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  • Terceiro setor, relações institucionais e recursos: conheça a área de sustentabilidade da Aventura d

    O texto, do Blog AdC, desta semana fala sobre as dimensões de atuação da área de sustentabilidade e sua relação com o terceiro setor. Vitória Barros, consultora da área de sustentabilidade e captação de recursos da Aventura de Construir nos conta, em uma entrevista, as atribuições da área e atuação dentro da organização. Confira, o texto completo, abaixo. Quando pensamos em sustentabilidade, automaticamente nos remetemos ao aspecto ambiental, e de fato é o mais abordado, mas não é o único. Pode-se entender como sustentabilidade o processo de desenvolvimento, que nesse caso, é um processo contínuo e duradouro que combina crescimento econômico com mudanças sociais e culturais, levando em consideração que a disponibilidade dos atuais recursos deve buscar também atender aos anseios das futuras gerações. Ou seja, o desenvolvimento sustentável é composto de três dimensões: econômica, social e ambiental. No terceiro setor, esses segmentos podem-se confundir já que a atuação das ONGs são, principalmente, para atender às necessidades sociais e ambientais do seu público. Porém, apesar da sua causa, as ONGs também precisam buscar estabelecer uma sustentabilidade organizacional para perdurar ao longo do tempo. Para entender melhor as atribuições da área de sustentabilidade de uma ONG, conversamos com a Vitória Barros, consultora da área de sustentabilidade e captação de recursos da Aventura de Construir. Confira abaixo: AdC: Nos conte um pouco sobre você e sua atuação no terceiro setor. Me chamo Vitória, e minha primeira graduação foi o bacharelado em Economia Doméstica na Universidade Federal de Viçosa. O foco era em ações de extensão voltadas para grupos de mulheres, ou seja, era um trabalho bem focado em populações e comunidades em situações de vulnerabilidade socioeconômica, que é muito o recorte que a gente trabalha na AdC e no terceiro setor com um todo. Por isso, quando eu me formei fazia sentido que eu me conectasse com o terceiro setor. Minha primeira atuação não foi na área de execução de projetos sociais, mas sim na área financeira, fazendo prestação de contas e acompanhando auditoria, dentro de projetos. Minha primeira experiência no terceiro setor foi em um projeto de direitos humanos de indígenas do Mato Grosso do Sul, perto da fronteira com o Paraguai. Esse projeto teve a duração de dois anos e eu tive todo contato com a parte financeira, com capacitações e com a população. Foi uma experiência muito importante para mim porque solidificou minha vontade de permanecer no terceiro setor. Depois disso eu me mantive na mesma organização, mas como PJ, fazendo trabalhos pontuais para outros projetos durante a pandemia. Nesse meio tempo eu comecei a atuar como voluntária na Ponte da Terra, com projetos em resposta à pandemia da Covid-19 na área de prestação de contas. Depois atuei em outra organização que era na mesma perspectiva, atuação em projetos de sustentabilidade de baixo carbono e biodiversidade e eu também atuava na área de prestação de contas trabalhando com diversos tipos de câmbios. Depois dessas experiências com o terceiro setor, eu cheguei na AdC em fevereiro de 2022 no contexto de mudança da área administrativa, atuando na questão do orçamento institucional e prestação de contas e a partir de uma oportunidade que apareceu, migrei para a área de sustentabilidade em julho de 2022. AdC: O que você entende como sustentabilidade e como isso é trabalhado na AdC? Entendo sustentabilidade como o próprio viés da palavra diz, algo sustentável, duradouro no tempo. Na Aventura de Construir, a área de sustentabilidade trabalha mais com o viés de sustentabilidade financeira, ou seja, ter recursos para que a gente consiga manter nossa atuação de maneira assertiva junto aos empreendedores e com todos os públicos que trabalhamos, atendendo as finalidades e objetivos da missão da organização, que também consta no estatuto, nossa missão social. Então, para mim, tendo a área de sustentabilidade da AdC em atuação conjunta com a área de captação de recursos, está atrelado a projetos, desde a captação através dos projetos em si, de editais, relacionamento com stakeholders ou quando demandado por algum financiador. AdC: Para você, que já trabalhou em outras organizações do terceiro setor, como é vista a área de sustentabilidade nas demais organizações? Depende muito. Assim como cada instituição privada tem suas áreas, apesar de ter áreas em comum porque faz sentido, as organizações do terceiro setor também se adequam a partir das suas necessidades. Em algumas delas a área de sustentabilidade acaba sendo atrelada a área de relações institucionais ou a própria secretaria executiva. Ou seja, a própria diretoria da organização faz esse tipo de captação e relacionamento com stakeholders. AdC: Na elaboração de um projeto como é tratado essa questão sustentável, quais são as principais características atribuídas? Cada projeto tem um escopo próprio, com temáticas chaves como: o tempo de duração, o público alvo, os objetivos gerais e específicos, o cronograma, a metodologia utilizada pela AdC. E, além disso, ele também precisa estar alinhado com o orçamento institucional. Partindo do pressuposto de que o orçamento é sempre constituído para pagar os consultores, mas também as contas fixas, como água, luz etc. fica mais fácil desenvolver um orçamento real, que parta do concreto de quanto eu preciso para cobrir o ano a partir dos projetos. Então, um dos pontos que cabe para o desenvolvimento, é que cada vez mais se faça orçamentos reais com o que a gente precisa. Quanto aquele projeto vai demandar de esforço e quanto isso precisa retornar em recursos financeiros, o que se torna importante no processo para a área de sustentabilidade na apresentação de novas propostas para saber se vender e se valorizar. AdC: Quais características um profissional precisa ter para atuar nessa área? Pensando no perfil profissional de habilidades comportamentais, a pessoa precisa ter boas relações interpessoais, porque é uma área que você tem contato com muitas pessoas, com diferentes stakeholders. É uma habilidade que você pode desenvolver, mas se não tiver o mínimo de desenvoltura fica muito mais difícil de se adaptar. De habilidades técnicas é preciso ter uma boa escrita, para estruturar de maneira clara os projetos e ter uma comunicação eficiente, e criatividade para criar as apresentações. Por exemplo, se você for apresentar mais de um projeto para o mesmo financiador, é desinteressante ter apresentações repetitivas, por isso é bom ter criatividade e personalizar cada apresentação, para que não passe em branco pelas demais e chame a atenção. Além de trazer uma sensação de unificação e cuidado para as empresas. AdC: Qual o diferencial de uma área de sustentabilidade? A sustentabilidade tem um olhar mais humano perante aos números. A área administrativa tem todas as questões burocráticas que precisam ser tratadas, como o fluxo de caixa, que é uma questão legal também a partir do momento que a gente se torna uma pessoa jurídica. A sustentabilidade tem esse olhar humano de entender que os números são necessários para nós conseguirmos seguir com a nossa missão e com o atendimento dos beneficiários. Mas esse recurso só entra quando nos comunicamos com os financiadores com o olhar de cuidado e de zelo com as nossas propostas e com a nossa personalização dos projetos para a demanda de cada potencial parceiro. Com poucos recursos, nos preparamos ao máximo para atender as necessidades internas e de contato com os stakeholders. Quando nos preparamos para uma reunião, sempre buscamos conhecer antes o trabalho da instituição, seus princípios, para que eles também entendam o propósito daquele encontro. Então a junção dos atores da AdC fortalece para que aconteça essa sustentabilidade financeira, entendendo isso para além do recurso. Buscamos consolidar a sustentabilidade da equipe, dos nossos parceiros e dos microempreendedores para que eles se fortaleçam nos seus negócios e nas suas regiões. #projetosocial #empreendedorismo #microempreendedor #negóciosustentável #sustentabilidade

