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  • Quando o governo pediu sua opinião sobre um serviço público?

    Neste 17 de novembro, dia da Criatividade, trazemos o artigo “Quando o governo pediu sua opinião sobre um serviço público?” escrito por Tomaz Vicente e Bruno Rizardi, da Catálise Social, e publicado na coluna Impacto Social, da revista Exame. A Catálise é uma startup de design participativo, que busca reconectar pessoas e governos por meio da colaboração e da tecnologia. Em parceria com a Aventura de Construir, a instituição aplicou uma pesquisa sobre desafios e conquistas dos empreendedores da periferia, utilizando um chatbot do Whatsapp. Confira mais sobre este trabalho abaixo! Para muitas pessoas, a resposta para o título desse texto é nunca. Uma pesquisa publicada pelo Governo Federal no ano passado com gestores de 57 instituições federais mostra que apenas 30% delas avaliam a qualidade dos serviços regularmente e somente 40% têm ferramentas para que o usuário possa avaliar sua satisfação quanto ao serviço prestado. A pesquisa perguntou aos gestores qual nota eles achavam que os usuários dariam para seus serviços – 78% se deram generosas notas acima de 7. Ao mesmo tempo, 6 em cada 10 brasileiros afirma estar insatisfeito com os serviços públicos digitais, o que indica um descasamento entre a percepção dos gestores e a realidade. Essa dificuldade que o Estado tem para entender as necessidades dos cidadãos possui diversas causas. Coletar informações, analisá-las e transformá-las em melhorias concretas para um serviço é uma tarefa complexa e nem sempre as pessoas que trabalham diretamente com cidadãos têm o tempo e a qualificação necessários para isso. Além de complexa, a tarefa é volumosa. Para se ter uma pequena ideia dessa dimensão, somente na área da saúde, o SUS realiza 2,4 consultas para cada brasileiro por ano. Esse desafio não se apresenta somente para serviços existentes, mas também para novas ações que se pretenda iniciar. Em um mundo cada vez mais movido a dados, o setor público precisa se reinventar e utilizar mais dados para criar melhores políticas e serviços públicos aos cidadãos. Em agosto deste ano, a Catálise Social, startup de design participativo, inovou para otimizar e ampliar a escuta cidadã. Já que 95% dos brasileiros usam WhatsApp todos os dias, a startup criou um canal de coleta de opiniões e necessidades por chatbot (software capaz de interagir com usuários humanos por meio de conversas) através do aplicativo. Entre as ações, uma foi voltada para empreendedores periféricos de baixa renda de diferentes regiões do Brasil e contou com a parceria da ONG Aventura de Construir (AdC). Por meio de uma conversa com um número de WhatsApp, empreendedores de todo o país relataram suas histórias, desafios e conquistas no empreendedorismo em periferias urbanas. Em 14 dias, somente com divulgação por WhatsApp e algumas postagens em redes sociais, a pesquisa coletou 387 respostas válidas de todas as regiões do Brasil. As descobertas mostram oportunidades para a AdC e outras instituições que trabalham com esta missão: 70% dos empreendedores de baixa renda não conhecem nenhuma linha de crédito nem documentos para acessar crédito, ao mesmo tempo dizem que sua maior necessidade é investimento. Outros 85% fazem postagens frequentes nas redes, mas a maioria diz precisar de treinamentos sobre como vender através de redes sociais. Esta inovação mostra o potencial que chatbots poderiam ter para alcançar diretamente os cidadãos (inclusive os mais vulneráveis) de uma forma rápida, pouco trabalhosa e em uma plataforma amplamente conhecida. Esse tipo de inovação abre espaço para uma nova forma de participação cidadã: mais ágil, digital e democrática. Afinal, quando o governo pediu sua opinião sobre um serviço público? Tomaz Vicente é economista, especialista em gestão pública e cofundador da Catálise. Atua ajudando governos a ouvir as demandas dos cidadãos. É coautor do Livro Design Ágil para Inovação Social e Desenvolvimento, publicado pela ENAP (Escola Nacional de Administração Pública) e PNUD (Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento). Bruno Rizardi é designer, especialista em gestão de projetos e cofundador da Catálise. Atua no desenho de políticas e serviços públicos centrados no cidadão. É coautor do Livro Design Ágil para Inovação Social e Desenvolvimento, publicado pela ENAP (Escola Nacional de Administração Pública) e PNUD (Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento). #Desafiosempreender #Empreendedorismo #startupdesignparticipativo #governo #Microempreendedores #serviçopúblico #pesquisaempreendedorismoperiferia

  • Encerramento do Projeto “Realidade Empreendedora II”: na continuidade e sistematicidade, mudanças su

