdos específicos, capacitando esses novos profissionais, e contribuindo para a inserção qualificada nas empresas”, ressalta Lucilli Parolini, coordenadora pedagógica da iniciativa. “Mas o curso não se limita a um só segmento e os participantes desenvolvem, durante as aulas, habilidades que podem fazer a diferença no início de qualquer carreira escolhida pelo jovem”, acrescenta. Importante salientar que a taxa de inserção desses participantes do programa no mercado de trabalho chega a 70%. Fundado em janeiro de 2002, o Instituto Aliança é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), que visa educar pessoas, organizações e comunidades para o desenvolvimento humano sustentável. O Instituto já contribuiu para a formação de mais de 670 mil pessoas, beneficiando crianças, adolescentes, jovens, mulheres, famílias, educadores, profissionais e refugiados, entre outros, com o apoio de diversos financiadores, entre órgãos internacionais, iniciativa privada e órgãos governamentais. No Brasil, já atuou em diversos Estados e vários países. Atualmente, coordena iniciativas como o Programa Habilidades do Futuro, o Programa Com Domínio Digital, a Escola Social do Varejo e o Programa Redes para o Futuro. Saiba mais em http://www.institutoalianca.org.br/.
- Conclusão do Projeto Novos Horizontes
No primeiro semestre de 2022, a Aventura de Construir realizou o projeto Novos Horizontes, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Paulo, concluído no mês de maio. Totalmente gratuito e com atividades online e presenciais, foi destinado principalmente para moradores de São Paulo, pessoas que não tiveram uma renda formal nos meses anteriores às inscrições, e que fazem parte de uma família de 4 ou mais pessoas. Aprendendo sobre temas como educação financeira, plano de negócios, competências socioemocionais para o desenvolvimento pessoal e profissional, formatação de currículo e redes de oportunidades, os participantes somaram 241 presenças em capacitações e 125 participações em assessorias. Leia mais abaixo e assista o vídeo com depoimento dos participantes! Ao analisar os objetivos específicos com base nos resultados obtidos, conseguimos visualizar os impactos sob uma perspectiva que, por vezes, é difícil mensurar através somente dos números. A exemplo, uma empreendedora que teve como conquista terminar o curso, comentando que “nunca havia terminado algo que tinha começado em sua vida”. Em muitos momentos, ela pensou em desistir, mas com o apoio da equipe AdC e a abertura e persistência da empreendedora, foi possível este enorme passo protagonista. Sendo assim, os objetivos específicos alcançados são: Capacitação e assessoramento a adultos de baixa renda com metodologia própria da AdC – possibilitando um espaço seguro de aprendizado capaz de fomentar o protagonismo dos participantes e fortalecer a autoestima dos participantes. Promoção de um futuro sustentável, com poder de decisão individual e melhor qualidade de vida. Democratização do acesso à oportunidades de formação e ao conhecimento para obter renda; Expansão das perspectivas do público beneficiário sobre caminhos possíveis para obter renda; Promoção e fortalecimento de redes de colaboração entre os microempreendedores. No início do projeto, muitos compartilhavam a certeza de que não iriam conseguir acompanhar os conteúdos por diversos motivos, como insegurança e falta de conhecimento prévio. Ao término, foi possível perceber uma mudança e ampliação da perspectiva sobre si mesmo: entendendo que sim, podem existir desafios, mas é possível superá-las com conhecimento, planejamento e apoio. Foi possível perceber no público certa timidez em pedir ajuda ou buscar apoio e todas as atividades do projeto incentivaram estas atitudes como sinônimo de coragem, e não de fraqueza. Para além dos vínculos criados durante as capacitações e assessorias, a equipe se fez atenta para compartilhar novas oportunidades de cursos na AdC, que poderiam ampliar ainda mais as perspectivas e fortalecer o conhecimento. Sobre os participantes do projeto: 86% estavam sem renda formal nos últimos 3 meses que antecederam as inscrições (fev/2022) 79% apresenta família com mais de 4 pessoas; 57% apresenta alguém da família que recebe menos de R$550,00 por mês; 98% possui de 25 a 55 anos, 86% é da cidade de São Paulo; 100% são mulheres; 64% possui um pequeno empreendimento. Atualmente, cerca de 40% dos formados estão frequentando o curso de empreendedorismo “Realidade Empreendedora III” e os outros que não conseguiram, também foram incluídos na rede “Avante Empreendedor”. Nada melhor do que perguntar para os próprios participantes as dificuldades encontradas nesta caminhada. E será que eles saíram com novos horizontes dessa jornada? Para saber, assista o vídeo abaixo! #Educação #Empreendedorismo #Microempreendedores #Projeto