  • Germinando Experiências

    No final de 2022 o projeto “Vi a Mão Empoderada de Mulheres Empreendedoras: E-Commerce e Redes de Cooperação para a Sustentabilidade de Pequenos Negócios”, realizado pela AdC em parceria com o Ministério da Economia em Viamão (RS), foi concluído. A experiência, impactante, gerada por esse trabalho resultou na criação de um novo projeto, no mesmo formato, para a cidade de São Paulo. Veja, no texto, como foi essa experiência e a criação do novo projeto! Germinando experiências O projeto teve duração de 8 meses e foi dividido a partir das seguintes etapas: 1. Fortalecimento do negócio, 2.Redes sociais, 3. Rede de cooperação para o desenvolvimento local e 4. Perspectivas futuras. Em todas as etapas foram realizadas capacitações, assessorias coletivas e individuais. Das 63 pessoas que participaram de pelo menos 1 atividade, 25 atingiram a frequência acima de 75%, resultando no processo completo de formação. RESULTADOS: Para ser possível mensurar os resultados do projeto foi realizado um questionário de linha de base (antes do período de intervenção), e o final (realizado após). A partir da análise dos resultados, pode-se destacar: Finanças: A preocupação do controle financeiro se reflete no aumento das mulheres que começaram a levar essa questão para conversa em família. Houve cerca de 24% de aumento quanto a multiplicação de conhecimento e ajuda sobre o tema de finanças com familiares e amigos. Percebemos um significativo aumento no controle do conhecimento do seu faturamento e lucro; As capacitações e assessorias trabalharam fortemente este tema a partir de exemplos práticos, introduzindo em um primeiro momento a importância de se realizar isto em casa e depois para o negócio; Queda de 43% entre aqueles que não realizavam os registros financeiros domésticos; O número triplicou dentre aqueles que passaram a realizar os registros de forma separada (casa e negócio) e também utilizam os dados na tomada de decisões. Marketing e e-commerce: Um dos objetivos do projeto era qualificar as participantes em técnicas de vendas por meio das redes sociais e do e-commerce e foram realizadas capacitações e atendimentos personalizados para cumprir e superar este objetivo inicial. Percebe-se um aumento da P1 para a P2 no número de empreendedoras que passaram a utilizar suas redes também como canais de venda. Nas assessorias finais, onde o vínculo já estava fortalecido, foi possível realizar de forma conjunta um retrospectiva da jornada de aprendizado e prática de cada empreendedora. Muitas compartilharam que enxergavam esta formação como uma resposta viável e concreta para crescimento profissional, geração de renda e melhores condições de vida. Quando uma mulher se emancipa social e economicamente, abre-se um caminho e serve como fonte de inspiração para muitas outras trilharem o mesmo percurso. Rede Teia de Mulheres Empreendedoras de Viamão Outro resultado muito potente que nasceu desta jornada do curso de empreendedorismo, foi a formação de uma rede na qual as mulheres podem se apoiar mutuamente na busca de novos espaços para suas feiras, na realização de parcerias para negócios e acima de tudo, energia e compreensão para seguirem nas suas vivências diárias que seguem lado a lado com suas lutas no empreendedorismo. O processo de criação e o fortalecimento da rede foi um desafio, tanto para equipe AdC quanto para as empreendedoras. Muitas participantes pensavam a rede como um sonho, e sabemos que para dar vida a um sonho é preciso sempre levar ao concreto, perceber como a realidade se mostra e se lançar em profundidade. Durante as assessorias coletivas sobre o tema, se trabalhou fortemente 4 conceitos: 1. Planejar, 2.Desenvolver, 3.Monitorar e 4.Aprimorar. E foi com este norte teórico e prático que a rede foi se transformando em algo real e vivo! Para saber mais sobre este processo, clique aqui. Rede Teia de Mulheres Empreendedoras de Viamão LIÇÕES APRENDIDAS Aquelas que conseguiram alcançar condições que permitissem a continuidade no projeto, atingiram um nível de frequência superior à média da instituição, mostrando desta forma uma necessidade e comprometimento de querer mudar em profundidade a própria vida. Aprendemos que a criação de um espaço seguro de aprendizado é fundamental para a jornada ser potente: fortalecer a autoestima destas pessoas é um dos primeiros passos para que elas se tornem mais protagonistas de suas histórias e consigam tomar decisões assertivas. Percebemos também que a criação de vínculos entre os participantes foi algo muito importante em três sentidos: Muitas vezes se sentiam inspirados pelas histórias que escutaram, e percebiam que também poderiam ser inspiradores; Ao identificar como o outro superou algum desafio, conseguiam estabelecer suas próprias estratégias; E sentiam-se úteis e capazes ao ajudar o colega, e isso melhorava muito a própria auto estima principalmente após a criação da rede colaborativa; Neste contexto, agradecemos ao Ministério da Economia por nos ter proporcionado a possibilidade de aprender com estas pessoas e poder, junto delas, construir esta jornada de protagonismo. COMEMORAR A JORNADA: O reconhecimento principal para estas mulheres veio por meio da entrega dos certificados de conclusão do curso, que ocorreu em um lindo final de tarde de novembro de 2022. A felicidade estava brilhando no rosto de cada uma das formadas, não só pela satisfação de receber o certificado, mas por estarem acompanhadas das suas famílias. Espaço organizado para a festa de encerramento Empreendedoras festejam o encerramento de um ciclo! GERMINANDO UMA EXPERIÊNCIA As reflexões sobre a execução deste projeto foram transbordando durante todo o processo, mas, é no momento da prestação de contas e elaboração dos relatórios que a retrospectiva ganha elementos concretos e se torna mais sistemática. Nesse sentido, é possível validar de forma mais profunda a experiência. Quais elementos poderiam ser aprimorados? Quais foram os principais motivos de evasão? Se poderia fazer algo além do que já foi feito diante deste tema? Quais atividades geraram resultados totalmente diferentes do esperado? Estas são algumas das perguntas que retomaram durante este período. Com os relatórios prontos, reuniões e diálogos realizados e a cabeça um pouco mais distante do cotidiano deste projeto, foi possível uma sistematização da experiência de Viamão. Diante de resultados tão potentes de crescimento entre as mulheres desta jornada, a equipe AdC constatou a necessidade de levar tal iniciativa para novos horizontes. Assim, surgiu a oportunidade de germinar um novo projeto desenhado a partir da experiência de Viamão com adaptações para uma nova realidade: a da periferia de São Paulo. As atividades de “Vi a mão germinando na periferia de São Paulo” iniciaram em janeiro de 2023 e se estendem até abril do mesmo ano. O projeto é uma versão pocket do primeiro, otimizando e ajustando para a realidade que as empreendedoras de São Paulo vivem. Temos muitas experiências de empreendedorismo parecidas entre as mulheres destas cidades e sabemos que em muitas outras. Desejamos assim, cada vez mais caminhar além do horizonte, levando essas formações para quem às vezes não se vê como empreendedora. 1º encontro presencial com algumas empreendedoras do projeto Vi a mão germinando na periferia de São Paulo Em breve contaremos mais sobre esta jornada! DEPOIMENTOS: Abaixo, compartilhamos alguns depoimentos das empreendedoras que passaram pelo projeto “Vi A Mão Empoderada de Mulheres Empreendedoras” e esperamos ansiosamente pelos novos depoimentos do projeto de São Paulo: Proprietária do salão Beleza Real Proprietária da marca D’Mel e Dendê acessórios religiosos de matriz africana #projetosocial #saopaulo #mulherempreendedora #Empreendedorismo #empreendedorismo #Microempreendedores

  • Para além do que se vê

    Em janeiro, o bloco “Jornada de Sustentabilidade” traz uma proposta diferente. Hoje iremos falar sobre o retorno das atividades e a importância do período de recesso com o exemplo da equipe AdC. Após um ano de muitas realizações, respirar e se organizar para as próximas ações é importante para continuar atingindo os objetivos. Confira, no texto abaixo, como foi! No final da tarde do dia 22 de dezembro de 2022 foi marcada uma reunião com todos da equipe AdC. O encontro foi agendado em cima da hora, mas contava com algo muito especial: um momento breve para compartilhar as felicitações de natal e o próximo ano. Era o último dia de trabalho para a maioria e as agendas eram intensas: reuniões, ajustes nos cronogramas, atualização e validação do planejamento, entre tantas outras atividades. O anúncio da reunião foi o convite para um longo suspiro… Para começar a “desacelerar” o ritmo. Às 17h30 a equipe estava reunida: alguns dividiam o mesmo espaço físico na sede da AdC, outros aproveitavam a possibilidade do on-line, mas todos juntos dividindo seus afetos e desejos para um 2023 ainda mais potente. No dia 16 de janeiro de 2023 o recesso chegava ao fim, após três semanas. Retomar a rotina depois de um período de descanso pode não ser tão simples: desde relembrar as senhas até definir o tempo gasto para as atividades. Tudo isso parecia ter sumido durante os dias de descanso, mas, pode-se dizer que, aos poucos, o ritmo não foi só encontrado, mas também potencializado diante a mente e corpo descansados. O descanso veio como oportunidade para ganhar fôlego… para se deixar mais leve. Com a cabeça fresca, novos espaços surgem e as ideias podem circular mais livremente. E para aproveitar este momento, a primeira reunião realizada com toda a equipe apresentou como objetivo revisitar o documento Knowledge Management, ferramenta organizacional que ajuda a conhecer mais profundamente a AdC e seu trabalho. Uma mente livre ajuda a olharmos de forma mais criativa para as coisas, principalmente aquelas que já foram vistas por muitas vezes, como é o caso do Knowledge Management. Dar-se um tempo para revisitar materiais institucionais da AdC como missão, pontos de método, atividades de intervenção até adentrar nas funções específicas de cada um, é uma atividade fundamental para entender mais o próprio trabalho e identificar os critérios para acompanhá-lo e avaliá-lo. Mas atenção: para aproveitar todas estas sistematizações de processo, é necessário mais do que uma cabeça descansada: é preciso se lançar com protagonismo e vivacidade. Se afastar, portanto, de uma postura mecânica. Esta postura ativa é terreno fertil para propiciar reflexões e questionamentos. Todos daquela reunião já haviam lido o Knowledge Management, mas de formas e intensidades diferentes. Afinal, existiam pessoas ali que trabalham na AdC há mais de 10 anos, e outras que acabavam de entrar…Portanto, o momento também foi um convite para todos, independente do tempo de trabalho, se colocarem em ação. Logo no começo, a leitura do Método de Trabalho dividido em 7 pontos, foi preenchido pelas experiências dos presentes e se tornando cada vez mais familiar para os que acabaram de chegar, deixando para eles a vontade de criarem suas próprias vivências dentro da AdC. Ao revisitar a missão e analisar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nos quais a AdC impacta de forma direta, surgiu a seguinte ideia: Inserir o ODS 12: Consumo e Produção Sustentáveis. O tema foi discutido ali mesmo, aproveitando a riqueza dos diálogos e em conjunto, decidiu-se que a inclusão faria sentido. Esta ideia foi resultado de uma análise conjunta da trajetória da instituição associada ao momento oportuno para revisar os materiais institucionais com vivacidade. Neste texto especificamente, se faz referência a um documento institucional, mas que pode e deve ter conexões com as práticas do cotidiano. Mas, pensando de forma mais abrangente: Como podemos extrair novidade daquilo que olhamos com frequência? Nem sempre teremos uma cabeça descansada, mas este fôlego pode indicar, certamente, caminhos e estratégias. Mas uma coisa é fato: quando a mente está livre, somos mais abertos às novidades e a vida, nos surpreende!