    É com muita alegria e gratidão que a AdC anuncia a finalização do 2º projeto “A Realidade Empreendedora II” realizado em parceria com o Instituto Syn. O Realidade Empreendedora I foi adaptado de presencial para o online e começou em meio a pandemia, cenário de muitas incertezas e desafios para os empreendedores. Para ler mais sobre o encerramento deste ciclo, basta clicar aqui. A 2ª edição aproveitou o fôlego da experiência de 2020 e as novidades de 2021 para garantir a criação de novos espaços seguros de aprendizado, manutenção do engajamento, vínculo e atenção para as novas necessidades. Uma das novas necessidades identificadas no contexto atual foi a busca por um espaço de conhecimento entre as capacitações e as assessorias individuais. Um espaço que é capaz de  fomentar ainda mais a troca de experiência entre os participantes. A assessoria em grupo, metodologia que vem sendo fortalecida na AdC, apareceu como resposta e foi utilizada durante a execução do projeto. Foram 23 capacitações sobre diversos temas relacionados ao universo do empreendedorismo, 1 apresentação de Microcrédito com a participação de Firgun e Banco Pérola e  42 assessorias (sendo 24 em grupo e 18 individuais). 84 participantes assistiram pelo menos 1 aula desde o começo do projeto, e 38 atingiram frequência igual ou superior a 70%. Como método da AdC, ao término de cada semana de aula, um questionário foi enviado aos participantes com objetivo de identificar dificuldades, fortalecer os conhecimentos e avaliar a didática dos executores. E por meio da sistematização e análise das respostas em conjunto com a percepção da prática de aula, foi possível identificar as seguintes tendências e descobertas na etapa de capacitações: De modo geral, as Finanças e Marketing ainda compõem as áreas de maiores dúvidas. Entretanto, algo que tem surgido com maior ênfase está no “Planejamento e Organização”, atrelado à questão de colocarem o conteúdo de fato na prática. Importância em trabalhar os temas propostos de forma profunda (desde o nível básico até seus desdobramentos), para que o participante identifique onde está sua dificuldade, real e concreta. Maior entendimento sobre o aspecto da saúde financeira do negócio, onde o lucro não é apenas “para mim”, mas também um recurso a ser administrado com seriedade (reserva financeira e de emergência, investimentos, planejamentos futuros, etc). Grande demanda pela conscientização da formalização (contribuições, impostos, benefícios, direitos e deveres) e solução de dúvidas que incentivaram a enxergar o tema com uma nova perspectiva e olhar para si mesmo como um “empreendedor regularizado”. Após a realização de 11 capacitações, a 1ª etapa de assessorias foi realizada com objetivo de aprofundar os  temas abordados nas capacitações, além de incentivar ainda mais os participantes a identificarem suas reais necessidades. Os assuntos de maiores dúvidas estavam relacionados a: organização e planejamento (tempo destinado para atividades, ordem de prioridade e realização de metas); gestão financeira do empreendimento (sistematização de registros e análise, separação casa x empreendimento) e redes sociais (identificação da rede social adequada para o empreendimento). Com o estreitamento do vínculo e aprofundamento dos temas e das dúvidas,  foi possível identificar  que os maiores questionamentos estavam, em sua maioria, “um passo atrás” do real problema. Se a pessoa dizia “não sei quanto tenho de lucro”,  a equipe verificou que a raiz deste problema não estava no registro financeiro em si, mas primeiramente no planejamento das ações para desenvolver a atividade final (mensurar o tempo, organizar e analisar). A dinâmica do grupo possibilitou assessorias ainda mais prática com compartilhamento de dúvidas (e alegria pela sensação de “não estou sozinho no meu problema”), exposição de dificuldades e histórias inspiradoras e por parte da equipe AdC, os esclarecimentos pontuais e atendimento personalizado foi colocado como ponto positivo pelos participantes. Ao término de cada sessão, metas foram propostas para serem trabalhadas no decorrer do próximo mês. Este processo foi realizado de forma conjunta entre assessor e assessorado. Duas empreendedoras que participaram juntas da assessoria sobre gestão financeira,  relataram como a própria dificuldade se tornou um crescimento em rede. Ambas estavam com dificuldade em realizar os registros financeiros dos seus empreendimentos, mas viram a possibilidade de ajuda mútua ao incentivarem uma a outra durante a semana para alcançarem este objetivo para o próximo mês. Com o seguimento das próximas aulas foi possível identificar que os participantes estavam mais conscientes sobre suas dificuldades. A típica resposta “tenho dúvida sobre precificação” se afastou dando lugar para um comentário mais específico como “preciso validar se estou contabilizando corretamente os custos fixos e variáveis do empreendimento”. A aula sobre conteúdos do eixo de marketing, realizada pela publicitária e voluntária Laila Covolan,  foi além de técnicas de produção, mas também partilhou ferramentas funcionais para organização das postagens, como por exemplo, o calendário de postagens (imagem abaixo); Após a aula, a maioria  achou que “abriu a minha mente em como eu posso “apresentar” o meu negócio de diferentes formas na internet”. Com a finalização do projeto, muitos dos participantes se mostraram receosos por não conseguirem colocar em prática todas as metas estabelecidas. Mas a equipe AdC focou em mostrar o que havia sido construído até aquele momento, e como esta base sólida pode e deve se desenvolver no tempo. Um empreendedor compartilhou que foi uma conquista terminar o curso, comentando que “nunca havia terminado algo que tinha começado em sua vida”. Mesmo não tendo conseguido colocar em prática suas metas, conseguiu dar um enorme passo no sentido do seu protagonismo. Para a realização de um evento de encerramento, veio uma ideia nova! Foi percebida a oportunidade e demanda da realização do encontro em formato semipresencial a partir da melhora do quadro da situação pandêmica e do interesse, tanto da AdC como dos participantes, levando em conta todas as medidas de segurança. Foram 18 pessoas no presencial, contando com equipe AdC, voluntários do projeto, participantes e seus familiares e 20 pessoas no online. O encontro trouxe ainda mais força e potência para o término do curso, mostrando engajamento, vontade e compromisso com o que compartilhamos, aprendemos e crescemos nesta jornada. O encontro contou com a participação virtual da Grasiela Silva e do Aron Zylberman do Instituto SYN e podemos destacar a potência do discurso em relação a perseverança: Muitos participantes compartilharam no início do projeto que não se enxergavam como empreendedores e às vezes até se diziam “desempregados”. Aron enfatizou este tema, lembrando a todos que o trabalho de carteira assinada é apenas uma das formas possíveis de trabalho. Dentre as outras formas está o empreendedorismo, que deve ser tão valorizado quanto às demais. Ele relembrou a todos a importância da persistência como característica fundamental para alcançar os próprios objetivos e fazer da vida uma jornada pessoal e profissional potente. Sabemos que muitas vezes teremos vontade de recuar, desistir, mas é nesse momento que devemos nos fortalecer com conhecimento, apoio de uma rede e assim ganhar fôlego para continuar. A experiência viva  nos mostrou concretamente que a união entre financiador, intermediário e beneficiário gera uma resposta muito mais profunda às necessidades identificadas.  Desejamos muito que esta relação estável que criamos possibilite novas versões do projeto, indo de encontro ao desejo expresso de muitos empreendedores. A AdC só tem a agradecer a confiança, apoio e entusiasmo do Instituto SYN! Depoimentos na íntegra: PAULA SANTOS Salão de Beleza Santana de Parnaíba – São Paulo “Eu tive o privilégio de ter participado do Realidade Empreendedora l. E como me acrescentou tanto na minha vida Pessoal e Profissional não poderia deixar de participar dessa continuidade. E realmente acrescentou tanto, um  projeto completou o outro. E hoje coloco tudo que aprendi em prática e dessa forma vejo meu crescimento profissional. Sem esses aprendizados e apoio o meu negócio não estaria de pé. Parabéns a todos os envolvidos que fizeram esse projeto acontecer. Toda a minha admiração e gratidão!” FABIANA OLENA Bebidas Funcionais Santa Teresinha – Bahia “Nossa, sem palavras, vocês estão sendo meus sócios no empreendimento. Foi muito proveitosa a assessoria, algo ímpar na vida de um empreendedor, estou cada vez mais confiante e certa que dará tudo certo.” “Quero dividir com vocês a minha felicidade em ser, formalmente agora, uma empreendedora. Em breve, mais conquistas. E gratidão muito a você Will, Raquel e toda a equipe da Aventura de Construir. AdC está fazendo a diferença!” LAILA COVOLAN Agência de Marketing Santo André – São Paulo “Ser voluntário da AdC é compreender na essência o que é rede de apoio, é estar constantemente em busca de conhecimento que possa ajudar empreendedores a melhorarem seus negócios e suas qualidades de vida, aprendendo formas diferentes de ensinar e também de aprender. Ser voluntária é celebrar cada pequena conquista, que o mundo não dá valor, mas na Realidade Empreendedora é possível sentir que o fato de estar em movimento faz muita diferença, relembrar de onde saímos e onde chegamos a cada encontro e o quanto evoluímos e como somos capaz de nos reinventarmos. É estar, muitas vezes, fazendo atividades externas às suas como voluntária e se deparar pensando na realidade daqueles empreendedores. Na Realidade Empreendedora pude ter contato com diversas realidades que hoje me compõem como empreendedora.”

  • Da teoria à prática: as transformações de Raquel e Lindiane

    A jornada de Sustentabilidade do mês de outubro compartilha a história da empreendedora Raquel Santos e sua sócia Lindiane Santos. Raquel é da cidade de Candeias, na Bahia e por uma grata surpresa veio de encontro ao projeto Lamberti Transforma (única participante de outro estado) em decorrência de uma indicação de profissional que ministra cursos de auditoria e também presta serviços para a Lamberti. A empreendedora é formada em Gestão da Qualidade e junto com sua sócia Lindiane (Administradora) partilharam o desejo de abrir a “Hayal Consultoria” , a princípio, para pequenos empreendedores da cidade de Candeias. O projeto contou com as seguintes atividades:  1. Tutoriais sobre temas do universo do empreendedorismo, introduzindo aspectos tecnológicos, 2. Assessorias para ideação de soluções e 3. Assessorias para prototipação. As duas primeiras etapas foram fundamentais para aproximar Raquel do universo prático empreendedor por meio do relato das experiências concretas com desafios e aprendizados dos outros participantes, que já apresentavam um negócio. Primeira assessoria de Raquel e Lindiane dentro do projeto “Lamberti Transforma” A etapa de prototipação apresentou como objetivo a realização de um plano de negócio simplificado. A empreendedora não teve problemas na redação,  porém, a equipe AdC verificou que o trabalho era muito teórico e que ainda desconsiderava muitos aspectos práticos. O foco, portanto, foi trabalhar primeiramente com o planejamento de execução do empreendimento a partir das perguntas:  1. Quando você pretende abrir seu empreendimento? 2. O que vocês precisam para isso? Muitas vezes as respostas eram genéricas e não levavam em conta uma definição de prioridades (elas diziam que precisavam abrir um MEI, fazer cursos mesmo sem definir o público alvo, etc). Para aprofundar sobre o perfil dos clientes em potencial, as empreendedoras buscaram referências confiáveis para embasar suas decisões: Segundo dados da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz-BA) o número de microempreendedores individuais têm crescido na Bahia em 2021. São 126.737 em maio de 2021, contra 103.628 em janeiro de 2020. O número de microempreendedores individuais cresceu mais de 22% na capital baiana (Bahiaeconomica.com.br, 2021). Diante do cenário exposto, comprovaram ainda mais suas impressões sobre a existência de mercado para os serviços, afinal, muitos empreendedores que abrem seus negócios necessitam de orientações básicas para o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento do negócio. As respostas genéricas foram se tornando mais específicas. O objetivo era aprofundar e sempre partindo da realidade das empreendedoras. As empreendedoras Raquel e Lindiane As metas aos poucos se tornaram mais tangíveis, por exemplo, elas foram orientadas a realizar um levantamento da estrutura que o empreendimento deveria ter ao se iniciar e os custos a serem arcados para tal. A partir da análise de mercado, Raquel já havia identificado que seu serviço era algo novo na cidade, mas ainda faltava um recorte. Então realizaram mais um estudo. Segundo o SEBRAE (2020) na Bahia, 82% das mulheres empreendedoras ganham até um salário mínimo, sendo que 57% são chefes de domicílio. Ainda de acordo com a pesquisa, 82% das mulheres empreendedoras da Bahia se autodeclaram negras. E aos poucos foi descobrindo que o público que necessitava muito deste tipo de serviço era composto por mulheres negras e periféricas, assim como Raquel e Lindiane. Abaixo segue trecho escrito pelas meninas durante a etapa de estudo incluindo suas referências: As mulheres baianas mesmo sendo donas do seu próprio negócio ainda possuem uma renda muito baixa, mostrando a grande desigualdade entre as mulheres e os homens no quesito empreendedorismo. Coma aponta o SEBRAE (2020) “o cenário de desigualdade é agravado quando se percebe que as mulheres acabam tendo maior dedicação às tarefas domésticas, como os cuidados com crianças e idosos, o que é um obstáculo a mais à atividade empreendedora nesse período”. A parte do público estava bem com estudo, referência e recorte. Mas ainda era necessário pensar em um tema fundamental para a implementação: e os custos? e a sustentabilidade financeira? A partir da pergunta da AdC sobre custos para a implementação do negócio, as empreendedoras refletiram sobre seus objetivos e pensaram em 3 cenários: Trabalhar com palestras; Empréstimo em bancos; Criação de um projeto social por plataformas de financiamento coletivo. As meninas decidiram pelo ponto 3, escreveram o projeto “Apoie as afroempreendedoras”, voltado para capacitar e orientar empreendedoras negras da cidade de Candeias por meio de palestras, workshops e consultorias. A escrita, desta vez, não foi tão fácil. As meninas fizeram várias versões até ficarem satisfeitas. Compartilharam com pessoas próximas para escutar as críticas e entender possíveis lacunas. Trecho da versão final do projeto “Apoie as afroempreendedores” Para arcar com os custos, decidiram utilizar a plataforma de financiamento coletivo Benfeitoria (que a mesma AdC apresentou para elas) para alcançar  o capital semente de R $21.612,00 como investimento inicial. Estrategicamente, o projeto foi ao ar no final de outubro e se estende até dezembro de 2021 (60 dias). O trabalho de Raquel e Lindiane une aspectos teóricos e práticos e o  projeto “Apoie as afroempreendedoras” é apenas o começo desta jornada, que deve durar 6 meses inicialmente. Neste período, o objetivo é conhecer as necessidades do público, criar uma rede forte de networking e ganhar credibilidade como empreendedoras. Assim, no futuro poderão garantir uma sustentabilidade para o empreendimento com  clientes dispostos a pagar por seus serviços e novas formas de financiamento para outros projetos sociais. Para conferir o projeto “Apoie as afroempreendedoras” na íntegra, basta clicar aqui! Você pode ajudá-las fazendo uma doação ou mesmo divulgando essa iniciativa. Vamos juntos, pois juntos vamos mais longe!

