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Os desafios dos negócios de Impacto Social na Periferia

Em mais um texto produzido a partir da colaboração entre a Agência Experimental Benjamin, da FECAP, e a Aventura de Construir, o Blog AdC desta semana traz o artigo “Os desafios dos negócios de Impacto Social na Periferia”, falando sobre a importância dos projetos de impacto social, seus desafios e o lançamento do Ebook “Da Experiência, Um Método: manual de sistematização de jornada integral para negócios de impacto de periferia”.

Confira abaixo.

Por Pedro Gucciardi e Bruna Ferreira

Transporte público, condições de moradia, ofertas de trabalho, por vários ângulos de análise é possível concluir como a vida nas regiões periféricas do Brasil é menos favorecida quando comparada com as regiões centrais, e essa realidade também se aplica aos negócios de impacto social.

Para contextualizar o que é um negócio de impacto, podemos definir como empresas que, em sua função principal, buscam o lucro por meio do benefício coletivo e direto para pessoas com faixa de renda mais baixas, como as classes C, D e E. De acordo com o SEBRAE, as principais características que diferenciam um negócio de impacto para um negócio tradicional são o trabalho em rede, ou seja, as parcerias que são construídas e estabelecidas ampliam o resultado final da atuação do negócio. Além disso, características como: o combate ao trabalho escravo e infantil; gestão da cadeia produtiva – ao selecionar e avaliar os fornecedores; zelo com as questões ambientais e a articulação com políticas públicas. Uma empresa que fornece energia elétrica gerada por placas solares para comunidades isoladas no sertão brasileiro pode ser um exemplo de um tipo de negócio de impacto social.

Embora esse modelo de negócio seja mais importante nas regiões periféricas, é justamente nesses locais em que o investimento é menor. De acordo com uma pesquisa feita pela FGV em parceria com a Fundação Arymax, o capital inicial de empreendedores sociais em regiões centrais é 37 vezes maior do que aqueles que começam seus empreendimentos em regiões periféricas. Em valores, essa diferença é mais notada. Em média, os negócios sociais na periferia começam com 19 mil reais, enquanto nas regiões centrais a média inicial é de 712 mil reais, somando dinheiro, patrimônio e materiais, como computadores e a sede da empresa. Um dos efeitos desse fenômeno é a dificuldade em conseguir investimentos na periferia. Como o capital inicial e a expectativa de retorno são menores, os riscos para os investidores são maiores, o que faz com que eles não vejam essas regiões como uma opção viável e rentável. Por isso, as aceleradoras focadas em empreendimentos sociais periféricos são tão importantes para a sobrevivência desse modelo de negócio. A atuação de organizações como a Aventura de Construir, que desde 2013 fornece toda uma cesta de serviços e acompanhamento individualizado para empreendedores da periferia, é de extrema importância para minimizar os impactos financeiros de negócios sociais fundados na periferia e ajudá-los a alcançar todo seu potencial.

Toda a experiência da ONG Aventura de Construir está no E-book lançado no último dia 29 de novembro, “Da Experiência, Um Método: manual de sistematização de jornada integral para negócios de impacto de periferia”. O livro está disponível, de forma gratuita, pelo link e é um excelente guia para empreendedores que pretendem ter negócios relevantes e com maior propósito para clientes e sociedade.

Supervisionado pela Profª Paula Franceschelli.

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