  • Além de fazer, é preciso planejar

    Em 2023, a Aventura de Construir continua com a colaboração iniciada ano passado com a Agência Experimental Benjamin, da FECAP. Uma vez ao mês, os alunos de Relações Públicas da instituição produzem textos para o BlogAdC, sobre diferentes temas da área de Comunicação. No artigo de janeiro, Pedro Gucciardi fala sobre a importância do planejamento para as ações de comunicação a serem realizadas ao longo do ano. Confira as dicas abaixo! Por Pedro Gucciardi Olá, leitores! Já estamos nos encaminhando para o final de janeiro, mas como é o nosso primeiro contato aqui, um feliz ano de 2023 para todos! Com a virada de um ciclo, como é o ano novo, geralmente tomamos um tempo para descansar, refrescar as ideias que temos para novos projetos. Tudo é revisto, desde o que deu certo, o que pode melhorar e o que pode ser descartado em nossos processos. Mas para que as novas ideias saiam do papel e sejam bem aplicadas, é necessário um bom planejamento antes. Uma das áreas que mais sofre com a falta de planos prévios é a comunicação. Geralmente, por não ser a função principal da maioria dos negócios, acaba não tendo a prioridade que deveria ter e as redes sociais são alimentadas conforme as ações vão acontecendo, sem um propósito final de transmitir uma mensagem assertiva, contínua e relevante ao seu público. Às vezes é realmente complicado enxergar a comunicação como um protagonista ao invés de algo que precisa ser feito, especialmente quando se tem um organograma pequeno. Ou há uma pessoa que faz de tudo e mais um pouco pra cuidar da comunicação ou então para um empreendedor individual pode parecer impossível encontrar tempo para fazer tudo. Visando ajudar a todos nessa difícil missão que é redescobrir e planejar sua comunicação, separamos algumas boas práticas que deixam essa tarefa mais fácil de ser incorporada à sua rotina. 1 – Reserve uma hora no seu calendário a cada duas semanas para planejar seu conteúdo. Pode parecer redundante pontuar isso, mas o simples fato de deixar um horário reservado na sua agenda (seja digital ou física) fará você dar mais atenção ao assunto. Nessa hora, aproveite para fazer o cronograma dos próximos dias e prepare o passo a passo para a produção de cada conteúdo. Saber o que e quando postar fará uma diferença grande na qualidade final. 2 – Menos é mais. Na comunicação, tão importante quanto dominar o assunto que você quer falar com seus clientes é falar com eles na frequência certa. Ao invés de se forçar a publicar todo dia, escolha duas ou três vezes na semana. Desse jeito, você consegue manter um conteúdo de qualidade que faz sentido para seu público. 3 – Conheça as datas importantes do ano. Além do natal e ano novo, muitas celebrações podem ser apropriadas pela sua empresa. Se você trabalha com esportes, por exemplo, saber quais são as principais competições que acontecem no ano e usá-las a seu favor pode ser um grande diferencial e te ajuda a fugir do clichê de apenas desejar um feliz Natal. Em compensação, é importante selecionar as datas que fazem sentido para sua empresa e para seu público. Se você só tem clientes no Brasil com produtos brasileiros, por exemplo, talvez não faça tanto sentido falar sobre o Ano Novo Chinês com seus seguidores. 4 – Saiba conversar com seu público e gere engajamento. Essa boa prática conversa bem com a anterior. Mostrar seus produtos em casos de uso faz com que mais pessoas se sintam motivadas a experimentá-lo e descobrir novas ocasiões. Ao mesmo tempo, se você trabalha com serviços, procure incorporar as informações necessárias de forma natural na sua comunicação e faça as pessoas quererem te procurar. 5 – Seja flexível. Por último, mas não menos importante, estar preparado para mudar seus planos é algo crucial. Diversos contratempos podem acontecer, desde a produção do seu conteúdo não ficar pronta no tempo previsto, problemas de internet até mesmo uma pandemia afetam a rotina de uma empresa. Saber a hora de largar uma ideia fará com que você consiga direcionar seus esforços para conteúdos que vão fazer a diferença para suas redes. Esperamos que essas boas práticas possam ser incorporadas à sua rotina e que tragam um retorno positivo para sua comunicação. Nos vemos mês que vem! Supervisionado pela Profª Paula Franceschelli. #comunicacao #planejar #projetosocial #Empreendedorismo

  • ODS: como uma ONG trabalha para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

    Com o fim do ano chegando, queremos falar neste Blog AdC sobre as ações realizadas pela Aventura de Construir nos últimos anos, em relação aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Como entidade membro do Pacto Global, iniciativa que monitora e orienta a implementação da Agenda 2030 para alcançar os ODS, temos o compromisso de trabalhar em prol desses objetivos por meio de nossos projetos. Mas para começar, o que são ODS? Leia mais abaixo… Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma iniciativa das Nações Unidas que visa promover o desenvolvimento econômico, social e ambientalmente sustentável a nível global. Lançados em 2015, os ODS estabelecem 17 metas a serem alcançadas até 2030, com o objetivo de enfrentar os maiores desafios globais de nossa época, como a pobreza extrema, a fome, a desigualdade e a mudança climática. Os ODS são baseados em três pilares: o desenvolvimento econômico, a proteção ambiental e a promoção da justiça social. Eles visam garantir que todas as pessoas tenham acesso aos recursos e oportunidades de que precisam para viver de maneira saudável e próspera, enquanto preservamos o planeta para as gerações futuras. Na Aventura de Construir, sabemos que a melhor forma de contribuir com a iniciativa é por meio de ações concretas que realizamos todos os dias, gerando uma forma profunda e transformadora de enxergar, e que se plasmam dentro da nossa visão de desenvolvimento humano integral e sustentável. Em nossos projetos, trabalhamos sobretudo os seguintes ODS: erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero, emprego digno e crescimento econômico, redução das desigualdades, cidades e comunidades sustentáveis, consumo e produção responsáveis, e parcerias em prol das metas. Você pode conferir os objetivos relacionados a cada projeto do ano passado no Relatório de Atividades e Impacto 2021. Nos últimos anos, a AdC realizou atividades de visibilidade e sensibilização em prol do Global Compact e de alcance dos ODS, promovendo o tema para diferentes públicos. No âmbito acadêmico, por exemplo, promoveu o tema em participação como entidade relatora no evento ISIRC 2021; em trabalho voluntário com alunos da FECAP; e em processos de sistematização de experiências e projetos e de elaboração de manuais, como pode ser conferido no nosso Manual de Sistematização de Jornada Integral para Negócios de Impacto de Periferia. Na esfera corporativa, a Aventura de Construir apresentou e incluiu duas ONGs no Global Compact e despertou o interesse de várias empresas que depois se associaram. Além disso, incluiu menções explícitas aos ODS impactados e ao Global Compact em seus Relatórios Anuais 2020 e 2021 e em todos os relatórios de projetos e iniciativas. Relacionado ao tema de cidades, a AdC realizou uma campanha de sensibilização de três meses em 2021 sobre formação para microempreendedores de baixa renda e periferia, com mais de 50 cartazes nas plataformas e vídeos nos vagões. O QRCode do link direcionava para o site da AdC e para sua plataforma de ensino a distância, onde há informações sobre o Global Compact e as ações da AdC neste âmbito. Na sociedade civil, a AdC sinaliza sua participação no Global Compact em todas as apresentações institucionais, sensibilizando parceiros e financiadores sobre os ODS e identificando de forma clara os Objetivos que são de sua abrangência. Em entrevistas televisivas e radiofônicas, artigos, e nas redes sociais fazemos constante referência aos conteúdos e nossa participação no compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Já no setor público, a AdC incluiu visibilidade à sua participação no Global Compact e ao valor gerado para instituições parceiras e beneficiários em projetos financiados por verbas públicas. Por exemplo, em projetos viabilizados pela Prefeitura de São Paulo, pelo Ministério de Economia e pela Lei de Incentivo à Cultura. Além disso, a AdC atuou como moderadora e facilitadora em eventos do SEBRAE e FGV com formuladores e gestores de políticas públicas sobre microempreendedorismo de baixa renda e de periferia. Na ocasião, também foi comentada sobre a participação da AdC no Global Compact. Quer conhecer mais detalhes das nossas ações em prol dos ODS? Confira o Relatório Global Compact 2022. Finaliza um ano, mas não o nosso compromisso com algo tão crucial: continuaremos engajados nesta caminhada, longa e tão fascinante, para promover a Agenda 2030 e alcançar os ODS e assim contribuirmos para um mundo mais justo e sustentável. #Empreendedorismo #ODS #negóciosustentável #ObjetivosdeDesenvolvimentoSustentável #Microempreendedores