  • A aventura de construir pontes e parcerias

    A aventura de construir pontes e parcerias. Apesar de termos construção no nome, as obras da Aventura de Construir não são necessariamente visíveis a olho nu, ou palpáveis, no sentido literal da palavra. Nós acompanhamos e auxiliamos microempreendedores de periferia para que possam exercer o protagonismo de suas vidas e empresas, para que tenham uma mudança de postura e atitude. O que construímos está muito mais no coração e mente das pessoas. Ao mesmo tempo, este trabalho não é realizável sozinho. Dentro de um cenário de mais de 14 milhões de desempregados, uma alta taxa de negócios informais e milhões de MEIs (Microempreendedor Individual) no Brasil inteiro, a AdC necessita de parcerias para impactar positivamente os empreendedores atendidos. Nesse sentido, vemos que um grande papel exercido pela nossa instituição é o de construtora de pontes. Essa perspectiva vai de encontro com o ODS 17, da ONU, que fala sobre Parcerias e Meios de Implementação. Da mesma forma, um dos pontos do método de trabalho da Aventura de Construir propõe “Atuar em rede, criando pontes e fortalecendo trabalho conjunto entre os beneficiários”. Ou seja, construir pontes faz parte da essência da AdC. De uma lado, estão as empresas, muitas já com trabalhos importantíssimos realizados pelos seus institutos, e uma nítida responsabilidade social corporativa. E em paralelo ao mundo empresarial, está o mundo acadêmico, que forma os profissionais do futuro e produz ciência que irá beneficiar a todos. Todavia, no outro lado se encontra a Periferia e seus empreendedores, clientes e formadores de opinião. Mesmo que possam existir conexões entre os diferentes mundos, ainda há um abismo que separa boa parte dessas realidades. Por isso, a importância da Aventura de Construir edificar essas pontes e agir como uma intermediadora destes mundos é gigantesca. Alguns exemplos aconteceram neste mês de outubro. No dia 6, Luiza Kormann, consultora da AdC, participou de um encontro sobre Voluntariado Empresarial e Empreendedorismo Social, organizado pelo GEVE, o Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial. Na ocasião, foi compartilhada a experiência do projeto de Compartir Vedacit, que consiste em assessorias de voluntários da Vedacit para empreendedores da periferia, sempre com acompanhamento da nossa equipe. Tanto no projeto, quanto no painel em si, há uma troca de ideias e experiências que elevam o potencial de cada um. É possível assistir a conversa na íntegra neste link. Já nos dias 6, 7 e 8 de outubro, foi realizada a Semana de Empreendedorismo da FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) que teve a parceria da Aventura de Construir nos dois primeiros dias. Com a participação de empreendedores acompanhados pela AdC, como Adriana Barros, Amen Khalil, Amanda Gonçalves, Vagner Pinheiro e Natália Guasso, foram realizadas lives, nas quais os convidados debateram sobre empreendedorismo e a inovação sob vários prismas. O primeiro dia de conversas pode ser acessado aqui e o segundo dia, por este link. Também em parceria com a FECAP, tem sido realizada uma ação de produção e divulgação de artigos escritos pelos alunos da instituição, sobre empreendedorismo social e o trabalho da AdC. Com apoio do professor Edson Barbero e de Rodrigo Fadelli, foi criada uma atividade complementar voluntária para os alunos do curso de administração, para que os estudantes do primeiro semestre produzissem textos relacionados ao nosso trabalho. O objetivo foi aproximar esses alunos de experiências da vida real, em situações de vulnerabilidade. Você pode conferir mais sobre o projeto neste link. Confiamos nos nossos parceiros e seguimos sempre este caminho de unir mundos, intermediar relações e, assim, alcançar nossa missão de apoiar o crescimento pessoal e a transformação socioeconômica de microempreendedores de baixa renda da periferia e promover o desenvolvimento territorial local e inclusivo. Vivendo essa aventura de construir pontes e parcerias, conseguimos unir diferentes perspectivas para olhar a realidade e responder a tantos novos e gigantes desafios. Como escreveu Marcel Proust, “A única verdadeira viagem para uma descoberta não consiste na busca de novidades, mas em saber observar com olhos novos”. Quer se tornar um parceiro da Aventura de Construir? Acesse aventuradeconstruir.org.br/sejaumparceiroadc/ ou nos contate pelo e-mail: contato@aventuradeconstruir.org.br #Empreendedorismo #FECAP #GEVE #Microempreendedores

  • Protagonismo que Nasce da Terra, por Kalil Farran

    Quando pensamos sobre alimentos orgânicos, é muito comum lembrarmos dos benefícios à saúde gerados pelo seu consumo. Ao preferirmos alimentos sem agrotóxicos, estamos optando por preservarmos o nosso corpo do risco de consumir substâncias nocivas. Da mesma forma, esse tipo de produção é lembrada pelos benefícios que gera ao meio ambiente, já que não agride a terra com os chamados defensivos agrícolas. Entretanto estas não são todas as matizes que envolvem o mundo da produção orgânica. Leia mais abaixo! O empreendedorismo, dentro deste tipo de produção, não deve ser ignorado. Os agricultores, partindo de uma relação respeitosa com a terra, compreendendo as necessidades e potencialidades ali presentes, tomam o controle de seus negócios e, assim, tornam-se protagonistas de suas vidas. É fundamental que esta característica empreendedora seja lembrada nas discussões sobre alimentos orgânicos e esteja interligada com todo o resto da cadeia produtiva. Este é um dos aspectos trabalhados no projeto “Desenvolvimento das habilidades empreendedoras de microprodutores orgânicos de baixa renda”, desenvolvido pela Aventura de Construir, e financiado através da Lei de Incentivo à Cultura pelo Carrefour. A ação consiste em capacitações para produtores de diversos estados brasileiros e, posteriormente, na produção de um média-metragem sobre o projeto. Todos estes tópicos são tratados com mais detalhes no artigo “Protagonismo que Nasce da Terra”, do nosso parceiro Kalil Farran, e que foi publicado ontem no blog do Fausto Macedo, no Estadão. As reflexões sobre a importância do empreendedorismo dentro deste universo podem ser lidas na íntegra neste link. Acesse!