- Storytelling: como uma boa história pode agregar valor e inspirar pessoas
Em mais uma produção realizada a partir da parceria com a Agência Experimental Benjamin, da FECAP, o Blog AdC desta semana traz o artigo “Storytelling: como uma boa história pode agregar valor e inspirar pessoas“, produzido pelas estudantes de Relações Públicas Anna Longo e Bruna Ferreira, com supervisão da professora Paula Barros. Confira abaixo! Por Bruna Ferreira e Anna Longo No último texto, abordamos os diferentes tipos de mídias sociais e exemplificamos como aproveitar a especificidade de cada uma de forma a gerar retorno positivo ao seu negócio. Já no texto deste mês, falaremos sobre uma técnica que, se bem aplicada em todo o conteúdo produzido nas mídias, pode refletir diretamente em sua empresa: o storytelling. Você já ouviu falar nessa técnica? Sabe como funciona, e porque é tão eficaz na humanização de uma empresa, ou ainda, para aproximar financiadores e stakeholders de uma ONG da realidade que estão apoiando? Acompanhe para entender um pouco mais e conhecer exemplos reais de como histórias podem servir de inspiração para outras pessoas. Mas afinal, o que é Storytelling? Também chamado de “a arte de contar histórias”, o storytelling é uma técnica narrativa que pode ser usada em diversos formatos de comunicação: seja um texto, uma palestra, um vídeo institucional, entre outros. Em sua estrutura básica, a técnica tem o objetivo de contar uma história que possui começo, meio e fim, personagens bem definidos, situados em um espaço e tempo, que viverão situações de conflito, clímax e então terão um desfecho que traz uma mensagem inspiradora que envolve, agrega informações úteis e traz sensações que ficarão marcadas na memória da audiência. E para que serve? Thais Mara, ex-diretora criativa do YouPix, classifica que o storytelling serve para humanizar a empresa, buscando trazer a identificação e empatia do público com a instituição. Um bom storytelling sempre causará sentimentos, passará uma mensagem inspiradora e proporcionará mudanças naqueles que foram impactados pela narrativa, além de oferecer informações úteis e verídicas a aqueles que a estão consumindo. O storytelling nunca terá o objetivo final de incentivar uma venda ou o consumo de determinado produto ou serviço, mas sim de servir de estratégia para aumentar a relevância de uma marca. Porém, se alinhado com outras estratégias persuasivas ligadas à venda, o storytelling pode oferecer apoio para que o consumidor venha a preferir a marca no momento de escolha de compra. Isso acontece quando a marca aposta em uma história bem contada que fica marcada na mente da audiência. Como estruturar e aplicar um bom storytelling para sua empresa Para escrever um bom storytelling é necessário ter em mente qual será o objetivo a ser alcançado com a narrativa contada, para qual público a história será destinada, qual será o conteúdo tratado dentro da história, como ela será narrada e por quais meios ela será contada e reproduzida. 1. Definindo objetivos e intenções: Tenha sempre em mente que o storytelling é responsável por gerar emoções boas ou ruins em quem está consumindo o conteúdo. Quais sentimentos serão exaltados e trazidos à tona em sua história? Angústia, felicidade, comoção, medo… Preocupe-se em seguir uma sequência argumentativa que irá embasar e provar os seus pontos de vista. 2. Definindo o público: Entender qual é o seu público-alvo é um facilitador para saber por qual meio a história será contada, qual linguagem será utilizada e de que forma a mensagem será passada. 3. Definindo o conteúdo: Após os passos anteriores, é necessário escolher e planejar o conteúdo a ser desenvolvido. Tenha em mente que focar nas partes que possuam mais relevância e mostrar o desenvolvimento do personagem juntamente da história é importante, mas focar só na parte boa não vai causar comoção e empatia nas pessoas. Assim, é de extrema importância que a trajetória tortuosa, as dificuldades e desafios sejam explorados de maneira a atrair e criar conexões com o espectador. 