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A importância de refletirmos sobre o avanço da Inteligência Artificial 

Em mais um texto produzido a partir da colaboração entre a Agência Experimental Benjamin, da FECAP, e a Aventura de Construir, o Blog AdC desta semana traz o artigo “A importância de refletirmos sobre o avanço da Inteligência Artificial ”, escrito pelo aluno Pedro Gucciardi, sobre inteligência artificial e os seus avanços.

Confira abaixo!

Por Pedro Gucciardi

Olá, leitores!

Se você, assim como eu, é ligado em tecnologia e empreendedorismo, o texto de hoje é sobre as principais discussões que aconteceram no South by Southwest, ou SXSW.

O SXSW é um grande evento mundial que acontece anualmente desde 1987 em Austin, no Texas, e reúne as mentes mais brilhantes do mundo para discutir novas tendências tecnológicas e como elas vão nos afetar como sociedade daqui pra frente.

A Inteligência Artificial e a análise de dados foram os principais fios condutores dessa edição, e pautaram conversas nos temas de marketing, inovação, música e design, por exemplo. Dentre as inúmeras apresentações, workshops, mentorias e rodas de conversa, o SXSW teve algo a nos ensinar independente de qual área escolhermos.

Em uma das palestras mais aguardadas no evento, a futurista Amy Webb nos trouxe que a “internet como a conhecemos acabou”. Para ela, nós não pesquisamos mais na internet, mas, principalmente por causa dos recentes avanços em Inteligência Artificial e Big Data, a internet nos pesquisa. Segundo Amy, todos os dados que fornecemos durante nosso cotidiano online são constantemente analisados em volumes inimagináveis para humanos e ajudam a direcionar de forma mais precisa conteúdos e informações que sejam capazes de reter nosso foco e atenção. Para a futurista, apesar de hoje essas ferramentas parecerem inacessíveis, em poucos anos elas não só se tornarão mais populares e familiares ao grande público, mas também mais poderosas. Um grande exemplo é o aplicativo ChatGPT, que traz uma noção do que já é possível realizar e ter visibilidade de todas as áreas que a Inteligência Artifical pode ajudar tanto na nossa vida pessoal como também nos negócios que trabalhamos.

Com todas essas mudanças, devemos retornar a retórica socrática. Precisamos aprender novamente a perguntar. Independentemente se sua empresa é grande, se é pequena ou se você é um aluno ainda na escola, a tecnologia impacta diariamente nossa rotina e é capaz de entender nosso comportamento, ações, intenções e relacionamentos. A grande questão é: Qual o caminho que estamos trilhando? Estamos seguros do que estamos fazendo e compreendemos que nossas atitudes irão nos levar para onde queremos ir? O objetivo de uma Inteligência Artificial é nos ajudar a encontrar tendências num oceano de dados aleatórios e a nossa função nessa história é entender se nós estamos realmente encontrando as tendências que queremos ou se estamos enviesando as nossas análises. Os códigos e algoritmos são criados por pessoas e não são imunes aos preconceitos que temos como sociedade. Como exemplo podemos imaginar um caso sobre o uso da inteligência artificial no processo de seleção para uma empresa. Desde as pessoas impactadas para concorrer a vaga nas plataformas de recrutamento até o sistema de seleção de currículos contam com intermédio de um algoritmo automatizado por IA e, em cada uma destas etapas, a IA pode ter sido infectada com os vieses dos usuários. Sabemos que, devido ao racismo histórico e estrutural, pessoas negras historicamente ocupam menos posições de liderança, e, uma IA não consegue discernir os motivos disso, ela simplesmente analisa o passado e direciona uma vaga para o perfil que provavelmente será recrutado, no caso pessoas brancas. Neste sentido, cabe a nós, usuários, darmos o feedback sobre a informação para o sistema melhorar no loop de aprendizado da Inteligência Artificial.

Se você empreendedor está interessado em conhecer e estudar mais sobre IA deixo aqui como sugestão o livro Weapons of Math Destruction, traduzido para o Brasil como Algoritmos de Destruição em Massa. Nele, a autora Cathy O’Neil aprofunda mais essa discussão que foi levantada ao longo do texto. Como tomadores de decisão, precisamos estar cientes dos benefícios, mas também dos riscos que a tecnologia nos traz, por isso, precisamos refletir se realmente estamos caminhando para o lugar certo.

Supervisionado pela Profª Paula Franceschelli.

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