  • AdC na coluna F5: Bug de Segunda teve forte impacto em empreendedores periféricos

    Para muitos, no último dia 4 de outubro, pareceu que a internet havia parado. Facebook, Instagram e Whatsapp, além de outros serviços relacionados a essas redes, ficaram fora do ar por horas, afetando bilhões de usuários no mundo. E com os empreendedores atendidos pela Aventura de Construir não foi diferente. Muitos utilizam as redes para divulgar seus negócios, algo que se tornou impossível durante grande parte daquela segunda-feira. O ‘Bug de Segunda’ e os empreendedores da AdC foram assunto no último sábado, na coluna F5, da Folha de SP, escrita pela jornalista Alessandra Kormann. Você pode ler o texto na íntegra clicando aqui ou conferindo abaixo. Lembra do Bug do Milênio? Para os novinhos, explico: na virada de 1999 para o ano 2000, houve uma grande apreensão de que poderia haver uma pane em todos os computadores do mundo, pois não se sabia se eles entenderiam os dígitos do ano “00” como 2000 ou 1900. Algumas previsões eram apocalípticas: sistemas bancários, de energia, de telefonia, de transporte e até hospitais poderiam ser afetados. Perto da meia-noite, a humanidade respirou fundo e… nada aconteceu. Pois na última segunda-feira tivemos um gostinho de bug planetário, com o apagão simultâneo de Facebook, Instagram e WhatsApp, que durou mais de seis horas e alcançou 3,5 bilhões de usuários no mundo —quase metade da população da Terra. Tudo por causa de uma alteração incorreta de configuração na estrutura que coordena o tráfego entre os centros de dados das redes, segundo a companhia de Mark Zuckerberg, dono das três empresas. As reações foram variadas. Coletei impressões com pessoas que vivem diferentes realidades. Houve muita gente que comemorou: “para mim foi ótimo, paz”; “adorei, quero fazer isso sempre hahaha”; “desculpa para postergar alguns compromissos kkk”; “foi um dia mais calmo, mais focado, sem interrupções”; “fui 50 milhões de vezes mais produtiva”. Houve quem não percebeu ou não se importou muito: “como estou no Canadá, pensei que fosse um problema só comigo, só fui descobrir bem mais tarde que era geral”; “nem percebi muito, fiquei em reunião o tempo todo”; “atrapalhou um pouco a troca de informações de trabalho, mas usamos e-mail e telefone; depois fui ler um livro sem stress até voltar tudo”; “eu estava em visita técnica num sítio, quando entrei nas redes à noite já estava normal”. E houve quem detestou: “foi um sufoco, não conseguia trabalhar”; “foi péssimo, pois trabalho em restaurante e perdi vários pedidos”; “esquisito ficar sem as redes, me sinto desconectada, é um vício”; “louco, entro até em depressão kkk”; “acho que todos pensaram como ficamos dependentes disto”. Entre os mais afetados, estão os microempreendedores que estruturaram seus canais de contato com os clientes para venda de produtos e serviços por meio dessas plataformas —o que cresceu exponencialmente durante a pandemia. E muitos deles trabalham com metas diárias, ou seja, a receita de um dia faz muita diferença. “Aquilo que aconteceu teve um impacto direto sobre o público que nós atendemos”, afirma Silvia Caironi, coordenadora geral da ONG Aventura de Construir (AdC), que apoia empreendedores periféricos. “Sem WhatsApp e Instagram funcionando, ficamos no escuro. É como se não estivéssemos aqui”, relata Maria Rose, sócia da doceria Maria’s Doux (@mariasdoux), do Morro Doce. Segundo ela, a queda nas vendas foi de 84%. “A vontade de consumir é despertada com os vídeos ou fotos.” “Para que nossas ações sociais aconteçam, precisamos 100% da comunicação instantânea e social, não dá pra bater de porta em porta pra pedir ajuda”, conta Evelyn Daisy, fundadora do projeto TrançAmor Cozinha (@trancamor), do Capão Redondo. “A queda das plataformas me fez repensar como tenho que expandir a visão dos meus clientes e a minha sobre a não dependência de uma única plataforma”, diz Laila Covolan, fundadora da Agência São Francisco (@saofrancisco.agencia), que atende microempreendedores. Ouvindo tanta gente com experiências diversas, o “Bug da Segunda” também fez pensar na centralidade que as redes sociais assumiram nas nossas vidas, seja para amar ou odiar a ausência delas, ainda que só por algumas horas. E por que nós permitimos isso —por que passamos tanto tempo na frente de telas todos os dias, fornecendo nossos dados, nossos cliques e nossas escolhas gratuitamente para gerar lucros trilionários para alguns poucos, que ainda por cima falham. E até que ponto é uma escolha pessoal se desconectar, quando muitos dependem justamente dessas plataformas para pagar as contas, botar comida na mesa e sobreviver no dia de hoje, do jeito imperfeito que o mundo é.

  • O atendimento na visão do Mickey

    O Blog AdC de hoje traz o texto de Henrique Menezes, estudante de Economia na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, a FECAP, sobre como implementar atitudes e hábitos mais saudáveis no nosso dia a dia. A parceria da Aventura de Construir com a instituição tem como objetivo conectar estudantes do primeiro semestre com pautas do empreendedorismo social. A entrevista que realizamos sobre o projeto pode ser acessada neste link. O atendimento de uma empresa é algo que tem grande peso em sua trajetória, pois se ele for excelente, tem a capacidade de não só manter clientes como também atrair novos, mas se for ruim pode fazer o oposto. É importante estabelecer um padrão para um atendimento de qualidade, com foco no “Conheça seu cliente”, e qual a melhor organização para ser usada como exemplo e inspiração do que a Disney?! Não é novidade que essa companhia tem encantado seu público nas telas de cinema com suas belíssimas e criativas animações, mas mais do que isso, seus parques e hotéis fazem com que seus clientes se sintam especiais, guardem memórias felizes e superem suas expectativas (na Disney, os clientes não são chamados de clientes, mas sim de convidados). O Disney Institute tem fornecido treinamentos sobre o “padrão Disney de atendimento” há mais de duas décadas para diversas empresas. O treinamento é requerido por organizações dos mais diversos setores como o de entretenimento, saúde, financeiro, recursos humanos entre outros. Esse instituto também lançou o livro “O jeito Disney de encantar clientes” que demonstrou para os leitores como a Disney torna a experiência do convidado algo “mágico”. O livro exibe repetidamente que o segredo está nos detalhes, o cenário, as cores, o elenco, os cheiros, os sons, são todos de extrema importância. Um exemplo é mostrado em um trecho, “os carrinhos de pipoca posicionados nos túneis de entrada para o Reino Mágico. Os pipoqueiros não vendem muita pipoca, às 8h30 da manhã, mas os milhos já estão estourando. O cheiro da pipoca transmite a mensagem do parque: um filme vivo”. Primeiramente, o “Conheça seu cliente” (chamado de Guestologia*), tem como propósito coletar informações para melhorar e direcionar o desempenho do atendimento, e são divididas em dois tipos, fatores demográficos e psicográficos. Os fatores demográficos possuem informações factuais sobre o cliente incluindo, características físicas, localização e gastos. Esses dados trazem pontos muito relevantes, pois com eles é sabido quem são seus clientes e mais importante quem não são, “Descobrir quem não faz negócio com você algumas vezes leva a enormes mudanças na estratégia do atendimento, especialmente se você descobrir que negligencia um grande grupo de clientes potenciais”, assim foi descrito no livro “O jeito Disney de encantar seus clientes”. Os fatores psicográficos são os que ajudam a entender o estado mental dos clientes. Esses dados possuem o que o cliente precisa, o que ele deseja, quais são os estereótipos sobre o seu negócio e quais emoções vivenciam (necessidade, desejo, estereótipos e emoções), e isso tem o propósito de satisfazer e superar as expectativas do cliente. Para demonstrar, abaixo temos o exemplo da própria Disney: Necessidades: férias; Desejos: felicidade e memórias duradouras; Estereótipos: “a Disney é para crianças”, “longas filas”, “limpo”, ”caro” , “amigável”, divertido; Emoções: empolgação ao entrar no parque, pés cansados ao final do dia, empolgação no Space Mountain (brinquedo do parque). Ademais, a coleta desses dados pode ser feita de forma que o cliente é incentivado a dar sua opinião, perguntas abertas para que ele possa realmente sentir que sua opinião é importante, questões de sim e não parecem não causar esse efeito nas pessoas. Além disso, é necessário que isto seja feito periodicamente, pois desejos mudam com frequência. Qual a importância do atendimento para os microempreendedores? Seja a sua área de negócio qual for, você sempre precisará de clientes. Para um pequeno negócio ter clientes fidelizados é indispensável, principalmente, em momentos de crise. Assim, um ótimo atendimento é uma boa forma de manter clientes. Além disso, começar seu negócio com um atendimento de excelência pode ser considerado um grande diferencial. O processo “conheça seu cliente”, incluindo os fatores demográficos e psicográficos pode ser de grande utilidade para cumprir esse objetivo. Para exemplificar, imaginemos que um negócio de pão de mel, faz uma pesquisa simples para saber quem são os clientes, quais suas características, idade e outros (definindo “Quem é meu público”). As respostas para estas perguntas mostrarão quem são e quem não são meus clientes, e irei atender meus clientes adequadamente e também tentarei parar de negligenciar os potenciais clientes. Na sequência, descobrirei o que meus pães de mel fazem no emocional dos clientes, quais as necessidades deles quando desejam comprar meu produto, qual é o gosto que desejam sentir, quais os estereótipos que eles têm a respeito e como eles se sentem comendo um pão de mel. *Guestologia: (neologismo) ciência de conhecer e entender os clientes Henrique Menezes Costa Henrique tem 19 anos e é aluno do primeiro ano de economia na Fecap. Possui grande interesse no mercado financeiro, empreendedorismo e negócios. #Empreendedorismo #empresa #cliente #disney #AtendimentoaoCliente