  • Raquel Santos: uma história de superação e conquista

    Na última Jornada de Sustentabilidade de dezembro, trazemos uma história inspiradora para fechar o ano! A trajetória da Raquel Santos, empreendedora da Bahia, que iniciou seu contato com a AdC pelo participação no projeto Lamberti Transforma I, se tornou voluntária da organização e hoje está realizando o grande sonho de morar em São Paulo. Confira a história completa abaixo! HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO QUE MUDAM O RUMO DE UMA VIDA A sensação que temos, é que o ano de 2022 passou tão rápido, que não conseguimos acompanhar todos os momentos e eventos ocorridos durante os 365 dias, mas nós da Aventura de Construir (AdC) conseguimos registrar histórias surpreendentes que marcaram o ano. Podemos falar da história da Sandra Cintra, que a partir da necessidade de cuidar da alimentação da sua família, conheceu o mundo dos produtos orgânicos e resolveu empreender, levando comida saudável para os clientes… Ou da Maria Rose, que observou o quanto as famílias precisam se alimentar de forma adequada e resolveu criar o Projeto social de hortas verticais: “Cultivando Afeto”… Ou a história de Carla Adams, que começou a empreender para sustentar sua família por meio do artesanato criativo diante do desemprego que assolou sua família. Muitas histórias incríveis que tivemos a oportunidade de acompanhar de perto, mas o que dizer ao apresentar uma história surpreendente de uma moça de Candeias na Bahia, cidade que fica a 80 km da capital. Raquel Santos, que chega até a AdC por meio de uma indicação, participa do Projeto Lamberti Transforma I, que contou com assessorias e capacitações, se tornou voluntária na AdC e com sua atitude proativa, com trabalho eficiente, técnico e com profissionalismo foi chamada para trabalhar em São Paulo. Entenda a história de Raquel Santos, uma moça que chega ao final de 2022 com seu objetivo traçado e tem um de seus sonhos realizados. Acompanhe a história a seguir: TRAJETÓRIA BY RAQUEL SANTOS através das suas mesmas palavras Raquel Santos O 1ª encontro com a Aventura de Construir “Moro na Bahia, estado com maior índice de desemprego do Brasil, desde que nasci. Quando me vi nesta situação de desemprego, decidi empreender, mas eu sabia que era necessário ter um planejamento estratégico para me orientar na busca de melhores resultados para o meu empreendimento. Para me capacitar e aprimorar meus conhecimentos, busquei um curso e na fase de criação do planejamento estratégico, tive contato com uma professora de Auditoria, uma profissional renomada em Auditora de Qualidade, que, por coincidência, também prestava serviços para a empresa de produtos químicos, Lamberti. E o encontro começou assim: um certo dia esta professora colocou no status do seu WhatsApp, informações sobre o projeto Lamberti Transforma I (2021). Assim que eu vi, decidi me inscrever com o objetivo de encontrar mais orientação para concluir o planejamento estratégico da minha empresa, visto que eu estava com dificuldade.” Projeto Lamberti Transforma I O projeto foi realizado em 2021 e marcou a primeira parceria entre a AdC e a empresa Lamberti. Apresentou como propósito capacitar mulheres empreendedoras de pequenos negócios da cidade de Nova Odessa, no interior de São Paulo. Foram realizadas capacitações e assessorias (atendimentos personalizados individuais e/ou coletivos) ministradas por consultores especialistas, com objetivo de orientar as empreendedoras a melhorar a gestão dos seus negócios. Assessorias e Capacitações: “Quando iniciei as assessorias e capacitações, compartilhei todas as minhas dificuldades para iniciar meu negócio e a cada assessoria, eu encontrava as respostas e incentivos que precisava. Finalizei o projeto Lamberti Transforma I com o planejamento estratégico, Canvas e questionário de pesquisa de mercado da minha empresa concluída. Acredito que se não tivesse participado deste projeto, ainda não teria finalizado essas etapas. Além disso, recebi todo auxílio para criar um projeto social na minha cidade, e divulgá-lo na plataforma de doações coletivas da Benfeitoria, com objetivo de obter recursos financeiros.” Voluntária “O meu empreendimento será de prestação de serviços de Consultoria administrativa, financeira e de qualidade. Mas para ter eficiência e entregar serviços com qualidade, é necessário adquirir experiência, por isso resolvi buscar por trabalhos voluntários. Quando soube que a AdC sempre esteve de portas abertas para serviços voluntários, principalmente dos empreendedores atendidos e também da população em geral, decidi ser voluntária na AdC.” Raquel Santos “Participei de algumas assessorias em alguns projetos, como ouvinte (para entender melhor o método) e também atuando como consultora, mas com a orientação de consultores experientes. Aos poucos, pude orientar empreendedores sobre planejamento e arrecadação de recursos através de doações. Também criei planilhas de fluxo de caixa, para planejamento e precificação de produtos e serviços, entre outras atividades. Mas o projeto mais marcante, foi a minha participação na elaboração de um Plano de Negócio de média complexidade para uma empresa de serralheria do estado de São Paulo. Um desafio para mim, que nunca havia feito um plano de negócios, mas posso dizer que me surpreendi com o resultado. Conseguimos finalizar o projeto em 3 meses, e para isso me dediquei ao máximo para entregar o projeto com qualidade.” Ida pra SP “Após a entrega do plano de negócio, tive a oportunidade de conhecer o proprietário da empresa durante uma reunião de finalização do projeto, por meio de videoconferência (Zoom). O encontro foi muito interessante, e surgiu a proposta de trabalhar na Aluthaico, nome da sua empresa de serralheria que fabrica esquadrias de alumínio para prédios residenciais. Após o convite não pensei duas vezes e resolvi aceitar o desafio. Há alguns anos eu já tinha o desejo de ir para São Paulo, porém não haviam surgido oportunidades. Essa oportunidade vai me permitir mudar de Candeias, minha cidade na Bahia, para a Vargem Grande Paulista, onde será a sede da empresa Aluthaico. Um desafio e tanto para quem ainda não conhece São Paulo. Eu entendo que foi possível conseguir esta oportunidade principalmente por dois motivos: minha atitude ativa e me colocar à disposição da AdC como voluntária. E hoje posso dizer que vou realizar esse sonho de trabalhar em São Paulo. No início de 2023 já estarei em Vargem Grande Paulista para assumir a minha vaga de profissional da qualidade.” Percepção do Consultor Sênior que acompanhou Raquel Santos Uma moça com futuro promissor, que em seus trabalhos voluntários mostrou dedicação, vontade de aprender, assiduidade, além de ver a evolução na sua organização, proatividade, comunicação e pesquisa técnica, além de muito profissionalismo, não à toa, foi chamada para trabalhar na Aluthaico através do próprio dono da empresa. Essa é a história de Raquel Santos, que nos faz fecharmos o ano de 2022 com a sensação de dever cumprido…muitas histórias tão diferentes, uma verdadeira aventura proporcionada por elas, mas sabemos também que há muito a se fazer nesse país em 2023. Por isso, já desejamos: Um Feliz Natal e um ano de 2023 repleto de realizações!!! Esses são os votos da Aventura de Construir a todos que nos acompanham. #projetosocial #Empreendedorismo #empreendedorismo #desenvolvimento #Microempreendedores