4. Como a história será narrada e por onde será reproduzida? Tendo o conteúdo já definido, é importante ter sempre em vista a visão de mundo de seu interlocutor, já que é possível seguir diversos caminhos ao utilizar o storytelling. A atenção sobre qual meio de reprodução do conteúdo será utilizado é importante para ajudar a construir esse tom de voz que a narrativa precisa e deve ser trabalhado junto com a definição do público alvo. Não esqueça: O storytelling pode ser trabalhado desde em um powerpoint a uma super-produção audiovisual, mas analise sempre por onde e qual será o método mais fácil de alcançar o seu público-alvo, e o mais importante: a história pode ser produzida, mas nunca mentirosa ou inventada. E como aplicar o storytelling no dia a dia? De nada adianta saber todos os tópicos anteriormente mencionados se os seus olhos não estão “treinados” para enxergar uma boa história no dia a dia. Para criar um bom storytelling tendo como inspiração atividades corriqueiras, tente enxergar as instituições com mais sensibilidade e entenda que todas as empresas são constituídas por pessoas que passaram por grandes desafios e experiências ricas em sua jornada. Então por que não se inspirar nessas histórias? Atribua sempre um olhar humanizado para com as pessoas à sua volta e tenha os ouvidos apurados para entender se é possível adaptar essas experiências em uma história que gere identificação. O Projeto Aventure-se II como exemplo da utilização do Storytelling para inspirar outras pessoas A ONG Aventura de Construir é um exemplo de instituição que durante esses anos de atuação junto ao microempreendedor pôde acompanhar histórias de pessoas reais, cheias de desafios, mas também de conquistas. Tendo o olhar apurado para enxergar essas experiências como fonte de inspiração, a ONG apresenta o Projeto Aventure-se II que tem como principal objetivo divulgar exemplos positivos de pessoas que se tornam protagonistas em seus negócios, além de difundir a importância da formação para o empreendedorismo na periferia. Em cartazes espalhados por estações das linhas amarela e lilás do metrô de São Paulo, são apresentadas imagens de empreendedores que são atendidos pela ONG, onde são acompanhados humanamente e orientados tecnicamente, Nas artes expostas também estão histórias de dificuldades e exemplos positivos de quem conseguiu se sustentar e crescer. O QR Code disponibilizado em cada cartaz leva o leitor a conhecer mais sobre essas histórias e aprofundar a jornada dessas pessoas, além de levá-lo a conhecer os serviços oferecidos pela AdC. A ação mencionada é a pura materialização do conceito de storytelling abordado no artigo e realizado com o suporte de várias tecnologias. É notável como as experiências de pessoas reais foram vistas com o olhar atento de quem entende que a história mais valiosa de ser contada é aquela que traz a realidade das pessoas, as dificuldades, mas também as reviravoltas e casos de sucesso, que por fim podem servir como fonte de inspiração e que agrega valor tanto para a instituição como para a sociedade. Supervisionado pela Profª Paula Franchischelli.
- Projeto ProtagonizAqui e os migrantes protagonistas
Em maio, a Aventura de Construir iniciou o Projeto “ProtagonizAqui – Aprendendo a Empreender”, focado nos migrantes e refugiados venezuelanos e latino-americanos que vivem na cidade de São Paulo, em parceria com a Missão Paz, Casa Venezuelana e IAF (Inter – American Foundation). O projeto, que atualmente conta com 79 participantes, sendo 85% venezuelanos e os demais de outras nacionalidades, tem o intuito de fornecer condições de formação e conhecimento prático na área do empreendedorismo e do mercado de trabalho. O objetivo é que os migrantes possam ser inseridos de maneira digna na sociedade brasileira, visando sua inclusão produtiva e emancipação, gerando o protagonismo desses indivíduos. Em especial, no mês de junho, que se comemora a semana do migrante e o dia do refugiado, conversamos com três migrantes participantes do projeto sobre suas experiências de vida, projetos e expectativas dentro e fora do ProtagonizAqui. Além disso, entrevistamos o Padre Paolo Parise, coordenador da Missão Paz e diretor do Centro de Estudos Migratórios, sobre a importância do projeto e de datas como essa. Para o Padre Paolo Parise, que atua na Missão Paz desde 2010 com o suporte básico para migrantes e refugiados, projetos como o ProtagonizAqui carregam uma importância muito grande, pois integram a ajuda das necessidades básicas de sobrevivência para esses indivíduos, uma delas, o trabalho. O projeto da Aventura de Construir auxilia a se deparar com formas e potenciais para encontrar um emprego, viabilizando-os a manterem uma renda. Ele ainda ressalta que as datas, por um lado, se tornam importantes quando possuem um processo de atuação e, por outro, servem de alerta para o conhecimento e movimentação da causa. Movimento que para Jesús Aponte, um dos participantes venezuelanos do projeto, que veio para o Brasil na tentativa de aprimorar seus estudos em teologia e está aqui há dois anos, é importante para a imersão dos migrantes na cultura brasileira. Hoje, ele trabalha com hotelaria e turismo e comenta como essa experiência com o público aumentou o seu desejo, que além de trazer a mãe para morar no Brasil, é de abrir um negócio onde as pessoas possam vivenciar