  • Aventura de Construir participa do ISIRC 2021, a Conferência Internacional de Pesquisa de Inovação S

    No dia 9 de setembro de 2021, a Aventura de Construir participou, junto à Catálise e ao Insper, do International Social Innovation Research Conference (ISIRC) 2021, (a Conferência Internacional de Pesquisa de Inovação Social, em português). A edição deste ano foi organizada pela Universidade Católica do Sagrado Coração, de Milão, Itália, e teve como tema “Possibilitando a mudança! Inovação social e empresas para um futuro melhor”. Participando remotamente do evento, Luiza Kormann, consultora da área técnica da AdC, e Tomaz Vicente, co-fundador da Catálise, falaram em uma das sessões paralelas do evento, intitulada “Novas Abordagens para Inovação Social: Design Thinking e Além”. No painel, foi apresentado um relato do projeto Crescendo em Rede (também realizado em parceria com o Insper) já que um dos objetivos era a troca de experiências sobre o uso de ferramentas de design com projetos de educação, lidando com microempreendedorismo. Na fala, Luiza e Tomaz apresentaram um paper (a ser publicado futuramente) sobre o uso do desvio positivo, além de outras ferramentas, para estruturação e adaptação de empreendimentos de impacto social periféricos. Iniciado em agosto de 2020, o projeto Crescendo em Rede alcançou virtualmente as 5 regiões do Brasil e realizou diversas capacitações e assessorias, resultando na apresentação de 28 projetos de novos negócios de impacto, sendo 8 deles selecionadas para receber um capital semente. Na abordagem utilizada, chamada de desvio positivo, se busca promover a mudança via reprodução e adaptação daquilo que já vem dando certo em dada comunidade, e não simplesmente analisando os problemas existentes. Segundo Luiza, a importância da participação da Aventura de Construir no ISIRC 2021 tem dois lados: “O primeiro, externo, é o contato com outras instituições que olham para esse tipo de iniciativa e que não fazem isso de forma estigmatizante, mas na tentativa de trazer o que está na academia para a ponta. E esse é um papel legal da AdC, de fazer o meio do caminho entre a ponta e a academia, tentando diminuir essa distância. Além disso, existe a importância de vozes brasileiras estarem em eventos internacionais, algo que ainda falta muito”. “E há também o lado interno”, complementa Luiza, “que é a valorização de um projeto muito especial na trajetória da AdC, que trabalhou especificamente com empreendedorismo de impacto social. Foi uma experiência que ensinou muito para a gente”, explica.

  • 10 dicas para se tornar protagonista em sua trajetória profissional (parte 2)

    A Jornada de Sustentabilidade do mês de Setembro finaliza com as últimas 5 dicas para você se tornar cada vez mais protagonista em sua trajetória profissional. 1. ESTAR ABERTO A NOVAS POSSIBILIDADES A criatividade é característica fundamental para os empreendedores. E da mesma forma que o investimento não precisa custar uma fortuna, a criatividade também não precisa ser sinônimo de “gastar muito dinheiro”. Em abril de 2020, a AdC realizou sua primeira live com Carlos Ferreirinha, presidente e fundador da MCF Consultoria e membro do Conselho Consultivo da AdC (para assistir, basta clicar aqui). Para AdC, algo totalmente novo! Um primeiro passo e teste para entender este mundo virtual e como os empreendedores reagiriam. Nesta live, muitas dicas foram partilhadas sobre o contexto atual no tratamento com o cliente. Um dos tópicos  mais comentados posteriormente pelos empreendedores foi sobre adicionar “um elemento surpresa como um diferencial possível a todos na relação com o cliente, podendo ser um simples bilhete escrito a mão”.  Uma empreendedora muito tímida, que trabalha com fabricação caseira de salgado, passou a usar esta dica na prática. O resultado veio aos poucos, mas muito positivo. “As pessoas se sentiram “mimadas” e o cliente gosta disso.” Ela disse! A empreendedora realizou o curso RE I e atualmente, está finalizando o II. No 1º, ela percebeu a necessidade de melhorar a relação com o cliente, e testou alguns produtos, que no decorrer, percebeu que não davam o retorno necessário. Sem problemas, por isso que o teste é necessário! No 2º curso,  ela identificou que deveria ter um celular próprio para realizar o contato com os clientes. Se planejou e com organização, já tem o número novo! Empreendedoras do projeto “Lamberti Transforma” buscando novos conhecimentos para fortalecer a gestão do empreendimento. Abertas a novas possibilidades e com muita vontade em aprender! 2. APRENDER A SE VALORIZAR Eita! Que dica! E esta daqui não é só para o universo do empreendedorismo não! É para toda vida. É preciso, todos os dias, aprender a valorizar a nós mesmos e cada pequeno passo alcançado. Afinal, vivemos em um mundo em que muito se fala de metas inalcançáveis, mas estas só geram frustrações e nos paralisam. A partir da valorização dos pequenos passos, a força ganha forma e vamos além… Uma empreendedora, que trabalha com aulas de idioma, comentou que “vem aprendendo a se respeitar” e impor limites no seu próprio trabalho. Isso também é se valorizar! Cuidar de si e se olhar com generosidade. Outra vitória constante, está na percepção de enxergar-se como um empreendedor. Isso mesmo, em muitos casos nota-se empreendedores que colocam toda a sua energia, esforço, suor e comprometimento em tudo o que realizam, ao mesmo tempo que essa “figura de empreendedor de sucesso” está muito distante de como se enxergam. Será que ele(a) não é mesmo este empreendedor de capa de revista? Com certeza sim, pelo menos da melhor revista que é a sua própria vida. Atingir este nível de conscientização e valorização do seu trabalho é uma grande conquista! Mãe e filho dentro do projeto “Lamberti Transforma” aprendendo a valorizar cada pequeno passo realizado. 3. IDENTIFICAR OS MELHORES CAMINHOS E OS PASSOS NECESSÁRIOS PARA SUPERAR OS DESAFIOS E a cada dica, um passo novo! Uma vez que nos conhecemos mais, identificamos profundamente nossas dúvidas e dificuldades, refletimos sobre antigos hábitos e nos abrimos ao novo, aproveitando a experiência, é  hora de identificar quais são caminhos possíveis para esta jornada empreendedora. O que de fato, responde às necessidade do momento. As possibilidades podem ser, a princípio,  infinitas, mas é preciso analisá-las com cautela e sempre levando em conta o ponto de partida. A lista enorme, passa a ficar mais enxuta e mais coerente! Então é hora de traçar o plano, identificar bem as ações necessárias para chegar onde quer. A partir deste lugar, os caminhos, decisões e modos de superar os desafios parecem ficar pelo menos “mais claros”. Eles não mudaram de tamanho, mas a percepção de quem enxergava eles, esta sim mudou. Assessoria realizada na etapa final do projeto “Realidade Empreendedora II” a partir da demanda colocada pela própria empreendedora. 4. COLOCAR OS PASSOS EM PRÁTICA Experimentar é se colocar em movimento, é testar as opções, é validar os passos. É enxergar se tem gargalo, e sem tem, onde está? Muitas vezes os empreendedores compartilham a dificuldade em colocar um ensinamento na prática, e aí mais uma vez, são convidados a irem mais fundo. Onde está esse entrave? Será na estratégia ou na falta de tempo para se organizar? Uma empreendedora comentou o grande nível de transformação que teve ao encarar e implementar as metas traçadas na assessoria. Percebeu que “agora” tinha que colocar na prática o conteúdo e não tinha como “escapar”. Em menos de duas semanas, colocando os passos propostos, estava realizando as primeiras vendas de seus produtos. Sabemos que o processo é diferente para cada um, mas é preciso começar e estar de olhar atentos. Outra empreendedora comentou que a sua necessidade atual era uma planilha de controle de cliente (gestão de relacionamento). Estudou, analisou e chegou a 2 opções: a 1ª era  software ou aplicativo que automatiza o contato com o cliente  a 2ª opção foi uma Planilha em Excel. Segundo ela, a 1ª era muito mais atrativa, porém, envolvia investimento financeiro. A 2ª correspondia mais a sua realidade, porém, ela teria de realizar uma série de testes até chegar no resultado que queria. Ela ficou com a 2ª, deu trabalho, mas a prática contribuiu para conhecer mais seu empreendimento. Agora, ela sabe quando vai precisar retomar a 1ª opção. Pai e filha na etapa de assessorias do projeto “Lamberti Transforma” – ambos compartilham o entusiasmo em testar na prática, as ações que julgam serem necessárias para melhorar o empreendimento de cada um. 5. ESTIMULAR O OLHAR CRÍTICO PARA AS PRÓPRIAS AÇÕES, MAS DE UMA PERSPECTIVA CONSTRUTIVA “É muito difícil, mas mesmo assim eu vou tentar e vou continuar testando até de noite”, disse uma empreendedora ao testar os novos aplicativos para criação de conteúdo nas redes sociais. Na semana seguinte, compartilhou que se sentia orgulhosa de seu feito, de não ter simplesmente desistido,  mas sabia que precisava melhorar o traquejo com as ferramentas. Buscou ajuda, revisitou conteúdos e está em seu processo. Valorizou seu trabalho, mas sem vergonha de demonstrar que precisava aprimorá-lo. O olhar crítico para o próprio trabalho deve fazer crescer e não deve ser confundido com um uma visão pessimista, ok? A dica é, mais uma vez, se encarar sem medo e buscar pessoas, as quais você confia, para ajudar neste tipo de situação. Não adianta pedir ajuda para quem destrói ou mesmo o contrário, para quem acha que está tudo lindo sempre! Um empreendedor contou que precisou de um grande amigo para lhe dizer que suas publicações tinham muitos erros ortográficos, e desde então, passou a ser mais atencioso na redação. Este olhar crítico por muitas vezes pessimista e que não reflete o poder de escolha que nós temos, estava camuflado nos pensamentos e ações. Preparo de capacitação em conjunto (equipe AdC e empreendedores) do projeto “Empreendedorismo Orgânico”. Sempre levando em conta as necessidades reais dos empreendedores. E vocês, o que acharam destas dicas? Conta pra gente! #Empreendedorismo #Microempreendedores #Planejamento

