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ODS em Pauta: Aventura de Construir e o ODS5 Igualdade de Gênero

Será que organizações do Terceiro Setor possuem capacidade de colaborar positivamente com a Agenda 2030 da ONU? Quem acompanha nosso blog já sabe que a resposta é SIM! Todo trabalho social conecta-se diretamente aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Inclusive, por conta disso, foi criado o Pacto Global – do qual a Aventura de Construir (ADC) faz parte.

Essa série de artigos “ODS em Pauta” surgiu na tentativa de explicarmos como a ADC está envolvida com algumas metas da Agenda 2030. Já explicamos um pouco sobre o que são os ODS aqui no Blog. Em março de 2020, inauguramos esta série com o ODS1 Erradicação da Pobreza. E, nos mês passado, falamos sobre nosso envolvimento com o ODS4 Educação de Qualidade.

Agora vamos falar um pouco sobre como nossa missão de desenvolvimento territorial inclusivo através do apoio ao microempreendedorismo de baixa renda fortalece aspectos do ODS5 Igualdade de Gênero.

Alcançar a igualdade de gênero significa acabar com todas as formas de discriminação, violência e práticas nocivas (como os casamentos prematuros, forçados e mutilações genitais, tráfico e exploração sexual) contra todas as mulheres e meninas de todo o planeta, tanto nas esferas públicas quanto privadas. Além disso, também trata-se de reconhecer e valorizar o trabalho doméstico não remunerado, assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva, garantir a igualdade de direitos e de oportunidades, promovendo o empoderamento das mulheres em todos os campos.

Neste sentido, a ADC vem trabalhando em projetos capazes de responder, especificamente, a igualdade de direitos e de oportunidades através do empoderamento feminino. Exemplo prático disso é o projeto Mães Esplendorosas, realizado em 2019. Neste projeto desenvolvemos atividades que promoviam a autovalorização da mulher com o objetivo de também estimular um novo processo de aprendizagem, priorizando dinâmicas e exercícios associados ao desenvolvimento humano integral e financeiro.

Para a construção coletiva de conhecimento é necessário tempo e continuidade. E, justamente por fazermos este trabalho de acompanhamento, conseguimos verificar que as 20 mulheres participantes do projeto conquistaram os seguintes resultados:

  1. Aumento da autoestima e protagonismo pessoal

  2. Aumento do potencial em criação de estratégias

  3. Aumento da capacidade em poupar

  4. Ampliação da visão de negócio

  5. Perspectivas futuras baseadas em fatos concretos

  6. Conscientização sobre a própria organização financeira e contábil

A ADC chegou nesses resultados após realização de uma Avaliação de Impacto criteriosa, a qual aplicamos em todos as nossas atividades. Além dos indicadores quantitativos que utilizamos para mensurar o impacto do projeto, também aplicamos uma pesquisa qualitativa para compreender como a vida dessas mulheres se transformaram. Sobre isso, vale a pena compartilhar a história de Roseli Cardoso, mulher de 61 anos que mora com seus três filhos e o neto de 3 anos.

Dona Roseli criou seus filhos sozinha e ajuda diariamente na criação do neto. Nos contou que buscou as capacitações da Aventura de Construir para entender de forma prática sobre poupança. E encontrou muitas coisas além do que imaginava. Aprendeu a importância de anotar suas fontes de renda e seus gastos. Antes, achava que essa ação era perda de tempo. Hoje constatou que é a partir da visualização de suas rendas e gastos que é possível se planejar para poupar. Ela reconhece que não tem uma relação saudável com os filhos. Sente falta de diálogo e carinho, o que afeta sua autoestima. Mesmo assim, é ela que sustenta a maior parte da casa, seja com a renda de seu trabalho como artesã, ou mesmo bicos. A sua prioridade é garantir uma vida com qualidade para o neto.

Na experiência vivenciada com a Aventura de Construir, Roseli conheceu outras pessoas, rompeu um pouco com o cotidiano mais duro da vida e conseguiu aprender coisas novas para facilitar sua rotina. Conseguiu dialogar com as pessoas e se sentiu mais segura por isso. Uma de suas metas é comprar um terreno no litoral, para isso ela entende que é preciso mais do que simplesmente desejar: é preciso se programar, mensurar seus objetivos e direcionar sua ação. Cuidar da casa, criar os filhos sozinha e agora dedicar tempo ao neto, não são tarefas fáceis. Mas Roseli nos ensinou muito com sua postura positiva e ativa. A idade não é empecilho, pelo contrário, usa de suas experiências anteriores para somar com os novos conhecimentos e se empoderar.

A realidade das mulheres brasileiras, como a de Roseli, está mudando: cada vez mais as famílias são chefiadas por elas. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 80% das crianças possuem uma mulher como primeira responsável e 5,5 milhões não apresentam o nome do pai no registro de nascimento. As mães solo criam seus filhos, trabalham dentro e fora de casa e ainda têm de enfrentar preconceito por grande parte da sociedade. Elas vivenciam desafios constantes, mas seguem firmes e fortes, por isso a ADC está com essas mulheres e apoio ao ODS5.

Conheça aqui todas as metas relacionadas à igualdade de gênero! Se quiser saber quais indicadores as organizações podem usar para mensurar os impactos de suas respectivas atividades que se conectam ao ODS5, consulte o Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (IPEA).

Agora que você já sabe como o ODS5 da Agenda 2030 das Nações Unidas (ONU) pode ser trabalhado por organizações do Terceiro Setor, mãos à obra para alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas ao redor do planeta, começando daquelas mais próximas, pois com certeza cada um certamente conhece algumas!

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