a experiência da cultura venezuelana. Ele acrescenta que “as pessoas que chegam de outros países, já chegam em desvantagem em relação aos nativos, pois muitas vezes não possuem documentação, não falam a língua e o projeto está ajudando que todos os participantes tenham um pouco menos de desvantagens na tentativa de alcançar seus sonhos”. Como Estefanía Sequera, venezuelana de 38 anos, participante do programa que já morou na Bolívia, no Peru e atualmente mora no Brasil, há um ano, com sua mãe e dois filhos. Ela já trabalhou como maquiadora e consultora de beleza, mas fala que sua grande paixão é pela cozinha e foi através dessa paixão que ela conheceu o projeto pela Missão Paz. Estefanía comenta que, de início, se inscreveu no projeto imaginando apenas que era um curso de culinária, já que o seu grande desejo é abrir um restaurante no Brasil e lançar um livro sobre a utilização da AirFryer, mas com o andamento, verificou que era mais do que isso e ressalta que o projeto ensina a ser um profissional completo, tanto para aqueles que querem empreender, quanto para aqueles que querem se inserir no mercado de trabalho, trazendo uma visão geral dos negócios e todas as etapas necessárias para iniciar um empreendimento, construindo uma base para seus sonhos. Já Manuel Molina, peruano que está no Brasil há 3 anos e mais um participante do projeto, comenta que também veio para o Brasil na tentativa de aprimorar seus estudos. Formado em Engenharia no Peru, ele veio para o Brasil fazer um mestrado, mas a pandemia inviabilizou essa possibilidade e hoje ele atua como um “faz tudo”. Manuel comenta que sempre busca realizar capacitações para aperfeiçoar seus conhecimentos e conta que já viajou por muitos lugares, mas que dessa vez, viu no projeto uma grande oportunidade para aprender e começar a pensar em empreender, já que muitas pessoas, também, o orientaram a tratar da sua atividade de maneira formal. O projeto tem a duração de um ano e meio e além de realizar as capacitações, também mantém o acompanhamento desses indivíduos promovendo todo o suporte necessário para que se tornem protagonistas de suas próprias vidas. É uma forma simples mas concreta que a Aventura de Construir tem para se somar a construção de futuro da qual o Papa Francisco fala em sua mensagem para o Dia Mundial do Refugiado: “Construímo-lo hoje, porque o futuro começa hoje e a partir de cada um de nós”. Se interessou pelo projeto ProtagonizAqui? Inscreva-se abaixo! #Educação #Empreendedorismo #Microempreendedores #migrantes
- Relatório de Atividades e Impacto 2021
Em 2021, a Aventura de Construir completou 10 anos de uma história que tem as pessoas como protagonistas. E mesmo com os desafios que surgiram ao longo do ano, sobretudo por causa da pandemia, conseguimos ampliar nossas atividades e fortalecer nossa posição de interlocução entre microempreendedores, grandes empresas, governos e demais agentes sociais. Confira abaixo a nossa jornada do último ano no belíssimo Relatório de Atividades e Impacto 2021! #ONG #RelatóriodeAtividades #Projetos #Empreendedorismo #ProjetoSocial
- Os diferentes tipos de mídia e suas possibilidades
Continuando a parceria com a Agência Experimental Benjamin, da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, a FECAP, o Blog AdC desta semana traz o artigo “Os diferentes tipos de mídia e suas possibilidades”, produzido pelas estudantes de Relações Públicas Anna Longo e Bruna Ferreira, com supervisão da professora Paula Barros. Confira abaixo! Por Bruna Ferreira e Anna Longo Nos artigos anteriores falamos sobre a importância da comunicação corporativa e como as empresas podem aproveitar dos benefícios do meio on-line para promover-se como marca. Levando esse tema adiante, hoje vamos abordar as melhores práticas de posicionamento de marca nas mídias digitais de acordo com o propósito de cada uma delas. Como cada tipo de mídia é focada em determinados formatos, a escolha da melhor opção está ligada ao seu público-alvo. Portanto, confira a seguir as 5 redes sociais mais relevantes para negócios e identifique quais delas se adequa melhor ao seu cenário: LinkedIn Considerado como a maior rede profissional do mundo, o LinkedIn é a principal rede na qual empresas e profissionais conectam-se. Independentemente do nicho que você está inserido, o LinkedIn é um espaço no qual você pode encontrar uma pluralidade de temas, profissionais de diferentes áreas, além de páginas comerciais de empresas de diversos segmentos ao redor do mundo, que usam a rede como vitrine para expor mais detalhes sobre sua empresa, produtos e/ou serviços. Logo, percebe-se o potencial que essa rede possui de promover o networking, criar conexões de valor e, o mais importante, promover o posicionamento de sua