  • Treinamento para microempreendedores: presencial ou remoto?

    O Blog AdC de hoje traz um artigo escrito por Adriano Gaved e Luiza Kormann para a coluna da Insper Metrics da Revista Exame. Avaliando as diferenças entre o treinamento para empreendedores de forma presencial e de forma remota, vem a oposição entre eficácia e eficiência em cada modalidade. Como avaliar e qual a importância de prestar atenção nestes impactos? Confira no texto abaixo! A covid-19 afetou profundamente a dinâmica de diversos segmentos. Para adequar-se ao novo cenário, a Aventura de Construir (AdC) passou a oferecer cursos de capacitação de maneira remota para microempreendedores periféricos. No entanto, seriam esses cursos tão efetivos quanto os ministrados presencialmente? Para responder a essa pergunta, mesmo que parcialmente, comparamos duas ações, uma presencial pré-pandemia e outra já sob efeito de medidas de distanciamento social. A comparação envolve os projetos “Aprender para Transformar” e “A Realidade Empreendedora”. O primeiro é um programa de educação financeira para famílias, patrocinado pela Fundação Caterpillar, e foi desempenhado de maneira presencial. O segundo é voltado para geração de renda e formalização de empreendedores, financiado pelo Instituto CCP, e foi ministrado de maneira remota. Embora sejam oferecidos para públicos diferentes e tenham objetivos distintos, o fato de ambos terem algumas métricas em comum possibilitou que obtivéssemos algumas percepções sobre como o processo de aprendizagem mudou nesses dois cenários. Primeiro, ficou evidente que o ensino de maneira remota possibilita um forte aumento de eficiência. Cada hora de um colaborador AdC gerou mais de 5 horas de relacionamento com cada empreendedor, em aula ou individual, contra 1,5 hora no atendimento presencial. Sem a necessidade de deslocamentos e preparação dos espaços, o esforço para realizar uma hora de formação passou de 27,5 horas/pessoa para 11,6 horas/pessoa. Além disso, constatamos uma maior frequência dos beneficiários no cenário online, com 44% dos participantes com presença em mais de 70% das palestras (no curso presencial, esse número ficou em 36%). No entanto, encontramos algumas evidências que sinalizam que o aprendizado online não é tão efetivo quanto o presencial. Os dois projetos têm como objetivo comum oferecer aos participantes conhecimentos sobre controle financeiro, medido em uma escada de 1 a 5, em que 1 indica inexistência de controle e 5 aponta para o uso de balanços mensais. Valores intermédios representam casos em que há anotações de entradas e saídas monetárias, cálculo do lucro mensal e controle de caixa. Para ver a evolução dos participantes ao longo do curso, atribuímos uma nota a cada um dos participantes antes da iniciativa e após o término da ação. No projeto presencial, identificamos que a nota média inicial dos participantes era de 1,16 e passou para 2,54 ao final da capacitação, representando um acrescimento de 1,38 ponto. No caso online, a variação foi de 0,79, de 1,93 inicialmente para 2,72 ao término. Com base nos feedbacks dos empreendedores participantes do curso, acreditamos que a menor eficácia da capacitação está relacionada à natureza mais “fria” das ferramentas e do fato de elas não permitirem uma interação maior entre os participantes, como a realização de papos informais antes e após as aulas. São detalhes importantes para o processo de aprendizado que acabam “cortados” em uma chamada vídeo. Poderíamos ser iludidos pelos ganhos de eficiência a entrar em um caminho de digitalização total. No entanto, algumas evidências nos indicam que o relacionamento presencial continua a ser um fator importante no aprendizado. Desta forma, exercícios comparativos como esse são necessários, pois ajudam a ter uma visão mais geral do processo como um todo e auxiliam na busca de soluções mais efetivas de aprendizado.