  • Os desafios dos negócios de Impacto Social na Periferia

    Em mais um texto produzido a partir da colaboração entre a Agência Experimental Benjamin, da FECAP, e a Aventura de Construir, o Blog AdC desta semana traz o artigo “Os desafios dos negócios de Impacto Social na Periferia”, falando sobre a importância dos projetos de impacto social, seus desafios e o lançamento do Ebook “Da Experiência, Um Método: manual de sistematização de jornada integral para negócios de impacto de periferia”. Confira abaixo. Por Pedro Gucciardi e Bruna Ferreira Transporte público, condições de moradia, ofertas de trabalho, por vários ângulos de análise é possível concluir como a vida nas regiões periféricas do Brasil é menos favorecida quando comparada com as regiões centrais, e essa realidade também se aplica aos negócios de impacto social. Para contextualizar o que é um negócio de impacto, podemos definir como empresas que, em sua função principal, buscam o lucro por meio do benefício coletivo e direto para pessoas com faixa de renda mais baixas, como as classes C, D e E. De acordo com o SEBRAE, as principais características que diferenciam um negócio de impacto para um negócio tradicional são o trabalho em rede, ou seja, as parcerias que são construídas e estabelecidas ampliam o resultado final da atuação do negócio. Além disso, características como: o combate ao trabalho escravo e infantil; gestão da cadeia produtiva – ao selecionar e avaliar os fornecedores; zelo com as questões ambientais e a articulação com políticas públicas. Uma empresa que fornece energia elétrica gerada por placas solares para comunidades isoladas no sertão brasileiro pode ser um exemplo de um tipo de negócio de impacto social. Embora esse modelo de negócio seja mais importante nas regiões periféricas, é justamente nesses locais em que o investimento é menor. De acordo com uma pesquisa feita pela FGV em parceria com a Fundação Arymax, o capital inicial de empreendedores sociais em regiões centrais é 37 vezes maior do que aqueles que começam seus empreendimentos em regiões periféricas. Em valores, essa diferença é mais notada. Em média, os negócios sociais na periferia começam com 19 mil reais, enquanto nas regiões centrais a média inicial é de 712 mil reais, somando dinheiro, patrimônio e materiais, como computadores e a sede da empresa. Um dos efeitos desse fenômeno é a dificuldade em conseguir investimentos na periferia. Como o capital inicial e a expectativa de retorno são menores, os riscos para os investidores são maiores, o que faz com que eles não vejam essas regiões como uma opção viável e rentável. Por isso, as aceleradoras focadas em empreendimentos sociais periféricos são tão importantes para a sobrevivência desse modelo de negócio. A atuação de organizações como a Aventura de Construir, que desde 2013 fornece toda uma cesta de serviços e acompanhamento individualizado para empreendedores da periferia, é de extrema importância para minimizar os impactos financeiros de negócios sociais fundados na periferia e ajudá-los a alcançar todo seu potencial. Toda a experiência da ONG Aventura de Construir está no E-book lançado no último dia 29 de novembro, “Da Experiência, Um Método: manual de sistematização de jornada integral para negócios de impacto de periferia”. O livro está disponível, de forma gratuita, pelo link e é um excelente guia para empreendedores que pretendem ter negócios relevantes e com maior propósito para clientes e sociedade. Supervisionado pela Profª Paula Franceschelli. #periferia #projetosocial #Empreendedorismo #impactosocial #Microempreendedores

  • ALUTHAICO: “Um novo negócio, novas perspectivas”

    A Jornada de Sustentabilidade deste mês traz a história do projeto Aluthaico, um novo modelo realizado pela Aventura de Construir em conjunto com o empreendedor Julio Petrucci, proprietário da empresa. Da parceria, foi desenvolvido um Plano de Négocio completo para a construção do empreendimento. Confira a história completa! Em novembro foi concluído o Plano de Negócios da empresa Aluthaico, uma pequena empresa de fabricação de esquadrias. Uma experiência ímpar para a equipe da Aventura de Construir (AdC), que tem como público principal, os proprietários de MEIs ou microempresas. O plano de negócios desenvolvido para Aluthaico, mostrou indiretamente, os desafios encontrados para a criação de uma empresa de pequeno porte no Brasil, do setor da construção civil. Desafios que podem ser vistos ao longo de todo plano de negócio. A estrutura da empresa foi descrita em 200 páginas, cada setor, localidade e planejamento que vai desde a compra de máquinas e equipamentos, passando pelo número de funcionários e seus cargos, até o retorno do investimento financeiro inicial. Quanto às principais dificuldades? “Agora pense! coloque-se dentro de um local vazio, agora feche os olhos e tente construir cada canto de uma empresa, refletindo sobre experiências que irão nortear suas escolhas”, essas são as principais dificuldades encontradas, pois um plano de negócios, deve conter pontos essenciais para existência de uma empresa (ver quadro 1). Quadro 1. Alguns Temas do Plano de Negócios – Aluthaico 1Público10Legislação tributária2Análise de Mercado11Legislação Ambiental3Localização12Código de defesa do consumidor4Estrutura13Instituições Financeiras e de fomento5Máquinas e equipamentos14Entidades de classe e patronais6Pessoal15Automação e processo de produção7Marketing16Feiras e eventos8Logística17Planejamento Financeiro9Parcerias e redes18Outros O que foi o projeto e qual foi o diferencial? O projeto Aluthaico foi iniciado em junho de 2022, com as primeiras reuniões entre o gestor/proprietário da Aluthaico, Julio Petrucci, e a equipe da AdC para o desenvolvimento de um Plano de Negócio. A empresa foi registrada legalmente no início de 2022 como microempresa, mas nasce praticamente como pequena e já nos próximos 3 a 5 anos pode ascender a uma média empresa. Nesse sentido, é possível perceber que a equipe da AdC, embora seja especialista no acompanhamento técnico dos MEIs, também apresenta conhecimento especializado para dar suporte a micro e pequenas empresas. Um projeto diferente, que desafiou o corpo técnico da AdC, ao desenvolver um plano de negócio de média complexidade de um setor ainda pouco explorado pela instituição, o da construção civil. Que exigiu horas de pesquisa para entregar um material de qualidade e que seja útil aos colaboradores e gestores da Aluthaico. Qual o legado que o projeto deixou para a AdC? Segundo o dicionário Priberam: um legado é “o que é transmitido a outra pessoa que vem a seguir ou uma herança a quem não é herdeiro”. Sendo assim, alguns pontos relacionados a criação e desenvolvimento do plano de negócio da Aluthaico podem ser considerados como um legado a instituição, entre eles: Escopo para o desenvolvimento do plano de negócio “O escopo do projeto é uma forma de estabelecer limites para o projeto e determinar com exatidão as metas, os prazos e os entregáveis do projeto”. Desta forma, os erros e acertos em relação aos prazo e entregáveis vão ser levados em consideração para os próximos projetos. Como exemplo: um número maior de consultores técnicos e maior tempo para desenvolver um projeto desse calibre. Metodologia para participação e integração do gestor da empresa nos trabalhos A metodologia são os caminhos para se chegar a determinado fim, ou seja, descrever o passo a passo das ações realizadas. Assim, é possível avaliar e mensurar cada passo. Neste sentido, a realização de reuniões nas primeiras horas da manhã, momento em que o empreendedor ainda não está na correria do dia-a-dia, é essencial para que ele consiga participar de “corpo e alma” das decisões e direcionamentos do projeto. Envolvimento de voluntários no projeto A AdC conta com voluntários com diversas especialidades, que buscam de alguma forma contribuir com o desenvolvimento de empreendedores de pequenos negócios e no projeto Aluthaico não foi diferente. A voluntária Raquel Santos do estado da Bahia, formada em Gestão da Qualidade e conhecedora das normas de qualidade, além de experiência em auditorias foi contemplada com as pesquisas e desenvolvimento do plano de ação da Aluthaico. Uma via de mão dupla, pois com a ajuda na pesquisa e desenvolvimento do Plano de Negócios, a voluntária além de apoiar na elaboração, aprende a desenvolver um plano de negócios na prática, que pode fazer parte do portfólio de serviços da empresa que Raquel pretende abrir futuramente. Participação de empreendedores atendidos pela AdC no projeto O banco de dados da AdC conta com quase 8 mil beneficiários cadastrados, entre empreendedores e postulantes ao empreendedorismo. Desse total, muitos têm conhecimentos específicos que podem ser utilizados para ajudar ou apoiar outros empreendedores. Como exemplo, Silmara de Souza formada em Direito e especialista na área fiscal e tributária, além de Laila Covolan especialista no mercado de marketing, atuando com planejamento, branding, endomarketing e marketing digital. Essas duas profissionais participaram ativamente com dicas e orientações sobre suas respectivas áreas de atuação, que proporcionou a elaboração mais assertiva do plano de negócios, em relação à área de marketing e a fiscal e tributária. Disseminação de conhecimento entre a equipe da AdC Com a finalização do projeto Aluthaico para a elaboração de um plano de negócios, a metodologia aplicada somados aos erros, acertos e dicas serão disseminados entre a equipe de consultores da AdC por meio de um cronograma de encontros. Os encontros serão divididos entre: 1º Definição de escopo do projeto (erros e acertos), 2° Metodologia para o desenvolvimento de um Plano de Negócios de média complexidade, e 3° Parcerias no desenvolvimento do Plano de Negócios (cuidados com a LGPD). O projeto da Aluthaico foi bastante desafiador para a equipe da AdC, devido ao seu grau de complexidade. O plano de negócios contou com 13 reuniões de alinhamento, 5 etapas, 24 temas abordados e 84 subtemas em suas 198 páginas de pesquisas atuais, verificadas em órgãos nacionais e internacionais especializados na área da construção civil e do segmento de serralherias. Com a experiência proporcionada por esse projeto por meio da interação com o empreendedor Julio Petrucci, a AdC espera desenvolver outros projetos com essas características para apoiar empreendedores no desenvolvimento de suas empresas. #empreendedorismo #esquadrias #microempreendedor #planodenegocio