marca. Uma das melhores formas de fazer isso no LinkedIn é com produção de conteúdo relevante em formato de textos e artigos. Estes formatos possuem alta taxa de engajamento e te permitem fazer marketing de conteúdo. Pense na expertise da sua empresa, seu ramo de atuação, as novidades de mercado da área e pense em como você pode agregar conhecimento ao seu público, além de, consequentemente, promover diálogos na rede. A possibilidade de escrita de artigos no LinkedIn veio como um complemento à publicação de textos no feed, que tem um limitação de caracteres. Independentemente do formato que escolher para seu conteúdo, se mais objetivo ou mais longo e detalhado, o ato de utilizar a rede como ferramenta para construir a sua influência pode fazer com que sua marca ganhe mais visibilidade e seja vista como referência na área, o que pode significar oportunidades para novos negócios. Site Corporativo Talvez um dos tipos de mídia mais tradicionais, mas também um dos mais essenciais para seu negócio além das redes sociais, é o site corporativo. Ele pode ser considerado como o cartão de visitas de uma Instituição, no qual o público pode ter acesso a informações completas e relevantes sobre sua empresa, além de ser o principal canal por onde as pessoas podem te alcançar, especialmente se pensarmos nos mecanismos de busca da Internet. Uma vez tendo a navegação pelo site como porta de entrada, é essencial garantir que toda a comunicação visual e layout dele seja bem elaborada e a navegação intuitiva, a fim de causar uma boa primeira impressão de sua marca. Além disso, ter o conteúdo bem estruturado é peça chave para aproveitar esse espaço on-line para mostrar o que é sua empresa, para qual demanda ela foi criada a atender, qual é sua missão, visão e valores, novidades sobre a Instituição, etc. Além disso, o site em si pode servir como um meio que consolida as formas de contato com a empresa e os caminhos para as demais redes sociais. Instagram De início, concebido com o objetivo de apenas compartilhar momentos do cotidiano por meio de fotos, o Instagram passou de pequeno passatempo à quarta maior rede social do Brasil, de acordo com a pesquisa da We are social e Hootsuit. Hoje, a rede abriga mais de 1 bilhão de usuários ativos, de acordo com seus próprios dados internos, e além das tradicionais fotos com filtros, possibilita que o usuário grave vídeos curtos e longos para o feed. As modificações graduais da plataforma baseadas no nascimento e crescimento de redes sociais como o Tik Tok, deixam explícito que a preferência pelos vídeos curtos, estilo Reels ganham muito mais destaque na plataforma e são entregues com mais frequência e facilidade para seus usuários. Mas a questão que se coloca é: como essa rede social pode ajudar em seus negócios? Primeiramente, tenha em mente que por conta de suas mudanças graduais em favorecer os vídeos curtos, o Instagram pode deixar de priorizar conteúdos somente em imagens e que possuem grandes legendas. Por esse motivo, tenha em mente que se for possível passar a mensagem desejada por meio de vídeos mais dinâmicos e criativos, esta é a escolha mais acertada dentro da rede. Mas, se por algum motivo, a imagem ainda seja a primeira opção de formato de conteúdo para o seu negócio, tente condensar a informação mais nas imagens e nem tanto na legenda, trazendo um conteúdo de fácil absorção para aqueles que rolam o feed no dia a dia. TikTok A rede social “filha da pandemia”, que em 2021 já abrigava mais de 1 bilhão de usuários ativos mensais pelo mundo, segundo divulgação própria, virou a queridinha entre os jovens da geração Z, aqueles que nasceram no final da década de 1990, pela dinamicidade, possibilidade de expressão e criação de conteúdos diversos. O Tik Tok que antes possuía alcance limitado a países da Ásia, ganhou destaque como grande ferramenta de comunicação de marcas e empresas do mundo todo. Apesar da rapidez na disseminação de conteúdo, facilitada pelo modo com que sua interface funciona, não serão todas as publicações que ganharão destaque na rede. Na maioria das vezes, os conteúdos espontâneos e co-criados de forma orgânica terão mais facilidade em conquistar os públicos. Mas não se engane, a plataforma abriga um ambiente democrático e inclusivo, que permite a existência de diversos tipos de vídeos e, se em seu negócio existe a possibilidade criativa para residir dentro desse lado da internet, não economize na criatividade para adentrar o mundo infinito do Tik Tok. Facebook Tendo o Brasil como o 3º maior usuário no mundo, o Facebook tem uma proposta de comunicação multimídia (ou seja, suporta diferentes formatos como fotos, vídeos, lives, textos, links, enquetes, etc) o que te permite maior liberdade e diversidade no momento de criar conteúdos. O que devemos nos atentar no momento de criar uma conta para nossa empresa é o formato: perfil ou página. Enquanto o perfil é voltado para pessoas físicas, inclusive com quantidade limitada de amigos, a página é o formato ideal para pessoa jurídica, pois é um ambiente aberto a quem queira acessá-la, com número ilimitado de seguidores, além de diversas facilidades e ferramentas que essa opção oferece, como a Loja, onde você pode anunciar produtos para venda, o Facebook Ads, Estúdio de Criação e Insights, que conta com dados de desempenho e engajamento. Texto supervisionado pela professora Paula Barros e revisado pela professora Renira Appa. #Empreendedorismo #MídiasSociais
