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Avaliação de Impacto Socioambiental para Negócios de Periferia



A jornada de sustentabilidade deste mês destaca a importância do monitoramento contínuo e da avaliação de impacto socioambiental para consolidação e sustentabilidade dos empreendimentos periféricos incubados, acelerados e acompanhados pela Aventura de Construir.


Confira.


Mais do que apenas um modismo passageiro, acreditamos que a busca por propósito e por impacto social positivo por parte dos empreendimentos de periferia é uma tendência que veio para ficar, e que se consolidou ao longo dos últimos anos.

Assim como a produtividade, qualidade, competitividade e tecnologias digitais que surgiram no passado e mantiveram-se relevantes até os dias atuais, trata-se de um tema imprescindível e de extrema importância, inclusive por conta do elevado risco de ampliação da desigualdade social e do agravamento das condições ambientais em todo o planeta.


No Brasil não foi diferente, o ecossistema de negócios de impacto cresceu muito nos últimos anos, não só com empreendedores sociais surgindo em todos os extremos territoriais do país, mas fundos de investimento e aceleradoras dedicados ao setor. Com capacidade de uma rápida adaptação e inovação frente aos novos desafios econômicos, políticos e sociais, os negócios de impacto social estão sendo implementados e posicionados para encontrar soluções tendo em vista o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável até 2030.


Os pequenos negócios periféricos desempenham um papel vital para promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego e o trabalho decente, bem como impulsionar a produção sustentável e fomentar a inovação.


Neste contexto, a Aventura de Construir tem como objetivo dar luz e foco ao desenvolvimento de negócios de impacto social nas periferias do Brasil, que são negócios que almejam ao mesmo tempo um impacto socioambiental positivo e retornos financeiros. Para isso, a instituição vem ao longo dos anos desenvolvendo e consolidando metodologias de avaliações de impacto e de monitoramento contínuos, as quais permitem a compreensão de como os projetos que são atendidos pela instituição estão, ou não, cumprindo com os objetivos propostos.


A percepção de que a realidade de um negócio de impacto social de periferia não estaria contemplada pela avaliação tradicional levou a aplicação da Teoria da Mudança, para mapearmos aquilo que buscamos alcançar e identificando o que deveria ser mensurado. O resultado foi um sistema de avaliação de impacto para negócios de impacto social, composto por 5 categorias e 13 métricas genéricas a serem complementadas com métricas específicas de acordo com o propósito de cada empreendimento. O “Painel de Indicadores” é composto por treze variáveis complementares, que passam por questões de meio ambiente; captação de recursos; relacionamentos institucionais; sustentabilidade financeira e impacto na rede.



Esse conjunto de variáveis foi elaborado buscando observar os pontos mais relevantes para a atuação prolongada desses negócios a fim de potencializar os impactos que cada um deles pode gerar para sua cadeia e para a sociedade como um todo. Assim, a avaliação é realizada a cada seis meses para identificar a trajetória dos empreendimentos e a importância de examinar as estratégias subjacentes aos resultados e explorar maneiras de aprimorar ainda mais as iniciativas e seus impactos.


Na última avaliação de Impacto Socioambiental que teve início em novembro de 2022 e foi finalizada em março deste ano (P5) em síntese, os dados mostram um pequeno aumento das ações ambientais, com especial atenção à redução do uso do plástico (embalagens), do consumo de água e avanço da logística reversa, com iniciativas de reuso de garrafas de vidro e a separação do material reciclável pelos empreendedores que os destinam às cooperativas.


Além disso, houve um aumento de 55% das organizações inseridas e ativas em suas redes, um aumento de 50% no número de empregados na rede, com um aumento de 48% no número de mulheres e o aumento de 42% de pessoas formalizadas. Adicionalmente, os números indicam um aumento de 25% das receitas, o que mais uma vez demonstra o quanto é importante consolidar e traçar estratégias a partir do monitoramento contínuo e sistemático e da avaliação de impacto.