  • E-book Da Experiência, Um Método – Manual para Negócios de Impacto Social de Periferias

    Na última terça-feira, dia 29 de novembro, a Aventura de Construir lançou o e-book “Da experiência, um método: Manual Jornada Integral com Negócios de Impacto Social de Periferias“, em parceria com a Fundação Tide Setúbal e o ICE (Instituto de Cidadania Empresarial). O projeto é a sistematização das experiências acumuladas, aos longos dos 11 anos de atuação com ações de impacto social, para que possam ser compartilhadas e multiplicadas. É um convite para reflexão sobre o ecossistema como um todo e relação de acessos para negócios de impacto de periferia. Você pode acessar o eBook neste link. O projeto é a sistematização das experiências acumuladas, aos longos dos 11 anos de atuação com ações de impacto social, para que possam ser compartilhadas e multiplicadas. É um convite para reflexão sobre o ecossistema como um todo e relação de acessos para negócios de impacto de periferia. Para comemorar o lançamento foi realizado um evento presencial, no auditório da Tide Setúbal. Entre os painelistas convidados, estavam empreendedores de impacto, representantes da academia e das instituições parceiras. Foram realizadas rodas de conversa sobre suas experiências e sobre a importância da avaliação de impacto e ações nas periferias. O evento trouxe uma troca muita rica entre diferentes atores e organizações no contexto de impacto socioambiental. Agradecemos a presença de todos que puderam participar! Assista ao evento completo neste link.

  • Da Ideia à Execução – Projeto Aluthaico parte 2

    Hoje, o Blog AdC continua o tema da semana passada, quando entrevistamos Franklin Menezes, da Aventura de Construir e a voluntária Raquel Santos sobre o Projeto Aluthaico. Realizado entre junho e novembro de 2022, o projeto acompanhou e auxiliou o empreendedor Julio Petrucci na criação de um plano de negócios para o seu empreendimento, a Aluthaico, que atuará na área de serralherias para construção de caixilhos para edifícios residenciais. Para falar sobre como surgiu a ideia do empreendimento e contar mais sobre o projeto, nesta semana conversamos com o próprio Julio. Confira abaixo! Aventura de Construir: Julio, fale um pouco sobre você e sobre a área em que você atua. Meu nome é Julio Petrucci, sou formado em Engenharia Mecânica apesar de trabalhar em uma área muito mais ligada à construção civil, do que a mecânica propriamente dito. Mas em algum momento as duas disciplinas conversam, então eu tô bem no meio dessa interligação. Isso se dá em função do segmento que eu acabei começando a minha vida profissional, e que estou até hoje, que é a área de fabricação e instalação de esquadrias de alumínio. Basicamente são essas janelas de alumínio que formam as fachadas dos edifícios, tanto residenciais quanto comerciais e corporativos. Na Engenharia Civil ou na Arquitetura nós conhecemos popularmente como esquadrias de alumínio ou caixilhos. É uma área que tem diversos detalhes, existem normas que regulamentam todo esse universo, então requer muito estudo. É preciso ter estanqueidade à água, resistência à ação do vento, uma preparação em relação à acústica e até em questões térmicas. A gente viu recentemente que fortes ventos em Balneário Camboriú, Santa Catarina, provocaram estragos em janelas de alguns edifícios que não resistiram à pressão do vento. Para evitar isso, a esquadria tem que ser projetada em função da região em que ela vai ser aplicada, levando em conta a altura do prédio etc. Esse estudo que define as condições de instalação e montagem do produto. É um negócio bastante complexo. AdC: Como você começou na área e como surgiu a ideia de criar uma empresa para a produção das esquadrias? Eu comecei com 14 anos em uma empresa que produzia essas esquadrias, na década de 80. Trabalhei lá cerca de 17 anos, saí engenheiro formado e aprendi muita coisa lá. Fui trabalhar numa construtora, que fazia edifícios corporativos, como um especialista em esquadria, onde trabalhei por 10 anos. Então eu saí para ser sócio de uma empresa de consultoria na mesma área. Ela foi fundada pelo meu irmão, que também seguiu na mesma trajetória profissional. A partir de 2010 nós trabalhamos juntos nesta empresa de consultoria. E o que faz uma empresa deste tipo? Quando uma construtora vai fazer um contrato de uma fachada-cortina para um edifício corporativo, ou as esquadrias para edifícios residenciais, ela precisa das especificações dessas esquadrias, a especificação do vidro, os sistemas construtivos que vão atender aquele projeto, tanto arquitetonicamente quanto em relação às normas. Então essa empresa de consultoria define essas especificações, estuda o vento, as questões térmicas, tem o cálculo estrutural. A partir daí a construtora, com esse projeto na mão, vai ao mercado para contratar uma empresa para fabricar as esquadrias. O papel da consultoria é no desenvolvimento do projeto, na fabricação e na instalação das esquadrias. Eu fiquei trabalhando nessa empresa até o final de 2021. Tive uma saída planejada, acontecendo aos poucos, para ir atrás da ideia de empreender e ter uma empresa para fabricar caixilhos. Essa ideia surgiu seis anos atrás mais ou menos, de uma forma despretensiosa. Em uma conversa alguém me disse que eu tinha um perfil mais de quem faz a coisa acontecer, do que alguém que faz projetos. Então eu comecei a amadurecer ideia, em determinado momento senti que tinha que mudar um pouquinho aquilo que eu estava fazendo profissionalmente. Tinha alguma coisa que me dizia que a consultoria não estava mais me satisfazendo profissionalmente. Aí eu comecei a trabalhar na ideia da empresa. Quando tirava férias eu alugava uma salinha num cowork, começava a estudar a viabilidade, conversei com muita gente. E essa empresa de consultoria me deu uma base, porque eu tive oportunidade de conhecer o mercado como um todo, desde construtoras e fornecedores. Até hoje eu consigo conversar com toda a cadeia de produção e instalação. A partir dessa base e dos estudos, percebi que ter uma empresa de esquadrias era algo viável. AdC: E como surgiu a parceria com a Aventura de Construir? Meu objetivo era começar a empresa já com uma estratégia definida, um estudo financeiro, com análise de mercado. Queria começar de uma forma segura, então sempre foi claro que eu precisava do plano de negócio. Tenho um pouco de experiência por ter um MBA em Gestão Empresarial, o que me permitiu ter uma visão um pouquinho melhor, mas eu não tinha tempo e conhecimento para montar um plano de negócio. Então percebi que precisava buscar alguém para me ajudar nesse começo. E aí surgiu a Aventura de Construir através de um sobrinho meu, o Rafael, que me indicou a ONG para realizar uma parceria. Conversei com a Silvia, fechamos um contrato e de lá para cá foi muito legal o trabalho com o Franklin. Nós trocamos muitas ideias durante esses meses. A AdC sabe muito bem como fazer o plano de negócio, e eu sei muito bem como montar uma empresa de caixilhos, então foi uma uma soma de conhecimentos. Nos reunimos toda sexta-feira e o trabalho foi acontecendo a quatro mãos. Agora que o plano de negócio ficou pronto eu estou bastante contente com o resultado. Vai ser muito útil nesse começo, ainda que sempre precise ser revisado ao longo do tempo. Precisa ser um documento vivo e servir como referência para a empresa. E precisa ter de tudo: estudo de mercado, logística, finanças, marketing, produção, equipamentos, estoque. E tem essa questão muito importante que eu vou querer abraçar que é o ESG. Então é um documento que contempla todas as áreas da empresa, daquilo que você precisa estar atento para realizar a gestão da empresa de uma forma eficiente, segura e correta. AdC: Durante o projeto, quais foram os maiores destaques e desafios enfrentados? Eu acho que toda essa parte de estruturação é desafiante. O plano de negócio tem um passo a passo a ser seguido que parece uma coisa simples, mas não é bem assim. Ele começa um tanto genérico, para qualquer um, mas vai se moldando em função de cada segmento e de cada empresa. Também destaco o estudo de mercado, as pesquisas que o Franklin fez na área como um todo. Ele se envolveu muito com esse projeto, pesquisou sistemas de software para o segmento, algo bem específico. Então acho que esse envolvimento da Aventura de Construir, ainda que inusitado em relação à área, foi muito profundo. E nessa parceria surgiu uma sinergia muito grande, que é importante para dar uma fluidez melhor no processo. Tudo aconteceu de uma forma muito natural e a gente se complementava. Foi essencial o envolvimento do Franklin, da Raquel e de todos que colaboraram. AdC: Em que estágio está o negócio e quais são os próximos passos? Qualquer empreendedor, quando tá começando um negócio pela primeira vez na vida, acha que tudo vai ocorrer na ordem planejada. Tudo faz parte de um sonho, uma ideia que vai se formando mentalmente, você vai colocando cada pecinha ali e tudo se encaixa perfeitamente. Mas a realidade não é assim. Eu imaginava ter o plano de negócio montado, tudo perfeito e ajustado, para então tudo acontecer, mas eu tive que caminhar várias coisas em paralelo. Enquanto eu estava desenvolvendo o plano de negócio, junto com a Aventura de Construir, eu também já tinha que aproveitar o timing do mercado da construção civil, que vive um bom momento no Brasil. Então quando eu ia me desligando da empresa que eu trabalhava, já estava começando a fazer contatos, conversando com as construtoras e pedindo a oportunidade de participar de um processo de concorrência. Até para ver como é apresentar uma proposta. Hoje já temos dois contratos fechados, já contratados. Eu estou começando a formar a equipe, conversando com as pessoas, o galpão está praticamente alugado, já comprei alguns equipamentos. Então acredito que em janeiro a estrutura já vai estar montada e vamos começar a produzir as esquadrias. O sonho está quase se tornando realidade. Não exatamente da forma que se sonhou, mas a realidade é gostosa de viver. É uma mistura de sentimentos: de alegria, porque você tá conseguindo conquistar o negócio; um pouco de preocupação, porque surgem muitas incertezas; e muita responsabilidade.

