Instituto Ultra aposta na educação como alavanca de transformação social: entrevista com Luis Guggenberger
- Comunicacao Aventura de Construir
- 29 de out.
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Atualizado: há 6 dias

Por Ana Luiza Mahlmeister
A desigualdade educacional está entre os principais problemas brasileiros e tem sensibilizado organizações sociais, governo, entidades públicas e privadas.
A relevância da educação e seu impacto no desenvolvimento das comunidades direciona a estratégia do Instituto Ultra, organização da sociedade civil responsável pelo investimento social privado da Ipiranga, Ultragaz, Ultracargo e Hidrovias do Brasil.
Na liderança do Instituto está Luis Fernando Guggenberger, executivo com ampla experiência em organizações sociais do terceiro setor, com passagens pela Fundação Gol de Letra, Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), além da atuação na iniciativa privada na Fundação Telefônica Vivo e Vedacit.
A partir de 2022, o Instituto Ultra revisitou a sua estratégia e passou a direcionar os investimentos para as cidades onde operam as empresas do grupo.
“Enxergamos a educação como motor de transformação da realidade do país, por isso a escolha como foco prioritário de atuação, ampliando as possibilidades de mudanças nas vidas das pessoas.”, explica Guggenberger.
O objetivo do Instituto Ultra é investir na educação, por meio de 2 pilares estratégicos, o primeiro é o investimento para a melhoria da qualidade da educação básica, especialmente no ensino fundamental II, fortalecendo e apoiando as lideranças e a gestão educacional de municípios, bem como a recomposição e aceleração de aprendizagem de alunos, e o segundo é focado na educação profissional.
A atuação se estende a Canoas (RS), Santos-Cubatão (SP), Betim (MG), Ipojuca (PE), São Luís (MA) e Barcarena (PA), municípios onde as empresas do Grupo atuam. O Instituto trabalha com a rede pública por meio de alianças com as Secretarias Municipais de Educação.
“A posição é de escuta das necessidades e dos principais desafios da cidade, com respeito e cuidado para não sobrepor o que a cidade quer e precisa, buscando parceiros no ecossistema entre organizações sociais e empresas que tenham experiência com esta agenda, viabilizando projetos de maneira escalável”, explica Guggenberger.
O investimento é dividido de duas formas: a primeiro de recursos diretos por meio da doação voluntária das empresas do Grupo, e a segunda é a da gestão da destinação dos recursos incentivados das empresas, sendo que estes podem ser inscritos na plataforma do Instituto que possui um processo seletivo que vai desde curadoria baseada em um score card de análise da aderências das iniciativas, passando pela aprovação junto às empresas em seus comitês. Além disso 10% do orçamento de investimento direto vai para ações emergenciais.
“Apoiamos municípios que sofrem catástrofes climáticas ou outros eventos, como incêndios”, afirma Guggenberger.
Entre eles está Canoas, no Rio Grande do Sul, que sofreu com as enchentes da região em maio de 2024, e recebeu recursos para a compra de cestas básicas entregues para ONGs indicadas pela Ação da Cidadania, parceira do Instituto nesta frente. “Em conjunto com B3 Social e a iniciativa privada foi possível reconstruir 55 escolas, bibliotecas e brinquedotecas do município que também recebeu a doação de 400 chromebooks (laptops) para a retomada das aulas”, diz Guggenberger.
Os próximos passos do Instituto Ultra, segundo Guggenberger, é a consolidação dos programas previstos até 2030.
“Cada iniciativa tem a duração média de dois anos seguida de uma avaliação dos resultados do investimento social. Nossa meta principal é melhorar a qualidade da educação nos municípios onde atuamos, baseados no IDEB e na diminuição da evasão escolar para no mínimo alcançar a meta nacional que é de 6,5% até 2030”.
Outra meta é oferecer educação profissionalizante para a formação de jovens que poderão futuramente participar de processos seletivos nas empresas do grupo.