Esses dados indicam, portanto, que o processo de formalização dos trabalhadores teve como protagonistas as mulheres, sobretudo no que diz respeito à criação de MEIs, o que indica um aumento expressivo de mulheres retornando ao mercado de trabalho formal, mas não via CLT, demonstrando como o empreendedorismo é uma alternativa viável de sobrevivência dentro dos territórios que vivem, associando vida pessoal e profissional.


Agora, vamos à alguns exemplos concretos, que demonstram mais uma vez como o monitoramento contínuo é uma ferramenta necessária para ajuste de rotas e para potencialização dos impactos e da sustentabilidade dos empreendimentos periféricos.



Diego, dono da empresa Okê Aventura, aumentou sua margem de lucro em 17.96%, mantendo seus resultados financeiros saudáveis. Além disso, conseguiu uma evolução em sua captação de recursos, com recursos advindos do Fundo Periferia Empreendedora. Portanto, manter-se em dia com as finanças, realizando a previsão de gastos e receitas, foi uma prática fundamental para garantir sua estabilidade e a saúde financeira de seu negócio, que, claro, só pôde ser identificada com as pesquisas realizadas de forma comparativa ao longo do tempo.




Leidson, dono da empresa Velho Chico, assim como Diego, é um empreendedor que com base nos dados de receita e lucro fornecidos nas pesquisas, obteve um crescimento significativo em seu faturamento, tendo aumentos consideráveis tanto na receita quanto no lucro. Contudo, a partir da aplicação das pesquisas, também foi possível observar que existe um fator fundamental para seu negócio, que é a questão da sazonalidade das atividades turísticas da região (Peruaçu, MG) onde está inserido, em consequência aos padrões climáticos. Para ele, entender como os fatores climáticos afetam seus resultados foi fundamental para tomar decisões estratégicas e potencializar seu nicho de atuação com o ecoturismo. Embora a sazonalidade seja um desafio, também pode ser uma oportunidade para inovação e crescimento sustentável.



Melissa, dona da empresa Cerveja Corisca, é uma empreendedora que apostou em um mercado majoritariamente e tradicionalmente voltado para o público masculino, porém, ela teve uma iniciativa inovadora de pensar no público de mulheres e ter sua produção feita exclusivamente por mulheres de periferia, em sintonia com os princípios da economia solidária e da valorização da comunidade local, o que reflete seu compromisso genuíno com a sustentabilidade em suas várias dimensões. Com a avaliação de impacto realizada ao longo do tempo, foi possível mensurar que a formação de parcerias foi um ponto fundamental e uma estratégia vital para impulsionar o crescimento e a visibilidade de seu negócio, e para a Cerva Corisca, isso tem se mostrado eficaz em seu compromisso com o desenvolvimento local, a economia solidária e a valorização das mulheres.


Fica nítido como a coleta de dados e sua sistematização pode ser um desafio, mas também possui um significado profundo por trás, não é apenas uma atividade, mas sim uma ferramenta poderosa para impulsionar o crescimento do seu empreendimento, mergulhar nas suas nuances e identificar oportunidades de evolução. Através do seu trabalho, não apenas oferece produtos excepcionais, mas também desafia os paradigmas estabelecidos, promovendo o impacto social e a igualdade de gênero.


Desta forma, com o auxílio da AdC para implementar um sistema de gestão de indicadores de monitoramento socioambiental, com sua metodologia consolidada, coletando os dados periodicamente, analisando e apresentando para cada empreendedor os resultados, tornou-se possível dar suporte às suas tomadas de decisões, permitindo um melhor acompanhamento da gestão interna de seus negócios e, sobretudo, ensinando-os o uso dessa ferramenta simples e ágil para medir seus resultados.


Por isso acreditamos que somente através do monitoramento contínuo e da avaliação de impacto, levando em consideração o que deve ser medido através desses indicadores quantitativos e qualitativos categóricos, que se torna possível propor correções e consolidar mudanças de rotas em cada projeto executado, crescendo junto com os negócios de impacto socioambiental e contribuindo ainda mais no ecossistema de impacto no Brasil!


Quer saber mais sobre a importância da avaliação de impacto?


Entre em contato com a gente!

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