  • O trabalho em rede em prol do empreendedor – Projeto Aluthaico parte 1

    No blog AdC desta semana, falamos sobre o encerramento do Projeto Aluthaico, realizado entre junho e novembro de 2022, em parceria com a empresa de mesmo nome. A Aventura de Construir acompanhou e auxiliou na criação de um plano de negócios para o empreendimento, que atuará na área de serralherias para construção de caixilhos para edifícios residenciais. Para falar um pouco sobre os aprendizados adquiridos ao longo desse percurso, conversamos com Franklin Menezes, consultor sênior da área de desenvolvimento da AdC e com a voluntária Raquel Santos, que colaborou ao longo do desenvolvimento do plano de negócios. Confira a entrevista abaixo e fique ligado pois semana que vem publicaremos a entrevista com Julio Petrucci, responsável pela empresa! Raquel, fale um pouco sobre você e como se envolveu com esse projeto? Raquel: Eu sou Raquel Santos, sou graduada em Gestão da Qualidade, sou auditora de SGI e também estou me especializando em Melhoria Contínua, tirando minha certificação em Green Belt Six Sigma. Estou também abrindo a empresa de consultoria da qualidade, que vai ofertar serviços de implantação da ISO 9001, auditoria interna de SGI, mapeamento de processo, implantação do Programa 5S etc. Ano passado eu participei do projeto Lamberti Transforma, na Aventura de Construir, e depois fiquei atuando como voluntária. Então o Franklin me convidou para participar deste projeto, no qual eu realizei várias pesquisas para o plano de negócio. Como vocês explicariam este projeto, que é um pouco diferente dos outros realizados pela AdC, para os nossos leitores? E como ele surgiu? Franklin: O projeto realmente tem uma particularidade. Não era nossa expertise, até então, trabalhar com o tamanho de empresa que está sendo criada. Tudo se iniciou por meio de um conhecido da nossa coordenadora-geral que nos indicou a conversar com o Julio Petrucci, responsável pelo empreendimento. A partir dessa conversa iniciou-se o projeto que consiste na elaboração de um plano de negócios para esta empresa que ainda vai ser criada, a Aluthaico. O CNPJ está criado, mas ela ainda não existe de forma física. Trata-se de uma empresa de serralherias para construção de caixilhos para edifícios residenciais. No plano de negócio houve um planejamento para prever em quanto tempo seria fechado o primeiro negócio, mas há pouco ficamos sabendo que o Julio, gestor muito competente e com diversos anos de experiência na construção civil, fechou dois contratos. Isso confirma que a empresa vai avançar. A maioria dos empreendedores atendidos pela Aventura de Construir são microempreendedores individuais ou empresas de pequeno porte. Para entender a diferença desse projeto, qual é o tamanho da Aluthaico? Franklin: Entre os empreendedores atendidos pela Aventura de Construir, há os empreendedores que ainda não tem o seu negócio, os empreendedores informais que já tem um pequeno negócio, e temos também os empreendedores que são formalizados e são MEI. Além disso, uma pequena parte dos nossos empreendedores têm microempresas. No caso da Aluthaico, ela nasce como micro, mas provavelmente vai pular para pequena empresa entre o primeiro e o segundo ano. O faturamento anual de um MEI é de até R$ 81 mil, enquanto uma microempresa é de até R$ 360 mil. Uma pequena empresa tem faturamento de até R$ 4,8 milhões por ano. Então é provável que a Aluthaico dê um salto para pequena empresa e fique variando entre pequena e média. É uma diferença muito grande no faturamento, que vale muitos empreendimentos de pequeno porte. Raquel, pensando nessa questão de tamanhos de empresa, como é fazer consultoria e ajudar esses empreendedores? Como é a sua experiência até então? j Raquel: Como eu ainda não comecei a atuar com consultoria, até então participei apenas de algumas consultorias na AdC, com alguns empreendedores que eram MEI e alguns que ainda estavam informais. Essa experiência foi diferente, porque é um negócio bem maior, é outra visão. Durante o projeto eu adquiri bastante conhecimento, porque não tinha tanta noção do que era um plano de negócio. Até falei ontem com o Júlio: eu imaginava que era algo similar ao planejamento estratégico, mas vi que é bem mais profundo. Serve para guiar o empreendedor quando ele for abrir o negócio dele, como a questão da localização e o payback. Ele sabe até quando vai ter o retorno do investimento. Eu vejo que serve como um direcionamento. Talvez se não tivesse feito o plano de negócio, ele poderia até abrir a empresa em um local errado. Por exemplo, ele estava analisando se abria em Cotia ou Guarulhos, sendo que não teria tanto lucro em Guarulhos, o que poderia fechar a empresa daqui a três, cinco anos. Ia fazer um investimento que não iria valer a pena. Franklin: Pegando o gancho da Raquel, essa pesquisa sobre Cotia e Guarulhos é bem interessante. A gente percebeu que em Guarulhos os galpões estão dentro da cidade e têm o valor mais alto comparado a Cotia, que é do lado. Dentro de Guarulhos você precisa de mais estrutura interna. Por exemplo, eu não consigo com facilidade um galpão que já tenha toda a vistoria dos bombeiros. Isso faz muita diferença, por causa dos custos envolvidos. Em Cotia você já tem facilidade de estar numa parte mais afastada da cidade, à beira de uma estrada, onde os valores do aluguel são bem menores. Além de já ter toda a estrutura necessária, o que torna o contexto mais barato. Isso ajuda o empreendedor a tomar uma decisão que é estratégica para o negócio dele. A escolha tem que ser certeira para não precisar ser feita uma mudança daqui a seis meses. O aluguel de um galpão desses varia entre R$ 18 a R$ 25 mil, então é um custo considerável que gera a necessidade de uma responsabilidade maior nas decisões. Então a complexidade é maximizada em todas as áreas, seja área tributária, análise de negócio etc. Qual é a importância de parcerias nesse projeto, seja a da Aluthaico com a Aventura de Construir, seja o voluntariado? Qual a importância de agregar pessoas que possam colaborar nesse processo? Raquel: Foi importante pelo tempo, pois o cronograma inicial era de dois meses de trabalho e acredito que se o Franklin fizesse tudo sozinho, ele não conseguiria terminar no prazo. E também pelo conhecimento que eu adquiri, porque eu aprendi muita coisa. Até mesmo na questão das máquinas… eu não sabia nada sobre aquelas máquinas de Serralheria e tive que me aprofundar, estudar, para conseguir entender a função de cada máquina e assim conseguir fazer a pesquisa adequada para o plano de negócio. Franklin: Eu vejo que ao trabalharmos em rede, existe uma via de mão dupla. A Aventura de Construir abre portas para o voluntariado e, ao mesmo tempo em que ela ganha com o apoio em seus projetos, o voluntariado adquire um know-how que provavelmente só adquiriria por meio de cursos pagos, muitas vezes com altos valores. E, mesmo assim, não teria a prática. Pegando aqui o exemplo da Raquel: ela entra, mergulha em um plano de negócios e ali ela tem a orientação do consultor sênior para ir acertando os pontos e adquire experiência e conhecimento. Quando a Raquel abrir a empresa de consultoria, ela já vai abrir com o know-how para fazer plano de negócio de média complexidade de uma empresa de pequeno porte. Se ela atender uma empresa menor ainda, seja MEI ou Micro, consegue acertar no ponto. Então vejo que essa via de mão dupla é muito importante e fico muito satisfeito com a filosofia e também o método que Aventura de Construir trabalha com a sociedade em geral. #Empreendedorismo #Microempreendedores #Planejamento