- Todo mundo sabe fazer Planejamento Estratégico
Entre os diversos processos, ferramentas e táticas realizadas na gestão de uma instituição, o Planejamento Estratégico é um dos mais importantes na hora de abrir um negócio ou de projetar o seu futuro. O termo refere-se a um processo sistêmico que permite definir o melhor caminho a ser seguido por uma organização, para atingir um ou mais objetivos, dentro de um contexto previamente analisado. Isso se faz analisando cenários, definindo metas e ações que permitirão chegar onde se deseja. Já a SWOT Analysis (ou Análise FOFA, em português), é uma ferramenta a ser utilizada na execução do Planejamento Estratégico. Nela, busca-se identificar forças, fraquezas, oportunidades, e ameaças relacionadas à competição em negócios ou planejamento de projetos. Mas estas técnicas servem apenas para grandes empresas? E os microempreendedores? Para responder a essas perguntas, no Blog AdC de hoje conversamos com Percival Caropreso, profissional de Marketing e Comunicação, há mais de 30 anos militando em causas socioambientais e integrante do Conselho Consultivo da Aventura de Construir. Confira abaixo a análise a partir do diálogo com Percival! Um microempreendedor pode (ou deve) usar o Planejamento Estratégico e a análise SWOT no seu negócio, ou isso só é reservado para as grandes corporações? A SWOT Analysis nada mais é do que uma ferramenta que organiza uma série de conteúdos referentes ao negócio. Então é óbvio que o microempreendedor pode utilizá-la para entender o seu mercado, entender o seu potencial e os seus riscos de sucesso ou de fracasso. Ele tem que fazer isso como uma questão de sobrevivência. Tanto o Planejamento Estratégico quanto a SWOT Analysis são dons que todos nós temos e trazemos desde o nascimento. É uma coisa inerente ao ser humano, como respirar, andar a pé, soltar pum, é natural da gente fazer isso. A diferença é que a gente intuitivamente faz como pessoa, e profissionalmente a gente faz como um cara de negócio, de trabalho. Aprender a fazer a SWOT Analysis nada mais é do que formalizar uma prática intuitiva que todo mundo já faz, de planejar. Há muitos anos atrás, quando dava aula sobre Planejamento Estratégico, eu contava uma historinha: pense em um adolescente de 18 anos, que tem como objetivo passar o carnaval com os amigos na praia. Ele precisa da autorização dos pais, do carro e de uma verba dada pelo pai. Sem muita formalização, PowerPoint, planilha Excel, ele intui que precisa ser um filho exemplar algumas semanas antes do carnaval, para “amaciar o terreno” em que ele vai falar com os pais. Ele toma uma série de iniciativas, de práticas, de ações táticas para fundamentar a estratégia de convencimento dos pais. Por exemplo, busca o jornal na porta e leva para o pai na mesa de café da manhã, pergunta se o pai não quer que ele lave o carro, faz as compras, enfim, toma uma série de atitudes concretas e operacionais, que são táticas pertencentes a uma estratégia maior. Ao longo desse processo, ele está fazendo uma persuasão devagarinho. Em dado momento ele vai ter que comunicar o pai que quer passar o carnaval com os amigos e precisa do carro. O jovem vai encontrar o melhor momento e decidir como abordá-lo, seja com um discurso afetivo, lembrando o pai sobre quando ele tinha 18 anos, ou com um discurso objetivo, levantando os argumentos de tudo que tem feito até o momento para merecer a permissão. Tudo que esse adolescente fez foi um Planejamento Estratégico. Ele planejou, mesmo que de forma intuitiva e inconsciente, toda uma estratégia para alcançar seu objetivo maior. Para pensar no que iria fazer, ele precisou se perguntar quais são os pontos fracos e fortes da relação com o pai, quais são as oportunidades que enxerga, ou seja, precisou percorrer o processo de SWOT Analysis de maneira intuitiva. E voltando ao planejamento, se você não conhecer o seu mercado, que neste caso é o pai, você não vai tomar decisões eficazes. Se o jovem não compreender que tipo de expectativa o pai tem em relação à vida em geral, em