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Sabotar o subterrâneo com arte e protagonismo

No dia 18 de janeiro, sábado, parte da equipe AdC se encontrou com microempreendedores, na Estação Vila Prudente, para prestigiar em conjunto a exposição “Identificam-se Protagonistas”. A diversidade do público tornou o tom da conversa ainda mais potente: não estavam apenas aqueles que participaram do projeto, mas também estavam presentes seus filhos, amigos, outros microempreendedores acompanhados pela AdC, voluntários novos e antigos. Solange Santos e Renan Andrade Silva, representando a Linha da Cultura do Metropolitano de São Paulo, também marcaram presença.

A vontade em compartilhar e ouvir experiências era escancarada por todos e nem o ruído intenso, recorrente de uma estação movimentada, foi capaz de atrapalhar o encontro.

O movimento da conversa acompanhou o transitar do público entre uma foto e outra. O fotógrafo Diego de Carvalho contou sobre sua experiência durante o incrível processo em registrar o trabalho destes microempreendedores que protagonizam transformações nas periferias de São Paulo.

Segundo Diego, o êxito da exposição foi também consequência da conexão criada com cada pessoa, afinal, contar a história dos outros exige imersão no cotidiano, contar histórias não é só apertar um botão… requer responsabilidade: “um retratista olha a conjunção como um todo, a foto fica muito mais limpa, cria-se uma conexão”.

Renan Andrade complementou dizendo que, assim como a foto é uma parte, “uma exposição é um resultado de muitos projetos de pesquisa”.

Sabrina, Camila, Nea e Nathalia são exemplos de microempreendedoras que participaram do projeto e estavam presentes no encontro.

Isaac, filho de Sabrina, estampa uma das fotos com seu riso largo. A família possui um mercadinho na zona oeste de São Paulo e todos cooperam para o fortalecimento do empreendimento. Sabrina compartilhou que, para Isaac, fazer parte de uma exposição como esta o deixou extremamente orgulhoso e mais comprometido com as tarefas exercidas no cotidiano do empreendimento.

Segundo Camila, que desenvolve produtos naturais de estética, “no começo a gente tem vontade de desistir toda hora”, mas ela conta que a AdC surgiu neste momento para orientar, acompanhar e acreditar no microempreendedor. Nea, dona de um rancho, conta que a sua foto exposta movimentou a dinâmica da família: “eles me ligam e contam que me viram no metrô”.

Todos ali partilharam da mesma opinião: dividir experiências fortalece a nossa história. A criatividade do outro em solucionar um determinado desafio atiça a sua! Inspira.

Nathalia trabalha com a mãe, Ângela Maria, numa creperia e doceria, também na zona oeste de São Paulo. Se no começo dividiu um sentimento de tristeza, esclarecendo o comportamento típico de pessoas que deixam de comprar produtos em seu próprio bairro por diminuir a periferia e enaltecer bairros centrais, ao final, a timidez de Nathalia não a impediu de falar que o encontro daquele dia a motivou para enfrentar os desafios, entendendo que não está sozinha.

Camila conclui: “é muito legal para minha autoestima como microempreendedora me ver através do olhar de outro profissional pois às vezes a gente não se enxerga, não veem como é potente”. Nós, da AdC, sabemos que da mesma forma que uma exposição é resultado de muita pesquisa, a força destes microempreendedores também é resultado de muitos processos… processos que não findam.

Adriana, beneficiária da AdC há mais de um ano, possui uma editora em conjunto com sua família que publica livros sobre o autismo a partir das experiências de seu filho, apesar de não participar deste projeto especificamente, ela estava presente no encontro e contou que viu a exposição mais de uma vez e a divulgou para seus familiares e amigos. Adriana vibrou junto com cada história, afinal, se identificou com elas. Sentimento que parece habitar as pessoas que passam pela exposição.

Os participantes alegaram, que, após esta experiência, começaram a reparar ainda mais nas outras exposições do subterrâneo.

Ricardo Pandolfi, gerente de Comunicação e Marketing do Metrô de São Paulo, apesar de não estar presente, enviou uma mensagem encorajando os microempreendedores e enfatizando a importância deles na economia brasileira.

A princípio, uma estação de metrô, pode não ser o espaço tido como ideal para uma exposição, mas… se deslocarmos um pouco o olhar, podemos nos deparar com experiências maravilhosas, como este encontro.

Nós da AdC agradecemos a toda equipe do Metropolitano de São Paulo que contribuiu (e contribuí) para tornar esta experiência possível, e a todos os presentes que compartilharam suas histórias com coragem e inspiração!


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