  • Seu bolo faz um sorriso no meu estômago

    A Jornada de Sustentabilidade de Novembro traz a história da Hilda Almeida. Empreendedora no ramo da confeitaria, Hilda é uma das participantes do projeto “Lamberti Transforma II”. Confira a sua história abaixo! Hilda Almeida é uma mulher guerreira e alegre de 55 anos que não se deixa abater pelas adversidades da vida. Mãe de dois filhos, uma universitária e um rapaz de 10 anos, carrega em seus braços a responsabilidade de cuidar dos filhos, da mãe e da sobrinha. Hilda precisa sempre se reinventar e se fortalecer para seguir em frente, e rodeada por pessoas que querem o seu bem, busca sempre sorrir para vida. É uma mulher apaixonada por doces e bolos, mas demorou para iniciar sua jornada nesse mundo. Por muito tempo trabalhou como supervisora de operações em institutos de pesquisas até que ficou desempregada em junho de 2018. Precisando se reinventar, em maio de 2019, Hilda decide então fazer bolos para vender, unindo sua paixão com a necessidade de renda para manter a família. Sua primeira experiência de venda foi em um encontro de mulheres que sua filha a convidou para ir em julho de 2019. Levou alguns bolos de pote em sua caixa térmica sem grandes pretensões. Contudo, seus bolos fizeram tanto sucesso que recebeu várias perguntas de como fazia para receber pedidos ou se também fazia bolos para festa. Aproveitando a felicidade do primeiro sucesso de vendas, Hilda aceitou pela segunda vez o conselho de sua filha: arriscou vender na Universidade Federal do ABC, onde a filha estuda. No começo, os alunos da universidade não a conheciam, mas não demorou para Hilda se tornar um fenômeno no campus de São Bernardo do Campo. Em pouco tempo, as receitas de bolo de pote de Hilda foram se aprimorando a ponto de conseguir vender em média mais de 32 unidades por dia com possibilidade de expandir as vendas. Em 2019, Hilda avalia que teve um bom lucro com a venda de bolos, não tendo certeza sobre o valor, pois na época não realizava qualquer tipo de controle financeiro. Foi nessa época que Hilda conheceu um amigo de sua filha, Lucas Faustino, estudante do curso de Políticas Públicas da UFABC. Hilda em frente ao Restaurante Universitário, ponto de maior tráfego de estudantes. Da crise nascem os reencontros A pandemia de Covid-19 foi um banho de água fria para Hilda. Com a universidade adotando o modelo remoto de ensino para evitar as contaminações, Hilda perdeu o seu principal público, literalmente, de um dia para o outro. A expectativa era que tudo se normalizasse em algumas semanas. De semanas, a expectativa subiu para meses e depois anos. Nos seis primeiros meses de pandemia, Hilda priorizou a segurança de sua família. Após esse tempo, precisou focar na venda de bolos para festa, embora o volume de pedidos deles não fosse tão grande. Bolo barril de Hilda, uma verdadeira obra artística e culinária. Aproveitando para se reinventar, Hilda se movimentou e fez um teste: colocou uma banquinha em frente de casa e ficava ali, vendendo o que conseguia e se tornando novamente uma referência de bolos (e salgados que experimentou vender, mas logo parou por perceber que não estava dando lucro). Hilda continuou com esse jogo de cintura, entre atender pedidos de bolo de festa e realizar a banquinha em frente de casa até o começo de 2022, quando teve que se mudar de bairro e não foi mais possível continuar com a prática, acarretando, pela segunda vez durante a pandemia, uma perda de seu público. Em 2022, Lucas Faustino, fazia parte da equipe da AdC como Coordenador do Projeto “Lambert Transforma II” e durante a reta final do período de inscrições em março, Lucas se lembrou de Hilda e pensou em convidá-la para se inscrever e participar do projeto. Às vezes o que nos falta são orientações A primeira atividade do projeto aconteceu no dia 28 de março, e de lá para cá, Hilda participou ativamente das 21 capacitações e das 9 assessorias que teve até o momento. Durante uma dessas atividades, uma assessoria coletiva de marketing ministrada pela voluntária Tatiana Stein, no dia 25 de agosto, Hilda compartilhou com suas colegas a sua alegria por fazer bolos e doces, e de como essa atividade lhe enche de paixão ao ver a magia de misturar diversos ingredientes e deles sair um sabor que encanta o paladar de todos. Durante esse encontro, Hilda compartilhou que uma aluna da UFABC certa vez lhe disse que “seu bolo faz um sorriso no meu estômago”. Tatiana, aproveitando a deixa do exemplo, disse que esse poderia ser um bom slogan para a marca de Hilda e que ela e a turma poderiam aproveitar das opiniões dos clientes para fortalecerem os seus negócios. Assessoria coletiva ministrada por Tatiana Stein para empreendedoras que trabalham com o ramo alimentício. Hilda se destacou com exemplos durante o encontro. Como podemos ver, Hilda é uma mulher aguerrida, alegre e apaixonada pelo o que faz, entretanto, a queda nas vendas provocada pela pandemia, a falta de planejamento e de controle financeiro, bem como a alta acelerada no preço dos alimentos provocada pela inflação, estavam deixando-a cabisbaixa e em sua mente rondava a ideia de desistir. Foi nesse contexto que ingressou no projeto da Lamberti Transforma II. É preciso ter controle para avançar A principal fraqueza de Hilda era o controle financeiro. Não realizava anotações e não tinha clareza do quanto estava arrecadando ou gastando por mês. A primeira orientação dada pela equipe da AdC à Hilda foi realizar um fluxo de caixa, que Hilda prontamente iniciou em um caderno. Após esse momento de conscientização sobre a importância do fluxo de caixa, o segundo momento para Hilda foi ter um melhor controle financeiro do seu negócio e realizar uma precificação de seu produto. Nesse momento Hilda ficou chocada, estava tendo prejuízos na venda de bolo de festa de 1kg. Vendia cada bolo por R$ 65,00, contudo, o custo mínimo para prepará-los não era menos de R$ 70,00 de custo variável. Atualmente vende o bolo de 1kg por R$ 80,00. (Aqui vale notar que, quanto maior for o peso do bolo, mais barata fica sua produção). Foto de Hilda com Lucas, durante assessoria presencial que aconteceu no campus de São Bernardo do Campo da UFABC Foi então que Hilda decidiu mudar de postura e reprecificou seus produtos. Além disso, Lucas incentivou Hilda a voltar a vender na UFABC. As aulas haviam voltado e o campus estava recheado de estudantes que poderiam ser mais uma vez o seu público-alvo principal. Imagem do Instagram de Hilda com comentários de alunos da UFABC Ao voltar a realizar as vendas no campus, Hilda já estava chegando ao mesmo patamar pré-pandemia, com apenas alguns dias. Lucas, inclusive, observou que durante uma assessoria presencial, Hilda havia vendido todos os seus bolos (consegue levar 29 por dia) e apareceu pelo menos outros 10 alunos procurando, tudo isso durante duas horas de vendas. Por fim, Hilda também entendeu a importância de criar metas e cumpri-las. Num primeiro momento, Hilda decidiu que gostaria de vender 400 unidades de bolo de pote por mês, gerando um bom faturamento mensal, e um bom lucro para custear sua casa. Após isso, a meta seria vender 450 unidades e quem sabe 500 unidades mensais. Esse planejamento também está vinculado a um preparo para os meses que não consegue vender por conta das férias escolares. Assim, percebemos que o acompanhamento dado pela AdC à Hilda foi crucial durante o projeto Lamberti Transforma II. Além de ter mais controle sobre o seu negócio, Hilda se sentiu mais encorajada. Além de forte, risonha e guerreira, Hilda também gosta de se fortalecer com pessoas queridas.

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