relação ao papel que ele exerce na família e como ele funciona emocionalmente, o moleque nunca vai chegar a escolhas que produzam o efeito que ele quer. Qual é o objetivo? Passar o carnaval na praia com os amigos, levando o carro do pai. Qual a estratégia? Persuasão e convencimento por meio da abordagem emocional. Que ações eu vou tomar para isso se realizar? Tal, tal, tal. Assim ele terá feito o planejamento. Para planejar você precisa tomar decisões e fazer escolhas. Agora, imaginemos aplicar esse pensamento para o microempreendedor que tá abrindo sua lojinha, sua cozinha doméstica de salgadinhos e docinhos, seu estúdio de gravação, enfim. Ele deve parar e pensar qual é o meu negócio? Qual é a minha área de atuação? É informática, moda ou entretenimento e cultura? Quem mais está comigo? São concorrentes ou possíveis parceiros? Deve, então, entender quais são os prós e contras do que os outros fazem. Entender os riscos no campo de atuação deles, que passará a ser o dele também. Elencar qualidades, virtudes e defeitos. Depois, ver o que tem para oferecer neste mercado, que possa ter valor e ser diferente do que já existe. Como divulgar e informar os consumidores dessa superioridade competitiva em relação aos concorrentes? Precisa conhecer o público, tanto de forma factual, como por exemplo, idade, onde mora, quantas vezes por semana consome aquele produto, enfim, dados quantitativos. Mas também deve saber dados subjetivos, abstratos, como o que eles gostam, o que fazem no fim de semana etc. Precisa-se ter conhecimento do assunto, do público, do conteúdo e do mercado, pois isso é fundamental para o microempreendedor ter sucesso levando o negócio adiante. E voltando à importância de se tomar decisões e realizar escolhas. Escolher significa selecionar o que serve e sacrificar o que não presta. Quando se diz que uma marca ou um produto é tudo, para todos, ele não é nada significativo. Quando você fala muito, você diz pouco. Diversas marcas grandes, na hora de realizar seus Planejamentos Estratégicos, ou quando lançam um novo produto, querem incluir todas as descrições possíveis. “Meu produto é o mais econômico, mas também é o mais veloz, e o mais desejado”, isso só significa que o público não vai entender a mensagem que você quer passar. E isso é importante para os pequenos empreendedores. Não adianta falar que as coxinhas que produz são deliciosas e nutritivas e saudáveis, porque usa o óleo x e é mais barato e entrega em casa. O cliente precisa de uma síntese de tudo isso para ser atraído ao seu produto. Por fim, a Aventura de Construir tem uma vantagem e mérito por ter um foco muito claro na sua missão, que é desenvolver a pessoa, sobretudo microempreendedores, pois a pessoa se desenvolvendo e tendo oportunidades, desenvolve também o território ao redor, melhorando as condições do todo. Tendo um recorte claro, e um norte a se seguir, todo o trabalho fica muito mais fácil.
- Biodiversidade e o quintal da vovó
No Blog AdC desta semana, trazemos um artigo de Graciema Pinagé sobre a importância da biodiversidade no cultivo. Graciema é analista ambiental do Serviço Florestal Brasileiro, agricultora orgânica e voluntária do nosso projeto “Desenvolvimento das habilidades empreendedoras de microprodutores orgânicos de baixa renda, que gerou o documentário Da Terra Nascem Protagonistas. Confira! Biodiversidade é um dos temas da moda atualmente. E faz sentido. A ação do homem se tornou um fator de extinção tão importante quanto as catástrofes das eras da terra. Mas exatamente, o que é biodiversidade? Esse conceito é ao mesmo tempo mais óbvio e mais abrangente do que parece. Biodiversidade é a variedade existente na natureza viva. Mas abrange também os seres vivos e suas interações entre si, a diversidade entre populações e a diversidade genética dentro de uma espécie. E dentro das espécies existentes temos as espécies domesticadas também. Elas evoluíram de seu estado selvagem para o domesticado junto com a história do homem. E ao longo de milênios de seleção, foram desenvolvendo uma diversidade genética intra-específica enorme. O exemplo mais visível disso são os cães. A mesma espécie tem uma variedade gigantesca de formas, tamanhos, cores, temperamentos e doenças específicas. Mas as plantas cultivadas também têm essa diversidade, menos visível, é verdade, e é nela que vamos nos ater neste artigo. Outro conceito que eu abordo de uma forma mais ampla aqui é a política. Política no sentido que estou usando é qualquer relação de seres humanos entre si, e deles com as instituições e das instituições entre si. Aqui eu vou falar da política voltada ao que comemos, das plantas que evoluíram conosco. As plantas que constituem a dieta dos povos possuem uma variedade gigantesca. Em 