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Os Desafios do Microempreendedor

A partir de hoje, começamos a publicar uma série de artigos escritos pelos alunos do primeiro semestre de Administração da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, a FECAP. Essa iniciativa é uma parceria da AdC com a instituição para que os estudantes tenham contato com o empreendedorismo social.


Com apoio do professor Edson Barbero e do voluntário Rodrigo Fadelli, foi criada uma atividade complementar voluntária para que os alunos produzissem textos relacionados ao trabalho da Aventura de Construir. Conversamos com ambos sobre o desenvolvimento do projeto na entrevista que pode ser acessada neste link.

Confira abaixo o primeiro artigo, escrito por Haline Yoko Hamaguti sobre as dificuldades enfrentadas pelos microempreendedores.

Com a pandemia do novo Coronavírus, no começo do ano de 2020, cerca de um ano atrás, milhares de brasileiros se viram confinados em suas casas e, devido à crise econômica vivenciada pelo País, sem seus empregos e uma forma de se sustentar. Neste contexto, muitos veem no microempreendedorismo uma nova oportunidade de renda. Os dados mostram que desde o início da quarentena, cerca de 600 mil trabalhadores tornaram-se MEI (microempreendedor individual) para atender as demandas, principalmente, de produtos para higiene pessoal. Esses trabalhadores, foram também o maior número de buscas por cursos de qualificações, de acordo com o SEBRAE, chegando até a 15 mil buscas por dia, só no Estado de São Paulo, para tirarem suas dúvidas sobre os acessos a créditos e como se engajar no e-commerce, de forma eficiente, que ganhou força durante a pandemia.

Apesar das tantas possibilidades, ser um MEI não é uma tarefa fácil. A burocracia em relação a empréstimos de créditos, com todas as condições para essa realização, distanciam os microempreendedores dos serviços bancários que podem ser oferecidos como direito, gerando também uma certa insegurança, visto que as barreiras impossibilitam que seus negócios sigam em frente e consigam crescer. Até mesmo para usar o seu CNPJ, são apresentadas enormes dificuldades, fazendo com que o empreendedor prefira trabalhar com suas contas pessoais, o que torna ainda mais difícil a motivação para o empreendedor impulsionar os seus negócios.

Outra dificuldade encontrada, segundo especialistas do SEBRAE, é a emissão de notas fiscais pois em muitas cidades ainda é realizada de forma manual, e o problema que esses locais enfrentam são a falta de informações corretas em relação aos procedimentos realizados fornecidas pelo empreendedor. Mas esse não é o único problema. As dificuldades que um trabalhador enfrenta está longe de acabar. Além da dificuldade que se deparam com o auxílio de créditos, financiamentos e emissão de CNPJ, os donos de negócios precisam ter um faturamento anual de R$81 mil, pagar taxas para manter seus benefícios com o auxílio-doença, possibilidade de conseguir uma máquina para cartões, aposentadoria etc., mas sem garantia de férias completas, e ir em busca de informações que nem sempre estão dispostas de forma clara a eles.

Atualmente, cerca de 99% dos negócios formais são compostos por microempreendedores. Isso significa que grande parte da economia brasileira é movida e levantada por esses pequenos empreendedores. Os dados levantados pelo World Bank, apontam também que esses trabalhadores geram cerca de 60% dos empregos, o que significa 600 milhões de novos empregos em 15 anos. e 40% do PIB. Só no Brasil são 9,5 milhões de microempresas em sua totalidade.

Os números, apesar de bastante empolgantes, ainda não mostram a realidade dos que enfrentam os diversos problemas que são impostos por uma burocracia e deveria auxiliar mais do que prejudicar. Esses problemas podem, no entanto, ser resolvidos com uma melhor disponibilização de informações e passo-a-passos sobre como o microempreendedor deve realizá-los de forma mais didática; devem ser oferecidos cursos, com programas de mentorias para esses trabalhadores; devem ser apresentadas, de forma clara, as etapas para que sejam tomadas decisões racionais para o melhoramento dos empreendimentos, realizando uma estruturação dos problemas, gerando alternativas e por fim fazer uma avaliação das consequências dessas alternativas com avaliações de riscos, sobre as priorizações de ideias etc., para que haja um melhor engajamento nas ideias dos processos de decisões e, por fim, auxiliando no processo de implementação: como deve ser realizada e posta em ação as ideias.

Devemos, então, apresentar informações claras para que o microempreendedor consiga explorar o contexto em que vive, como durante a pandemia com o engajamento de novas tecnologias para ampliação do seu comércio, mostrando como identificar as oportunidades e como superar de forma eficaz o seu empreendimento. Só assim, quem sabe, mais pessoas consigam passar por cima das dificuldades e dar voz ao grande pequeno empreendimento e tem ajudado milhares de famílias a terem o seu pão de cada dia e uma possibilidade de ter um lugar ao sol neste grande universo do empreendedorismo!

Haline tem 23 anos, cursa sua segunda graduação em Administração na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP). No momento está em busca de um emprego para aprender na prática sobre o grande mundo do empreendedorismo para que um dia possa conseguir administrar o seu próprio negócio, podendo fazer a diferença na vida das pessoas.

Bibliografia:

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