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O trabalho em rede em prol do empreendedor – Projeto Aluthaico parte 1

No blog AdC desta semana, falamos sobre o encerramento do Projeto Aluthaico, realizado entre junho e novembro de 2022, em parceria com a empresa de mesmo nome. A Aventura de Construir acompanhou e auxiliou na criação de um plano de negócios para o empreendimento, que atuará na área de serralherias para construção de caixilhos para edifícios residenciais.

Para falar um pouco sobre os aprendizados adquiridos ao longo desse percurso, conversamos com Franklin Menezes, consultor sênior da área de desenvolvimento da AdC e com a voluntária Raquel Santos, que colaborou ao longo do desenvolvimento do plano de negócios.

Confira a entrevista abaixo e fique ligado pois semana que vem publicaremos a entrevista com Julio Petrucci, responsável pela empresa!

Raquel, fale um pouco sobre você e como se envolveu com esse projeto?

Raquel: Eu sou Raquel Santos, sou graduada em Gestão da Qualidade, sou auditora de SGI e também estou me especializando em Melhoria Contínua, tirando minha certificação em Green Belt Six Sigma. Estou também abrindo a empresa de consultoria da qualidade, que vai ofertar serviços de implantação da ISO 9001, auditoria interna de SGI, mapeamento de processo, implantação do Programa 5S etc.

Ano passado eu participei do projeto Lamberti Transforma, na Aventura de Construir, e depois fiquei atuando como voluntária. Então o Franklin me convidou para participar deste projeto, no qual eu realizei várias pesquisas para o plano de negócio.

Como vocês explicariam este projeto, que é um pouco diferente dos outros realizados pela AdC, para os nossos leitores? E como ele surgiu?

Franklin: O projeto realmente tem uma particularidade. Não era nossa expertise, até então, trabalhar com o tamanho de empresa que está sendo criada. Tudo se iniciou por meio de um conhecido da nossa coordenadora-geral que nos indicou a conversar com o Julio Petrucci, responsável pelo empreendimento.

A partir dessa conversa iniciou-se o projeto que consiste na elaboração de um plano de negócios para esta empresa que ainda vai ser criada, a Aluthaico. O CNPJ está criado, mas ela ainda não existe de forma física. Trata-se de uma empresa de serralherias para construção de caixilhos para edifícios residenciais.

No plano de negócio houve um planejamento para prever em quanto tempo seria fechado o primeiro negócio, mas há pouco ficamos sabendo que o Julio, gestor muito competente e com diversos anos de experiência na construção civil, fechou dois contratos. Isso confirma que a empresa vai avançar.

A maioria dos empreendedores atendidos pela Aventura de Construir são microempreendedores individuais ou empresas de pequeno porte. Para entender a diferença desse projeto, qual é o tamanho da Aluthaico?

Franklin: Entre os empreendedores atendidos pela Aventura de Construir, há os empreendedores que ainda não tem o seu negócio, os empreendedores informais que já tem um pequeno negócio, e temos também os empreendedores que são formalizados e são MEI. Além disso, uma pequena parte dos nossos empreendedores têm microempresas. No caso da Aluthaico, ela nasce como micro, mas provavelmente vai pular para pequena empresa entre o primeiro e o segundo ano.

O faturamento anual de um MEI é de até R$ 81 mil, enquanto uma microempresa é de até R$ 360 mil. Uma pequena empresa tem faturamento de até R$ 4,8 milhões por ano. Então é provável que a Aluthaico dê um salto para pequena empresa e fique variando entre pequena e média. É uma diferença muito grande no faturamento, que vale muitos empreendimentos de pequeno porte.

Raquel, pensando nessa questão de tamanhos de empresa, como é fazer consultoria e ajudar esses empreendedores? Como é a sua experiência até então? j

Raquel: Como eu ainda não comecei a atuar com consultoria, até então participei apenas de algumas consultorias na AdC, com alguns empreendedores que eram MEI e alguns que ainda estavam informais. Essa experiência foi diferente, porque é um negócio bem maior, é outra visão.

Durante o projeto eu adquiri bastante conhecimento, porque não tinha tanta noção do que era um plano de negócio. Até falei ontem com o Júlio: eu imaginava que era algo similar ao planejamento estratégico, mas vi que é bem mais profundo. Serve para guiar o empreendedor quando ele for abrir o negócio dele, como a questão da localização e o payback. Ele sabe até quando vai ter o retorno do investimento.

Eu vejo que serve como um direcionamento. Talvez se não tivesse feito o plano de negócio, ele poderia até abrir a empresa em um local errado. Por exemplo, ele estava analisando se abria em Cotia ou Guarulhos, sendo que não teria tanto lucro em Guarulhos, o que poderia fechar a empresa daqui a três, cinco anos. Ia fazer um investimento que não iria valer a pena.

Franklin: Pegando o gancho da Raquel, essa pesquisa sobre Cotia e Guarulhos é bem interessante. A gente percebeu que em Guarulhos os galpões estão dentro da cidade e têm o valor mais alto comparado a Cotia, que é do lado. Dentro de Guarulhos você precisa de mais estrutura interna. Por exemplo, eu não consigo com facilidade um galpão que já tenha toda a vistoria dos bombeiros. Isso faz muita diferença, por causa dos custos envolvidos.

Em Cotia você já tem facilidade de estar numa parte mais afastada da cidade, à beira de uma estrada, onde os valores do aluguel são bem menores. Além de já ter toda a estrutura necessária, o que torna o contexto mais barato. Isso ajuda o empreendedor a tomar uma decisão que é estratégica para o negócio dele.

A escolha tem que ser certeira para não precisar ser feita uma mudança daqui a seis meses. O aluguel de um galpão desses varia entre R$ 18 a R$ 25 mil, então é um custo considerável que gera a necessidade de uma responsabilidade maior nas decisões. Então a complexidade é maximizada em todas as áreas, seja área tributária, análise de negócio etc.

Qual é a importância de parcerias nesse projeto, seja a da Aluthaico com a Aventura de Construir, seja o voluntariado? Qual a importância de agregar pessoas que possam colaborar nesse processo?

Raquel: Foi importante pelo tempo, pois o cronograma inicial era de dois meses de trabalho e acredito que se o Franklin fizesse tudo sozinho, ele não conseguiria terminar no prazo. E também pelo conhecimento que eu adquiri, porque eu aprendi muita coisa. Até mesmo na questão das máquinas… eu não sabia nada sobre aquelas máquinas de Serralheria e tive que me aprofundar, estudar, para conseguir entender a função de cada máquina e assim conseguir fazer a pesquisa adequada para o plano de negócio.

Franklin: Eu vejo que ao trabalharmos em rede, existe uma via de mão dupla. A Aventura de Construir abre portas para o voluntariado e, ao mesmo tempo em que ela ganha com o apoio em seus projetos, o voluntariado adquire um know-how que provavelmente só adquiriria por meio de cursos pagos, muitas vezes com altos valores. E, mesmo assim, não teria a prática.

Pegando aqui o exemplo da Raquel: ela entra, mergulha em um plano de negócios e ali ela tem a orientação do consultor sênior para ir acertando os pontos e adquire experiência e conhecimento. Quando a Raquel abrir a empresa de consultoria, ela já vai abrir com o know-how para fazer plano de negócio de média complexidade de uma empresa de pequeno porte. Se ela atender uma empresa menor ainda, seja MEI ou Micro, consegue acertar no ponto.

Então vejo que essa via de mão dupla é muito importante e fico muito satisfeito com a filosofia e também o método que Aventura de Construir trabalha com a sociedade em geral.

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