  • Atitudes para ser mais produtivo e ter uma qualidade de vida melhor

    O Blog AdC de hoje traz o texto de Alessandra Valladares, estudante de Ciências Contábeis na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, a FECAP, sobre como implementar atitudes e hábitos mais saudáveis no nosso dia a dia. A parceria da Aventura de Construir com a instituição tem como objetivo conectar estudantes do primeiro semestre de Administração com pautas do empreendedorismo social. A entrevista que realizamos sobre o projeto pode ser acessada neste link. Atitudes e hábitos interferem na área profissional e pessoal de qualquer um, e com a chegada da pandemia, esse assunto vem sendo cada vez mais explorado, pois tivemos que abdicar de certos lazeres para ficarmos dentro de nosso próprio lar. O uso do tempo livre para aprimorar conhecimentos, praticar exercícios e ler um bom livro foi a alternativa encontrada por alguns, mas para outros, sem sequer perceber, estão sendo sugados por atividades que não  agregam em nada a longo prazo, apenas uma sensação de recompensa de curto prazo como por exemplo o mau uso das redes sociais. A catástrofe que estamos vivendo há mais de um ano, serviu para analisarmos onde podemos mudar para sermos pessoas melhores, seja na alimentação, no trabalho, no lar, na saúde ou disposição do dia a dia. Então se pergunte e reflita: Eu estou utilizando meu tempo da melhor forma ou posso aprimorá-lo? Às vezes certos costumes que nosso subconsciente utiliza para compensar o estresse diário,  não possui um discernimento do que é ou não benéfico. Abaixo cito algumas atitudes para você prestar mais atenção daqui pra frente: 1. UTILIZAÇÃO CORRETA DAS REDES SOCIAIS: De uns anos pra cá, a internet tomou conta de nossas vidas e o que antes era uma ótima ferramenta para ligar ”culturas”, hoje virou uma armadilha de algoritmos para nos prender o maior tempo possível rolando as publicações abaixo. Quantas vezes antes de pegar no celular disse a si mesmo que  seria apenas uma olhada de 5 min, quando percebe já se passou 1 hora? O índice de depressão e ansiedade em jovens e adultos aumentou durante o período de confinamento, e as redes sociais contribuem negativamente para essa situação. Geralmente só postamos aquilo que queremos que as pessoas vejam, correto? Nas redes temos uma vida perfeita, família perfeita e um relacionamento perfeito. Diante das vidas surreais nos sentimos impotentes e incapazes, pelo fato de desejarmos ter uma vida igual. DICA: Remova da sua lista de amizades, aqueles que não têm o mesmo propósito que você e filtre apenas o que é do seu interesse e agrado. Ou se preferir, desative as redes sociais por um tempo, até que você esteja no controle, não o algoritmo e o seu dedo. 2. ANÁLISE SEUS HÁBITOS: Tudo aquilo que vemos, falamos, agimos, pensamos, ingerimos e escutamos estão relacionados com os  hábitos. Eles irão descrever o tipo de pessoa que é hoje, observando assim, onde deseja mudar para ser aquilo que você quiser ser amanhã. No início, todo novo hábito é forçado, pois não estamos acostumados a   praticá-lo e não conseguimos muitas vezes ver os resultados em curto prazo, mas a longo prazo será compensador tornando perceptível as mudanças em seu corpo, na sua mente, no seu humor e o aumento de sua produtividade. DICA: Comece com um passo de cada vez, abraçar o mundo e querer pular dois degraus não resolverá e provavelmente seu corpo não irá dar conta de  tantas mudanças repentinas. 3. PRATIQUE EXERCÍCIOS: Seja correr, pular corda, andar de bicicleta ou se alongar. Tudo que faça o corpo se mexer e sair de sua zona de conforto lhe trará múltiplos benefícios como: Aumenta a disposição; Libera endorfina: a qual promove a sensação de recompensa e bem-estar; Melhora na qualidade do sono; Controla o peso corporal; Renova o condicionamento físico; Controla a ansiedade e depressão, dentre outros.; Diminuí o estresse 4. CUIDE DA ALIMENTAÇÃO: Você consome mais produtos artificiais e processados ou naturais? Nosso corpo pede aquilo que está acostumado a receber, porém,  é possível reeducá-lo quando desejamos. Tudo aquilo que ingerimos interfere no funcionamento e em nossa disposição. Já sentiu a diferença do seu organismo após comer um hambúrguer e batata frita ou um arroz com batata doce e frango? Ao consumir alimentos gordurosos, nos sentimos pesados e preguiçosos; e nas alimentações mais saudáveis, nos sentimos mais dispostos a cumprir com os  compromissos do dia. Ao beber água e refrigerante temos outra diferença enorme, somos como uma máquina que precisa ser constantemente lubrificada para o seu funcionamento, dependendo do produto, ela será mais eficaz ou não. DICA: Como na questão dos hábitos, não mude bruscamente, pois o seu corpo irá sentir e não conseguirá acompanhar o ritmo da sua mente, você pode muito bem ter uma alimentação saudável consumindo aquilo que lhe         agrada. E também, permita-se ter um dia de lixo na semana e comer aquilo que tiver vontade, pois se alimentar bem não é sinônimo de passar vontade. 5. AMBIENTE: Os ambientes também interferem em todos os aspectos do nosso dia a dia. Os lugares onde frequentamos e onde moramos tem tamanha significância, uma vez que é onde ficamos a maior parte do tempo. Nesta quarentena não temos muitos refúgios e a maior parte do tempo não saímos, famílias estão tendo conflitos e a energia do local fica inapropriada para se ter paz e disposição para trabalhar com eficiência. DICA: Não podemos mudar o ambiente onde estamos, mas podemos mudar nossa reação  perante determinadas situações. Saiba filtrar lugares, se aproxime de pessoas que realmente lhe coloque pra cima. Toda vez que pensar em incluir algum hábito novo, não tenha aquela pressa de mudar rápido, é um processo repetitivo e persistente. De acordo com os estudos mencionados pelo psicólogo Jeremy Dean, Autor do livro Making Habits, Breaking Habits: Why We Do Things, Why We Don’t, and How to Make Any Change Stick, leva em média 66 dias para que alguém adquira um novo hábito, ou seja, comece a fazer algo que antes não era costume de maneira automática. Mas esse número é uma média e ele varia bastante de indivíduo para indivíduo e, claro, dependendo do hábito. Beber um copo de água antes do café da manhã demorou cerca de 20 dias para se transformar em hábito. Exercitar-se levou 84 dias para virar hábito para um dos participantes de um estudo. Com tudo que foi exposto acima, devemos manter uma postura de constante alerta e, se desejarmos realmente mudar, basta querer e buscar um motivo plausível para que isso ocorra. Nossa mente busca sempre refúgios, e nessas horas é que precisamos manter o foco e a disciplina, dizendo não às tentações! Aquilo que nos parece “bom”, nos prejudica e aquilo que nos força sair da zona de conforto, nos aprimora. Alessandra Valladares Dias Lima Estudante de Ciências Contábeis – FECAP

  • 10 dicas para se tornar protagonista em sua trajetória profissional (parte 1)