1940 havia cerca de 10.000 variedades catalogadas de arroz na Índia. Imagine quantas então haveria em todas as chamadas civilizações do arroz – as culturas asiáticas? Afora a grande diversidade de solos e condições climáticas, gostos, formas, cores, mais ou menos amido na parte de fora do grão, se você depende da palha do arroz para fazer telhados, esteiras, papel e feno para seu gado no inverno, é importante que o pé tenha um porte mais robusto. O arroz pode ser branco, marrom, vermelho ou preto. Pode ter um teor de amido alto ou baixo, na superfície do grão ou apenas internamente. Pode ter diferentes cheiros e formatos de grão. Pode crescer no seco ou no alagado. Pode florir apenas em temperaturas frias, ou tolerar verões escaldantes. Pode ser alto, acima da cabeça de um homem, ou baixinho. Pode produzir muitas folhas ou poucas folhas. Pode ter a espiga cheia ou mais solta. Existem tomates verdes, amarelos, roxos, vermelhos e rosa. Podem ter polpa firme, mole, aquosa, fina, espessa, granulosa, lisa. Podem ter poucas sementes, muitas sementes, sementes soltas, sementes aderidas ao fruto. Podem ser grandes, com cada fruto pesando quase um quilo, ou pequeninos. Podem ser ácidos, doces, sem graça, ardidos. Podem ser redondos, ovais, em formato de Pêra, achatados. Podem ser solitários ou vir em cachos. O pé pode ser alto, baixo, tolerante a solos ácidos, resistente ou não a várias doenças e pragas. E essas características podem vir em qualquer combinação. E o Milho? Tem milho branco, milho amarelo, milho roxo, milho vermelho, milho alaranjado, milho cor de arco íris. Tem milho de grão pontudo, milho de grão redondo, milho de grão quadrado, milho doce, milho de pipoca, milho duro, milho macio, milho da seca, milho das chuva, milho para suco, milho pra fubá… E por assim vai, com a batata, com o trigo, com as maçãs… Mas nem todas as variedades se prestam para cultivo em larga escala. O arroz de sequeiro e de talos curtos, por exemplo, se tornou o mais cultivado no Brasil. Não necessariamente porque é o mais produtivo, ou o mais nutritivo, mas porque é o mais fácil de ser colhido em colheitadeira. Que produtos são cultivados hoje dependem mais da facilidade de serem industrializados, da vida de prateleira dos mesmos, de serem tolerantes ou não a determinados adubos ou agrotóxicos e do interesse da grande empresa que vende as sementes (caso você não saiba, 6 empresas controlam 80% do mercado mundial de sementes), do que do valor nutritivo deles. É uma decisão econômica e política. E estamos falando apenas das culturas mais comerciais. Nem entrei no mérito das PANCs – Plantas alimentícias não convencionais. E onde entra o quintal da vovó? Os quintais são a fortaleza dessa imensa variedade de plantas agrícolas. E de temperos, e das plantas medicinais. São o repositório de uma ininterrupta tradição agrícola, cultural, alimentar e afetiva da humanidade. A riqueza da sociobiodiversidade vem com um conhecimento associado a essas plantas, seus usos, cultivo, histórias e modos de preparo gigantescos. Essa riqueza cultural, genética e alimentar é muitas vezes desprezada, vista como mato, como um não-saber, como algo ultrapassado no caminho do progresso. Algumas iniciativas como os bancos de sementes comunitários, de preservação de sementes crioulas (sementes da paixão, assim chamadas na Paraíba – coisa mais linda) a Arca do Gosto do movimento Slow Food, o Projeto “Desenvolvimento das habilidades empreendedoras de microprodutores orgânicos de baixa renda”, da Aventura de Construir, apoiando microempreendedores orgânicos e outras são cruciais para a preservação deste legado, fruto do encontro da cultura com a natureza. Em minha própria família tenho muitas dessas lembranças. Das frutas que você só acha no pé, do quintal da vovó. Do abiu, do sapoti, da jaca mole, da pitanga e da jabuticaba do quintal da minha avó. Da linguiça temperada com folha de figo, pimenta de macaco e alfavacão. Do xarope de elevante, capim limão, flor de mamão macho e raiz de salsa quando eu gripava. De brincar nesse quintal, na aparente desordem das plantas, as flores entre as ervas, entre a comida. Então fica aqui meu manifesto pelos quintais. Por tudo que eles preservam. E eles podem salvar a humanidade um dia. Exagero? Não. A fome das batatas na Irlanda foi causada por um fungo, míldio, que transformava as batatas em líquido negro. Também foi causada pela baixa diversidade genética, que permitiu com que todas as batatas cultivadas lá fossem susceptíveis a esse fungo. A diversidade genética é a base para a sobrevivência das espécies. Neste tempo em que vivemos, o milho que suportará as mudanças climáticas pode perfeitamente estar num fundo de quintal qualquer por aí. Graciema Pinagé – Agricultora Orgânica