    No dia 24 de agosto de 2021, a Aventura de Construir comemorou 10 anos de existência, de jornada viva e caminhos abertos. Os desafios, partes fundamentais nesta trajetória, contribuíram para firmar o passo, fortalecer o movimento. A realidade se mostra todos os dias, e nem por isso se torna óbvia. Nos 10 anos de AdC, fomos convidados diariamente a “aprender a aprender”, a treinar os sentidos, para ouvir e enxergar cada vez mais. Em março de 2020, a realidade foi a pandemia de covid-19 e seus desdobramentos em nível mundial. O que era visto na televisão em outro país, começou a chegar cada vez mais perto e o desespero e medo foram tomando conta das pessoas. “O que fazer? Como estão os empreendedores?” Foram perguntas recorrentes por parte da equipe. Refletir sobre a própria missão e objetivos projetuais é uma forma concreta de entender ainda mais o trabalho realizado e a ser ainda desenvolvido. E nesta situação, não foi diferente. A AdC refletiu profundamente sobre sua própria missão levando em consideração o contexto atual e as novas (e não tão novas) necessidades do pequeno empreendedor periférico. E para fundamentar este processo e validar os próximos passos, os meses seguintes de 2020 (abril, maio e junho) foram de muito trabalho. Algumas das ações pontuais realizadas: pesquisa de acesso a tecnologia com público alvo, mutirão de ligações para entendimento do contexto individual dos empreendedores, sistematização de oportunidades para o público em plataformas de financiamento coletivo, entre muitas outras. Durante as reuniões de equipe, o método de trabalho da AdC foi revisitado como parte do processo de reflexão, como por exemplo: “Partir da realidade” e “Gerar protagonismo acreditando na centralidade da pessoa”. Estes dois pontos já foram comentados diversas vezes, mas, a situação convidou a todos a olhar mais fundo e ressaltou a importância em vivenciá-los dentro da instituição, no relacionamento entre equipe e beneficiários e, sobretudo, no desenho e implementação de um novo projeto. E O QUE FICA? COMO AS AÇÕES NÃO SE PERDEM? Apesar da situação ser totalmente nova, o caminho para enfrentá-la era repleto de ações já conhecidas pela equipe e beneficiários. Mas, sabemos que ao revisitar o passado, surgem novos processos, desde a formulação até sua implementação e adaptação. Toda esta teia de aprendizado construída coletivamente entre equipe e beneficiários foi validada, analisada e incorporada no processo de vida da AdC, e tornam estes 10 anos ainda mais potentes. Seja em 2014 ou em 2020 no meio da pandemia, o trabalho da AdC continua ser apoiar os empreendedores da periferia (agora, não só os de São Paulo, mas de todos os estados do Brasil) e acreditar sempre no protagonismo de cada pessoa. Comemorar os 10 anos da AdC é também comemorar a força do empreendedor da periferia brasileira. E agradecer a todos que compõem este time e fazem que o trabalho realizado pela AdC seja possível. Uma capacitação só é possível quando tem pessoas, perguntas, risadas no meio, até o microfone que vaza um barulho faz parte, pois isso mostra que é humano, que não é só tela. Uma assessoria só é possível quando a pessoa do outro lado tem expressão, diz que não entendeu, ou pede pra explicar novamente. O trabalho da AdC, portanto, só é possível ser feito em conjunto. E por isso preparamos 10 dicas para você se tornar cada vez mais protagonista em sua trajetória profissional. Elas serão divididas em duas partes: 5 dicas na Jornada de Sustentabilidade de Agosto, e as outras 5 na Jornada de Setembro. Segura a ansiedade! E de onde tiramos estas dicas? Elas foram identificadas a partir dessa história de 10 anos e de uma série de situações em que a realidade nos mostrou escancaradamente o protagonismo dos empreendedores atendidos, principalmente neste momento de pandemia. O objetivo aqui, é valorizar cada pequena ação! E mostrar que muitas vezes, a ação de um, é também a do outro e desta forma vamos aprendendo com a experiência de outros. Então, bora para as 5 primeiras dicas! 1. SE CONSCIENTIZAR DA PRÓPRIA REALIDADE Primeiro passo! É preciso entender a situação sem medo e com toda lealdade. Só assim, depois de um raio x do seu empreendimento, será possível seguir. Seja traçando um plano de ação ou revendo estratégias utilizadas. Mas sempre a partir de algo real. E para esta análise, seja criativo! Vale papel e caneta, mas também vale gravar áudio e se escutar, vale fazer uso de ferramentas tecnológicas para visualizar melhor. O que importa é realizar um panorama da situação. E não é para se desesperar ou ficar triste, mas para se organizar de forma concreta! Certa vez, uma empreendedora estava relembrando que em um determinado momento pensou muito em tentar um empréstimo, porém, antes de fazê-lo decidiu parar e organizar seus pensamentos. Juntou a teoria com a experiência prática de seu empreendimento, analisou os dados de faturamento e percebeu que, naquele momento, o empréstimo não era a solução ideal, pelo contrário, poderia complicar ainda mais a sua  situação financeira. 23ª capacitação do Projeto “A Realidade Empreendedora II” – Apresentação sobre Microcrédito com os parceiros: Firgun e Banco Pérola. Esta aula é programada para ser realizada no final do cronograma, para garantir um preparo dos empreendedores em relação ao tema do microcrédito. 2. IDENTIFICAR AS PRÓPRIAS DIFICULDADES DE FORMA CONCRETA Se você fala que tem uma dúvida sobre um tema, já reparou como você expõe esta dificuldade? Quando começamos um curso, e aparecem temas muito esperados, como Marketing ou Finanças, é comum escutar “eu tenho dúvida sobre tudo”, e aos poucos, as pessoas vão conseguindo aprofundar e especificar mais estas dúvidas. A dúvida ganha forma quando se conhece mais sobre o tema! No projeto Realidade Empreendedora II (REII), ao término de cada aula, era colocado como pequena meta: 1. aprofunde suas dúvidas, onde exatamente elas estão? em qual tema? 2. como esta dúvida se relaciona com seu cotidiano profissional? A cada volta, dúvidas mais firmes específicas  apareciam. Se em um primeiro momento, a dúvida era toda sobre o tema de precificação, no 2º, aparecia mais direcionada à definição do pró-labore, ou como considerar os custos fixos e variáveis na conta. E será que a dúvida é mesmo sobre o tema em questão ou tem algo atrás? Ainda sobre o projeto REII, ao analisar os dados sobre as assessorias, percebemos  que os assuntos de maiores dúvidas estavam relacionados a: 1. organizar as tarefas do dia e classificá-las  por prioridades; 2.  identificar o tempo necessário para realizar as tarefas; 3. estabelecer metas reais e factíveis. Os maiores questionamentos estavam, em sua maioria, “um passo atrás” do real problema. Se a pessoa diz  “não sei quanto tenho de lucro”, verificamos que a raiz disso não estava no registro financeiro em si, mas primeiramente no planejamento das ações para desenvolver a atividade final (mensurar o tempo, organizar e analisar.) Por isso esta dica é tão importante! Busque sempre saber onde a dificuldade se encontra e qual a origem dela! Etapa de assessorias do projeto “Lamberti Transforma” – Empreendedora aprendendo a realizar seu fluxo de caixa na prática! 3. PEDIR AJUDA ANTES DA SITUAÇÃO FICAR ALARMANTE Pedir ajuda já é uma ação protagonista, ainda mais em uma sociedade que tantas vezes nos ensina a ter vergonha deste ato e que quem quiser se mostrar forte não tem que pedir nunca. Saber o momento mais oportuno de pedir ajuda, é ainda mais importante. A gente só consegue isso por meio de organização e planejamento! E claro, a dica nº 1 tem que estar em dia! De março a junho de 2020 foi realizado o mutirão de ligações individuais na AdC (para ler mais sobre este tema, clique aqui), e para além da identificação do contexto individual e orientações compartilhadas, estas ligações significaram uma manutenção e até criação, em alguns casos, do vínculo com os empreendedores, em um momento em que a distância era a realidade. A 1ª ligação foi por parte da equipe AdC, mas a continuação deste contato, veio na maioria das vezes, por parte dos beneficiários, que se viram olhados em suas necessidades. E foi por meio deste contato que muitas propostas foram construídas, como por exemplo: a) negociação de aluguel do empreendimento; b) estimular o vínculo com os clientes;  c) publicar nas redes sociais a situação do empreendimento. Mesmo em uma situação já tão alarmante por si só, aqueles que buscaram a AdC, ou outras instituições de confiança logo em um 1º momento, conseguiram construir estas e outras propostas com um tempo hábil para validar e testar. Independente da situação, busque pedir ajuda antes da situação se tornar insustentável. Etapa de prototipação do projeto “Lamberti Transforma” – roda de conversa com  Ana Paula Gonçalves (super esperta na área de jóias) convidada para contar suas experiências com a produção de joias, além do consultor Franklin Menezes (AdC) mediando o encontro com  as empreendedoras. 4. REALIZAR INVESTIMENTOS EM SI MESMO Que história é essa? Empreendedor(a) lá tem tempo para investir em si mesmo? Opa! Tem que ter! E quando falamos em investir, você não precisa ficar preocupado e pensar em cursos caríssimos ou ferramentas novinhas! Para investir em nós, precisamos primeiramente saber bem o que é necessário, do que precisamos, analisando o momento e contexto atual. Por exemplo, quando a AdC, começou a realizar os cursos on-line, em junho de 2020, muitos empreendedores não sabiam utilizar o Zoom (e mesmo a equipe apresentava algumas dificuldades). Foram realizados tutoriais específicos e um acompanhamento para aqueles que tinham mais dificuldades. O apoio foi mega importante para o aprendizado, mas sabemos que o diferencial estava nas atitudes de cada um em insistir e praticar. E bem, isto leva tempo. É preciso um pouco de calma e paciência consigo mesmo. Este tempo direcionado para aprender uma ferramenta nova pode e deve ser considerado como um investimento. Afinal, hoje, muitas das pessoas utilizam o Zoom não só para atividades da AdC, mas também para outras situações cotidianas: reuniões com fornecedores, aulas e palestras, conversa entre família, etc. Além do Zoom, ferramentas do universo Google (Agenda, Planilhas, Questionários, etc) também foram incorporadas mais ao cotidiano de ensino e aprendizagem. A tecnologia se torna cada vez mais presente em nossas vidas, e muitos empreendedores, ao constatar esta situação na prática e analisar a realidade, decidiram investir em pacotes de internet mais eficientes ou mesmo comprar  um computador  ou celular que atenda mais às necessidades, como foi o caso de uma empreendedora do projeto “Lamberti Transforma”. Empreendedores em assessoria com time de voluntários e equipe AdC. Momento para se reinventar! 5. REVER ANTIGOS HÁBITOS E ESTAR DISPOSTO(A) A MUDÁ-LOS Na AdC, atendemos tanto empreendedores que acabaram de começar seus negócios, como também aqueles que estão na caminhada há mais de 20 anos. Muitas vezes, os novos adentram nos cursos cheio de insegurança, achando que nada terão a acrescentar, e os antigos por sua vez, sentem medo de perceber que estão muito acomodados em seus negócios. Eis que durante as capacitações, assessorias em grupo, estas inseguranças se tornam pequenas perto da força e  vontade em melhorar de cada um. Os novos compartilham o frescor das idéias, e os antigos, a experiência da prática. Um aposentado que recentemente abriu uma cutelaria, compartilhou com os demais, como as redes sociais estavam o ajudando a aumentar as vendas e tornar a sua marca mais conhecida. Isto serviu para uma empreendedora que já possui um salão há mais de 15 anos e estava insegura em trabalhar com as redes sociais. Ela ganhou idéias, e conseguiu aplicar de forma concreta a realidade de seu negócio. Claro, com a ajuda necessária e levando em conta o tempo de cada um para aprender. Voluntários unidos (Marketing e Finanças) com equipe AdC para orientar o casal de empreendedores em meio a pandemia de covid-19. #Trabalho #Empreendedorismo #Empreendedor #Trajetóriaprofissional #Microempreendedores

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